A Família e a Lei da Reencarnação



ONTEM, atraiçoamos a confiança de um companheiro, induzindo-o à derrocada moral.


HOJE, guardamo-lo na condição do parente difícil, que nos pede sacrifício incessante.


ONTEM, abandonamos a jovem que nos amava, inclinando-a ao mergulho na lagoa do vício.


HOJE, têmo-la de volta por filha incompreensiva, necessitada do nosso amor.


ONTEM, colocamos o orgulho e a vaidade no peito de um irmão que nos seguia os exemplos menos felizes.


HOJE, partilhamos com ele, à feição de esposo despótico ou de filho-problema, o cálice amargo da redenção.


ONTEM, esquecemos compromissos veneráveis, arrastando alguém ao suicídio.


HOJE, reencontramos esse mesmo alguém na pessoa de um filhinho, portador de moléstia irreversível, tutelando-lhe, à custa de lágrimas, o trabalho de reajuste.


ONTEM, abandonamos a companheira inexperiente, à míngua de todo auxílio, situando-a nas garras da delinqüência.


HOJE, achâmo-la ao nosso lado, na presença da esposa conturbada e doente, a exigir-nos a permanência no curso infatigável da tolerância.


ONTEM, dilaceramos a alma sensível de pais afetuosos e devotados, sangrando-lhes o espírito, a punhaladas de ingratidão.


HOJE, moramos no espinheiro, em forma de lar, carregando fardos de angústia, a fim de aprender a plantar carinho e fidelidade.


À frente de toda dificuldade e de toda prova, abençoa sempre e faze o melhor que possas.


Ajuda aos que te partilham a experiência, ora pelos que te perseguem, sorri para os que te ferem e desculpa todos aqueles que te injuriam...


A humildade é a chave de nossa libertação.


E, sejam quais sejam os teus obstáculos na família, é preciso reconhecer que toda construção moral do Reino de Deus, perante o mundo, começa nos alicerces invisíveis da luta em casa.


Emmanuel

Amor e Vida em Família” - Chico Xavier


A Obsessão


Até hoje a obsessão não é combatida com a eficiência que merece. E parece-nos bastante estranho, por ser, talvez, a doença mais antiga da Humanidade, em relação a outras tantas prejudiciais.


Basta que nos recordemos que, em todos os períodos do pensamento histórico, a obsessão e suas seqüelas se têm apresentado ceifando a saúde física e mental dos indivíduos.


Terrivelmente ignorada, ou simplesmente desconsiderada, vem prosseguindo no seu triste fanal de vencer todos aqueles que lhe tombam nas malhas coercitivas.


A obsessão somente ocorre em razão do comportamento irregular de quem se desvia do roteiro do bem fazer, criando animosidades e gerando revides.


Certamente, haverá muitas antipatias gratuitas entre as pessoas, que resultam de preferências psicológicas, de identificações ou reações afetivas. Os dardos atirados pelas mentes agressivas e inamistosas são inevitáveis para aqueles contra quem são dirigidos.


No entanto, a conexão somente se dará por identidade de sintonia, por afeição à afinidade em que se manifestam.


Por esse motivo, a obsessão sempre resulta das defeções morais do Espírito em relação ao seu próximo, e desse, infeliz e tresvariado, que não se permite desculpar e dar novas chances a quem lhe haja prejudicado.


Não ignoramos aqueles que têm gênese nas invejas, nas perseguições aos idealistas de trabalhadores do Bem, mas que também somente se instalam se houver tomada psíquica naquele que se lhes torna objeto de perseguição.


O indivíduo que ama a retidão de princípios e os executa firmado em propósitos de elevação moral, mesmo quando fustigado pela pertinácia dos irmãos desajustados e perversos de ambos os planos da vida, não se deixa afetar, permanecendo nas disposições abraçadas, fiel ao programa abraçado.


Pode experimentar alguma aflição, como é natural, mas robustece-se na oração, no prazer do serviço que realiza, nas leituras edificantes, na consciência pacificada. Simultaneamente, torna-se amparado pelos Espíritos nobres, seus afeiçoados desencarnados, aqueles que foram beneficiados por sua bondade fraternal, que acorrem a protegê-lo e sustentá-lo nas atividades que lhe dizem respeito.


Jamais se curvam sob as forças tenebrosas do mal aqueles que se entregam a Deus, a Jesus e ao Bem, nas fileiras do dever a que se apegam.



Manoel Philomeno de Miranda
Livro: “Tormentos da Obsessão”
Psicografia de Divaldo P. Franco

Progresso dos Homens e dos Mundos

O progresso material de um planeta acompanha o progresso moral de seus habitantes.


Ora, sendo incessante, como é, a criação dos mundos e dos Espíritos e progredindo estes mais ou menos rapidamente, conforme o uso que façam do livre-arbítrio, segue-se que há mundos mais ou menos antigos, em graus diversos de adiantamento físico e moral, onde é mais ou menos material a encarnação e onde, por conseguinte, o trabalho, para os Espíritos, é mais ou menos rude.


Deste ponto de vista, a Terra é um dos menos adiantados. Povoada de Espíritos relativamente inferiores, a vida corpórea é aí mais penosa do que noutros orbes, havendo os também mais atrasados, onde a existência é ainda mais penosa do que na Terra e em confronto com os quais esta seria, relativamente, um mundo ditoso.


Quando, em um mundo, os Espíritos hão realizado a soma de progresso que o estado desse mundo comporta, deixam-no para encarnar em outro mais adiantado, onde adquiram novos conhecimentos e assim por diante, até que, não lhes sendo mais de proveito algum a encarnação cm corpos materiais, passam a viver exclusivamente da vida espiritual, na qual continuam a progredir, mas noutro sentido e por outros meios. Chegados ao ponto culminante do progresso, gozam da suprema felicidade. Admitidos nos conselhos do Onipotente, conhecem-lhe o pensamento e se tornam seus mensageiros, seus ministros diretos no governo dos mundos, tendo sob suas ordens os Espíritos de todos os graus de adiantamento.


Assim, qualquer que seja o grau em que se achem na hierarquia espiritual, do mais ínfimo ao mais elevado, têm eles suas atribuições no grande mecanismo do Universo; todos são úteis ao conjunto, ao mesmo tempo que a si próprios. Aos menos adiantados, como a simples serviçais, incumbe o desempenho, a princípio inconsciente, depois, cada vez mais inteligente, de tarefas materiais. Por toda parte, no mundo espiritual, atividade, em nenhum ponto a ociosidade inútil.


A coletividade dos Espíritos constitui, de certo modo, a alma do Universo. Por toda parte, o elemento espiritual é que atua em tudo, sob o influxo do pensamento divino. Sem esse elemento, só há matéria inerte, carente de finalidade, de inteligência, tendo por único motor as forças materiais, cuja exclusividade deixa insolúveis uma imensidade de problemas. Com a ação do elemento espiritual individualizado, tudo tem uma finalidade, uma razão de ser, tudo se explica. Prescindindo da espiritualidade, o homem esbarra em dificuldades insuperáveis.


Quando a Terra se encontrou em condições climáticas apropriadas à existência da espécie humana, encarnaram nela Espíritos humanos. Donde vinham? Quer eles tenham sido criados naquele momento; quer tenham procedido, completamente formados, do espaço, de outros mundos, ou da própria Terra, a presença deles nesta, a partir de certa época, é um fato, pois que antes deles só animais havia.


Revestiram-se de corpos adequados às suas necessidades especiais, às suas aptidões, e que, fisionomicamente, tinham as características da animalidade. Sob a influência deles e por meio do exercício de suas faculdades, esses corpos se modificaram e aperfeiçoaram. É o que a observação comprova.


Deixemos então de lado a questão da origem, insolúvel por enquanto; consideremos o Espírito, não em seu ponto de partida, mas no momento em que, manifestando-se nele os primeiros germens do livre-arbítrio e do senso moral o vemos a desempenhar o seu papel humanitário, sem cogitarmos do meio onde haja transcorrido o período de sua infância, ou, se o preferirem, de sua incubação. Malgrado a analogia do seu envoltório com o dos animais, poderemos diferenciá-lo destes últimos pelas faculdades intelectuais e morais que o caracterizam. Como, debaixo das mesmas vestes grosseiras, distinguimos o rústico do homem civilizado.


Conquanto devessem ser pouco adiantados os primeiros que vieram, pela razão mesma de terem de encarnar em corpos muito imperfeitos, diferenças sensíveis haveria decerto entre seus caracteres e aptidões. Os que se assemelhavam, naturalmente se agruparam por analogia e simpatia. Achou-se a Terra, assim, povoada de Espíritos de diversas categorias, mais ou menos aptos ou rebeldes ao progresso.


Recebendo os corpos a impressão do caráter do Espírito e procriando-se esses corpos na conformidade dos respectivos tipos, resultaram daí diferentes raças, quer quanto ao físico, quer quanto ao moral. Continuando a encarnar entre os que se lhes assemelhavam, os Espíritos similares perpetuaram o caráter distintivo, físico e moral, das raças e dos povos, caráter que só com o tempo desaparece, mediante a fusão e o progresso deles.


Podem comparar-se os Espíritos que vieram povoar a Terra a esses bandos de emigrantes de origens diversas, que vão estabelecer-se numa terra virgem, onde encontram madeira e pedra para erguerem habitações, cada um dando à sua um cunho especial, de acordo com o grau do seu saber e com o seu gênio particular. Grupam-se então por analogia de origens e de gostos, acabando os grupos por formar tribos, em seguida povos, cada qual com costumes e caracteres próprios.


Não foi, portanto, uniforme o progresso em toda a espécie humana. Como era natural, as raças mais inteligentes adiantaram-se às outras, mesmo sem se levar em conta que muitos Espíritos recém-nascidos para a vida espiritual, vindo encarnar na Terra juntamente com os primeiros aí chegados, tornaram ainda mais sensível a diferença em matéria de progresso.


Entretanto, os Espíritos selvagens também fazem parte da Humanidade e alcançarão um dia o nível em que se acham seus irmãos mais velhos. Mas, sem dúvida, não será em corpos da mesma raça física, impróprios a um certo desenvolvimento intelectual e moral. Quando o instrumento já não estiver em correspondência com o progresso que hajam alcançado, eles emigrarão daquele meio, para encarnar noutro mais elevado e assim por diante, até que tenham conquistado todas as graduações terrestres, ponto em que deixarão a Terra, para passar a mundos mais avançados.



Retirado do livro “A Gênese” – Allan Kardec


Bebê anencéfalo e abortamento



Inicialmente, lembramos que anencéfalo, embora seja considerado sem cérebro, na realidade é portador de um segmento cerebral, estando faltantes regiões do cérebro que impossibilitarão sua sobrevivência pós-parto.


Afim de colocarmos a visão espírita sobre este importante problema, exemplificaremos com um caso real. Usaremos nomes fictícios.


João e Maria, eram casados há 2 anos. A felicidade havia batido à sua porta. Maria estava grávida. Exultantes, procuraram o médico obstetra para as orientações iniciais. Planos mil ambos estabeleceram. Ao longo dos meses, no entanto, foram surpreendidos, através do estudo ultrassonográfico, da triste notícia de que seu bebê era anencéfalo. Ao serem informados caíram em prantos ao ouvirem a proposta do obstetra lhes oferecendo o abortamento. Posicionaram-se contrários explicando sua visão espírita.


- Trata-se de um ser humano que renasce precisando de muito amor e amparo. Nós estaremos com nosso(a) filho(a) até quando nos for permitido.


- Mas, esta criatura não vai viver além de alguns dias ou semanas na incubadora – Disse o obstetra.


- Estamos cientes, mas até lá seremos seus pais.


Guardavam, também, secretamente, a esperança de que houvesse algum equívoco de diagnóstico que lhes proporcionasse um filho saudável.


Durante nove meses dialogaram com seu bebê, intra-útero. Disseram quanto o (a) amavam. Realizaram, semanalmente, a reunião do Evangelho no Lar, solicitando aos mentores a proteção e amparo ao ser que reencarnava.


Chegara o grande momento: Em trabalho de parto, Maria adentra a maternidade com um misto de esperança e angústia. A criança nasce; o pai ao ver o filho sofre profundo impacto emocional tendo uma crise de lipotimia. O bebê anencéfalo sobrevive na incubadora com oxigênio, 84 horas. Há um triste retorno ao lar.


Passam-se aproximadamente 2 anos do pranteado evento. João e Maria, trabalhadores do instituto de cultura espírita de sua cidade, frequentavam, na mencionada instituição, reunião mediúnica, quando uma medium em desdobramento consciente informa ao coordenador do grupo:


- Há um espírito de uma criança que deseja se comunicar.


- Que os mediuns facilitem o transe psicofônico para a atendermos – Responde o dirigente.


Após alguns segundos, uma experiente medium dá a comunicação:


- Boa noite, meu nome é Shirley venho abraçar papai e mamãe.


- Quem é seu papai e sua mamãe?


- São aqueles dois – disse apontando João e Maria.


- Seja bem vinda Shirley, muita paz! Que tens a dizer ?


- Quero agradecer a papai e mamãe todo o amor que me dedicaram durante a gravidez, sim, eu era aquele anencéfalo.


- Mas voce está linda agora.


- Graças às energias de amor recebidas, graças ao Evangelho no Lar, que banharam meu corpo espiritual durante todo aquele tempo.


- Como se operou esta mudança?


- Tive permissão para esta mensagem pelo alcance que a mesma poderá ter a outras pessoas. Eu possuia meu corpo espiritual muito doente, deformado pelo meu passado cheio de equívocos. Fui durante nove meses envolvida em luz. Uma verdadeira cromoterapia mental que gradativamente passou a modificar meu corpo astral (perispírito). Os diálogos que meus pais tiveram comigo foram uma intensa educação pré-natal que muito contribuiram para meu tratamento. Eu expiei, no verdadeiro sentido da palavra. Expiar é como expirar, colocar para fora o que nào é bom. Eu drenei as minhas deformidades perispirituais para meu corpo físico e fui me libertando das minhas deformidades. Como meus pais foram generosos. Meu amor por eles será eterno.


- Por que estás na forma de uma criança, já que te expressas tão inteligentemente?


- Por que estou em preparo para o retorno. Dizem meus instrutores que tenho permissão para informar. Meus pais tem o merecimento de saber. Devo renascer como filha deles, normal, talvez no próximo ano.


Após dois anos renasceu Shirley, que hoje é uma linda menina de olhos verdes e cabelos castanhos, espírito suave e encantador.


Consideramos respondida a questão.


Fraternalmente,


Dr. Ricardo Di Bernardi - Florianópolis SC

2 de Abril de 2001



Retirado do Site Espírita André Luiz



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Conheça algumas histórias emocionantes de bebês anencéfalos e suas famílias. Histórias de amor, superação e fé. Vale a pena ler!


Veja o caso da menina Marcela (blog Bom Espírito): CLIQUE AQUI


Leia o relato de Janaína, mãe de Thalles, um anencéfalo: CLIQUE AQUI


Conheça a história de Maria Teresa, anencéfala: CLIQUE AQUI


Visite o blog Bebê Anencéfalo (e conheça Patrícia e Sofia): CLIQUE AQUI


Se você ficou tocado por algumas dessas histórias, divulgue!


Diga não ao aborto! Diga sim à vida!

Os espíritos reencarnantes agradecem! :)



Comemorando...



Há um ano atrás este blog entrava no ar, com o intuito de divulgar a Doutrina Espírita, tentando auxiliar na sua desmistificação e mostrar a visão espírita dos mais diversos temas.


Como já falei aqui antes, minha principal intenção, com este blog, sempre foi compartilhar com vocês tudo o que tenho aprendido com essa doutrina e poder levar um pouco do conforto e da alegria que ela nos proporciona através dos seus esclarecimentos. Hoje vejo que a maior beneficiada fui eu. Não só aprendi com a leitura dos textos, mas conheci muitas pessoas através deste blog e com elas aprendi (e aprendo) muito também.


A quem, algum dia, já compartilhou aqui seus problemas, suas dúvidas e histórias de vida, agradeço a confiança e espero, sinceramente, ter ajudado de alguma maneira.


Agradeço a todos vocês, que passam por aqui, blogueiros ou não, àqueles que deixam comentários, aos que passam silenciosamente, aos que recebem as postagens por e-mail e celular, a todos, enfim.


Agradeço também o incentivo e, principalmente, o respeito e o carinho sempre dispensados a mim e ao tema aqui abordado.


Espero que este blog possa continuar ainda por muito tempo na simples missão de levar a mensagem espírita a quem precisar e tiver interesse, sempre dentro dos princípios de respeito, fraternidade e amor ao próximo.


Que Deus nos ilumine e que todos possamos ser, hoje e sempre, jardineiros do amor...


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Jardineiro do Amor


O verdadeiro espírita, conhecedor dos princípios sublimes da sua doutrina, é um jardineiro do amor, segundo o poema imortal de Tagore.


Dia a dia, ele trabalha os canteiros do seu coração, da sua sensibilidade e da sua inteligência, removendo a terra, extraindo as ervas daninhas e semeando a boa semente das flores evangélicas.


Não basta acreditar na sobrevivência e participar de sessões ou ouvir palestras. Kardec assinalou que se conhece o verdadeiro espírita pela sua transformação moral. E essa transformação não se verifica sem o trabalho incessante do homem na modelação de si mesmo.


Os Espíritos do Senhor podem auxiliar-nos, mas o trabalho de nossa transformação é principalmente nosso, e deve ser realizado por nós mesmos.


Algumas religiões nos condenam por essa teoria do esforço próprio,
alegando a existência da graça. Mas Kardec definiu a graça como a força que Deus concede ao homem de boa-vontade, para que vença as suas imperfeições.


Sabemos que existe a graça. Mas sabemos, também, que devemos nos colocar em condições de merecê-la, e que isso depende de nós mesmos.


Trabalhemos, pois, diariamente, o nosso jardim interno, para sermos espíritos perfeitos.


(Herculano Pires/Chico Xavier)


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O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim

para que elas venham até você.” (Mário Quintana)

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E hoje a festa é dupla.

Por uma feliz coincidência é o aniversário de uma pessoa especial que conheci justamente através deste blog.

Du, parabéns pelo seu dia! Que sua vida seja sempre repleta de muito amor, paz e saúde! (Como sei que você gosta, as margaridas desse post são para vc!) Beijos!!! =)




Em todos os caminhos



Seja qual for a experiência, convence-te de que Deus está contigo em todos os caminhos...


Isso não significa omissão de responsabilidade ou exoneração da incumbência de que o Senhor nos revestiu.


Não há consciência sem compromisso, como não existe dignidade sem lei.


O peixe mora gratuitamente na água, mas deve nadar por si mesmo.


A árvore, embora não pague imposto pelo solo em que se vincula, é chamada a produzir conforme a espécie.


Ninguém recebe talentos da vida para escondê-los em poeira ou ferrugem.


Nasceste para realizar o melhor. Para isso, é possível te defrontes com embaraços naturais ao próprio burilamento, qual a criança que se esfalfa compreensivelmente nos exercícios da escola.


A criança atravessa as provas do aprendizado sob a cobertura da educação que transparece do professor.


Desempenhamos as nossas funções com o apoio de Deus.


Se o conhecimento exato da Onipresença Divina ainda não te acode à mente necessidade de fé, pensa no infinito das bênçãos que te envolvem, sem que despendas mínimo esforço.


Não contrataste engenheiros para a garantia do Sol que te sustenta e nem assalariaste empregados para a escavação de minas de oxigênio na atmosfera, a fim de que se renove o ar que respiras.


Reflete, por um momento só, nas riquezas ilimitadas ao teu dispor, nos reservatórios da Natureza e compreenderás que ninguém vive só.


Confia, segue, trabalha e constrói para o bem.


E guarda a certeza de que, para alcançar a felicidade, se fazes teu dever, Deus faz o resto.



Emmanuel
(Do livro “Estude e Viva” - Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)


Prece de Jerônimo de Praga



“Meu Deus, tu que és grande, tu que és tudo, deixa cair sobre mim, pequenino, sobre mim, que existo porque tu quiseste, um raio de tua luz.


Faz que, penetrado por teu amor, eu ache o bem, fácil, e o mal, odioso; que, animado do desejo de agradar, meu espírito vença os obstáculos que se opõem ao triunfo da verdade sobre o erro, da fraternidade sobre o egoísmo.


Faz que, em cada companheiro de provas, eu veja um irmão, como tu vês um filho em cada um dos seres que emanam de ti e devem para ti retornar.


Dá-me o amor ao trabalho, que é o dever de todos na Terra, e, com a ajuda da luz que puseste à minha frente, esclarece-me sobre as imperfeições que atrasam meu progresso nesta vida e na outra.”



(Jerônimo de Praga - Guia espiritual de Léon Denis)





Retirado do livro ‘Espíritos e Médiuns’ - Léon Denis


Desmistificando o Espiritismo




Não há razões sensatas para o combate tão veemente e ríspido a uma doutrina - tal qual se dá contra o Espiritismo - que segue o Evangelho de Jesus Cristo em toda a sua moral, baseada no bem e no amor a Deus e ao próximo, discordando apenas no que tange certas convicções filosóficas de algumas outras.


A intolerância religiosa é fruto das idéias preconcebidas e da presunção de se ser o dono da verdade. O combate ao Espiritismo se deve, na imensa maioria dos casos, ao desconhecimento das suas idéias e à confusão que é semeada no meio por aqueles que não se dispõem a examiná-las com racionalidade e, mesmo assim, lançam seus julgamentos.


Contudo, a doutrina do Cristo frutificou apesar da falsa interpretação e oposição daqueles que não a compreendiam. Se as pessoas que detratam o Espiritismo seguissem o ensinamento do apóstolo Paulo, quando nos exorta a examinar tudo e reter o que é bom, certamente teriam outro posicionamento diante de determinadas idéias que repudiam sem conhecimento de causa.



Há verdadeiramente duas coisas diferentes: saber e crer que se sabe. A ciência consiste em saber; em crer que se sabe reside a ignorância” (Hipócrates)


Conheça melhor algumas idéias pré-concebidas por muitas pessoas com relação ao Espiritismo:


1) O Espiritismo faz uso de bolas de cristal, pratica quiromancia, astrologia, hipnotismo, magia ou parapsicologia?


Dentre uma série de práticas rotuladas erroneamente como espíritas, estão estas e também outras como a terapia regressiva a vidas passadas (TRVP), a transcomunicação instrumental (TCI), a cristalterapia, a cromoterapia, ufologia etc.


A maioria delas não possui fundamentação doutrinária lógica, e não encontram respaldo nas obras de Allan Kardec, portanto, não são práticas espíritas.


Qualquer Centro Espírita que se utilize de tais práticas está se desviando dos seus verdadeiros e nobres objetivos. As notícias freqüentemente veiculadas pela mídia em geral de que os espíritas previram o futuro, fizeram oferendas a Iemanjá, estão ligados a culto demoníaco, dentre outras, comprovam o desconhecimento que existe sobre a doutrina espírita, apesar da sua atual expansão e crescente número de adeptos.


O Espiritismo não é responsável pelos que abusam do seu nome e o exploram. Assim como a ciência médica não o é pelos charlatões que vendem suas drogas ou como a religião também não o é pelos sacerdotes que abusam do seu ministério.


2) O Espiritismo faz macumba, despacho ou qualquer outro ritual?


O Espiritismo não tem culto material e nem tem rituais, não prescreve qualquer vestimenta, nem função sacerdotal, não usa imagens, nem faz sacrifícios de animais ou seres humanos, não tem símbolos ou sinais cabalísticos, não faz cerimônias matrimoniais, ou de batismo, nem exorcismo.


Resumindo, a doutrina espírita, tendo como principal objetivo o cultivo dos valores do Espírito, é totalmente isenta de atos exteriores.


Sua nomenclatura se baseia nas obras da codificação e suas práticas mediúnicas são executadas dentro de um ambiente evangélico de harmonia e oração, sem qualquer culto exterior ou movimentos e palavreado estereotipados.


Suas reuniões mediúnicas são fechadas ao público e conduzidas com rigor, onde não existem velas, cantos, danças, cigarro, bebida ou cobrança de taxas.


Compreende-se, portanto, que qualquer culto que contenha tais práticas, não pode e não deve receber a designação de espírita.


3) Qual a diferença do Espiritismo Kardecista para os outros? O que é Espiritismo de mesa branca?


A doutrina espírita não comporta nenhuma ramificação. Como já colocado na questão '02', por suas convicções, dispensa qualquer ritual ou aparato.


A designação popular de mesa branca pode ter advindo do fato de que as reuniões mediúnicas espíritas ocorrem, para simples acomodação, com os participantes dispostos ao redor de uma mesa, algumas vezes, com uma toalha branca recoberta sobre ela, o que é absolutamente dispensável. Como tais reuniões têm caráter íntimo e privado, disciplinado e beneficente, o termo mesa branca surgiu para diferenciar o Espiritismo de outros cultos, sendo este termo utilizado popularmente também como sinônimo de Kardecista.


Trata-se de um equívoco generalizado, uma vez que só há um Espiritismo - termo criado pelo próprio Allan Kardec - o qual tem sua base fundada nas obras básicas codificadas por ele, a saber: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese.


O Espiritismo não adota práticas exteriores para ser diferenciado. Assim, nem mesa branca, alto ou baixo Espiritismo, Espiritismo elevado etc, são sinônimos de doutrina espírita.


4) Todos os médiuns são espíritas?


A mediunidade é uma faculdade inerente a qualquer pessoa. Nem todos os que têm a capacidade de estabelecer um contato mediúnico são, por esse motivo, espíritas. Esse falso julgamento faz com que muitas pessoas tenham uma idéia errônea do que seja o Espiritismo e dele se afastem sem buscar conhecê-lo.


5) Para ser espírita tem que ser médium?


Espírita é aquele que crê, estuda e segue a doutrina espírita. É reconhecido pelo esforço que faz em aprimorar-se dentro dos princípios cristãos, não tendo necessariamente que trabalhar com a mediunidade.


A faculdade mediúnica como missão, ou mediunato, como todas as demais faculdades, não deve ser imposta. Uma vez detectada e em acordo com o desejo do médium, deve ser desenvolvida em sessões espíritas apropriadas, com dedicação sincera e humildade, para ser verdadeiramente produtiva.


O espírita pode servir em muitas outras frentes de trabalho que nada tem a ver com a mediunidade, buscando, contudo, em todas as oportunidades fazer o melhor possível.


6) Por que confundem o Espiritismo com Umbanda?


A Umbanda é um culto religioso respeitado pelos espíritas como todos os outros o são, até mesmo porque está amparado no princípio geral da liberdade de crença contido na Constituição do Brasil.


Contudo, ela não é Espiritismo. Seu acervo de símbolos, objetos, instrumentos, práticas etc, não se ajustam de maneira alguma à doutrina espírita.


Aqueles que confundem Umbanda com Espiritismo se apegam às seguintes afirmações: a umbanda é espiritualista, rende culto a Deus, fundamenta-se em fenômenos produzidos por espíritos desencarnados, aceita a reencarnação e faz caridade.


Todavia, a Umbanda tem culto material, rituais, vestimentas específicas, imagens, altares, pontos riscados e denominações totalmente especiais para médiuns (cavalos) e espíritos (exús, pretos-velhos, caboclos, ibegis), que não existem no Espiritismo.


Além dessas abismais diferenças, a Umbanda não se rege pela codificação de Allan Kardec.


Portanto, está claro que, embora espiritualista e tendo características mediúnicas, a Umbanda não constitui variante nem modalidade do Espiritismo. Essa confusão se dá pelo desconhecimento do que seja a doutrina espírita e conseqüente interpretação errônea dos fenômenos da mediunidade.



Baseado am artigo do site www.espirito.org.br


Retirado do site www.saberespirita.com.br


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O Espiritismo não vem procurar os perfeitos, mas os que se esforçam em o ser, pondo em prática os ensinos dos Espíritos. O verdadeiro espírita não é o que alcançou a meta, mas o que sinceramente quer atingi-la. Sejam quais forem os seus antecedentes, que será bom espírita desde que reconheça suas imperfeições e seja sincero e perseverante no propósito de se emendarAllan Kardec

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Considerações sobre as Mortes Coletivas

Falar de qualquer acidente de grandes proporções requer de nós bom senso e muita responsabilidade, especialmente em respeito aos familiares. Normalmente, diante de eventos como os recentes acidentes aéreos no Brasil, somos levados à idéia simplista do “pagar os débitos do passado”. Muitos chegam a acreditar que a Espiritualidade é quem promove as circunstâncias para que tais acidentes aconteçam, esquecendo-se que eles têm como causa a falta ou o erro humano. As catástrofes e tragédias não devem ser consideradas um “castigo de Deus”, mas a necessidade dos Espíritos, em sua jornada evolutiva, reparar individual ou coletivamente alguns erros do passado.

Isso ainda acontece porque nos encontramos em um Planeta de Provas e Expiações. A Terra recebe Espíritos em dívida com as Leis Divinas, e os acidentes de hoje podem representar valiosa oportunidade de colher os frutos dos atos desastrosos plantados no passado.


Porém, nem todos os acontecimentos são colheitas do pretérito. O Espírito pode escolher provas para galgar novos horizontes espirituais, e os momentos de dor e sofrimento acabam resultando em novas conquistas tecnológicas, científicas e/ou morais, que impulsionarão o progresso das coletividades.


Nas palavras dos Espíritos Superiores a Allan Kardec, na resposta à questão 740 de O Livro dos Espíritos, os flagelos são provas que dão ao homem ocasião de exercitar a sua inteligência, de demonstrar sua paciência e resignação ante a vontade de Deus e que lhe oferecem ensejo de manifestar seus sentimentos de abnegação, de desinteresse e de amor ao próximo.


Também esclarecem, na questão 737, que Deus permite tais situações para fazer a humanidade progredir mais depressa. Em cada nova existência, os Espíritos sobem um degrau na escala do aperfeiçoamento, e a destruição é uma necessidade para a regeneração moral destes Espíritos. “Preciso é que se veja o objetivo, para que os resultados possam ser apreciados”. Costumamos apreciar estas tragédias apenas do nosso ponto de vista pessoal, classificando-as considerando apenas o prejuízo que nos causam. No entanto, “essas subversões são freqüentemente necessárias para que mais pronto se dê o advento de uma melhor ordem de coisas e para que se realize em alguns anos o que teria exigido muitos séculos”.


Lei de Causa e Efeito X Carma


Antes de aprofundarmos o tema, dois esclarecimentos se fazem necessários. Primeiro, o fato de tantas desencarnações ocorrerem no mesmo evento não significa que todos os Espíritos envolvidos erraram juntos em outras existências, mas pode ser que cometeram erros semelhantes.


Ainda neste ponto, esclarece o Espírito Clélia Duplantier, em Obras Póstumas, que não podemos esquecer da possibilidade de ocorrer a “a expiação simultânea das faltas individuais”. Ou seja, num acidente de grandes proporções, podem desencarnar inúmeras pessoas, mas cada qual com seus compromissos nos Tribunais da Justiça Divina, até mesmo sem relação entre eles.


Segundo, existem diferenças significativas entre a Lei de Causa e Efeito e a idéia de Carma. Os dois conceitos têm por base a mesma idéia. O Carma, na concepção das religiões orientais, guarda uma relação muito estreita com o “olho por olho, dente por dente”, sugerindo que o indivíduo deve sofrer conforme fez sofrer, passar pelas situações penosas que submeteu os outros. Já para a Doutrina Espírita, o entendimento da Lei de Causa e Efeito amplia muito a noção do Carma, ao considerar que não somente pela dor, mas também pelo amor, o Espírito pode reparar-se frente à Lei Divina. As consciências endividadas podem melhorar seus créditos com os Tribunais Divinos todos os dias, através do trabalho em favor do próximo e do amor fraterno aos deserdados do mundo. Gerando novas causas com o bem praticado hoje, o Espírito interfere nas causas do mal praticado ontem, neutralizando-as e reconquistando o equilíbrio. Há, imperiosamente, a necessidade de reparação, mas não de punição. Nas palavras de Pedro, “o amor cobre a multidão de pecados”.


Com essa compreensão, informa-nos o Instrutor Silas no livro “Ação e Reação” de André Luiz, que as conquistas morais permitem ao Espírito escolher o gênero de provação durante a existência terrena. Assim, estes Espíritos, que outrora atiraram irmãos indefesos do cimo de torres altíssimas, cometeram hediondos crimes sobre o dorso do mar ou foram suicidas que se despenharam de arrojados edifícios ou de picos agrestes, optam por tarefas no campo da Aeronáutica, a cuja evolução oferecem suas vidas.


Porém, cumpre ressaltar que nem todos dispõem do direito de selecionar o gênero de luta que saldarão suas contas com a Justiça Divina. A maioria, por força dos débitos contraídos e dos apelos da própria consciência, não alcança semelhante prerrogativa, cabendo-lhe aceitar sem discutir amargas provas, na infância, na mocidade ou na velhice, através de acidentes diversos, desde a mutilação primária até a morte, de modo a redimir-se de faltas graves.


Em verdade, ao homem estaria facultado evitar o sofrimento dos flagelos se fosse mais cuidadoso nas suas escolhas. Deus, em sua infinita bondade, oferece-nos inúmeros instrumentos de progresso, através do conhecimento do bem e do mal, mas, como seres imperfeitos que ainda somos, constantemente optamos por seguir os caminhos mais ásperos e tortuosos da vida. O homem que não se aproveita dessas oportunidades acaba sendo castigado em seu orgulho, para o despertar necessário.


Portanto, como a Justiça Divina alcança a todos indistintamente, as entidades que necessitam de tais lutas expiatórias são encaminhadas aos lares onde se encontram aqueles com quem se acumpliciaram em delitos lamentáveis, no pretérito distante ou recente. Ainda, renascem na tutela dos pais que faliram junto dos filhos em outras épocas, a fim de que aprendam na saudade cruel e na angústia inominável, o respeito e o devotamento, a honorabilidade e o carinho que todos devemos na Terra ao instituto da família. Deste modo, a dor coletiva é o remédio que nos corrige as falhas mútuas.


Tipos de Morte Coletiva


Diante de tantas tragédias porque passa a humanidade, a Doutrina Espírita nos esclarece que há dois tipos de mortes coletivas a considerar: as naturais e as provocadas pelo homem. Naturais são aquelas causadas pela natureza, como por exemplo a peste, a fome, as inundações, os terremotos, os vendavais, entre outros, e haverão de cessar quando a Terra deixar de ser mundo expiatório. Já as tragédias provocadas pelo homem revelam predominância da matéria sobre o Espírito e representam uma grave infração à Lei de Deus. De todos os flagelos destruidores provocados pelo homem, a guerra é o mais doloroso. Mas, à medida que o homem progride, menos freqüentes se tornam os flagelos, por que ele lhe evita as causas.


Remédio


No Item 7, Capítulo III, do livro A Gênese, Kardec nos deixa uma valiosa explicação: “Entretanto, Deus, todo bondade, pôs o remédio ao lado do mal, isto é, faz que do próprio mal saia o remédio. Um momento chega em que o excesso do mal moral se torna intolerável e impõe ao homem a necessidade de mudar de vida. Instruído pela experiência, ele se sente compelido a procurar no bem o remédio, sempre por efeito do seu livre-arbítrio. Quando toma melhor caminho, é por sua vontade e porque reconheceu os inconvenientes do outro. A necessidade, pois, os constrange a melhorar-se moralmente, para ser mais feliz, do mesmo modo que o constrangeu a melhorar as condições materiais da sua existência”.


Esta, pois, é uma explicação para a ocorrência das tragédias que parecem surgir do nada a abatem indivíduos e a coletividade. A Doutrina Espírita compreende esses sofrimentos como parte da programação reencarnatória dos Espíritos, representando, em última análise, medidas de reajuste perante a Lei de Deus.


Nada ocorre sem a permissão de Deus. Confiemos na sua Vontade, que é representação de seu Amor, Justiça e Bondade para com as criaturas. Nesse ponto, reflitamos sobre o exposto no Item 6, Cap. V, de O Evangelho Segundo o Espiritismo: “...por virtude do axioma segundo o qual todo efeito tem uma causa, tais misérias são efeitos que hão de ter uma causa e, desde que se admita um Deus justo, essa causa também há de ser justa. Ora, ao efeito precedendo sempre a causa, se esta não se encontra na vida atual, há de ser anterior a essa vida, isto é, há de estar numa existência precedente. Por outro lado, não podendo Deus punir alguém pelo bem que fez, nem pelo mal que não fez, se somos punidos, é que fizemos o mal; se esse mal não o fizemos na presente vida, tê-lo-emos feito noutra. É uma alternativa a que ninguém pode fugir e em que a lógica decide de que parte se acha a justiça de Deus”.


Retirado do site OSGEFIC

Dentro de Nós



O aprendiz chegou ao recanto de antigo orientador da vida cristã e perguntou, em seguida às saudações costumeiras:


- Instrutor, posso acaso receber as suas indicações quanto ao melhor caminho para o encontro com Deus?


A resposta do mentor não se fez esperar:


- A viagem para o encontro com Deus é repleta de obstáculos por vencer... Espinheiros, precipícios, charcos e pedreiras perigosas...


Silenciando o interpelado, o moço prosseguiu:


- Isso tudo conheço... Já visitei vários templos da Índia, quando estive por vários dias na intimidade de faquires famosos, todos eles revestidos de faculdades supranormais; arrisquei-me a cair nos despenhadeiros do Tibet para conviver com os monges santos; orei na grande Pirâmide do Egito; demorei-me na Palestina, procurando registrar impressões da paisagem na qual Jesus viveu, no entanto, estou saciado de excursões à procura da Divina Presença...


O orientador escutou com humildade e esclareceu, em seguida:


- Sim, é verdade que todas essas peregrinações e práticas auxiliam na busca do Supremo Senhor, mas, ao que me parece, há um engano de sua parte...


E arrematou:


- A viagem para o encontro com Deus é para dentro de nós.


Emmanuel
(Agora é o Tempo, Chico Xavier)


* * *


Deus não tem religião”

Mahatma Gandhi


Autonomia nas Ações



Conta um escritor que certo dia acompanhou um amigo até à banca de jornais onde este costumava comprar o seu exemplar diariamente.


Ao se aproximarem do balcão, seu amigo cumprimentou amavelmente o jornaleiro e como retorno recebeu um tratamento rude e grosseiro.


O amigo pegou o jornal, que foi jogado em sua direção, sorriu, agradeceu e desejou um bom final de semana ao jornaleiro.


Quando ambos caminhavam pela rua, o escritor perguntou ao seu amigo:


- Ele sempre o trata assim, com tanta grosseria?


- Sim, respondeu o rapaz. Infelizmente é sempre assim.


- E você é sempre tão polido e amigável com ele? Perguntou novamente o escritor.


- Sim, eu sou, respondeu prontamente seu amigo.


- E por que você é educado, se ele é tão grosseiro e inamistoso com você?


- Ora, respondeu o jovem, por que não quero que ele decida como eu devo ser.


.*.*.*.


E você, como costuma se comportar diante de pessoas rudes e deseducadas?


Importante questão esta, que nos oferece oportunidade de refletir sobre a nossa maneira de ser, nas mais variadas situações do dia-a-dia.


É comum as pessoas justificarem suas ações grosseiras com o comportamento dos outros, mas essa é uma atitude bastante imatura e incoerente.


Primeiro, porque, se reprovamos nos outros a falta de educação, temos a obrigação de agir de forma diferente, ou então somos iguais e de nada temos que reclamar.


E se já temos a autonomia para nos comportar educadamente, sem nos fazer espelho de pessoas mal-humoradas, deveremos ter, igualmente, a grandeza de alma para desculpar e exemplificar a forma correta de tratar os outros.


Se o nosso comportamento, a nossa educação, depende da forma com que somos tratados, então não temos autonomia, independência, liberdade intelectual nem moral para nos conduzir por nós mesmos.


Quando agimos com cortesia e amabilidade diante de pessoas agressivas ou deseducadas, como fez o rapaz com o jornaleiro, estaremos fazendo a nossa parte para a construção de uma sociedade mais harmoniosa e mais feliz.


O que geralmente acontece, é que costumamos refletir os atos das pessoas com as quais vivemos, sem nos dar conta de que acabamos fazendo exatamente o que tanto criticamos nos outros.


Se as pessoas nos tratam com aspereza, com grosseria ou falta de educação, estão nos mostrando o que têm para oferecer. Mas nós não precisamos agir da mesma forma, se temos uma outra face da realidade para mostrar.


Assim, lembremos sempre que, quando uma pessoa nos ofende ou maltrata, o problema é dela, mas quando nós é que ofendemos ou maltratamos, o problema é nosso.


Por isso, é sempre recomendável uma ação coerente avalizada pelo bom senso, ao invés de uma reação impensada que poderá trazer consigo grande soma de dissabores.


Pense nisso!


Se lhe oferecem grosseria, faça diferente: seja cortês.


Se lhe tratam com aspereza, responda com amabilidade.


Se lhe dão indiferença, doe atenção.


Se lhe ofertam mau-humor, retribua com gentileza.


Se lhe tratam com rancor, responda com ternura.


Se lhe presenteiam com o ódio, anule-o com o amor.


Agindo assim você será realmente grande, pois quanto mais alguém se aproxima da perfeição, menos a exige dos outros.




(Equipe do site Momento Espírita, com base em história de John Powell)


* * *


“Cada dia é o dia do julgamento, e nós, com nossos atos e nossas palavras, com nosso silêncio e nossa voz, vamos escrevendo continuamente o livro da vida. A luz veio ao mundo e cada um de nós deve decidir se quer caminhar na luz do altruísmo construtivo ou nas trevas do egoísmo. Portanto, a mais urgente pergunta a ser feita nesta vida é: O que fiz hoje pelos outros?” Martin Luther King.

Espírito e Matéria



Não há efeito sem causa; nada procede do nada. Esses são axiomas, isto é, verdades incontestáveis. Ora, como se constata em cada um de nós a existência de forças e de poderes que não podem ser considerados como materiais, há a necessidade, para explicar sua causa, de se chegar a uma outra fonte além da matéria, a esse princípio que chamamos alma ou espírito.


Quando, descendo ao fundo de nós mesmos, querendo aprender a nos conhecer, a analisar nossas faculdades; quando, afastando de nossa alma a borra que a vida acumula, o espesso envelope de preconceitos, erros e sofismas que têm revestido nossa inteligência; penetrando nos recessos mais íntimos de nosso ser, encontramo-nos face a face com esses princípios augustos sem os quais não haveria grandeza para a humanidade: o amor ao bem, o sentimento de justiça e de progresso.


Esses princípios, que se encontram em diversos graus, tanto entre os ignorantes quanto entre os homens de gênio, não podem vir da matéria, desprovida que está de tais atributos. E se a matéria não possui essas qualidades, como poderia formar, sozinha, os seres que delas são dotados? O senso do belo e do verdadeiro, a admiração que sentimos pelas grandes e generosas obras, não poderia ter a mesma origem que a carne de nossos membros ou o sangue de nossas veias. Está lá, na sua maior parte, como os reflexos de uma luz sublime e pura que brilha em cada um de nós, da mesma forma que o sol se reflete sobre as águas, quer estejam perturbadas ou límpidas.


Em vão se pretende que tudo seja matéria. E apesar de que ainda que nos ressintamos de poderosos impulsos de amor e de bondade, já conseguimos amar a virtude, o devotamento, o heroísmo; o sentimento da beleza moral está gravado em nós; a harmonia das coisas e das leis nos penetra, nos arrebata. E, com tudo isso, nada nos distinguiria da matéria?


Sentimos, amamos, possuímos consciência, vontade e razão e procederíamos de uma causa que não encerra essas qualidades em nenhum grau, de uma causa que não sente, não ama nem conhece nada, que é cega e muda? Superiores à força que nos produziu, seríamos mais perfeitos e melhores que ela!


Uma tal maneira de ver não suporta um exame. O homem participa de duas naturezas. Por seu corpo, por seus órgãos, deriva da matéria; por suas faculdades intelectuais e morais, é espírito.


Dizendo ainda mais exatamente, relativamente ao corpo humano, os órgãos que compõem essa admirável máquina são semelhantes a rodas incapazes de agir sem um motor, sem uma vontade que as coloque em ação. Esse motor é a alma. Um terceiro elemento religa os dois outros, transmitindo aos órgãos as ordens do pensamento. Esse elemento é o perispírito, matéria etérea que escapa aos nossos sentidos. Envolve a alma, acompanha-a após a morte nas suas peregrinações infinitas, depurando-se, progredindo com ela, constituindo um corpo diáfano, vaporoso.


O espírito jaz na matéria como um prisioneiro em sua cela; os sentidos são as aberturas pelas quais se comunica com o mundo exterior. Mas, enquanto a matéria, cedo ou tarde, declina, periclita e se desagrega, o espírito aumenta em poder, fortifica-se pela educação e experiência. Suas aspirações se engrandecem, se estendem para além da túmulo; sua necessidade de saber, de conhecer e de viver não tem limites.


Tudo mostra que o ser humano pertence apenas temporariamente à matéria. O corpo não é senão uma vestimenta emprestada, uma forma passageira, um instrumento com a ajuda do qual a alma prossegue, nesse mundo, sua obra de depuração e de progresso. A vida espiritual é a vida normal, verdadeira, sem fim.



Léon Denis

Livro “O Porquê da Vida”


Outonos e primaveras...



Primavera é tempo de ressurreição. A vida cumpre o ofício de florescer ao seu tempo. O que hoje está revestido de cores precisou passar pelo silêncio das sombras. A vida não é por acaso. Ela é fruto do processo que a encaminha sem pressa e sem atropelos a um destino que não finda, porque é ciclo que a faz continuar em insondáveis movimentos de vida e morte. O florido sobre a terra não é acontecimento sem precedências. Antes da flor, a morte da semente, o suspiro dissonante de quem se desprende do que é para ser revestido de outras grandezas. O que hoje vejo e reconheço belo é apenas uma parte do processo. O que eu não pude ver é o que sustenta a beleza.


A arte de morrer em silêncio é atributo que pertence às sementes. A dureza do chão não permite que os nossos olhos alcancem o acontecimento. Antes de ser flor, a primavera é chão escuro de sombras, vida se entregando ao dialético movimento de uma morte anunciada, cumprida em partes.


A primavera só pode ser o que é porque o outono lhe embalou em seus braços. Outono é o tempo em que as sementes deitam sobre a terra seus destinos de fecundidade. É o tempo em que à morte se entregam, esperançosas de ressurreição. Outono é a maternidade das floradas, dos cantos das cigarras e dos assovios dos ventos. Outono é a preparação das aquarelas, dos trabalhos silenciosos que não causam alardes, mas que mais tarde serão fundamentais para o sustento da beleza que há de vir.


São as estações do tempo. São as estações da vida.


Há em nossos dias uma infinidade de cenas que podemos reconhecer a partir da mística dos outonos e das primaveras. Também nós cumprimos em nossa carne humana os mesmos destinos. Destino de morrer em pequenas partes, mediante sacrifícios que nos faz abraçar o silêncio das sombras...


Destino de florescer costurados em cores, alçados por alegrias que nos caem do céu, quando menos esperadas, anunciando que depois de outonos, a vida sempre nos reserva primaveras...


Floresçamos.


Padre Fábio de Melo

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