O Passe (Parte 1)



Todos os que já foram algum dia a um centro espírita, certamente já receberam um passe.

Segundo o dicionário Michaelis, passe é o “ato de passar as mãos, e com isso fluidos magnéticos, repetidas vezes por diante ou por cima da pessoa que se pretende curar ou livrar de coisas ruins”.

O passe é uma prática amplamente difundida entre os espíritas, que consiste na imposição das mãos feita por um indivíduo, que recebe o nome de passista, sobre outro, o recebedor.

A sua prática integra habitualmente o chamado tratamento espiritual, que na maioria das vezes consiste na administração dos passes e/ou água fluidificada, entre outros, dependendo do caso.


O que é exatamente o passe?

O passe é uma transfusão de energias vitais e espirituais, isto é, a passagem de energias de um para outro indivíduo. As energias vitais são oriundas dos encarnados que aplicam o passe (passistas) e as energias espirituais dos desencarnados (espíritos que colaboram no passe).

É importante frisar que o passe não é a mesma coisa que o Reiki*, ainda que as duas técnicas utilizem a imposição das mãos. A filosofia do Reiki afirma que esta é uma técnica que capta a energia vinda do Cosmo, transmitindo-a ao reikiano (quem aplica), para que este sirva apenas de canal e repasse a energia para o paciente. Ou seja, o Reiki não considera a presença da espiritualidade (apesar dos reikianos quase sempre referirem-se aos “mestres”) e também a pessoa que aplica o Reiki, teoricamente, não atuaria de nenhuma maneira perante quem recebe. Vemos aí, então, as grandes diferenças entre o Reiki e o Passe Espírita. Mas, obviamente, as duas técnicas têm o seu valor, assim como tudo o que é realizado com a intenção de promover o bem-estar do indivíduo.


Para quê serve?

A variação das condições fluídicas-perispirituais de qualquer criatura viva produz desequilíbrios orgânicos e psicológicos, que podem dar origem a enfermidades.

Daí, a importância da terapia energética dos passes, não só como tratamento, mas principalmente como profilaxia das enfermidades.

O passe atua no campo de energia do indivíduo e tem como principal objetivo o reequilíbrio dos corpos físico e espiritual, visando assim a cura das mais diversas desordens fisiológicas.


Como ocorre?

O passe é um procedimento fluídico-magnético. A transfusão se dá através da imposição das mãos, sem a necessidade de tocar-lhe o corpo, porque a força energética se projeta de uma para outra aura, estabelecendo uma verdadeira ponte de ligação, as mãos apenas direcionam o fluxo. Os Espíritos superiores ensinam que as mãos servem como instrumento para a projeção e direcionamento dos fluidos magnetizados, doados pelo operador, bem como dos fluidos espirituais, trazidos pelos Espíritos.


Tipos de passe:


  • Anímico** ou magnético – É o passe em que há apenas a ação do passista na doação fluídica e magnética. É um tipo de passe em que a pessoa doa apenas seus fluidos vitais, utilizando-se dessa força magnética para vitalizar o paciente.
  • Mediúnico ou espiritual – Neste tipo de passe, o paciente não recebe fluidos vitais do passista, que neste caso, será mero instrumento na ação do Espírito, que será o único a atuar fluídica e magneticamente. Portanto, os Espíritos aplicam fluidos espirituais diretamente no perispírito do paciente.

  • Misto – É uma modalidade de passe onde se misturam os fluidos vitais do passista com os fluidos medicamentosos da Espiritualidade, ou seja, este processo envolve tanto encarnado como desencarnado no processo da doação.



Recebedor


É a pessoa que recebe o passe. Neste caso, o passe pode ser classificado, consoante seu recebedor, em individual ou coletivo.


  • O passe individual é aquele onde um ou mais passistas realizam o trabalho de imposição de mãos em cada paciente, a cada vez. Ou seja, quem recebe o passe, recebe-o sozinho, de um passista.
  • O passe será coletivo quando o seu objeto for um grupo de indivíduos. Como nos casos em que as pessoas que estejam presentes em uma palestra, por exemplo, recebem um passe coletivo, de um ou mais médiuns, todos de uma só vez.


Existem centros espíritas que dividem o passe individual em passe corrente (mais simples e rápido) e isolado (um pouco mais demorado e complexo).

Geralmente quem recebe o passe, no caso de ser individual, fica sentado à frente do passista, em um ambiente à meia-luz e no momento do passe é solicitado à pessoa que irá receber, que esta mentalize Jesus ou faça uma prece, ou seja, eleve o seu pensamento. Isto certamente facilita a recepção dos fluidos magnéticos.


Passista


É a pessoa que aplica o passe. Pode atuar de várias maneiras: com seus fluidos apenas, no passe chamado anímico ou magnético; ou receber auxílio espiritual, no passe mediúnico ou espiritual.

Usa-se, com freqüência, no meio espírita, o termo “médium passista”. Na verdade, isto induz ao erro, pois qualquer pessoa pode atuar como passista, visto que o passe magnético não é um ato mediúnico. Trata-se de uma transfusão de energia magnética, algo semelhante à transfusão de sangue. Não é preciso uma condição especial para doar sangue, apenas que o doador seja saudável. O mesmo acontece com o passe magnético.

Para o passe mediúnico, é interessante que esta pessoa seja médium, pois ela atuará mais facilmente como instrumento para a atuação do Espírito, que será, neste caso, o agente do passe.

Embora contando com a participação dos espíritos na aplicação, o passista é um doador de energias. Não é preciso, portanto, ter uma mediunidade específica. Qualquer pessoa pode aplicá-lo, desde que conheça a técnica e se submeta às disciplinas que lhe são inerentes. Basta estar bem, física e psiquicamente e cultivar o desejo sincero de servir.

Muitos centros espíritas promovem cursos para pessoas que desejam atuar como passistas e isto é muito importante, pois é necessário um preparo para que a pessoa inicie esta prática. Ocorre que muitas pessoas confundem e acham que isto é um curso para ser médium, o que na minha modesta opinião é um erro, pois a mediunidade é uma faculdade própria de cada pessoa, mas alguns a têm mais desenvolvida e outros não, portanto, acho um absurdo alguém achar que pode fazer um curso para se tornar médium; é possível, sim (e recomendável, inclusive), a pessoa fazer um curso para aprender a desenvolvê-la e lidar com ela, mas isso é outra coisa...


Para saber mais sobre mediunidade, veja o post: http://espiritananet.blogspot.com/2007/10/mediunidade-o-que-mediunidade-faculdade.html


Lembrando sempre: Toda prática espírita deverá ser gratuita, dentro do princípio do Evangelho: "Dai de graça o que de graça recebestes".



* Segundo os preceitos do REIKI, REI se refere à força cósmica, à energia universal. KI é a energia da força vital. Quando essas duas energias se encontram, a energia cósmica com a individual, forma-se o REIKI. Os praticantes desta técnica afirmam que ela não está ligada a nenhuma religião ou seita.


** O termo anímico vem de animismo, termo usado na prática espírita para designar um estado de transe, no qual quem opera, produzindo fenômenos psíquicos e mesmo efeitos físicos, é o Espírito do próprio encarnado e não um Espírito desencarnado. Ou seja, diz-se que um passe é anímico quando a pessoa interfere de algum modo, com consciência, na ação. Como vimos, no passe anímico, também chamado passe magnético, ocorre apenas a ação do passista na doação fluídica e magnética.


Pessoal, por enquanto é só, em breve farei outro post falando um pouco mais sobre este assunto.

Abraços a todos e que Jesus os abençoe!

Adriana