Falando sobre o Cigarro...


Olá amigos!


Bom, acredito que muitos saibam que hoje, dia 31 de maio, comemora-se o DIA MUNDIAL SEM TABACO - criado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) com o intuito de sensibilizar o maior número
possível de pessoas sobre os males causados pelo consumo do tabaco e seus derivados.


Na verdade, creio que um “dia sem tabaco” está longe de ser uma realidade ainda, visto que são muitas as pessoas que fumam e, infelizmente, não cogitam a possibilidade de parar com esse vício, ou porque não querem, ou porque não conseguem...


Mas, foi pensando nisso, que os meus amigos NANA e NANDO resolveram promover, no dia de hoje, mais uma blogagem coletiva (Blogosfera contra o Tabaco), e eu resolvi dar uma pequena colaboração, trazendo para este blog um texto que eu já havia colocado lá no blog Magnetismo, onde Emmanuel fala sobre os efeitos do cigarro sobre o perispírito de quem fuma.


Portanto, meus amigos, convido todos a refletirem sobre esse péssimo hábito, que só nos traz malefícios, não só para o nosso corpo físico, mas também ao corpo espiritual. E que não afeta só a quem fuma, mas a quem está por perto também!


Para entender melhor o mecanismo pelo qual o cigarro afeta o nosso corpo físico, acesse ESTE LINK, também do blog Magnetismo.


Abraços a todos!



Para entender melhor:


Perispírito: A palavra “perispírito” foi empregada pela primeira vez por Allan Kardec, no item 93 de “O Livro dos Espíritos”. André Luiz chama-o de “psicossoma e, também, “corpo espiritual” - lembrando, aliás, a designação do apóstolo Paulo de Tarso, em sua
primeira Epístola aos Coríntios (15:44).


O perispírito pode ser definido como um veículo intermediário entre o Espírito e a matéria.
É o traço de união entre a vida corpórea e a vida espiritual.


Quando um Espírito reencarna, é pelo perispírito que se liga à matéria. Isso porque o Espírito é imaterial, necessitando de um intermediário, para que possa manifestar-se no mundo físico. É um envoltório semi-material do espírito.







Como descreveria a ação dos componentes do cigarro no perispírito de quem fuma?


Emmanuel: As sensações do fumante inveterado, no Mais Além, são naturalmente as da angustiosa sede de recursos tóxicos a que se habituou no Plano Físico, de tal modo obsecante que as melhores lições e surpresas da Vida Maior lhe passam quase que inteiramente desapercebidas, até que se lhe normalizem as percepções.


O assunto, no entanto, no capítulo da saúde corpórea, deveria ser estudado na Terra mais atenciosamente, de vez que a resistência orgânica decresce consideravelmente com o hábito de fumar, favorecendo a instalação de moléstias que poderão ser claramente evitáveis.


A necropsia do corpo cadaverizado de um fumante em confronto com o de uma pessoa sem esse hábito estabelece clara diferença.


A ação negativa do cigarro sobre o perispírito do fumante prossegue após a morte do corpo físico? Até quando?



Emmanuel:
O problema da dependência continua até que a impregnação dos agentes tóxicos nos tecidos sutis do corpo espiritual ceda lugar à normalidade do envoltório perispirítico, o que, na maioria das vezes, tem a duração do tempo correspondente ao tempo que o hábito perdurou na existência física do fumante.


Quando a vontade do interessado não está suficientemente desenvolvida para arredar de si o costume inconveniente, o tratamento dele, no Mundo Espiritual, ainda exige quotas diárias de sucedâneos dos cigarros comuns, com ingredientes análogos aos cigarros terrestres, cuja administração ao paciente diminui gradativamente, até que ele consiga viver sem qualquer dependência do fumo.



Respostas de Emmanuel, através do médium Chico Xavier, dadas em entrevista feita pelo jornalista Fernando Worm, em agosto de 1978, inserida no livro ‘Lições de Sabedoria’ - Chico Xavier - nos 23 anos da Folha Espírita, escrito por Marlene R. S. Nobre.


Jesus, Alegria dos Homens (Bach)



Amigos, continuando o tema do post de ontem, hoje quero compartilhar com vocês essa bela música, uma de minhas clássicas favoritas: Jesus, Alegria dos Homens, de Johann Sebastian Bach.


Eu já havia visto no ano passado este vídeo com uma bela interpretação, pelo grupo Celtic Woman, no blog da Lusófona (Palavras Articuladas), e agora trago para cá, espero que gostem!


Agora, depois de assistirem esse belo vídeo, ouvir essas lindas vozes e ler essa maravilhosa letra, me digam: isso tudo poderia ter sido feito sem uma inspiração Divina?...


Que Jesus nos abençoe sempre! :)


Abraços a todos e bom final de semana!






Texto em Português


Jesus continua sendo minha alegria,
o conforto e a seiva do meu coração.
Jesus refreia a minha tristeza,
Ele é a força da minha vida
É o deleite e o sol dos meus olhos,
O tesouro e a grande felicidade da minha alma,
Por isso, eu não deixarei ir Jesus
do meu coração e da minha presença.

(Coral nº 10 da Cantata BWV 147)


Bem-aventurado sou, porque tenho Jesus.
Oh, quão firmemente eu o seguro,
Para que traga refrigério ao meu coração,
quando estou triste e abatido.
Eu tenho Jesus, que me ama
e se confia a mim.
Ah! Por isso não o deixarei,
Mesmo que meu coração se quebre.

(Coral nº 6 da Cantata BWV 147)


Texto original em Alemão


Jesus bleibet meine Freude,
meines Herzens Trost und Saft,
Jesus wehret allem Leide,
er ist meines Lebens Kraft,
meiner Augen Lust und Sonne,
meiner Seele Schatz und Wonne;
darum lass' ich Jesum nicht
aus dem Herzen und Gesicht.

(de BWV 147, movimento coral nº 10)


Wohl mir, dass ich Jesum habe,
o wie feste halt' ich ihn,
dass er mir mein Herze labe,
wenn ich krank und traurig bin.
Jesum hab' ich, der mich liebet
und sich mir zu eigen giebet,
ach drum lass' ich Jesum nicht,
wenn mir gleich mein Herze bricht.

(de BWV 147, movimento coral nº 6)

Arte




Que é a Arte?


Emmanuel - A Arte pura é a mais elevada contemplação espiritual por parte das criaturas. Ela significa a mais profunda exteriorização do ideal, a divina manifestação desse “mais além” que polariza as esperanças da alma.


O artista verdadeiro é sempre o “médium” das belezas eternas e o seu trabalho, em todos os tempos, foi tanger as cordas mais vibráteis do sentimento humano, alçando-o da Terra para o Infinito e abrindo, em todos os caminhos, a ânsia dos corações para Deus, nas suas manifestações supremas de beleza, de sabedoria, de paz e de amor.


Todo artista pode ser também um missionário de Deus?


Emmanuel - Os artistas, como os chamados sábios do mundo, podem enveredar, igualmente, pelas cristalizações do convencionalismo terrestre, quando nos seus corações não palpite a chama dos ideais divinos, mas, na maioria das vezes, têm sido grandes missionários das idéias, sob a égide do Senhor, em todos os departamentos da atividade que lhes é própria, como a literatura, a música, a pintura, a plástica.


Sempre que a sua arte se desvencilha dos interesses do mundo, transitórios e perecíveis, para considerar tão-somente a luz espiritual que vem do coração uníssono com o cérebro, nas realizações da vida, então o artista é um dos mais devotados missionários de Deus, porquanto saberá penetrar os corações na paz da meditação e do silêncio, alcançando o mais alto sentido da evolução de si mesmo e de seus irmãos em humanidade.


Os Espíritos desencarnados cuidam igualmente dos valores artísticos no plano invisível para os homens?


Emmanuel - Temos de convir que todas as expressões de arte na Terra representam traços de espiritualidade, muitas vezes estranhos à vida do planeta.


Através dessa realidade, podereis reconhecer que a arte, em qualquer de suas formas puras, constitui objeto da atenção carinhosa dos invisíveis, com possibilidades outras que o artista do mundo está muito longe de imaginar.


No Além, é com o seu concurso que se reformam os sentimentos mais impiedosos, predispondo as entidades infelizes às experiências expiatórias e purificadoras. E é crescendo nos seus domínios de perfeição e de beleza que a alma envolve para Deus, enriquecendo-se nas suas sublimadas maravilhas.


Pode alguém fazer-se artista tão-só pela educação especializada em uma existência?


Emmanuel - A perfeição técnica, individual de um artista, bem como as suas mais notáveis características, não constituem a resultante das atividades de uma vida, mas de experiências seculares na Terra e na esfera espiritual, porquanto o gênio, em qualquer sentido, nas manifestações artísticas mais diversas, é a síntese profunda de vidas numerosas, em que a perseverança e o esforço se casaram para as mais brilhantes florações da espontaneidade.


Como devemos compreender o gênio?


Emmanuel - O gênio constitui a súmula dos mais longos esforços em múltiplas existências de abnegação e de trabalho, na conquista dos valores espirituais.


Entendendo a vida pelo seu prisma real, muita vez desatende ao círculo estreito da vida terrestre, no que se refere às suas fórmulas convencionais e aos seus preconceitos, tornando-se um estranho ao seu próprio meio, por suas qualidades superiores e inconfundíveis.


Esse é o motivo por que a ciência terrestre, encarcerada nos cânones do convencionalismo, presume observar no gênio uma psicose condenável, tratando-o, quase sempre, como a célula enferma do organismo social, para glorificá-lo, muitas vezes, depois da morte, tão logo possa apreender a grandeza da sua visão espiritual na paisagem do futuro.


Com tantas qualidades superiores para o bem, pode o artista de gênio transformar-se em instrumento do mal?


Emmanuel - O homem genial é como a inteligência que houvesse atingido as mais perfeitas condições de técnica realizadora, por haver alcançado os elementos da espontaneidade; essa aquisição, porém, não o exime da necessidade de progredir moralmente, iluminando a fonte do coração.


Em vista de numerosas organizações geniais não haverem alcançado a culminância de sentimento é que temos contemplado, muitas vezes, no mundo, os talentos mais nobres encarcerados em tremendas obsessões, ou anulados em desvios dolorosos, porquanto, acima de todas as conquistas propriamente materiais, a criatura deve colocar a fé, como o eterno ideal divino.


Como poderemos entender o psiquismo dos artistas, tão diferente do que caracteriza o homem comum?


Emmanuel - O artista, de um modo geral, vive quase sempre mais na esfera espiritual que propriamente no plano terrestre.


Seu psiquismo é sempre a resultante do seu mundo íntimo, cheio de recordações infinitas das existências passadas, ou das visões sublimes que conseguiu apreender nos círculos de vida espiritual, antes da sua reencarnação no mundo.


Seus sentimentos e percepções transcendem aos do homem comum, pela sua riqueza de experiências no pretérito, situação essa que, por vezes, dá motivos à falsa apreciação da ciência humana, que lhe classifica os transportes como neurose ou anormalidade, nos seus erros de interpretação.


É que, em vista da sua posição psíquica especial, o artista nunca cede às exigências do convencionalismo do planeta, mantendo-se acima dos preconceitos contemporâneos, salientando-se que, muita vez, na demasia de inconsideração pela disciplina, apesar de suas qualidades superiores, pode entregar-se aos excessos nocivos à liberdade, quando mal dirigida ou falsamente aproveitada.


Eis por que, em todas as situações, o ideal divino da fé será sempre o antídoto dos venenos morais, desobstruindo o caminho da alma para as conquistas elevadas da perfeição.


No caso dos artistas que triunfaram sem qualquer amparo do mundo e se fizeram notáveis tão-só pelos valores da sua vocação, traduzem suas obras alguma recordação da vida no Infinito?


Emmanuel - As grandes obras-primas da arte, na maioria das vezes, significam a concretização dessas lembranças profundas. Todavia, nem sempre constituem um traço das belezas entrevistas no Além pela mentalidade que as concebeu, e sim recordações de existências anteriores, entre as lutas e as lágrimas da Terra.


Certos pintores notáveis, que se fizeram admirados por obras levadas a efeito sem os modelos humanos, trouxeram à luz nada mais nada menos que as suas próprias recordações perdidas no tempo, na sombra apagada da paisagem de vidas que se foram.


Relativamente aos escritores, aos amigos da ficção literária, nem sempre as suas concepções obedecem à fantasia, porquanto são filhas de lembranças inatas, com as quais recompõem o drama vivido pela sua própria individualidade nos séculos mortos.


O mundo impressivo dos artistas tem permanentes relações com o passado espiritual, de onde extraem eles o material necessário à construção espiritual de suas obras.


O grandes músicos, quando compõem peças imortais, podem ser também influenciados por lembranças de uma existência anterior?


Emmanuel - Essa atuação pode verificar-se no que se refere às possibilidades e às tendências, mas, no capítulo da composição, os grandes músicos da Terra, com méritos universais, não obedecem a lembranças do pretérito, e sim a gloriosos impulsos das forças do Infinito, porquanto a música na Terra é, por excelência, a arte divina.


As óperas imortais não nasceram do lodo terrestre, mas da profunda harmonia do Universo, cujos cânticos sublimes foram captados parcialmente pelos compositores do mundo, em momentos de santificada inspiração.


Apenas desse modo podereis compreender a sagrada influência que a música nobre opera nas almas, arrebatando-as, em quaisquer ocasiões, às idéias indecisas da Terra, para as vibrações do íntimo com o Infinito.


De modo geral, todos os homens terão de buscar os valores artísticos para a personalidade?


Emmanuel - Sim; através de suas vidas numerosas a alma humana buscará a aquisição desses patrimônios, porquanto é justo que as criaturas terrenas possam levar da sua escola de provações e de burilamento, que é o planeta, todas as experiências e valores, suscetíveis de serem encontrados nas lutas da esfera material.



Emmanuel

(Da Obra “O Consolador” – Psicografado por Francisco Cândido Xavier – Ed. FEB)



Imagem que ilustra o post: Self-Portrait in the Studio’ (Salvador Dalí - 1919)


O Umbral (Parte 3 de 3)



Organização das cidades espirituais dentro do Umbral


Para muitas criaturas, é difícil compreender a arregimentação inteligente dos Espíritos perversos. Entretanto, é lógica e natural. Se ainda nos situamos distantes da santidade, não obstante os propósitos superiores que já nos orientam, que dizer dos irmãos infelizes que se deixaram prender sem resistência, às teias da ignorância e da maldade?


Não conhecem região mais elevada que a esfera carnal, a que inda se ajustam por laços vigorosos. Enleados em forças de baixo padrão vibratório, não apreendem a beleza da vida superior e, enquanto mentalidades frágeis e enfermiças se dobram humilhadas, os gênios da impiedade lhes traçam diretrizes, enfileirando-as em comunidades extensas e dirigindo-as em bases escuras de ódio aviltante e desespero silencioso.


Organizam, assim, verdadeiras cidades, em que se refugiam falanges compactas de almas que fogem envergonhadas de si mesmas, ante quaisquer manifestações da divina luz. Filhos da revolta e da treva aí se aglomeram, buscando preservar-se e escorando-se, aos milhares, uns nos outros...


Agrupam-se em cidades, pequenas vilas ou núcleos.


O melhor prédio é para o chefe, há o local para as festas e o salão de julgamento ou audiências. A maioria delas tem biblioteca com livros de magia e obscenos. Livros e revistas em sua maioria também editados na Terra. Só que os encarnados têm livros e revistas bons e maus, e lá só há os ruins.



Núcleos


Núcleos são agrupamentos de espíritos. Alguns núcleos, como o dos suicidas, ficam quase sempre em vales e são visitados tanto por socorristas como pelos maus, que vão atormentar mais ainda os que lá vivem.


A maioria deles tem denominação dada por seus habitantes. Algumas são interessantes, outras ridículas ou obscenas. Existe um núcleo de alcoólatras que se chama ‘Barril Grande’. Possui algumas casas emendadas umas nas outras. Há o chefe, e ali vivem outros escravos, mas não há torturados. Seus moradores também gostam de vagar entre os encarnados e embriagar-se com eles.


Núcleos de drogados constituem-se quase sempre em pequenas cidades. Em certas localidades são cidades grandes, fechadas e movimentadas, onde fazem grandes festas. Existe um local de drogados chamado ‘Vale das Bonecas’. Nele há casas e um grande laboratório.


Semelhantes se afinam e se constituem em núcleos de ladrões, de assassinos etc.



Trevas / Abismos


Chamamos Trevas às regiões mais inferiores que conhecemos.


Considere as criaturas como itinerantes da vida. Alguns poucos seguem resolutos, visando ao objetivo essencial da jornada. São os espíritos nobilíssimos, que descobriram a essência divina em si mesmos, marchando para o alvo sublime, sem vacilações. A maioria, no entanto, estaciona. Temos então a multidão de almas que demoram séculos e séculos, recapitulando experiências. Os primeiros seguem por linhas retas. Os segundo caminham descrevendo grandes curvas. Nessa movimentação, repetindo marchas e refazendo velhos esforços, ficam à mercê de inúmeras vicissitudes. Assim é que muitos costumam perder-se em plena floresta da vida, perturbados no labirinto que tracejam para os próprios pés. Classificam-se, aí, os milhões de seres que perambulam no Umbral. Outros, preferindo caminhar às escuras, pela preocupação egoísta que os absorve, costumam cair em precipícios, estacionando no fundo do abismo por tempo indeterminado.


Às densas trevas em torno somente aportam as consciências que se entenebreceram nos crimes deliberados, apagando a luz do equilíbrio em si mesmas. Nestas regiões inferiores não transitam as almas simples, em qualquer aflição purgativa, situadas que se encontram nos erros naturais das experiências primárias. Cada ser está jungido, por impositivos da atração magnética, ao círculo de evolução que lhe é próprio.


O Umbral das Américas é mais ameno, se comparado com da Europa e Ásia. O Umbral do velho mundo é mais fechado, com abismos enormes e horripilantes.



*** *** *** ***


Certamente, o Umbral não é um lugar agradável. Se a maioria dos encarnados tivesse idéia do que é viver nele, mesmo que por determinado tempo, aproveitaria mais o período da encarnação para aprender, viver no
bem e modificar-se interiormente, fazendo-se merecedor de moradas melhores, ao desencarnar.


Uma certeza, porém, posso dar-lhe: não obstante as sombras e angústias do Umbral, nunca faltou lá a proteção divina. Cada espírito lá permanece o tempo que se faça necessário. Para isso, meu amigo, permitiu o Senhor se erigissem muitas colônias consagradas ao trabalho e ao socorro espiritual. É necessária muita coragem e muita renúncia para ajudar a quem nada compreende do auxílio que se lhe oferece.


Umbral não é sinônimo nem de sofrimento nem de felicidade, é um lugar transitório. É um ambiente criado pelo mau uso da mente humana. Nem todos acham o Umbral triste e feio, muitos gostam de viver ali. Gostos diferem-se, a uns agrada a limpeza, a outros agrada a sujeira. Uns preferem a verdade, outros, a ilusão e a mentira. Depois, ninguém está ali por punição, e sim por vibrar igual ao ambiente. Os que sofrem não ficam lá para sempre, há o socorro.


Oh! Amigos da Terra! Quanto de vós podereis evitar o caminho da amargura com o preparo dos campos internos do coração? Acendei vossas luzes antes de atravessar a grande sombra. Buscai a verdade, antes que a verdade vos surpreenda. Suai agora para não chorardes depois.




Fonte: Resumos de textos extraídos dos livros:


“Nosso Lar” – Pelo Espírito André Luiz / Psicografia de Chico Xavier / FEB


“Libertação” – Pelo Espírito André Luiz / Psicografia de Chico Xavier / FEB


“Ação e Reação” – Pelo Espírito André Luiz / Psicografia de Chico Xavier / FEB


“Vivendo no Mundo dos Espíritos” – Pelo Espírito Patrícia / Psicografia de Vera Lúcia M. Carvalho / Petit


“O Vôo da Gaivota” – Pelo Espírito Patrícia / Psicografia de Vera Lúcia M. Carvalho / Petit




“A questão mais aflitiva para o espírito no Além é a consciência do tempo perdido.” Chico Xavier

O Umbral (Parte 2 de 3)



Características do Umbral



Ambiente


O Umbral segue o ritmo da Terra, se na região dos encarnados é dia ou noite, se chove ou não, se faz frio ou calor, lá também acontece o mesmo. No Umbral, o odor é ruim, cheira a sujeira, lama podre e mofo. O ar é pesado e sufocante.


A natureza parece estar sempre carrancuda e revoltada, pois o dia nunca amanhece totalmente, e a penumbra é uma constante.


A vegetação no Umbral é sempre pouca e não é constituída de muitas espécies. A maioria das árvores são retorcidas, com troncos grossos, e não muito altas. Em alguns lugares, há vegetação rasteira que lembra ervas e capins da Terra. Servem de alimentação a muitos espíritos que lá vivem. Varia a vegetação pelos muitos pedaços do Umbral. Lá o solo é diversificado, ora com lama, ora escorregadio ou seco.


Existem diversas formas de cavernas, grutas e abismos no Umbral. Nas cavernas, grutas, não há vegetação e se houver é bem pouca. As pedras são escuras, sem beleza, é frio, lá dentro, tem um salão onde normalmente há espíritos presos. A escuridão é total.


Às vezes, violentas tempestades assolam essas regiões, num esforço supremo de aliviar, limpar acúmulos de miasmas e trevas criados pelo homem profundamente egoísta. As tempestades ocorrem no Umbral como ocorrem na Terra. Não são mandadas pelo Plano Maior, mas podem ser, às vezes, por necessidade. As tempestades fazem parte do dia-a-dia do Umbral.


A paisagem quando não totalmente escura, parece banhada de luz alvacenta, como que amortalhada em neblina espessa, que os raios de sol aquecessem de muito longe.


A noite no Umbral se mostra mais assustadora. Só se vê a lua, quando é cheia, sendo avermelhada. Lá é bem escura a noite.


Tudo isto existe porque tem quem os habite.


Espíritos que vivem no Umbral


Há legiões compactas de almas irresolutas e ignorantes, que não são suficientemente perversas para serem enviadas a colônias de reparação mais dolorosa, nem bastante nobres para serem conduzidas a planos de elevação. Representam fileiras de habitantes do Umbral, companheiros imediatos dos homens encarnados, separados deles apenas por leis vibratórias.


Não é de estranhar, portanto, que semelhantes lugares se caracterizem por grandes perturbações. Lá vivem, agrupam-se, os revoltados de toda espécie. Formam, igualmente, núcleos invisíveis de notável poder, pela concentração das tendências e desejos gerais. Muita gente da Terra não recorda que se desespera quando o carteiro não vem, quando o comboio não aparece? Pois o Umbral está repleto de desesperados.


Por não encontrarem o Senhor à disposição dos seus caprichos, após a morte do corpo físico, e, sentindo que a coroa da vida eterna é a glória intransferível dos que trabalham com o Pai, essas criaturas se revelam e demoram em mesquinhas edificações.


Esses núcleos possuem infelizes, malfeitores e vagabundos de várias categorias. É zona de verdugos e vítimas, de exploradores e explorados. Quanto às lágrimas que vertem, recordemos que devem a si mesmos esses padecimentos. A vida do homem estará centralizada onde centralize ele o próprio coração.


Os diversos tipos de habitantes do Umbral podem ser divididos em grupos.


Os chefes, que são espíritos inteligentes, normalmente estudiosos de magia, ávidos de domínio, odeiam quase sempre o bem e os bons. São na maioria feiticeiros. Normalmente os grandes chefes têm aparência comum de humanos. Com formas extravagantes, só se apresentam os subchefes e os subordinados.


Entre eles sempre há a disputa pela chefia. Só quando apresentam sinais de cansaço é que existe oportunidade de mudança. Mas eles, como são inteligentes, sabem que um dia terão que mudar.


Há os que trabalham com os chefes, membros do grupo, do bando. Muitos dentre eles são também estudiosos, feiticeiros, conhecedores das leis naturais. Obedecem às normas do grupo. Embora considerados livres, não são realmente, pois não abandonam facilmente o bando e recebem castigos por desobediência. Dizem gostar do que são e do modo como vivem.


Encontram-se também pelo Umbral espíritos solitários, mas são poucos. A maioria deles vive nos grupos. Há os que vagam, em turmas de arruaceiros, entre o Umbral e a Terra.


Há os escravos, os que não servem para pertencer ao bando, trabalham, não recebem nada em troca, a não ser castigos, se não obedecerem.


Existem também os que são torturados e tratados assim, na maioria, por vingança. Assim como há os que dizem gostar de lá; há também os que consideram o Umbral o inferno, penam por vagar sem rumo, sofrendo pelos seus erros.


Muitos dos desencarnados que vagam pelo Umbral não têm idéia de outra forma de vida desencarnada e, ao conhecer, aceitam, querem essa mudança. Outros, indiferentes, querem mesmo é continuar como estão.


A zona inferior a que nos referimos é qual a casa onde não há pão: todos gritam e ninguém tem razão. O viajante distraído perde o comboio, o agricultor que não semeou não pode colher.



CONTINUA...

O Umbral (Parte 1 de 3)



A morte do corpo não conduz o homem a situações miraculosas. Todo processo evolutivo implica gradação. Há regiões múltiplas para os desencarnados, como existem planos inúmeros e surpreendentes para as criaturas envolvidas de carne terrestre. Almas e sentimentos, formas e coisas, obedecem a princípios de desenvolvimento natural e hierarquia justa.


A natureza não se desvia do caminho do aperfeiçoamento, da manifestação divina. Aonde quer que olhemos, há evolução mesmo que lenta, mas constante. Parece-nos que, somente no âmbito hominal, há possibilidade de recusa desse crescimento, embora muitos não o admitam. Mas, se não houver evolução, há estagnação no plano mental egoísta. É uma verdade patente, exposta de uma forma tão agressiva nas regiões umbralinas, que chega a nos causar arrepios.


O Umbral é imenso, do tamanho dos continentes. Onde houver um núcleo de encarnados, existirá também o espaço espiritual bom e o ruim. Cada qual de nós vive e respira nos reflexos mentais de si mesmo, angariando as influências felizes ou infelizes que nos mantêm na situação que buscamos...


Parece ser ali a morada de todas as misérias imagináveis. Espíritos que se transformam em farrapos humanos, cultivando entre si a promiscuidade, o medo, a miséria e a exploração feita pelos mais sagazes e violentos.


Ali se reúnem, numa convivência deprimente, espíritos invigilantes que, na Terra, não se preocuparam com o crescimento espiritual, pois, se não fizeram o mal, o bem também não realizaram. E dessa maneira criaram débitos, porque, quando se pode, deve-se fazer. E nós podemos refletir a luz, a harmonia, a bondade e a fraternidade de Deus. A ausência de preparação religiosa, no mundo, dá motivo a dolorosas perturbações.


O Umbral começa na crosta terrestre. É a zona obscura de quantos no mundo não se resolveram a atravessar as portas dos deveres sagrados, a fim de cumpri-los, demorando-se no vale da indecisão ou no pântano dos erros numerosos.


Quando o espírito reencarna, promete cumprir o programa de serviços do Pai; entretanto, ao recapitular experiências no planeta, é muito difícil fazê-lo, para só procurar o que lhe satisfaça ao egoísmo. Assim é que mantidos são o mesmo ódio aos adversários e a mesma paixão pelos amigos. Mas, nem o ódio é justiça, nem a paixão é amor. Tudo o que excede, sem aproveitamento, prejudica a economia da vida. Pois bem: todas as multidões de desequilibrados permanecem nas regiões nevoentas, que se seguem aos fluidos carnais. O dever cumprido é uma porta que atravessamos no Infinito, rumo ao continente sagrado da união com o Senhor. É natural, portanto, que o homem esquivo à obrigação justa, tenha essa bênção indefinidamente adiada.


Imagine que cada um de nós, renascendo no planeta, somos portadores de um fato sujo, para lavar no tanque da vida humana. Essa roupa imunda é o corpo causal, tecido por nossas mãos, nas experiências anteriores. Compartilhando, de novo, as bênçãos da oportunidade terrestre, esquecemos, porém, o objetivo essencial, e, ao invés de nos purificarmos pelo esforço da lavagem, manchamo-nos ainda mais, contraindo novos laços e encarcerando-nos a nós mesmos em verdadeira escravidão. Ora, se ao voltarmos ao mundo procurávamos um meio de fugir à sujidade, pelo desacordo de nossa situação com o meio elevado, como regressar a esse mesmo ambiente luminoso, em piores condições?


O Umbral funciona, portanto, como região destinada a esgotamento de resíduos mentais; uma espécie de zona purgatorial, onde se queima a prestações o material deteriorado das ilusões que a criatura adquiriu por atacado, menosprezando o sublime ensejo de uma existência terrena.


Essa esfera se mistura quase com a esfera dos homens. É nessa zona que se estendem os fios invisíveis que ligam as mentes humanas entre si. O plano está repleto de desencarnados e de formas-pensamento dos encarnados, porque, em verdade, todo espírito, esteja onde estiver, é um núcleo irradiante de forças que criam, transformam ou destroem, exteriorizadas em vibrações que a ciência terrestre presentemente não pode compreender. Quem pensa, está fazendo alguma coisa alhures. E é pelo pensamento que os homens encontram no Umbral os companheiros que afinam com as tendências de cada um. Toda alma é um ímã poderoso. Há uma extensa humanidade invisível, que se segue à humanidade visível. No Umbral encontram-se fluidos pesadíssimos emitidos, sem cessar, por milhares de mentes desequilibradas, na prática do mal, ou terrivelmente flageladas nos sofrimentos retificadores.


O Umbral é região de profundo interesse para quem esteja na Terra. Concentra-se, aí, tudo o que não tem finalidade para a vida superior. E note você que a Providência Divina agiu sabiamente, permitindo se criasse tal departamento em torno do Planeta.



CONTINUA...


Crises



“Pai, salva-me desta hora; mas para isto vim a esta hora.”
Jesus (João, 12:27)



A lição de Jesus, neste passo do evangelho, é das mais expressivas.


Ia o Mestre provar o abandono dos entes amados, a ingratidão de beneficiários da véspera, a ironia da multidão, o apodo na via pública, o suplício e a cruz, mas sabia que ali se encontrava para isto, consoante os desígnios do Eterno.


Pede a proteção do Pai e submete-se na condição do filho fiel.


Examina a gravidade da hora em curso, todavia, reconhece a necessidade do testemunho.


E todas as vidas na terra experimentarão os mesmos trâmites na escala infinita das experiências necessárias.


Todos os seres e coisas se preparam, considerando as crises que virão.


É a crise que decide o futuro.


A terra aguarda a charrua.


O minério será remetido ao cadinho.


A árvore sofrerá a poda.


O verme será submetido à luz solar.


A ave defrontará com a tormenta.


A ovelha esperará a tosquia.


O homem será conduzido à luta.


O cristão conhecerá testemunhos sucessivos.


É por isso que vemos , no serviço divino do Mestre , a crise da cruz que se fez acompanhar pela benção eterna da Ressurreição.


Quando pois te encontrares em luta imensa, recorda que o Senhor te conduziu a semelhante posição de sacrifício, considerando a probabilidade de tua exaltação, e não te esqueças de que toda crise é fonte sublime de espírito renovador para os que sabem ter esperança.



Emmanuel

(‘Vinha de Luz’ - Francisco Cândido Xavier)


-* - * - * - * - * -* - * - * - * - * -* - * - * - * - * -* - * - * -

A esperança seria a maior das forças humanas, se não existisse o desespero.
- Victor Hugo –

-* - * - * - * - * -* - * - * - * - * -* - * - * - * - * -* - * - * -


Com o que tens



Narram os versículos primeiros do capítulo 3 de ‘Atos dos Apóstolos’, no ‘Novo Testamento’, que Pedro e João subiram ao templo para orar.


Perceberam, ao lado da porta, um coxo de nascimento, que era diariamente trazido, e ali deixado, a fim de esmolar.


Ao ver os dois apóstolos por ele passarem, fez a sua rogativa.


Pedro pôs nele os olhos e lhe disse:


- “Olha para nós.”


O homem os olhou com atenção, ficando na expectativa de que eles lhe dessem alguma coisa.


Mas o velho apóstolo, passando as mãos ao longo da túnica rústica, emocionado, falou:


- “Não tenho prata nem ouro.”


Na seqüência, distendeu os braços na direção do mendigo e com os olhos marejados de sentidas lágrimas, usou a voz embargada para falar:


- “Mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te, e anda.”


Tomou-lhe da mão direita, levantou-o e imediatamente as pernas se consolidaram, os pés se firmaram e o coxo pôs-se a andar, exultando de felicidade.


* * *


Meditemos na profundidade da lição. Pensemos em como seria o Mundo se todos os homens estivessem resolvidos a dar o que possuem para a edificação do bem geral.


Ainda hoje, muitos dizemos: “Como poderei dar se não tenho?” e outros: “Quando tiver, darei.” Contudo, para o serviço real do bem, não necessitamos, em caráter absoluto, dos bens perecíveis da Terra.


O homem generoso distribuirá dinheiro e utilidades com os necessitados que encontre pelo caminho.


Entretanto, se não realizou em si mesmo o sentimento do amor, que é sua riqueza legítima, não fixará dentro de si a luz e a alegria que nascem das dádivas.


Todos trazemos conosco as qualidades nobres já conquistadas. Não há ninguém tão pobre que não possa se dar. Dar de si mesmo.


Pedro ofereceu seu amor ao pedinte e lhe devolveu o uso das pernas, o que o retirou, desde então, da condição de mendigo.


Curado, a possibilidade do trabalho e o conseqüente ganho honrado se lhe abriram.


Também nós podemos dar do que temos, agora, no momento que se faz precioso.


Todos os que esperamos pelo dinheiro, pelas posses, para contribuir nas boas obras, em verdade ainda nos encontramos distantes da possibilidade de ajudar a nós próprios.


Doar-se é servir com desinteresse. Dar das nossas horas, do nosso tempo, das nossas habilidades. Há tanto para dar, desde que cada criatura, na Terra, é depositária da enorme fortuna que angariou ao longo dos séculos, nas várias vidas.


Fortuna que não se guarda em cofres ou casas bancárias, mas se aloja na intimidade do coração e na lucidez da mente.



(Redação do Momento Espírita, com base nos versículos 1 a 8, do cap. 3 de Atos dos apóstolos.)


No Bem, Hoje e Sempre



Se aspiras, efetivamente, a cola­borar na construção do Reino Divino so­bre a Terra, não solenizes o mal, para que o bem germine e se estenda ao grande campo da vida.

*

Ante as pedras da incompreensão, não renuncies ao arado sacrificial da tolerância, para que os calhaus da cruelda­ de se convertam em alicerces da edifica­ção espiritual a que te empenhas.

*

Nos espinheiros da perseguição gra­tuita, não te afastes da paciência, a fim de que os ingredientes da prova, pouco a pouco, se façam adubo da plantação de valores imperecíveis da alma a que te dedicas.

*

Não interpretes ninguém por ini­migo.

Quando os adversários não se nos revelam por instrutores, são enfermos necessitados de amparo e entendimen­to.

*

Em toda parte, seremos defronta­dos por aqueles que realmente não nos conhecem e que, em nos julgando pelas impressões superficiais ou pelos parece­res de oitiva, se transformam em instru­mentos de nossas dificuldades.

*

Aparecem, por vezes, na posição de companheiros que nos reclamam de­monstrações de heroísmo ou de santida­de que eles mesmos ainda não pos­suem; ou na forma de censores que nos reprovam a presença e o trabalho sem cogitar do objetivo de nossas manifesta­ções.

*

Recebamo-los todos com serenida­de e amor, e continuemos a tarefa da boa vontade, na certeza de que o tempo falará por nós, hoje, amanhã e sempre.

*

Toda a vez que o mal te procure, veste a couraça do bem e auxilia-o a renovar-se em experiência edificante.

*

Não recalcitres.

*

Imagina se Jesus tivesse adotado a reação da dignidade ferida!

O apelo à justiça teria apagado o esplendor da Boa Nova; no entanto, o silêncio e o sacrifício do Mestre Divino, ainda hoje, como ontem e qual ocorrerá no futuro, suscita o aprendizado e a sublimação da Humanidade inteira.



Emmanuel

Do livro “Mediunidade e Sintonia” – Francisco Cândido Xavier

Um Homem de Bem Teria Morrido



Dizeis freqüentemente, ao falar de um malvado que escapa a um perigo: Se fosse um homem de bem, teria morrido.


Pois bem, ao dizer isso, estais com a verdade, porque, efetivamente, Deus concede, muitas vezes, a um Espírito ainda jovem na senda do progresso, uma prova mais longa que a um bom, que receberá, em recompensa ao seu mérito, o favor de uma prova tão curta quanto possível.


Assim, pois, quando empregais este axioma, não duvideis de que não estais cometendo uma blasfêmia.


Se morrer um homem de bem, vizinho de um malvado, vos apressais a dizer: Seria bem melhor se tivesse morrido aquele.


Cometeis então um grande erro, porque aquele que parte terminou a sua tarefa, e o que ficou talvez nem a tenha começado.


Por que, então, quereis que o mau não tenha tempo de acabá-la, e que o outro continue preso à gleba terrena? Que diríeis de um prisioneiro que, tendo concluído a sua pena, continuasse na prisão, enquanto se desse à liberdade a outro que não tinha direito?


Ficai sabendo, pois, que a verdadeira liberdade está no desprendimento dos laços corporais, e que, enquanto estais na Terra, estais em cativeiro.


Habituai-vos a não censurar o que não podeis compreender, e crede que Deus é justo em todas as coisas.


Freqüentemente, o que vos parece um mal é um bem. Mas as vossas faculdades são tão limitadas, que o conjunto do grande todo escapa aos vossos sentidos obtusos.


Esforçai-vos por superar, pelo pensamento, a vossa estreita esfera e, à medida que vos elevardes, a importância da vida terrena diminuirá aos vossos olhos.


Porque, então, ela vos aparecerá como um simples incidente, na infinita duração da vossa existência espiritual, a única verdadeira existência.



FÉNELON
Sens, 1861



Texto retirado do “Evangelho Segundo o Espiritismo” – Cap. V (Bem Aventurados os Aflitos)

Aborto e Anticoncepcionais


- Clique na foto e conheça a sua história -




ABORTO



. Como é interpretado o aborto nos planos superiores da Vida Espiritual?


Emmanuel - O aborto provocado, mesmo diante de regulamentos humanos que o permitam, é um crime perante as Leis de Deus.


. Quais os resultados imediatos do aborto para as mães e pais que o praticam?


Emmanuel - Praticando o aborto, mães e pais cruéis ou irresponsáveis afastam de si mesmos os recursos de reabilitação e felicidade que lhes iluminariam, mais tarde, os caminhos, seja impedindo a reencarnado de Espíritos amigos que lhes garantiriam a segurança e o reconforto ou impedindo o renascimento de antigos desafetos, com os quais poderiam adquirir a própria tranqüilidade pela solução de velhas contas.


. O aborto oferece conseqüências dolorosas especiais para as mães?


Emmanuel - O aborto oferece funestas intercorrências para as mulheres que a ele se submetem, impelindo-as à desencarnação prematura, seja pelo câncer ou por outras moléstias de formação obscura, quando não se anulam os aflitivos processos de obsessão.


. E para os pais?


Emmanuel - Os pais que cooperam nos delitos do aborto, tanto quanto os ginecologistas que o favorecem, vêm a sofrer os resultados da crueldade que praticam, atraindo sobre as próprias cabeças os sofrimentos e os desesperos das próprias vítimas, relegadas por eles aos percalços e sombras da vida espiritual de esferas inferiores.


. Para melhorar a própria situação, que deve fazer a mulher que se reconhece, na atualidade, com dívidas no aborto provocado, antecipando-se, desde agora, no trabalho de sua própria melhoria moral, antes que a próxima existência lhe imponha as aflições regenerativas?


André Luiz - Sabemos que é possível renovar o destino todos os dias. Quem ontem abandonou os próprios filhos pode hoje afeiçoar-se aos filhos alheios, necessitados de carinho e abnegação.


O próprio Evangelho do Senhor, na palavra do Apóstolo Pedro (I Pedro, 4:8), adverte-nos quanto à necessidade de cultivarmos ardente carinho uns para com os outros, porque a caridade cobre a multidão de nossos males.



EMMANUEL
- Livro “Leis Do Amor” - Chico Xavier/Waldo Vieira

ANDRÉ LUIZ - Livro “Evolução em Dois Mundos” / Parte II - Chico Xavier/Waldo Vieira



-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-



CONTROLE DA NATALIDADE (ANTICONCEPCIONAIS)



. Qual é a posição do Espiritismo quanto ao uso de anticoncepcionais e à esterilização?


Emmanuel - Tendo firmes nossos valores morais, nosso discernimento determinará o número de filhos que possamos criar com alegria, dentro dos padrões de correção e bons sentimentos.


Há clara diferença entre impedir a vinda de almas através do aborto, por egoísmo e desejo de sensualidade desequilibrada, e optar por um planejamento consciente, que cabe ao casal decidir.


A Doutrina deixa nossas consciências livres para tal gesto.



EMMANUEL - Livro “Plantão De Respostas” - Francisco Cândido Xavier


Chico Xavier fala sobre Planejamento Familiar e Aborto (Programa Pinga Fogo)





Amor e Renúncia



Geralmente, um homem deseja ser bom como os outros, ou honesto como os demais, olvidando que o caminho onde todos passam é de fácil acesso e de marcha sem edificações.


A virtude no mundo foi transformada na porta larga da conveniência própria. Há os que amam os que lhes pertencem ao círculo pessoal, os que são sinceros com os seus amigos, os que defendem seus familiares, os que adoram os deuses do favor.


O que verdadeiramente ama, porém, conhece a renúncia suprema a todos os bens do mundo e vive feliz, na sua senda de trabalhos para o difícil acesso às luzes da redenção.


O amor sincero não exige satisfações passageiras, que se extinguem no mundo com a primeira ilusão; trabalha sempre, sem amargura e sem ambição, com os júbilos do sacrifício. Só o amor que renuncia sabe caminhar para a vida suprema...


Somente o sacrifício contém o divino mistério da vida. Viver bem é saber imolar-se. Acreditas que o mundo pudesse manter o equilíbrio próprio tão-só com os caprichos antagônicos e por vezes criminosos dos que se elevam à galeria dos triunfadores?


Toda luz humana vem do coração experiente e brando dos que foram sacrificados. Um guerreiro coberto de louros ergue os seus gritos de vitória sobre os cadáveres que juncam o chão; mas, apenas os que tombaram fazem bastante silêncio, para que se ouça no mundo a mensagem de Deus. O primeiro pode fazer a experiência para um dia; os segundos constroem a estrada definitiva na eternidade.


Já pensaste no que seria o mundo sem as mães exterminadas no silêncio e no sacrifício? Não são elas as cultivadoras do jardim da vida, onde os homens travam a batalha?!... Muitas vezes, o campo florescido se cobre de lama e sangue; entretanto, na sua tarefa silenciosa, os corações maternais não desesperam e reedificam o jardim da vida, imitando a Providência Divina, que espalha sobre um cemitério os lírios perfumados de seu amor!...


Quanto ao futuro, com o infinito de suas perspectivas, é necessário que cada um tome sua cruz, em busca da porta estreita da redenção, colocando acima de tudo a fidelidade a Deus e, em segundo lugar, a perfeita confiança em si mesmo.


Vai!... Sacrifica-te e ama sempre. Longo é o caminho, difícil a jornada, estreita a porta; mas, a fé remove os obstáculos... Nada temas: é preciso crer somente!



Edição de texto retirado do livro “Boa Nova” – Pelo Espírito de Humberto de Campos / Psicografia de Francisco Cândido Xavier