Redenção - Filme


Amigos, hoje eu gostaria de fazer um comentário a respeito de um filme que eu assisti recentemente e que me impressionou muito. Não pelo filme em si, que na verdade achei bem simples e, na minha modesta opinião, poderia ter focado outros pontos da história; o que chama a atenção na verdade é a história que é contada, ainda que em parte, principalmente por que é baseada em fatos reais.


Não é exatamente um filme novo, mas eu só pude conhecer agora, e acho que talvez muita gente ainda não conheça. Foi um filme feito para a TV americana e aqui no Brasil foi lançado diretamente em vídeo. Acho que vale a pena dar uma conferida.



Trata-se do filme “Redenção”. Ele conta a história de Stanley "Tookie" Williams (interpretado pelo excelente Jamie Foxx, ganhador do Oscar em 2005 por "Ray"). “Tookie” foi o fundador de uma gangue de rua de Los Angeles, talvez a mais temida e famosa, conhecida como Crisps. O início do filme mostra sua condenação por quádruplo homicídio e a partir daí foca a sua permanência na prisão na prisão de San Quentin (no “corredor da morte”) enquanto espera que a data da sua execução seja marcada.


Os primeiros anos de sua prisão ainda foram marcados pela violência. Por isso ele passou vários anos em uma área de isolamento (“solitária”) por causa de brigas com outros presos.


Doze anos após sua prisão, ele conhece a escritora Barbara Becnel (interpretada por Lynn Whitfield), que o procura com a intenção de obter seu depoimento, em meio às pesquisas que vem realizando para a produção do seu próximo livro. Passando boa parte do tempo na solitária, ele começa a lembrar-se de como foi sua vida até ali e passa a perceber os grandes erros que cometeu. Então, agora longe das ruas e perplexo com a realidade da violência e com a proporção que ela tomava, seu comportamento muda radicalmente e ele começa a escrever uma série de livros infantis, nos quais mostra o aspecto negativo da violência e estimula as crianças a evitarem as gangues e os crimes.


Inicia assim um trabalho para promover a não-violência, juntamente com a escritora Becnel, que no início encontra forte resistência por parte dos editores, mas por fim consegue publicar os livros.


Os livros então são lançados e tornam-se um sucesso mundial de tal magnitude, visto o trabalho de conscientização que realizam, que Stan “Tookie” Williams acaba sendo indicado ao Prêmio Nobel da Paz, por mais de uma vez, bem como ao Premio Nobel de Literatura.


Como já falei, em relação ao filme, acho que ele deixa muito a desejar, acho que poderia ter explorado mais certos fatos, mas acho que pela mensagem que deixa já vale ser visto.


Bom, referindo-se ao tema que rege este blog, o filme não possui temática espírita, mas apresenta inúmeros temas que podem (e a meu ver, devem) ser analisados à luz do espiritismo, como violência, vingança, pena de morte, preconceito, perdão, arrependimento etc. Meu intuito neste post não é de discutir esses temas, mas apenas sugerir o filme, espero que cada um possa vê-lo e tirar suas próprias conclusões. Entre outras coisas acho que nós podemos, a partir do filme, lembrar que toda ação gera invariavelmente uma reação e que somos responsáveis pelas escolhas que fazemos. Isso também nos leva a refletir sobre o que estamos fazendo para corrigir nossos erros anteriores e para melhorar o mundo em que vivemos. Afinal, que tipo de seres humanos nós somos? Fica a pergunta...


Achei interessante ver como um ex-líder de gangue, violento e assassino, pôde se modificar, alcançando a redenção, que dá título ao filme, e sendo capaz de nos mostrar uma lição tão magnífica. É interessante perceber também como o exemplo de apenas um homem pode modificar as atitudes de várias pessoas.


Isso também me fez pensar sobre a questão da pena de morte... É óbvio que a justiça dos homens faz-se necessária, algo tem de existir para garantir a ordem. Será que, se o “Tookie” jamais tivesse sido preso, ele teria parado para pensar sobre sua vida, ou teria continuado a fazer o que sempre fez nas gangues violentas? Será que foi necessária a sua prisão e os anos na solitária para que ele refletisse e resolvesse algo para tentar corrigir os erros cometidos? Talvez sim. Mas aí temos que pensar: até onde pode ir a justiça dos homens? Será que podemos decidir quem vive ou quem morre? E ainda: podemos julgar se essa ou aquela pessoa “merece” viver? Confesso a vocês que um dia eu já fui a favor da pena de morte e do aborto, mas hoje, graças a Deus, mudei minha percepção a respeito desses assuntos. Ah, como eu desejo que um dia todo mundo tenha o conhecimento do espiritismo e possa entender que nós não temos o direito de decidir sobre a vida de ninguém, que todos nós merecemos uma chance...


Para finalizar, gostaria de ressaltar que, em virtude do trabalho realizado por “Tookie”, foi criada uma campanha pedindo clemência, gerando inclusive organizações como a “Save Tookie”, mas apesar disso, Stan “Tookie” Williams foi executado, por injeção letal, ao cumprir a pena de morte imposta pelo estado americano da Califórnia, em 13/12/2005, inclusive após o filme que relato aqui ter sido produzido.



Sobre a execução de Tookie, o blog Marco Negro” fez um post chamado “Stan Tookie Williams – Uma voz calada por Schwarzenegger”.


Bom, fica aí a minha dica, espero que gostem!

Abraços a todos! Muita paz e luz!

Adriana


Para saber mais: http://www.tookie.com/