Anjo da Guarda



Todos temos um desses gênios tutelares que nos inspira nas horas difíceis e nos dirige pelo bom caminho. Daí a poética tradição cristã do Anjo da Guarda. Não há concepção mais grata e consoladora.


Saber que temos um amigo fiel e sempre disposto a nos socorrer, de perto como de longe, nos influenciando a grandes distâncias ou se conservando junto de nós nas provações; saber que ele nos aconselha por intuição e nos aquece com seu amor, eis uma fonte inapreciável de força moral.


O pensamento de que testemunhas benévolas e invisíveis vêem todos os nossos atos, regozijando-se ou entristecendo-se, deve inspirar-nos mais sabedoria e circunspeção.


É por essa proteção oculta que se fortificam os laços de solidariedade que ligam o mundo celeste à Terra, o Espírito livre ao homem, Espírito prisioneiro da carne.


É por essa assistência contínua que se criam, de um a outro lado, as simpatias profundas, as amizades duradouras e desinteressadas.


O amor que anima o espírito elevado vai pouco a pouco se estendendo a todos os seres sem cessar, revertendo tudo para Deus, pais das almas, foco de todas as potências efetivas.



Léon Denis - Livro "Depois da Morte", 1897


Buscando a Felicidade



Em matéria de felicidade convém não esquecer que nos transformamos sempre naquilo que amamos.



A nossa felicidade será naturalmente proporcional em relação à felicidade que fizermos para os outros.



A alegria do próximo começa muitas vezes no sorriso que você lhe queira dar.



A felicidade pode exibir-se, passear, falar e comunicar-se na vida externa, mas reside com endereço exato na consciência tranqüila.



Não se iluda com a suposta felicidade daqueles que abandonam os próprios deveres, de vez que transitoriamente buscam fugir de si próprios como quem se embriaga para debalde esquecer.



Se você aspira a ser feliz e traz ainda consigo determinados complexos de culpa, comece a desejar a própria libertação, abraçando no trabalho em favor dos semelhantes o processo de reparação desse ou daquele dano que você haja causado em prejuízo de alguém.



Estude a si mesmo, observando que o auto-conhecimento traz humildade e sem humildade é impossível ser feliz.



Quem se aceita como é, doando de si à vida o melhor que tem, caminha mais facilmente para ser feliz como espera ser.



Você acredita que alguém pode achar a felicidade admitindo-se infeliz?



Se você parar de se lamentar, notará que a felicidade está chamando o seu coração para vida nova.



Quando o céu estiver em cinza, a derramar-se em chuva, medite na colheita farta que chegará do campo e na beleza das flores que surgirão no jardim.



André Luiz

“Sinal Verde” - Chico Xavier


Por que os espíritas não temem a morte



A Doutrina Espírita transforma completamente a perspectiva do futuro. A vida futura deixa de ser uma hipótese para ser realidade. O estado das almas depois da morte não é mais um sistema, porém o resultado da observação.



Ergueu-se o véu; o mundo espiritual aparece-nos em toda a plenitude de sua realidade prática; não foram os homens que o descobriram pelo esforço de uma concepção engenhosa, são os próprios habitantes desse mundo que nos vêm descrever a sua situação; aí os vemos em todos os graus da escala espiritual, em todas as fases da felicidade e da desgraça, assistindo, enfim, a todas as peripécias da vida de além-túmulo.



Eis aí por que os espíritas encaram a morte calmamente e se revestem de serenidade nos seus últimos momentos sobre a Terra.



Já não é somente a esperança que os sustenta, mas a certeza que os conforta; sabem que a vida futura é a continuação da vida terrena em melhores condições e aguardam-na com a mesma confiança com que aguardariam o despontar do Sol após uma noite de tempestade. Os motivos dessa confiança decorrem dos fatos testemunhados e da concordância desses fatos com a lógica, com a justiça e a bondade de Deus, correspondendo às íntimas aspirações da Humanidade.



Para os espíritas, a alma não é mais uma abstração; ela tem um corpo etéreo que a define ao pensamento, o que muito é para fixar as idéias sobre a sua individualidade, aptidões e percepções.



A lembrança dos que nos são caros repousa sobre alguma coisa de real. Não se nos apresentam mais como chamas fugidias que nada falam ao pensamento, porém sob uma forma concreta que antes no-los mostra como seres viventes. Além disso, em lugar de estarem perdidos nas profundezas do Espaço, estão eles ao redor de nós; o mundo corporal e o mundo espiritual identificam-se em perpétuas relações, assistindo-se mutuamente.



Não sendo mais permissível a dúvida sobre o futuro, desaparece o temor da morte; encara-se a sua aproximação a sangue-frio, como quem aguarda a libertação como a porta da vida e não como a porta do nada.



Texto retirado do livro “O Céu e o Inferno ou A Justiça Divina Segundo o Espiritismo” – Capítulo II (Temor da Morte) – Allan Kardec




Veja a entrevista da Revista Cristã de Espiritismo:
"A visão espírita da morte"



“Em verdade vos digo que, se tiverdes fé, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele há de passar, e nada vos será impossível.” Jesus



É certo que, no bom sentido, a confiança nas próprias forças torna-nos capazes de realizar coisas materiais que não podemos fazer quando duvidamos de nós mesmos. Mas, então, é somente no seu sentido moral que devemos entender estas palavras. As montanhas que a fé transporta são as dificuldades, as resistências, a má vontade, em uma palavra, que encontramos entre os homens, mesmo quando se trata das melhores coisas.


Os preconceitos da rotina, o interesse material, o egoísmo, a cegueira do fanatismo, as paixões orgulhosas, são outras tantas montanhas que atravancam o caminho dos que trabalham para o progresso da humanidade.


A fé robusta confere a perseverança, a energia e os recursos necessários para a vitória sobre os obstáculos, tanto nas pequenas quanto nas grandes coisas. A fé vacilante produz a incerteza, a hesitação, de que se aproveitam os adversários que devemos combater; ela nem sequer procura os meios de vencer, porque não crê na possibilidade de vitória.


Noutra acepção, considera-se fé a confiança que se deposita na realização de determinada coisa, a certeza de atingir um objetivo. Nesse caso, ela confere uma espécie de lucidez, que faz antever pelo pensamento os fins que se têm em vista e os meios de atingi-los, de maneira que aquele que a possui avança, por assim dizer, infalivelmente. Num e outro caso, ela pode fazer que se realizem grandes coisas.


A fé sincera e verdadeira é sempre calma. Confere a paciência que sabe esperar, porque estando apoiada na inteligência e na compreensão das coisas, tem a certeza de chegar ao fim. A fé insegura sente a sua própria fraqueza, e quando estimulada pelo interesse torna-se furiosa e acredita poder suprir a força com a violência. A calma na luta é sempre um sinal de força e de confiança, enquanto a violência, pelo contrário, é prova de fraqueza e de falta de confiança em si mesmo.


Necessário guardar-se de confundir a fé com a presunção. A verdadeira fé se alia à humildade. Aquele que a possui deposita a sua confiança em Deus, mais do quem em si mesmo, pois sabe que, simples instrumento da vontade de Deus, nada pode sem Ele. É por isso que os Bons Espíritos vêm em seu auxílio. A presunção é menos fé do que orgulho, e o orgulho é sempre castigado, cedo ou tarde, pela decepção e os malogros que lhes são infligidos.





Texto retirado do “Evangelho Segundo o Espiritismo” – Allan Kardec (Cap. XIX – A Fé Que Transporta Montanhas)

Reflexões de Kardec...




Fora da Caridade não há Salvação




"Estes princípios, para mim, não existem apenas em teoria, pois que os ponho em prática; faço tanto bem quanto o permite a minha posição; presto serviços quando posso; os pobres nunca foram repelidos de minha porta, ou tratados com dureza; foram recebidos sempre, a qualquer hora, com a mesma benevolência; jamais me queixei dos passos que hei dado para fazer um benefício; pais de família têm saído da prisão, graças aos meus esforços. Certamente, não me cabe inventariar o bem que já pude fazer; mas, do momento em que parecem esquecer tudo, é-me lícito, creio, trazer à lembrança que a minha consciência me diz que nunca fiz mal a ninguém, que hei praticado todo o bem que esteve ao meu alcance, e isto, repito-o, sem me preocupar com a opinião de quem quer que seja.


A esse respeito trago tranqüila a consciência; e a ingratidão com que me hajam pago em mais de uma ocasião não constituirá motivo para que eu deixe de praticá-lo. A ingratidão é uma das imperfeições da Humanidade e, como nenhum de nós está isento de censuras, é preciso desculpar os outros, para que nos desculpem, de sorte a podermos dizer como Jesus-Cristo: “atire a primeira pedra aquele que estiver sem pecado”. Continuarei, pois, a fazer todo o bem que me seja possível, mesmo aos meus inimigos, porquanto o ódio não me cega. Sempre lhes estenderei as mãos, para tirá-los de um precipício, se se oferecer oportunidade.


Eis como entendo a caridade cristã. Compreendo uma religião que nos prescreve retribuamos o mal com o bem e, com mais forte razão, que retribuamos o bem com o bem. Nunca, entretanto, compreenderia a que nos prescrevesse que paguemos o mal com o mal."



(Pensamentos íntimos de Allan Kardec,

num documento achado entre os seus papéis.)



Texto retirado do livro “Obras Póstumas” – Allan Kardec


Mediunidade e Doutrina Espírita



Forçoso reconhecer que a mediunidade, na essência, quanto a energia elétrica em si mesma, nada tem a ver com os princípios morais que regem os problemas do destino e do ser.


Dela podem dispor, pela espontaneidade com que se evidencia, sábios e ignorantes, justos e injustos, expressando-se-lhe, desse modo, a necessidade de condução reta, quanto a força elétrica exige disciplina a fim de auxiliar.


Eminentes fisiologistas e pesquisadores de laboratório procuraram fixar mediunidades e médiuns a nomenclaturas e conceitos da ciência metapsíquica; entretanto o problema, como todos os problemas humanos, é mais profundo, porque a mediunidade jaz adstrita à própria vida, não existindo, por isso mesmo, dois médiuns iguais, não obstante a semelhança no campo das impressões.


Por outro lado, espiritualistas distintos julgam-se no direito de hostilizar-lhe os serviços e impedir-lhe a eclosão, encarecendo-lhe os supostos perigos, como se eles próprios, mentalizando os argumentos que avocam, não estivessem assimilando, por via mediúnica, as correntes mentais intuitivas, contendo interpretações particulares das Inteligências desencarnadas que os assistem.


A mediunidade, no entanto, é faculdade inerente à própria vida e, com todas as suas deficiências e grandezas, acertos e desacertos, é qual o dom da visão comum, peculiar a todas as criaturas, responsável por tantas glórias e tantos infortúnios na Terra. Urge iluminá-los, orientá-los e esclarecê-los.


Esse o motivo por que os Orientadores do Progresso sustentam a Doutrina Espírita, na atualidade do mundo, por Chama Divina, cristianizando fenômenos e objetivos, caracteres e faculdades, para que o Evangelho de Jesus seja de fato incorporado às relações humanas.


Também a mediunidade não requisitará desenvolvimento indiscriminado, mas sim, antes de tudo, aprimoramento da personalidade mediúnica e nobreza de fins, para que o corpo espiritual, modelando o corpo físico e sustentando-o, possa igualmente erigir-se em filtro leal das Esferas Superiores, facilitando a ascensão da Humanidade aos domínios da luz.



Edição de texto retirado do livro “Evolução em Dois Mundos” – André Luiz / Chico Xavier / Waldo Vieira – Primeira Parte – Item 17 (Mediunidade e Corpo Espiritual)


LOCAIS ASSOMBRADOS

As manifestações espontâneas verificadas em todos os tempos, e a insistência de alguns Espíritos em mostrarem a sua presença em certos lugares, constituem a origem da crença nos locais mal-assombrados. As respostas seguintes foram dadas a perguntas feitas a esse respeito.


1. Os Espíritos se apegam somente a pessoas ou também a coisas?


— Isso depende da sua elevação. Certos Espíritos podem apegar-se às coisas terrenas. Os avarentos, por exemplo, que viveram escondendo as suas riquezas e não estão suficientemente desmaterializados, podem ainda espreitá-los e guardá-los.


2. Os Espíritos errantes têm predileção por alguns lugares?


— Trata-se ainda do mesmo princípio. Os Espíritos já desapegados das coisas terrenas preferem os lugares onde são amados. São mais atraídos pelas pessoas do que pelos objetos materiais. Não obstante, há os que podem momentaneamente ter preferência por certos lugares, mas são sempre Espíritos inferiores.


3. Desde que o apego dos Espíritos por um local é sinal de inferioridade, será também de que são maus espíritos?


— Claro que não. Um Espírito pode ser pouco adiantado sem que por isso seja mau. Não acontece o mesmo entre os homens?


4. A crença de que os Espíritos freqüentam, de preferência, as ruínas, têm algum fundamento?


— Não. Os Espíritos vão a esses lugares como a toda parte. Mas a imaginação é tocada pelo aspecto lúgubre de alguns lugares e atribui aos Espíritos efeitos na maioria das vezes muito naturais. Quantas vezes o medo não fez tornar a sombra de uma árvore por um fantasma, o grunhido de um animal ou o sopro do vento por um gemido? Os Espíritos gostam da presença humana e por isso preferem os lugares habitados aos abandonados.


4.a. Entretanto, pelo que sabemos da diversidade de temperamento dos Espíritos, deve haver misantropos entre eles, que podem preferir a solidão.


— Por isso não respondi à pergunta de maneira absoluta. Disse que eles podem ir aos lugares abandonados como a toda parte. É evidente que os que se mantêm afastados é porque isso lhes apraz. Mas isso não quer dizer que as ruínas sejam forçosamente preferidas pelos Espíritos, pois o certo é que eles se acham muito mais nas cidades e nos palácios do que no fundo dos bosques.


5. As crenças populares, em geral, têm um fundo de verdade. Qual a origem da crença em lugares assombrados?


— O fundo de verdade, nesse caso, é a manifestação dos Espíritos em que o homem acreditou, por instinto, desde todos os tempos. Mas, como já disse, o aspecto dos lugares lúgubres toca-lhe a imaginação e ele os povoa naturalmente como os seres que consideram sobrenaturais. Essa crença supersticiosa é entretida pelas obras dos poetas e pelos contos fantásticos com que lhe embalaram a infância. (1)


6. Os Espíritos que se reúnem escolhem para isso dias e horas de sua predileção?


— Não. Os dias e as horas são usados pelo homem para controle do tempo, mas os Espíritos não precisam disso e não se inquietam a respeito. (2)


7. Qual a origem da idéia de que os Espíritos aparecem de preferência à noite?


— A impressão produzida na imaginação pelo escuro e o silêncio. Toda essas crenças são superstições que o conhecimento racional do Espiritismo deve destruir. O mesmo se dá com a crença em dias e horas propícias. Acreditai que a influência da meia-noite jamais existiu, a não ser nos contos.


7.a. Se for assim, porque certos Espíritos anunciam a sua chegada e a sua manifestação para àquela hora e em dias determinados, como a sexta-feira, por exemplo?


— São Espíritos que se aproveitam da credulidade humana para se divertirem. É pela mesma razão que uns se dizem o Diabo ou se dão nomes infernais. Mostrai-lhes que não sois tolos e eles não voltarão.


8. Os Espíritos visitam de preferência os túmulos em que repousam os seus corpos?


— O corpo não era mais que uma veste. Eles não ligam mais para o envoltório que os fez sofrer do que o prisioneiro para as algemas. A lembrança das pessoas que lhes são caras é a única coisa a que dão valor. (3)


8. a. As preces que se fazem sobre os seus túmulos são mais agradáveis para eles, e os atraem mais do que as feitas em outros lugares?


— A prece é uma evocação que atrai os Espíritos, como o sabeis. A prece tem tanto maior ação, quanto mais fervorosa e mais sincera. Ora, diante de um túmulo venerado as pessoas se concentram mais e a conservação de relíquias piedosas é um testemunho de afeição que se dá ao Espírito, ao qual ele é sempre sensível. É sempre o pensamento que age sobre o Espírito e não os objetos materiais. Esses objetos influem mais sobre aquele que ora, fixando-lhe a atenção, do que sobre o Espírito.


9. Diante disso, a crença em locais assombrados não pareceria absolutamente falsa?


— Dissemos que certos Espíritos podem ser atraídos por coisas materiais: podem sê-lo por certos lugares, que parecem escolher como domicílio até que cessem as razões que os levaram a isso.


9. a . Quais as razões que podem levá-los a isso?


— Sua simpatia por algumas das pessoas que freqüentam os lugares ou o desejo de se comunicarem com elas. Entretanto, suas intenções nem sempre são tão louváveis. Quando se trata de maus Espíritos, podem querer vingar-se de certas pessoas das quais tem queixas. A permanência em determinado lugar pode ser também, para alguns, uma punição que lhe foi imposta, sobretudo se ali cometeram, para que tenham constantemente esse crime diante dos olhos. (4)


10. Os locais assombrados sempre o são por seus antigos moradores?


— Algumas vezes, mas não sempre, pois se o antigo morador for um Espírito elevado não ligará mais à sua antiga habitação do que ao seu corpo. Os Espíritos que assombram certos locais quase sempre o fazem só por capricho, a menos que sejam atraídos pela simpatia por alguma pessoas.


10. a . Podem eles fixar-se no local para proteger uma pessoa ou sua família?


— Seguramente, se são Espíritos bons. Mas nesse caso jamais se manifestam de maneira desagradável.


11. Há alguma coisa de real na estória da Dama Branca?


— É um conto extraído de mil fatos que realmente se verificaram. (5)


12. É racional temer os lugares assombrados por Espíritos?


— Não. Os Espíritos que assombram certos lugares e os põem em polvorosa procuram antes divertir-se à custa da credulidade e da covardia das criaturas, do que fazer mal. Lembrai-vos de que há Espíritos por toda parte e de que onde estiverdes tereis Espíritos ao vosso lado, mesmo nas mais agradáveis casas. Eles só parecem assombrar certas habitações porque encontram nelas a oportunidade de manifestar a sua presença. (6)


13. Há um meio de os expulsar?


— Sim, mas quase sempre o que se faz para afastá-los serve mais para atraí-los. O melhor meio de expulsar os maus Espíritos é atrair os bons. Portanto, atrai os bons Espíritos, fazendo o maior bem possível, que os maus fugirão, pois o bem e o mal são incompatíveis. Sede sempre bons e só tereis bons Espíritos ao vosso lado.


13. a. Mas há pessoas muito boas que vivem às voltas com as tropelias dos maus Espíritos.


— Se essas pessoas forem realmente boas, isso pode ser uma prova para exercitar-lhes à paciência e incitá-las a serem ainda melhores. Mas não acrediteis que os que mais falam da virtude é que a possuem. Os que possuem qualidades reais quase sempre o ignoram ou nada falam a respeito.


14. Que pensar da eficácia do exorcismo para expulsar os maus Espíritos dos locais assombrados?


— Vistes muitas vezes esse meio dar resultados? Não vistes, pelo contrário, redobrar-se a tropelia após as cerimônias de exorcismo? É que eles se divertem ao serem tomados pelo Diabo. Os Espíritos que não tem más intenções podem também manifestar a sua presença por meio de ruídos ou mesmo tornarem-se visíveis, mas não fazem jamais tropelias incômodas. São quase sempre Espíritos sofredores, que podeis aliviar fazendo preces por eles. De outras vezes são mesmo Espíritos benevolentes que desejam provar a sua presença junto a vós, ou, por fim, Espíritos levianos que se divertem. Como os que perturbam o repouso com barulhos são quase sempre Espíritos brincalhões, o que melhor se tem a fazer é rir do que fazem. Eles se afastam ao verem que não conseguem amedrontar ou impacientar. (7)


Resulta das explicações acima que há Espíritos que se apegam a certos locais, preferindo permanecer neles, se que, entretanto, tenham necessidade de manifestar a sua presença por meio de efeitos sensíveis. Qualquer local pode ser a morada obrigatória ou da preferência de um Espírito, mesmo que seja mau, sem que jamais haja produzido qualquer manifestação.


Os Espíritos que se ligam a locais ou coisas materiais nunca são superiores. Contudo, mesmo que não sejam superiores, não têm de ser necessariamente maus, ou alimentar más intenções. Não raro, são, algumas vezes, companheiros mais úteis do que prejudiciais, pois, caso se interessem pelas pessoas, podem protegê-las.



Texto retirado do “Livro dos Médiuns” (Capítulo 9 )– Allan Kardec



Notas:


(1) O instinto a que o espírito se referiu não é o biológico, mas o espiritual: a lembrança instintiva do Outro Mundo, do qual ele veio para a Terra.

(2) Creio que temos que levar em consideração que “O Livro dos Médiuns” foi escrito em 1861. Hoje em dia sabemos que sim, os Espíritos possuem uma certa organização, inclusive em termos de horários, principalmente a Espiritualidade Amiga, quando trabalha juntamente com nós, encarnados, no auxílio em nome do Bem. Daí a importância de nós reservarmos sempre dias e horas específicas para a realização dos trabalhos, como por exemplo o “Evangelho no Lar”, e seguirmos à risca, visto que a Espiritualidade ajuda a todos, mas não é nossa “escrava”...

(3) Apesar desse relato, podemos ver nas obras de André Luiz diversos casos em que os espíritos permanecem meses, ou até mesmo anos, ligados ao seu envoltório físico, seja por desconhecimento do seu desencarne, seja por medo de desligar-se do mesmo, por excessivo apego às formas físicas, seja por ação de outros espíritos, que os mantêm ligados ao corpo apenas por maldade, para que o mesmo sinta a decomposição da carne etc... Afinal, como o próprio André Luiz fala, nenhum desencarne é igual ao outro. Com isso, podemos perceber, que, ainda que muito espíritas “ortodoxos” afirmem que André Luiz contraria Allan Kardec, trata-se justamente do contrário: seus relatos complementam a grande obra iniciada pelo Codificador do Espiritismo.

(4) Ver a Revista Espírita de fevereiro de 1860: História de um danado – O caso mencionado não só confirma a explicação acima, como também representa um dos episódios mais instrutivos da pesquisa espírita realizada por Kardec. Indispensável a sua leitura para a boa compreensão do problema tratado neste capítulo.

(5) A Dama Branca é uma figura das antigas mitologias escocesas e alemãs que aparece em lendas populares.

(6) O filósofo grego Tales de Mileto dizia: "O mundo é cheio de deuses". “Os deuses antigos eram Espíritos”, segundo o Espiritismo. A afirmação de Tales concorda com essa da resposta acima. Há Espíritos por toda parte. Ver em O Livro dos Espíritos o cap. IX da segunda parte: Intervenção dos Espíritos no Mundo Corpóreo.

(7) Sobre este assunto, ver o capítulo V do Livro dos Médiuns: Manifestações Físicas Espontâneas.


Antes do berço...



Antes do berço, na Espiritualidade, examinando suas próprias necessidades de aperfeiçoamento terá você pedido:


A deficiência corpórea que induza à elevação de sentimentos;



A enfermidade de longa duração, capaz de educar-lhe os impulsos;


Essa ou aquela lesão física que favoreça os exercícios de disciplina;


Determinada mutilação que lhe iniba o arrastamento à agressividade exagerada;


O complexo psicológico que lhe renove as idéias;


O lar amargo onde possa aprender quanto vale a afeição;


O traço de prova que lhe impõe obstáculos no grupo social, a fim de esquecer inquietações de orgulho;


O reencontro com os adversários do passado, então na forma de parentes difíceis, atendendo resgate de antigos débitos;


A impossibilidade temporária para a obtenção de um título acadêmico, de modo a frenar-se contra desmandos intelectuais;


Internação passageira em ambiente de pauperismo, de maneira a desenvolver a própria habilitação no trabalho pessoal.


Aceite as dificuldades e desafios da existência, porque, na maioria das circunstâncias, são respostas da Providência Divina aos nossos anseios de reajuste e sublimação.



André Luiz

Respostas da Vida / Chico Xavier


SELOS



Gente, hoje eu quero agradecer o carinho das amigas queridas que não esquecem de mim e sempre presenteiam-me com belos “mimos”:







Em primeiro lugar, quero agradecer à Lusófona, Du e Baby pelo selo:



“Este Blog não me sai da Cabeça”



Segundo a Du colocou no blog dela, o criador do selo, Mutumutum, explica o prêmio dessa maneira:


"Aquele blog é do tipo que, apesar da sua vida corrida, com milhões de relatórios pra entregar, clientes pra recepcionar, patrão te enchendo o saco, você não pode deixar de dar uma olhadinha pra conferir as novidades? É aquele blog que você lê todo santo dia, mesmo que não haja novidades? Aquele tipo que, no trabalho, ou numa caminhada, ou num churrasco entre amigos, você não vê a hora de acessar a interNerd pra dar uma olhadinha? Enfim... pra atalhar... é aquele blog que não te sai da cabeça??? Presenteie, então, o autor desse blog com esse selo o/"



Legal, não? Obrigada então, meninas!



Agora, gostaria de agradecer o selo oferecido pela Guga:


“Este blog faz história”



Nossa, Guga, quem me dera se, de fato, esse blog fizesse história como um grande divulgador do Espiritismo! Rs. Não por minha vaidade, mas porque acho que a Doutrina Espírita, pelo esclarecimento e consolo que oferece às pessoas merece mesmo ser divulgada! Vou trabalhar para isso então! ;)


Para finalizar, agradeço à minha irmã do coração, Du, mais um selo (um dos mais lindos que já ganhei, por sinal):



“Biggest Heart Award”





Amigas, já não tenho mais palavras para agradecer, por isso deixo aqui uma frase do querido benfeitor espiritual André Luiz:



“Se Jesus nos recomendou amar os inimigos, imaginemos com que imenso amor nos compete amar aqueles que nos oferecem o coração.”
André Luiz / Sinal Verde / Chico Xavier



Portanto, que Deus abençoe a todos vocês, que me oferecem o coração com tanto amor e sinceridade!



Ah, antes que eu esqueça: ofereço os 3 selos a todos os meus amigos! Fiquem à vontade e peguem tudo, que é de vocês, tá? Com muito carinho... Beijos a todos! =)


Comunicação de um Espírito




MAURICE GONTRAN


Era filho único e faleceu, aos dezoito anos, de uma afecção pulmonar.


Inteligência rara, razão precoce, grande amor ao estudo, caráter doce, terno e simpático, possuía todas as qualidades que fazem prever brilhante futuro.


Com grande êxito terminara muito cedo os primeiros estudos, matriculando-se em seguida na Escola Politécnica.


A sua morte acarretou aos parentes uma dessas dores que deixam traços profundos e muitíssimo dolorosos, pois que, tendo sido sempre de natureza delicada, lhe atribuíam o fim prematuro ao trabalho de estudos a que o instigaram, e se repreendiam, então, dizendo: “De que lhe serve agora tudo o que aprendeu? Melhor fora ficasse ignorante, pois a ciência não lhe era necessária para viver, e assim estaria, sem dúvida, entre nós; seria o consolo da nossa velhice.”


Se conhecessem o Espiritismo, raciocinariam de outra forma. Nele encontraram, contudo, a verdadeira consolação.


O ditado seguinte foi dado pelo rapaz a um dos seus amigos, meses após sua morte:



- Pergunta:
Meu caro Maurice, a terna afeição que tínheis a vossos pais traz-me a convicção de que desejais reconfortar-lhes o ânimo, se estiver ao vosso alcance fazê-lo. O pesar, direi mesmo desespero, que a vossa morte lhes trouxe, altera-lhes visivelmente a saúde, levando-os a desgostarem-se da vida. Algumas palavras de consolo poderão certamente fazer renascer-lhes a esperança.



- Resposta: Meu velho amigo, esperava com impaciência esta ocasião, que ora me ofereceis, de comunicar-me. A dor de meus país aflige-me, porém, ela se acalmará quando tiverem a certeza de que não estou perdido para eles; aproximai-vos deles a fim de os convencer desta verdade, o que certamente conseguireis. Era preciso este acontecimento para insinuar-lhes uma crença que lhes trará a felicidade, impedindo-os de murmurar contra os decretos da Providência. Sabeis que meu pai era muito cético a respeito da vida futura; Deus concedeu-lhe este desgosto para arrancá-lo do seu erro.


Aqui nos reencontraremos, neste mundo onde não mais se conhecem os desgostos da vida, e no qual os precedi; afirmai-lhes categoricamente que a satisfação de tornarem a ver-me ser-lhes-á recusada como castigo à falta de confiança na bondade de Deus. Ser-me-ia mesmo interditada a comunicação com eles, durante o tempo da sua permanência na Terra. O desespero é uma rebeldia à vontade do Todo-Poderoso, sempre punido com o prolongamento da causa que o produziu, até que haja completa submissão.


O desespero é um verdadeiro suicídio porque mina as forças corpóreas, e quem abrevia os seus dias, no intuito de escapar mais cedo às opressões da dor, faz jus às mais cruéis decepções; deve-se, ao contrário, avigorar o corpo a fim de suportar mais facilmente o peso das provações.


Meus queridos e bondosos pais, é a vós que neste momento me dirijo. Desde que deixei o despojo mortal, jamais deixei de estar ao vosso lado. Aí estou muito mais freqüentemente mesmo que estava quando vivia na Terra. Consolai-vos, pois, porque eu não estou morto, ou antes, estou mais vivo que vós. Apenas o corpo morreu, mas meu Espírito, esse, vive sempre. Ele é ao demais livre, feliz, isento de moléstias, de enfermidades e de dores. Em vez de vos afligirdes, regozijai-vos por saber que estou ao abrigo de cuidados e apreensões, em lugar onde o coração se satura de alegria puríssima, sem a sombra de um desgosto.


Meus bons amigos, não lastimeis aqueles que morrem precocemente, porque isto é uma graça que Deus lhes concede, poupando-os às tribulações da vida terrena. A minha existência, desta vez, não deveria prolongar-se por muito tempo na Terra, visto ter adquirido o necessário para preencher, no Espaço, uma missão mais elevada. Se tivesse vivido mais tempo, não imaginais a que perigos e seduções iria expor-me. Sabeis que se, não estando ainda bastante forte para resistir, houvesse sucumbido, isso poderia ser para mim um atraso de alguns séculos? Por que, pois, lastimar o que me é vantajoso?


Neste caso, uma dor inconsolável acusaria falta de fé só legitimável pela idéia do nada. Os que assim descrêem, esses é que são dignos de lástima, pois para eles não pode haver consolação possível; os entes caros figuram-se-lhes irremediavelmente perdidos, sem retorno, porque a tumba lhes levou-lhes a última esperança!



- Pergunta: Vossa morte foi dolorosa?



- Resposta: Não, meu amigo, apenas sofri, antes da morte, os efeitos da moléstia, porém, esse sofrimento diminuía à medida que o último instante se aproximava; depois, um dia, uma luz, e adormeci sem pensar na morte. E tive então um sonho delicioso! Sonhei que estava curado, que não sofria mais, e respirava a plenos pulmões, prazerosamente, um ar embalsamado e puro; era transportado através do Espaço por uma força desconhecida. Brilhante luz resplandecia ao meu redor, mas sem cansar-me a vista! Vi meu avô, ele não mais tinha o rosto descarnado, mas um ar de frescor e de juventude. E ele estendeu-me os braços, estreitando-me efusivamente ao coração. Uma multidão de outras pessoas, com semblantes risonhos, acompanhava-o; todos acolhiam-me com benevolência e doçura; parecia-me reconhecê-las e, estava feliz por tornar a vê-las, e todos juntos trocávamos felicitações e testemunhos de amizade. Pois bem! O que eu supunha ser um sonho era a realidade; porque de tal sonho não devia despertar na Terra: é que eu acordara no mundo espiritual.



- Pergunta: A vossa moléstia não se originou da vossa grande assiduidade no estudo?



- Resposta: Oh! Não, desenganai-vos. Contado estava o tempo que eu deveria passar na Terra, e coisa alguma poderia aí reter-me por mais tempo. Sabia-o meu Espírito nos momentos de desprendimento e estava feliz com a idéia da próxima libertação. Mas, o tempo que aí passei não foi sem proveito, e hoje me felicito de o não ter perdido. Os sérios estudos feitos fortificaram-me a alma, e aumentaram os meus conhecimentos; e se em virtude da minha curta existência não pude dar-lhes aplicação, nem por isso deixarei de o fazer mais tarde e com maior utilidade.


Adeus, caro amigo: vou para junto de meus pais, a fim de predispô-los ao recebimento desta comunicação.



Maurice.



Retirado do livro “O Céu e o Inferno” – Allan Kardec

(Segunda Parte – Exemplos – Cap. II - Espíritos Felizes)


Prece dos Aflitos



"Senhor Deus, pai dos que choram,

Dos tristes, dos oprimidos,

Fortaleza dos vencidos,

Consolo de toda a dor,



Embora a miséria amarga

Dos prantos de nosso erro,

Deste mundo de desterro

Clamamos por vosso amor!



Nas aflições do caminho,

Na noite mais tormentosa,

Vossa fonte generosa

É o bem que não secará.



Sois, em tudo, a luz eterna

Da alegria e da bonança,

Nossa porta de esperança

Que nunca se fechará.


Quando tudo nos despreza

No mundo da iniqüidade,

Quando vem a tempestade

Sobre as flores da ilusão!


Ó Pai, sois a luz divina,

O cântico da certeza,

Vencendo toda aspereza,

Vencendo toda aflição.


No dia da nossa morte,

No abandono ou no tormento,

Trazei-nos o esquecimento

Da sombra, da dor, do mal!...

Que nos últimos instantes,

Sintamos a luz da vida

Renovada e redimida

Na paz ditosa e imortal."




Retirado do livro: “Paulo e Estêvão” – Emmanuel / Chico Xavier



Distúrbios Sexuais – Parte 3



A Doutrina Espírita procura não condenar ninguém, recomendando sempre que tenhamos com todos o máximo de respeito, consideração e carinho, inclusive para com as pessoas desequilibradas sexualmente, uma vez que elas constituem espíritos que atravessam um momento difícil (até mesmo tormentoso) em que necessitam promover a sua edificação moral, através de uma conduta sexual equilibrada. A esse respeito, Emmanuel finaliza o livro “Vida e Sexo” com a seguinte recomendação: “Diante de toda e qualquer desarmonia do mundo afetivo, seja com quem for e como for, colocai-vos, em pensamento, no lugar dos acusados, analisando as vossas tendências mais íntimas e, após verificardes se estais em condições de censurar alguém, escutai no âmago da consciência, o apelo inolvidável do Cristo: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.


A recomendação do Espiritismo, para o respeito e a compreensão diante dos irmãos que transitam em condições sexuais desequilibradas, ocorre não só em função do sentimento de fraternidade e caridade que deve presidir o relacionamento humano, mas também pelo fato de que nenhum de nós possui autoridade suficiente para condenar quem quer que seja, pois todos nós possuímos algum tipo de dificuldade moral e/ou material grave que, certamente, precisa de educação. Sobre isso André Luiz, no livro “Sinal Verde”, fala-nos o seguinte: “Se alguém errou na experiência sexual, consulte o próprio íntimo e verifique se você não teria incorrido no mesmo erro se tivesse oportunidade. Em todos os desafios e problemas do sexo, cultive a misericórdia para com os outros, recordando que, nos domínios do apoio pela compreensão, se hoje é o seu dia de dar, é possível que amanhã seja o seu dia de receber”.

De posse dessas informações, creio que então possamos entender o quanto é importante mantermos sempre uma conduta moral elevada, especialmente no que diz respeito ao sexo. Afinal, segundo André Luiz afirma, no livro “No Mundo Maior”: “A personalidade não é obra da usina interna das glândulas, mas produto da química mental. Compreendamos, pois, que o sexo reside na mente, a expressar-se no corpo espiritual, e conseqüentemente no corpo físico, por santuário criativo de nosso amor perante a vida, e, em razão disso, ninguém escarnecerá dele, desarmonizando-lhe as forças, sem escarnecer e desarmonizar a si mesmo”.


Para finalizar, deixo aqui uma reflexão, também de André Luiz, sobre relacionamentos afetivos, que talvez todos já tenham ouvido falar de alguma forma, mas creio que nunca é demais lembrar. Esse texto está presente no livro “Sinal Verde”: “Em toda comunicação afetiva, recorde a regra áurea: ‘não faça a outrem o que não deseja que outrem lhe faça’. Você receberá de retorno, tudo o que der aos outros, segundo a lei que rege os destinos”.



Livros citados


“Sinal Verde” – André Luiz / Chico Xavier

“Vida e Sexo” – Emmanuel / Chico Xavier

“O Consolador” – Emmanuel / Chico Xavier

“No Mundo Maior” – André Luiz / Chico Xavier

Estudos Espíritas” – Joanna de Ângelis / Divaldo Franco

“Evolução em Dois Mundos” – André Luiz / Chico Xavier / Waldo Vieira


Outros livros onde pode-se saber mais sobre o sexo e seus distúrbios pela ótica espírita:


“Sexo e Destino” – André Luiz / Chico Xavier / Waldo Vieira

“Sexo e Obsessão” – Manoel Philomeno de Miranda / Divaldo Franco


Na Internet, pesquise o assunto nos seguintes sites:


http://www.cvdee.org.br/

http://www.irc-espiritismo.org.br/

http://www.correioespirita.org.br/


Distúrbios Sexuais – Parte 2


Emmanuel, em sua obra “Vida e Sexo”, nos informa que, quase sempre, os que chegam no além-túmulo, sexualmente desequilibrados, depois de longas perturbações, renascem no mundo tolerando moléstias insidiosas, amargando pesadas provas como conseqüência dos excessos que cometeram no passado. Então, se reencarnamos com uma distorção relacionada à área sexual, isso nos deve ser encarado como sinalizador de que cometemos graves deslizes nessa área e que necessitamos de ajustes, principalmente no setor moral.


Ainda o Espírito Emmanuel, em “O Consolador”, nos mostra que Deus não extermina as paixões dos homens, mas fá-las evoluir, convertendo-as pela dor em sagrados patrimônios da alma, competindo às criaturas dominar o coração, guiar os impulsos e orientar as tendências, na evolução sublime dos seus sentimentos. Informa Emmanuel que observamos almas numerosas aprendendo, entre as angústias sexuais do mundo, a renúncia e o sacrifício, em marcha para as mais puras aquisições do Amor Divino. De acordo com André Luiz, no livro “No Mundo Maior”, “desejo, posse, simpatia, carinho, devotamento, renúncia, sacrifício, constituem aspectos dessa jornada sublimadora. Por vezes, a criatura demora-se anos, séculos, existências diversas de uma estação a outra”.


Creio que seja importante esclarecer que nem todos os transtornos sexuais estarão sempre relacionados às experiências passadas do Espírito. Claro que, como todos nós estamos dentro de um processo maior de evolução, qualquer problema que nos afeta, invariavelmente poderá ser considerado um problema “da alma”, sendo assim, os problemas de ordem sexual podem ser considerados como resultado de dificuldades e equívocos vivenciados ao longo desta trajetória de evolução do nosso Espírito; mas, apesar disso, não podemos desconsiderar jamais as influências e os fatores da vida presente, que podem influenciar (e muito) no comportamento sexual. Aí sim, de acordo com as vivências da vida presente, pode-se vir a adquirir alguns débitos que, se não forem resolvidos nesta existência, certamente ficarão para uma próxima.


Ocasionalmente poderão aparecer, inclusive, Espíritos obsessores, e eles conseguirão influenciar aqueles que estiverem desequilibrados, mas não podemos colocar a responsabilidade toda encima da Espiritualidade, afinal, os Espíritos obsessores quase sempre possuem alguma afinidade vibracional com os obsediados, daí a sua atração (através da conduta e dos pensamentos). Além disso, são eles, também, sofredores que merecem ajuda.


Joanna de Ângelis, em “Estudos Espíritas” fala sobre como deve se dar o reajuste de uma pessoa desequilibrada sexualmente (de dentro para fora, com a Medicina tradicional aliada à ‘Medicina da Alma’): “frustração, ansiedade, exacerbação, tormento, tendências inversas e aflições devem ser solucionados, do espírito em processo de reajuste ao corpo em reparação. Mediante a terapêutica da prece e do estudo, da aplicação dos passes e do tratamento desobsessivo, a par de assistência psicológica ou psiquiátrica correta, os que se encontram comprometidos com anomalias do corpo ou da emoção, recuperam a serenidade, reparam os tecidos ultra-sensíveis do perispírito, reestruturando as peças orgânicas para a manutenção do equilíbrio na conjuntura reencarnatória”. Sobre esse assunto, André Luiz, em “No Mundo Maior” complementa essa idéia, mas faz um alerta, falando: “A endocrinologia poderá fazer muito com uma injeção de hormônios, à guisa de pronto-socorro às coletividades celulares, mas não sanará lesões do pensamento”.


CONTINUA...


Distúrbios Sexuais – Parte 1


Ontem foi dia de “blogagem coletiva” e o tema abordado foi “pedofilia”. Bom, a pedofilia, como todos sabem, é uma perversão sexual. Pesquisei bastante e na verdade não achei nada na Doutrina Espírita falando sobre a pedofilia em si, mas ela fala sim, de casos de distúrbios sexuais, no que podemos, sem dúvida, incluir a pedofilia. Hoje, portanto, continuarei abordando aqui este tema, por considerá-lo de extrema importância. Falarei um pouco sobre os distúrbios sexuais sob a perspectiva da Doutrina Espírita, de uma forma mais abrangente. Como o texto ficou muito grande, separei em 3 partes. Espero que gostem.


Espiritualmente falando, todos nós somos seres em busca do equilíbrio. A maior parte de nós traz graves comprometimentos no que diz respeito ao campo sexual. André Luiz, no livro “Sinal Verde” afirma que “psicologicamente, cada pessoa conserva, em matéria de sexo, problemática diferente”.


Ainda André Luiz, no livro “No Mundo Maior”, fala que os enigmas do sexo não se reduzem a meros fatores fisiológicos, e acrescenta ainda, em “Evolução em Dois Mundos”, que a sede real do sexo não se acha no veículo físico, mas sim na entidade espiritual, em sua estrutura complexa.


Vejamos um resumo do que André Luiz nos fala, sobre as “enfermidades do instinto sexual”, no livro “No Mundo Maior”:


As cargas magnéticas do instinto, acumuladas e desbordantes na personalidade, à falta de sólido socorro íntimo para que se canalizem na direção do bem, obliteram as faculdades, ainda vacilantes, do discernimento e, alheia ao bom senso, a criatura lesada em seu equilíbrio sexual costuma entregar-se à rebelião e à loucura em síndromes espirituais de ciúme ou despeito.


Daí nascem as psiconeuroses, os colapsos nervosos, as fobias numerosas, os desvios da libido, a neurose obsessiva, as psicoses e as fixações mentais diversas que originam na ciência de hoje as indagações e os conceitos da psicologia de profundidade, na esfera da Psicanálise, que identifica as enfermidades ou desajustes do instinto sexual sem oferecer-lhes medicação adequada, porque apenas o conhecimento superior, gravado na própria alma, pode opor barreiras à extensão do conflito existente, traçando caminhos novos à energia criadora do sexo, quando em perigoso desequilíbrio.


Inútil é supor que a morte física ofereça solução pacífica aos espíritos em extremo desequilíbrio, que entregam o corpo aos desregramentos passionais. A loucura, em que se debatem, não procede de simples modificações do cérebro: dimana da desassociação dos centros perispiríticos, o que exige longos períodos de reparação.


Assim, à face das torturas genésicas a que se vê relegada, (a criatura) gera aflitivas contas cármicas a lhe vergastarem a alma no espaço e a lhe retardarem o progresso no tempo. Desse modo, por semelhantes rupturas dos sistemas psicossomáticos, harmonizados em permutas de cargas magnéticas afins, no terreno da sexualidade física ou exclusivamente psíquica, é que múltiplos sofrimentos são contraídos por nós todos, no decurso dos séculos, porquanto, se forjamos inquietações e problemas nos outros, com o instinto sexual, é justo que venhamos a solucioná-los em ocasião adequada
”.


Joanna de Ângelis confirma estas informações, no livro “Estudos Espíritas”, onde afirma que o sexo, queira-se ou não, nas suas funções importantes em relação à vida, procede do Espírito, cujo comportamento numa existência grava na próxima (existência) as condições emocionais e estruturais necessárias à evolução moral.


CONTINUA...