Não acrediteis em todos os espíritos


Caríssimos, não acrediteis em todos os Espíritos, mas provai se os Espíritos são de Deus, porque são muitos os falsos profetas, que se levantaram no mundo.” (João, Epístola I, cap. IV: 1)


Os fenômenos espíritas, longe de confirmarem os falsos cristos e os falsos profetas, como algumas pessoas gostam de dizer, vêm, pelo contrário, dar-lhes o último golpe. Não soliciteis milagres nem prodígios ao Espiritismo, porque ele declara formalmente que não os produz. Da mesma maneira que a Física, a Química, a Astronomia, a Geologia, revelaram as leis do mundo material, ele vem revelar outras leis desconhecidas, que regem as relações do mundo corpóreo com o mundo espiritual. Essas leis, tanto quanto as científicas, pertencem também à natureza. Dando, assim, a explicação de uma ordem de fenômenos até agora incompreendidos, o Espiritismo destrói o que ainda restava do domínio do maravilhoso.


Como se vê, os que fossem tentados a explorar esses fenômenos em proveito próprio, fazendo-se passar por enviado de Deus, não poderiam abusar por muito tempo da credulidade alheia, e bem logo seriam desmascarados. Aliás, como já ficou dito, esses fenômenos nada provam por si mesmos: a missão se prova por efeitos morais, que nem todos podem produzir. Esse é um dos resultados do desenvolvimento da ciência espírita, que pesquisando a causa de certos fenômenos, levanta o véu de muitos mistérios. Os que preferem a obscuridade à luz, são os únicos interessados em combatê-la. Mas a verdade é como o Sol: dissipa os mais densos nevoeiros.


O Espiritismo vem revelar outra categoria de falsos cristos e de falsos profetas, bem mais perigosa, e que não se encontra entre os homens, mas entre os desencarnados. É a dos Espíritos enganadores, hipócritas, orgulhosos e pseudo-sábios, que passaram da Terra para a erraticidade e se disfarçam com nomes veneráveis, para procurar, através da máscara que usam, tornar aceitáveis as suas ideias, frequentemente as mais bizarras e absurdas. Antes que as relações mediúnicas fossem conhecidas, eles exerciam a sua ação de maneira mais ostensiva, pela inspiração, pela mediunidade inconsciente, auditiva ou de incorporação. O número dos que, em diversas épocas, mas sobretudo nos últimos tempos, se apresentaram como alguns dos antigos profetas, como o Cristo, como Maria, e até mesmo como Deus, é considerável.


São João nos põe em guarda contra eles, quando adverte: “Meus bem amados, não acrediteis em todos os Espíritos, mas provai se os Espíritos são de Deus; porque muitos falsos profetas se têm levantado no mundo”. O Espiritismo nos oferece os meios de experimentá-los, ao indicar as características pelas quais se reconhecem os bons Espíritos, características sempre morais e jamais materiais. (Ver o Livro dos Médiuns, Caps. 24 e segs.). É sobretudo ao discernimento dos bons e dos maus Espíritos, que podemos aplicar as palavras de Jesus: “Reconhece-se a árvore pelos seus frutos; uma boa árvore não pode dar maus frutos, e uma árvore má, não pode dar bons frutos”. Julgam-se os Espíritos pela qualidade de suas obras, como a árvore pela qualidade de seus frutos.


Do 'Evangelho Segundo o Espiritismo' – Allan Kardec (Capítulo 21)


Materialização de Espíritos



(Espírito materializado Katie King, junto ao cientista Sir William Crookes)


Fenômeno mediúnico de efeitos físicos


As ações desenvolvidas pelos efeitos dessa mediunidade afetam o ambiente material e, por isso, são denominados de efeitos físicos. Os fenômenos de efeitos físicos resultam da ação dos espíritos sobre os fluidos até chegar a produzir resultados perceptíveis no mundo material. Os efeitos dessa mediunidade são percebidos por qualquer pessoa que os possa presenciar.


O efeito físico é o resultado da combinação dos fluidos do espírito, do o ectoplasma do médium e os fluidos do ambiente. Com esses três elementos o espírito gera o fenômeno, o anima e controla pelo pensamento.


Fluidos


André Luiz, no livro Domínios da Mediunidade, afirma que o fluido é um material leve e plástico, necessário para a materialização. Podemos dividi-lo em três elementos essenciais: fluidos A, representando as forças superiores e sutis da esfera espiritual (são, geralmente, os mais puros); fluidos B, nascidos da atuação dos companheiros encarnados e, muito notadamente, do médium; e fluidos C, constituindo energias tomadas à Natureza terrestre (são os mais dóceis).


Os Espíritos agem sobre os fluidos, intencionalmente ou não, conforme o esclarecimento e a evolução.


As formações fluídicas são geradas pelo pensamento e dependem da capacidade de cada um ter mais ou menos potencialidade de criar formas através da manipulação de fluidos.


Podem aglomerar, dirigir, modificar e até combinar entre si para obter resultados ou conferir-lhes propriedades.


É assim que, no campo espiritual, as “coisas” são plasmadas (formadas).


(Para saber mais sobre fluidos - CLIQUE AQUI)


Materialização (ou Ectoplasmia)


Fenômeno pelo qual os espíritos constroem algo material (objeto ou corpo) a partir da manipulação do ectoplasma, em combinação com os fluidos do ambiente e do espírito.


Para que o fenômeno de materialização de espíritos aconteça, é necessário a presença do médium de efeitos físicos e a presença de um componente especial denominado de ectoplasma.


Chama-se de médium de efeito físico aquele que tem a faculdade que permite ceder ectoplasma em quantidade suficiente para possibilitar aos espíritos o seu uso em combinação com outros fluidos (os do espírito e do ambiente), visando produzir ações e resultados sobre o mundo material.


O Ectoplasma


O ectoplasma é uma substância que se acredita que seja força nervosa e tem propriedades de interagir com o mundo físico. É um elemento amorfo, mas de grande potência e vitalidade, servindo de alavanca para interagir os planos físicos e espiritual. Infinitamente plástico, dá forma parcial ou total às entidades que se fazem visíveis.


É uma substância delicadíssima, que se situa entre o perispírito e o corpo físico, assim como um produto de emanações da alma pelo filtro do corpo, e é recurso peculiar não somente ao homem, mas a todas as formas da Natureza.


Pode ser usado pelo ser humano para liberá-lo, produzindo vários fenômenos. É de difícil manipulação, exige treinamento e técnicas para que os espíritos possam se utilizar desse fluido.


O médium em transe fornece o ectoplasma necessário para o fenômeno. O ectoplasma flui para fora do corpo do médium pelos orifícios naturais do organismo humano. Os espíritos combinam este ectoplasma com os fluidos retirados do ambiente (plantas, animais etc) e moldam as formas e os corpos desejados.


No processo de materialização, o corpo físico do médium, prostrado, sob o domínio dos técnicos do plano espiritual, expele o ectoplasma, qual pasta flexível, à maneira de uma geléia viscosa e semiliquida, através de todos os poros e, com mais abundância, pelos orifícios naturais - particularmente da boca, das narinas e dos ouvidos - com elevada percentagem a exteriorizar-se igualmente do tórax e das extremidades dos dedos.


Durante o fenômeno o médium apresenta sensível perda de peso (matéria) e sensações de frio. É desgastante e requer muito cuidado para que a experiência não afete a saúde do médium. Deve ser realizado em um ambiente escuro (a luz afeta o ectoplasma) e tranquilo, e não deve-se tocar no médium durante o transe.


Ao final da manifestação o corpo ou objeto materializado se dissolve e os seus elementos retornam aos corpos de origem.


Sugestão de livros que tratam sobre ectoplasma e materialização:


  • Análise das Coisas - Paul Gibier

  • A alma é Imortal- Gabriel Delane

  • Mediunidade - J. Herculano Pires

  • Libertação - André Luiz / Chico Xavier
  • Pensamento e Vontade - Ernesto Bozzano
  • Parapsicologia Hoje e Amanhã - J. Herculano Pires

  • Curso Dinâmico de Espiritismo - J. Herculano Pires

  • Domínios da Mediunidade - André Luiz / Chico Xavier

  • Evolução em Dois Mundos - André Luiz / Chico Xavier

  • Espirito, Perispírito e Alma - Hernani Guimarães Andrade


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(Materialização de Meimei)


Uma noite sentimos um delicioso perfume. Intimamente, achei que era o mesmo que Meimei costumava usar. Surpreendi-me quando subitamente percebi que o corredor ia se iluminando aos poucos, como se alguém caminhasse por ele portando uma lanterna. Subitamente a luminosidade extinguiu-se. Momentos depois a sala iluminou-se novamente. No centro dela havia como que uma estátua luminescente. Um véu cobria-lhe o rosto. Ergueu ambos os braços, e elegantemente, etereamente, o retirou, passando as mãos pela cabeça, fazendo cair uma linda cascata de cabelos pretos até a cintura. Era Meimei. Olhou-me, cumprimentou-me e dirigiu-se até onde eu estava sentado. Sua roupagem era de um tecido leve e transparente. Estava linda e donairosa. Levantei-me para abraçá-la e senti bater o seu coração espiritual. Beijamo-nos fraternalmente e ela acariciou meu rosto e brincou com minhas orelhas, como não podia deixar de ser. Ao elogiar sua beleza, a fragrância que emanava, a elegância dos trajes e sua tênue feminilidade, disse-me: “Ora, Meu Meimei, aqui também nos preocupamos com nossa apresentação pessoal. A ajuda aos nossos semelhantes, o trabalho fraterno faze-nos mais belos, e afinal de contas, eu sou sua mulher. Preparei-me para você, seu moço. Não iria gostar de uma Meimei feia!”


Texto de Arnaldo Rocha (viúvo de Meimei)

Trecho do livro “Chico Xavier - Mandato de Amor” (União Espírita Mineira - Belo Horizonte, 1992)



Fatos espíritas, mediunidade e espiritismo


Os fatos espíritas e a mediunidade não são exclusividade do Espiritismo...


As antecipações religiosas e filosóficas do Espiritismo se estendem ao longo de todo o passado humano. Kardec referiu-se a Sócrates e Platão como a uma poderosa fonte histórica, de que podia servir-se para reforçar a sua afirmação de que o Espiritismo provém da mais remota antiguidade. De outras vezes, porém, como vemos no Livro dos Espíritos, em artigos publicados na Revista Espírita, e em vários trechos de outros livros da codificação, Kardec lembra as ligações do Espiritismo com os mistérios mitológicos dos gregos, as religiões do Egito e da índia, e particularmente com o Druidismo celta, nas Gálias. Por toda parte, em todas as épocas, como acentua o codificador, “encontramos as marcas do Espiritismo”.


Segundo a denominação de Allan Kardec, “fatos espíritas” são todos os fenômenos causados pela intervenção de inteligências desencarnadas, ou seja, por espíritos. Kardec já havia esclarecido que os fatos espíritas são de todos os tempos, uma vez que a mediunidade é uma condição natural da espécie humana. Somente com o Espiritismo a mediunidade se define como uma condição natural da espécie humana, recebe a designação precisa de mediunidade e passa a ser tratada de maneira racional e científica.


Convém deixar bem clara a distinção entre fatos espíritas e doutrina espírita, para compreendermos o que Kardec dizia, ao afirmar que o Espiritismo está presente em todas as fases da história humana. Os fatos espíritas — assim chamados os fenômenos ou as manifestações mediúnicas — são de todos os tempos. As práticas mágicas ou religiosas, baseadas nessas manifestações, constituem o Mediunismo, pois são práticas mediúnicas. A doutrina espírita é uma interpretação racional das manifestações mediúnicas. Doutrina ao mesmo tempo científica, filosófica e religiosa, pois nenhum desses aspectos pode ser esquecido quando tratamos de fenômenos que se relacionam com a vida do homem na terra e sua sobrevivência após a morte, sua vida e seu destino espiritual.


É enorme a confusão feita pelos sociólogos neste assunto, seguindo de maneira desprevenida a confusão proposital feita pelos adversários do Espiritismo. Os estudos sociológicos do mediunismo referem-se sempre ao espiritismo. Entretanto, a palavra Espiritismo, criada por Allan Kardec, em 1857, e por ele bem explicada na introdução de O Livro dos Espíritos, designa uma doutrina por ele elaborada, com base na análise dos fenômenos mediúnicos e graças aos esclarecimentos que os Espíritos lhe forneceram, a respeito dos problemas da vida e da morte. As práticas do chamado “sincretismo religioso afro-brasileiro”, por exemplo, não são espíritas. O sincretismo religioso é um fenômeno sociológico natural. O Espiritismo é uma doutrina.


Defrontamo-nos, neste ponto, com uma complexidade que também tem dado margem a confusões. Os fatos mediúnicos são fatos espíritas, assim chamados pelo próprio Kardec, mas não são Espiritismo. Porque o Espiritismo se serve dos fatos mediúnicos como de uma matéria-prima, para a elaboração de seus princípios, ou como de uma força natural, que aproveita de maneira racional. Exatamente como a hidráulica se serve das quedas d'água ou do curso dos rios para a produção de energia.


Lembremos ainda, para evitar confusões, que os Espíritos não falavam a Kardec por meio de visões ou de outras formas místicas de revelação. Quando dizemos que os Espíritos Superiores ajudaram Kardec a elaborar O Livro dos Espíritos, os chamados “homens cultos” costumam torcer o nariz, lembrando que também a Bíblia, os Evangelhos e o Alcorão foram ditados por Deus ou por Espíritos. Acontece, porém, que as antigas escrituras pertencem às fases do mediunismo empírico, enquanto a codificação espírita pertence à fase da mediunidade positiva. Os Espíritos Superiores (superiores em conhecimento e refinamento espiritual, precisamente como os homens superiores), conversavam com Kardec e o auxiliavam através da prática mediúnica. Quer dizer: através de comunicações mediúnicas sujeitas a controle, e não de revelações místicas, aceitas de maneira emotiva.


Por outro lado, quando acentuamos a natureza racional do Espiritismo, não negamos o valor do sentimento. O velho debate filosófico entre razão e sentimento, traduzido no plano religioso pelo dualismo de razão e fé, encontra no Espiritismo a sua solução natural, pelo equilíbrio de ambos, na fórmula clássica de Kardec: “a fé raciocinada”. O Espiritismo representa o momento em que o Espiritualismo, superando as fases mágicas do seu desenvolvimento, atinge o plano da razão, define-se num esquema cartesiano de “idéias claras e distintas”.


Edição de textos do livro “O Espírito e o Tempo” - Herculano Pires


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Se consultamos as obras dos mais eminentes antropólogos e sociólogos, notamos que todos concordam em reconhecer que a crença na sobrevivência do espírito humano se mostra universal. Ernesto Bozzano


Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora. Jesus - João 16: 12.


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Para saber mais, leia “Fatos Espíritas”, por William Crookes.

Para fazer o download do livro, CLIQUE AQUI.


Nem sempre a notícia vem...




Caros irmãos! Estou aqui para tentar esclarecer alguns pontos.


Muitos andam em busca de notícias dos entes amados que já não se encontram mais entre vós e sim entre nós. Muitos colocam toda a sua fé numa linha que seja e que os façam reconhecer o ser amado.


Mas, nem sempre ela vem. Nem sempre temos notícias de quem se foi. E isso depende muito de vários fatores. Depende de merecimento, de condições psíquicas, de condições de saber como lidar com esta notícia.


Muitos procuram sem jamais encontrá-la. Pois, por algum motivo que não nos é revelado, não nos é permitido acesso a tais revelações. Será que todos estaríamos em condições de saber a verdade ? Notícias que faramn bem a uns, não seriam bem interpretadas por outros.


Deus em sua grande misericórdia e bondade, sabe a quem e porque deveria uma mensagem chegar.


Já nos bastaria crer que há vida após a morte. Que a morte não existe, que tudo continua e que é chegada a hora da colheita de tudo o que foi semeado. Muitos só acreditam quando algo concreto lhes é apresentado.


Feliz daquele que crê sem ter visto, sem ter provas disto. Oremos e levemos o pensamento até o ser que sentimos saudades. Troquemos com este ente amor, carinho e afeto e isso já faz a ligação entre os dois mundos, entre as duas almas.


Nossas ligações durante o sono ou não deixam uma sensação de bem estar. Muitas vezes não temos notícias simplesmente porque nosso afeto já retornou (já reencarnou) e às vezes está mais próximo do que imaginamos. Os laços afetivos, as afinidades e o amor conquistados com o espírito nunca se rompem. São eternos. Todos os espíritos são irmãos antes de serem genitores, tios, avós ou a pessoa amada.


Não é errado querer saber de quem já não está entre nós, mas isso não pode ser levado como uma simples curiosidade. Se a notícia não trouxer nada que acrescente além de matar a curiosidade, de que ela servirá ?! Tudo na vida só tem um fundamento se acrescenta, se faz bem; caso contrário, melhor que continue no esquecimento.


Nem sempre somos merecedores, nem sempre o ente tem condições de dar notícias, nem sempre essa comunicação traz paz e conforto. Portanto, amigos, confiemos na bondade do Pai Maior e deixemos que seja feita a vontade Dele, pois esta não corre o risco jamais de estar errada... Nossas vontades, muitas vezes, se realizadas, nada de bom trariam ao coração.


Oremos, acreditemos e esperemos com resignação notícias de nossos irmãos amados, sem, contudo, atrapalhar-lhes a evolução e o trabalho a que se prestam deste outro lado. Deus Nosso Pai sabe da necessidade de cada um de nós e nos dá de acordo com nosso merecimento e para o nosso bem.


Se nos é permitido mandar notícias, mandamos; se sois merecedores, recebereis. Mas tudo na vida tem um porque. Nada se faz sem propósito. E peçamos a Deus entendimento necessário para a falta de notícias ou pela não realização de todas as nossas vontades, que, por certo, são para o nosso bem.


Fiquem em paz e que o Mestre Querido conforte vossos corações e abrande a saudade. Uma noite de muitas paz e um sono tranquilo a todos que, durante o sono, as saudades possam ser amenizadas.


Assinado: Irmão Otávio

Sorocaba, Outubro de 2007.

Médium: S.A.O.G.


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...a morte também faz parte do sentido da vida e as respostas das quais precisamos nem sempre estão disponíveis quando queremos; mas sim quando precisamos. Marcos Grignolli


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Retirado do blog Partida e Chegada



Sobre mensagens de espíritos familiares


A Doutrina Espírita, através de estudos experimentais, esclareceu a respeito da comunicabilidade entre o Mundo Material e o Mundo Espiritual, elucidando o quanto este fenômeno é comum e natural, demonstrando que o intercâmbio sempre aconteceu, em todas as épocas da humanidade e em todas as civilizações.


À época da Codificação, a evocação de Espíritos era uma prática muito frequente, sendo utilizada por Allan Kardec para estudos diversos. Em algumas oportunidades, antigos membros da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas foram evocados e relataram sua situação no além-túmulo.

É bem verdade que diante da dor causada pela desencarnação de um ente querido, os Espíritos separados - encarnados e desencarnados - sentem saudade e a necessidade do reencontro, o que é plenamente possível.

Vejamos valiosa lição deixada por Chico Xavier neste sentido: Quando o seu trabalho de psicografia estava no auge, ele recebia inúmeros pedidos de parentes para receber mensagens dos entes queridos desencarnados. Chico, na sua humilde sabedoria, sempre evitou levar nomes para serem evocados para este fim e se justificava dizendo: “o telefone toca de lá para cá”.

No atual contexto do movimento espírita, a evocação dos espíritos está quase totalmente esquecida, dando-se preferência às manifestações espontâneas. Kardec informa, no capítulo XXV do Livro dos Médiuns, que devemos usar “as duas maneiras de agir” (evocações e espontaneidade), pois as duas “têm suas vantagens e só haveria inconveniente na exclusão de uma delas.”

No Livro dos Espíritos, a questão 935 explora este assunto. Na época, muitos consideravam que as comunicações de além-túmulo eram profanação. Os Espíritos da Codificação esclarecem que não há profanação nestas mensagens, desde que “haja recolhimento e quando a evocação seja praticada respeitosa e convenientemente.” Para reforçar esta opinião, os respondentes lembram dos Espíritos que acodem com prazer ao nosso chamado. Sentem-se felizes quando nos lembramos deles e por se comunicarem conosco.

Certamente este tipo de comunicação só deve ser praticada por grupos experientes, que tratam a questão com a seriedade devida. Caso contrário, permanecerão sob jugo de Espíritos enganadores e brincalhões, que existem por toda parte.

A Doutrina Espírita nos ensina que a possibilidade de comunicação vai depender da situação em que o Espírito se encontre. Alguns estão em estado de perturbação que não os permitem se comunicar, enquanto outros podem estar cumprindo tarefas importantes que os impedem de fazerem contato. Por isso devemos ter muita paciência e compreensão e aguardar o momento propício para que a comunicação aconteça. Os Espíritos que são desprendidos da matéria desde a vida terrena, tomam consciência de que estão fazendo parte da vida espírita bem cedo, porém aqueles que viveram preocupados apenas com seu lado material permanecem no estado de ignorância por longo tempo.

Emmanuel foi um grande defensor da espontaneidade em todas as comunicações com o invisível. Recomenda que o espírita-cristão deve encontrar na sua fé o mais alto recurso de cessação do egoísmo humano, ponderando quanto à necessidade de repouso daqueles a quem amou, esperando a sua palavra direta quando e como julguem os mentores espirituais conveniente e oportuno. Devemos pedir sem exigir, orar sem reclamar, observar sem pressa, considerando que a esfera espiritual nos conhece os méritos e retribuirá os nossos esforços de acordo com a necessidade de nossa posição evolutiva e segundo o merecimento de nosso coração.

Portanto, por todos estes fatores, embora seja possível se comunicar com entes queridos que já partiram, é importante que procuremos uma Casa Espírita onde os dirigentes sejam pessoas idôneas. Mesmo assim, é mais prudente tomarmos muito cuidado com as comunicações de parentes desencarnados, pois na maioria das vezes não há como identificar se ela é autêntica, principalmente se é dada por médiuns sem preparo para a tarefa. Frequentemente, Espíritos enganadores estão ligados a estes médiuns, brincando com a dor alheia ou então estimulando o ego do médium, emprestando a este uma importância que não tem.

No mais, lembremos que existe um meio muito comum de comunicação entre os dois planos da vida: através dos sonhos. Durante a emancipação provocada pelo sono, o Espírito encarnado tem ampliada sua sensibilidade e seus sentidos, podendo se encontrar e manter diálogos com os Espíritos desencarnados de sua afeição.


Edição de texto retirado do site OSGEFIC


Os Maus Espíritos



Há muitas classes de Espíritos maus?


- Há os Espíritos simplesmente inferiores, tais como os Espíritos levianos, imperfeitos, zombeteiros, que nossos pais chamavam de duendes, os brincalhões, e que gostam de travessuras de toda espécie; depois há os Espíritos perversos, que induzem os homens ao mal, pelo prazer de fazer o mal, e os que, como os Espíritos batedores, habitam as casas mal-assombradas.


Como vivem os Espíritos inferiores?


- Numa vida inquieta e atormentada; eles percorrem, sem destino certo, as regiões crepusculares da erraticidade, sem poderem compreender seu estado, nem achar seu caminho: é o que se chama de almas penadas.


Os Espíritos inferiores são nocivos?


- Alguns o são; e sua má influência sobre os homens deu lugar à crença nos demônios.


Os demônios, então, não existem?


- Não; há maus Espíritos, porém os que são chamados de demônios, ou espíritos eternamente maus, não existem; nem o mal, nem os maus podem ser eternos.


Como os homens podem entrar em relação com os maus Espíritos?


- Por meio dos fluidos e em virtude da lei de afinidade espiritual: “Quem se assemelha, se ajunta.”


Os maus Espíritos podem, então, exercer influência sobre os homens?


- Sim. Sobre os homens maus, que os invocam, ou sobre os homens fracos, que se entregam a eles; daí os frequentes fenômenos da possessão e da obsessão.



Que pensar do papel do demônio nas manifestações espíritas?


- O demônio não existe e não pode existir, porque, se ele existisse, Deus não existiria; um exclui necessariamente o outro.



Como assim?


- Se o demônio é eterno como Deus, há dois seres eternos. Ora a coexistência de duas eternidades é impossível; ela seria uma contradição na ordem metafísica. Esses dois deuses, um do bem, outro do mal, lembram a teoria oriental dos dois princípios: é uma reminiscência do dualismo dos maniqueus. Se, ao contrário, o demônio é uma criatura de Deus, Deus se torna responsável diante da humanidade de todo o mal que o demônio tem feito e fará ainda, eternamente. É a mais clamorosa injúria que se possa fazer a Deus, pois que é negar sua justiça e sua bondade. Há maus Espíritos, já o dissemos acima, que impelem ao mal o homem que a ele é propenso; mas o demônio, considerado como a personificação individual do mal, não existe.



Entretanto, a Igreja não ensina e afirma o caráter satânico de certas manifestações espíritas?


- A Igreja tem uma única palavra para explicar o que não compreende: Satã. No decorrer dos séculos, a Igreja sempre atribui a Satã todas as invenções do gênio, desde a do vapor às da estrada de ferro e da eletricidade. Está em sua lógica habitual e em sua característica dizer que os fenômenos do magnetismo e as revelações espíritas são obra de Satã. Todavia, apesar dos anátemas da Igreja, a ciência progride, o gênio do homem evolui e o Espiritismo se tornará à fé universal do futuro.



Retirado do livro 'Síntese Doutrinária' – Léon Denis


O suicídio de um ateu (Parte 2)



...CONTINUAÇÃO



O resultado dessas duas evocações, sendo transmitido à pessoa que nos pedira para fazê-las, recebemos dela a resposta seguinte:


Não podeis crer, senhor, o grande bem produzido pela evocação de meu sogro e de meu tio. Reconhecemo-los perfeitamente; sobretudo a escrita do primeiro tem uma analogia marcante com aquela que tinha quando vivo, tanto melhor que, durante os últimos meses que passou conosco, ela era brusca e indecifrável; nela se encontra a mesma forma das pernas das letras do parágrafo e de certas letras, principalmente os d, f, o, p, q, t.


Quanto às palavras, às expressões e ao estilo, é ainda mais surpreendente; para nós a analogia é perfeita, senão que está mais esclarecido sobre Deus, a alma e a eternidade que negava tão formalmente outrora.


Estamos perfeitamente convencidos de sua identidade; Deus nisso será glorificado pela vossa crença mais firme no Espiritismo e nossos irmãos, Espíritos ou viventes, com isso se tornarão melhores. A identidade de seu irmão não é menos evidente; com a diferença imensa do ateu ao crente, reconhecemos o seu caráter, o seu estilo, as suas formas de frases; uma palavra sobretudo nos surpreendeu, é a de panacéia; era a sua palavra habitual; ele a dizia e repetia a todos e a cada instante.


Comuniquei essas duas evocações a várias pessoas que se surpreenderam com a sua veracidade; mas os incrédulos, aqueles que partilham as opiniões de meus dois parentes, gostariam de respostas ainda mais categóricas; que o Sr. D..., por exemplo, precisasse o lugar onde foi enterrado, aquele onde se afogou, de qual maneira fez isso etc.


Para satisfazê-los e convencê-los, não poderíeis evocá-lo de novo, e, nesse caso, poderíeis dirigir-lhe as perguntas seguintes: Onde e quando se cumpriu o seu suicídio? Quanto tempo ele permaneceu sob a água? - Em que lugar seu corpo foi encontrado? - Em que lugar foi enterrado? – De que maneira, civil e religiosa, foi procedida a sua inumação? Etc.


Consenti, eu vos peço, senhor, fazer responder categoricamente a estas perguntas que são essenciais para aqueles que ainda duvidam; estou persuadido do bem imenso que isso produzirá. Espero que a minha carta vos chegue amanhã, sexta-feira, a fim de que possais fazer essa evocação na sessão da Sociedade que deve ocorrer nesse dia... etc.”


Reproduzimos esta carta, por causa de um fato de identidade que ela constata; a ela juntamos a resposta que demos, para a instrução de pessoas que não estão familiarizadas com as comunicações de além-túmulo:


... As perguntas que pedis para serem dirigidas de novo ao Espírito de vosso sogro, são, sem dúvida, ditadas por uma louvável intenção, a de convencer incrédulos; porque, em vós não se mistura nenhum sentimento de dúvida e de curiosidade; mas, um mais perfeito conhecimento da ciência espírita vos faria compreender que elas são supérfluas.


Primeiro, pedindo-me para responder categoricamente ao senhor vosso padrasto, ignorais sem dúvida que não se governa os Espíritos à vontade; eles respondem quando querem, como querem, e, freqüentemente, como podem; a sua liberdade de ação é ainda maior do que quando vivos, e têm mais meios para escaparem ao constrangimento moral do que se poderia exercer sobre eles.


As melhores provas de identidade são aquelas que eles dão espontaneamente, por sua própria vontade, ou que nascem de circunstâncias, e é, na maioria do tempo, em vão que se procure provocá-los. Vosso parente provou a sua identidade de maneira irrecusável, segundo vós; é, pois, mais que provável que recusaria responder a perguntas que, com razão, pode olhar como supérfluas e tendo em vista satisfazer a curiosidade de pessoas que lhe são indiferentes.


Ele poderia responder, como freqüentemente fazem outros Espíritos em semelhante caso: “Por que me perguntar coisas que sabeis?” Acrescentarei mesmo que o estado de perturbação e de sofrimento, em que se encontra, deve lhe tornar mais penosas as procuras desse gênero; é absolutamente como se se quisesse constranger um enfermo que pode com dificuldade pensar e falar, a contar detalhes de sua vida; isso seria, seguramente, faltar à consideração que se deve em sua posição.


Quanto ao resultado que esperais, seria nulo, estejais disto persuadido. As provas de identidade que foram fornecidas têm um valor bem maior, por isso mesmo que são espontâneas e que nada podia colocar sobre o caminho; se os incrédulos com elas não estão satisfeitos, não o estariam mais, talvez menos ainda, por perguntas previstas e que poderiam suspeitar de conivência.


Há pessoas a quem nada pode convencer; elas veriam com seus olhos o Sr. vosso sogro em pessoa, e se diriam um joguete de alucinação. O que há de melhor a fazer com eles é deixá-los tranqüilos e não perder seu tempo com discursos supérfluos; não há senão que lamentá-los, porque não aprenderão senão muito depressa, às suas custas, o que custa por ter recusado a luz que Deus lhes enviava; é contra estes, sobretudo, que Deus faz manifestar-se a severidade.


Duas palavras ainda, senhor, sobre o pedido que me fazeis de fazer essa evocação, no mesmo dia em que recebesse a vossa carta. As evocações não se fazem assim com uma varinha; os Espíritos não respondem sempre ao nosso chamado; é necessário, para isso, que possam ou que queiram; é necessário, além do mais, um médium que lhes convenha e que tenha aptidão especial necessária; que esse médium esteja disponível no momento dado; que o meio seja simpático ao Espírito etc. Todas as circunstâncias pelas quais não se pode nunca responder, e que importa de conhecer quando se quer fazer a coisa seriamente.”


Fonte: Revista Espírita (Fevereiro de 1861) – Allan Kardec

(Conversas familiares de além-túmulo)


O suicídio de um ateu (Parte 1)



O Sr. J. B. D., evocado a pedido de um de seus pais, era um homem instruído, mas imbuído ao último grau de idéias materialistas, não crendo nem em sua alma nem em Deus. Afogou-se voluntariamente há dois anos.


1. Evocação.


R. Eu sofro! Sou condenado.


2. Fomos rogados a vos chamar, da parte de um de vossos parentes, que deseja conhecer a vossa sorte; quereis nos dizer se a nossa evocação vos é agradável ou penosa?


R. Penosa.


3. A vossa morte foi voluntária?


R. Sim.


Nota: O Espírito escreveu com extrema dificuldade; a escrita era muito grande, irregular, convulsiva e quase ilegível. No seu início, mostra cólera, quebra um lápis e rasga o papel.


4. Tende mais calma; todos nós rogamos a Deus por vós.


R. Eu sou forçado em acreditar em Deus.


5. Que motivo pôde vos levar a vos destruir?


R. Aborrecimento da vida sem esperança.


Nota: Concebe-se o suicídio quando a vida é sem esperança; quer-se escapar da infelicidade a todo preço; com o Espiritismo, o futuro se abre e a esperança se legitima; o suicida não tem, pois, mais objetivo: bem mais, reconhece-se que, por esse meio, não se escapa de um mal senão para cair em um outro que é cem vezes pior. Eis porque o Espiritismo já arrancou tantas vítimas à morte involuntária. Estão, pois, errados, e são sonhadores aqueles que procuram, antes de tudo, o fim moral e filosófico? São culpáveis aqueles que se esforçam em acreditar por sofismas científicos, e supostamente em nome da razão, essa idéia desesperadora, fonte de tantos males e de crimes, que tudo acaba com a vida! Serão responsáveis, não só pelos seus próprios erros, mas de todos os males dos quais tiverem sido a causa.


6. Quisestes escapar às vicissitudes da vida; com isso ganhastes alguma coisa? Sois mais feliz agora?


R. Por que o nada não existe?


7. Quereis ser bastante bom para nos descrever a vossa situação, o melhor que puderdes.


R. Eu sofro por estar obrigado a crer em tudo o que negava. A minha alma está como num braseiro; ela está horrivelmente atormentada.


8. De onde vos vieram as idéias materialistas que tínheis quando vivo?


R. Numa outra existência, eu fui mau, e o meu Espírito estava condenado a sofrer os tormentos da dúvida durante a minha vida; também me matei.


Nota: Há aqui toda uma ordem de idéias. Pergunta-se, freqüentemente, como pode haver materialista, uma vez que tendo já passado pelo mundo espírita dever-se-ia ter dele a intuição; ora, é precisamente essa intuição que é recusada, como castigo a certos Espíritos que conservaram o seu orgulho, e não se arrependeram de suas faltas. A Terra, é preciso que não se esqueça, é um lugar de expiação; eis porque ela encerra tantos maus Espíritos encarnados.


9. Quando vos afogastes, que pensáveis que vos adviria? Que reflexões fizestes naquele momento?


R. Nenhuma; era o nada para mim. Vi depois que não tendo cumprido a minha pena, sofri toda a minha condenação, e a irei ainda muito sofrer.


10. Agora estais bem convencido da existência de Deus, da alma e da vida futura?


R. Ai de mim! Não sou senão muito atormentado por isso!


11. Tornastes a ver a vossa mulher e o vosso irmão?


R. Oh! Não.


12. Por que isso?


R. Por que reunir os nossos tormentos? Exila-se na infelicidade, não se reúne senão na felicidade; ai de mim!


13. Ficaríeis satisfeito em rever o vosso irmão, que poderíamos chamar aqui, ao vosso lado?


R. Não, não; eu estou muito baixo.


14. Por que não quereis que o chamemos?


R. É que ele não é feliz, ele não mais do eu.


15. Temeis a sua visão; entretanto, isso poderia vos fazer bem?


R. Não; mais tarde.


16. Vosso parente me pede para vos perguntar se assististes ao vosso enterro, e se ficastes satisfeito com o que ele fez nessa ocasião?


R. Sim.


17. Desejais lhe dizer alguma coisa?


R. Que se ore um pouco por mim.


18. Parece que na sociedade que freqüentáveis, algumas pessoas partilham as opiniões que tínheis quando vivo; teríeis alguma coisa a lhes dizer a esse respeito?


R. Ah! Os infelizes! Possam crer em uma outra vida! É o que posso desejar-lhes de mais feliz; poderiam compreender a minha triste posição, isso os faria refletir muito.


Evocação do irmão do precedente, professando as mesmas idéias, mas que não se suicidou. Embora infeliz, é mais calmo; sua escrita é limpa e legível.


19. Evocação.


R. Possa o quadro de nossos sofrimentos vos ser uma lição útil, e vos persuadir de que existe uma outra vida, onde se expiam as suas faltas, a sua incredulidade!


20. Vós e o vosso irmão que acabamos de chamar vos vedes reciprocamente?


R. Não, ele me foge.


21. Estais mais calmo do que ele; poderíeis nos dar uma descrição mais precisa dos vossos sofrimentos?


R. Sobre a Terra não sofreis em vosso amor-próprio, em vosso orgulho, quando sois obrigado a convir com os vossos erros? O vosso Espírito não se revolta ao pensamento de vos humilhar diante daquele que vos demonstrou que estais no erro? Pois bem! O que credes que sofre o Espírito que, durante toda uma existência, persuadiu-se de que nada existe depois dele, que ele tem razão contra todos? Quando de repente se encontra em face da estrondosa verdade, ele é aniquilado, humilhado. A isso vem se juntar o remorso por ter podido, por tanto tempo, esquecer a existência de um Deus tão bom, tão indulgente. Seu estado é insuportável; não encontra nem calma, nem repouso; não reencontrará um pouco de tranqüilidade senão no momento em que a graça santa, quer dizer, o amor de Deus, o tocar, porque o orgulho se apodera de tal modo do nosso Espírito, que o envolve inteiramente, e é preciso ainda muito tempo para se desfazer dessa vestimenta fatal; o que não é senão as preces de nossos irmãos que pode nos ajudar a dele nos desembaraçarmos.


22. Quereis falar dos vossos irmãos vivos ou em Espírito?


R. De uns e de outros.


23. Enquanto conversávamos com o vosso irmão, uma pessoa aqui presente orou por ele; essa prece lhe foi útil?


R. Ela não estará perdida. Se ele recusa a graça agora, isso lhe virá, quando estiver em estado de recorrer a esta divina panacéia.


Fonte: Revista Espírita (Fevereiro de 1861) – Allan Kardec

(Conversas familiares de além-túmulo)


CONTINUA...

Consultar Espíritos...



Você pode consultar os espíritos para mim?


Esta pergunta é muitas vezes dirigida aos espíritas. Imaginam, os que desconhecem o Espiritismo, que os centros espíritas são autênticos consultórios do além. Meros equívocos.


Vamos por partes. Diz o codificador da Doutrina Espírita que toda pessoa que sente, em qualquer grau, a influência dos espíritos, é por esse fato, médium. Está correto, pois a mediunidade é um dom humano presente em todas as criaturas humanas e não exclusiva dos espíritas.


Ocorre que, por mera questão de entendimento, são considerados médiuns aqueles que ostensivamente são utilizados pelos espíritos como intermediários de suas manifestações.


Vale dizer que essas manifestações ocorrem de inúmeras formas (psicografia, psicofonia, vidência, audiência etc.) e que os espíritos nada mais são do que as criaturas humanas antes e depois da morte, guardando consigo suas conquistas morais e intelectuais. Este fato, por si só, já indica que os espíritos se apresentam nas manifestações de acordo com a moral e intelecto que possuem.


Portanto, o processo de consulta aos espíritos é algo que requer muita prudência, bom senso e redobrados cuidados. Afinal, eles não estão aí para satisfazer curiosidades ou resolver problemas materiais. Aconselham sim, sempre com muita reserva, atendem muitas vezes cuidados com a saúde, mas abstêm-se de informações de cunho material. Somente respondem a estas questões espíritos ignorantes, estouvados ou propensos a brincadeiras.


Por outro lado, é preciso sempre lembrar que os médiuns, espíritas ou não, são pessoas comuns, apenas dotados da faculdade de intercâmbio com o mundo espiritual.


A mediunidade é uma autêntica ferramenta de trabalho para o bem da coletividade. Seu uso independe da idade, sexo, crença ou condição social, mas o fator moral de seu portador é fator determinante para sua prática equilibrada e condizente com sua autêntica finalidade de auxílio aos seres humanos.


Seu desenvolvimento obedece a programação prévia estabelecida antes da reencarnação, mas é aqui mesmo, no plano terreno, que a dedicação, a disciplina, a fidelidade aos princípios humanitários e cristãos, a farão grandiosa e a constituirá em benção para seu portador e beneficiados de sua atuação.


Por estas razões todas, a consulta aos espíritos é questão absolutamente secundária. Já temos a teoria à disposição, para estudar e compreender. E ao mesmo tempo, o comportamento ético e moralizado dará guarida à sua expansão e uso correto.


Os espíritos vivem ajudando as criaturas humanas. Fazem-no pela intuição, através dos sonhos, pela presença constante ao nosso lado – desde que com eles estejamos sintonizados pelo bom comportamento e pelos bons pensamentos ou pela aquisição permanente de virtudes – e pelo próprio entendimento que já possuem (os esclarecidos), da importância da solidariedade.



Orson Peter Carrara

Retirado do site Grupo Espírita Renascer



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Não viva pedindo orientação espiritual, indefinidamente. Se você já possui duas semanas de conhecimento cristão, sabe, à saciedade, o que fazer”. André Luiz

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