Obsessão (Parte 3 de 3)


- ‘Inimigos’ do Passado e Desobsessão -



1 - Em que tempo e situação no podem atingir os fenômenos deprimentes da obsessão?

Emmanuel - Salientando-se que o pensamento é a alavanca de ligação, para o bem ou para o mal, é muito fácil perceber que os fenômenos deprimentes da obsessão podem atingir-nos, em qualquer condição e em qualquer tempo.


2 - Todos temos desafetos do pretérito?

Emmanuel - Inegável que todos carreamos ainda, do pretérito ao presente, enorme carga de desafetos.


3 - Onde somos defrontados com mais freqüência pelos desafetos do passado? Na Terra ou no Plano Espiritual?

Emmanuel - É compreensível que seja na esfera física que mais direta e freqüentemente nos abordem aqueles mesmos Espíritos a quem ferimos ou com quem nos acumpliciamos na delinqüência.


4 - Se uma criatura desencarna deixando inimigos na Terra; é possível que continue perseguindo o seu desafeto, dentro da situação de invisibilidade?

Emmanuel - Isso é possível e quase geral, no capítulo das relações terrestres, porque, se o amor é o laço que reúne as almas nas alegrias da liberdade, o ódio é a algema dos forçados, que os prende reciprocamente no cárcere da desventura.


Se alguém partiu odiando, e se no mundo o desafeto faz questão de cultivar os gérmens da antipatia e das lembranças cruéis, é mais que natural que, no plano invisível, perseverem os elementos da aversão e da vindita implacáveis, em obediência às leis de reciprocidade, depreendendo-se daí a necessidade do perdão com o inteiro esquecimento do mal, a fim de que a fraternidade pura se manifeste através da oração e da vigilância, convertendo o ódio em amor e piedade, com os exemplos mais santos, no Evangelho de Jesus.


5 - Como poderíamos classificar aqueles que em outras existências nos foram inimigos ou de quem fomos adversários e que, no presente, desempenham, na base da profissão ou da família, o papel de nossos companheiros e de nossos parentes?

Emmanuel - São elas as testemunhas de nosso aperfeiçoamento, experimentando-nos as energias morais, quando não lhes suportamos o permanente convívio, por força das provas regenerativas que trazemos ao renascer. Acompanha-nos por instrumentos do progresso a que aspiramos, vigiam-nos as realizações e policiam-nos os impulsos.


6 - Como se transformam os nossos adversários do passado?

Emmanuel - Nos processos da obsessão, urge reconhecer que os nossos opositores ou adversários se transformam para o bem, à medida que, de nossa parte, nos transformamos para melhor.


7 - Quando estaremos realmente em paz com todos aqueles que ainda são para nós aversões naturais ou pessoas difíceis?

Emmanuel - Um dia, chegaremos a agradecer-lhes a colaboração, imitando o aluno que, incomodado na escola, se rejubila, mais tarde, por haver passado sob as atenções do professor exigente.


8 - As sessões de desobsessão têm valor? Em que condições?

Emmanuel - Toda recomendação verbal e todo entendimento pela palavra, através das sessões de desobsessão, se revestem de profundo valor, mas somente quando autenticados pelo nosso esforço de reabilitação íntima, sem a qual todas as frases enternecedoras passarão, infrutíferas, qual música emocionante sobre a vasa do charco.


9 - Qual a solução mais simples ao problema da obsessão?

Emmanuel - Consagremo-nos à construção do bem de todos; cada dia e cada hora, porquanto caminhar entre Espíritos nobres ou desequilibrados; sejam eles encarnados ou desencarnados, será sempre questão de escolha e sintonia.


EMMANUEL


Obras:

“O Consolador” - Francisco Cândido Xavier

“Leis Do Amor” - Francisco Cândido Xavier & Waldo Vieira


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Para saber mais sobre obsessão e como socorrer um obsidiado, veja a seguinte seqüência de posts, do blog “Magnetismo”:


Auxílio Magnético a um Indivíduo Obsidiado (Parte 1 de 3)

Auxílio Magnético a um Indivíduo Obsidiado (Parte 2 de 3)

Obsessão (Parte 2 de 3)


- Correntes Mentais e Comportamento -



1 - Existe relação entre obsessão e correntes mentais?

Emmanuel - Quem se refere à obsessão há de reportar-se, necessariamente, às correntes mentais. O pensamento é a base de tudo.


2 - Que imagens reflete o espelho da mente?

Emmanuel - A mente pode ser comparada a espelho vivo, que reflete as imagens que procura.


3 - O que nos acontece moralmente quando emitimos um pensamento?

Emmanuel - Emitindo um pensamento, colocamos um agente energético em circulação, no organismo da vida – agente esse que retornará fatalmente a nós, acrescido do bem ou do mal de que o revestimos.


4 - Qual o nexo existente entre a obsessão e os interesses da criatura?

Emmanuel - A obsessão, em qualquer tipo pelo qual se expresse, está fundamentalmente vinculada aos processos mentais em que se baseiam os interesses da criatura.


5 - É preciso que o obsidiado observe a própria vida mental para contribuir para as próprias melhorias?

Emmanuel - Sim. As correntes mentais são tão evidentes quanto as correntes elétricas, expressando potenciais de energias para realizações que nos exprimem direção, propósito ou vontade, seja para o mal ou para o bem.


6 - Qual o papel do desejo, da palavra, da atividade e da ação no fenômeno obsessivo?

Emmanuel - Cada um de nós é acumulador por si, retendo as forças construtivas ou destrutivas que geramos. Desejo, palavra, atitude e ação representam eletroímãs, através dos quais atraímos forças iguais àquelas que exteriorizamos, no rumo dos semelhantes.


7 - Pode a obsessão transformar-se em loucura?

Emmanuel - Qualquer obsessão pode transformar-se em loucura, não só quando a lei das provações assim o exige, como também na hipótese de o obsidiado entregar-se voluntariamente ao assédio das forças noviças que o cercam, preferindo esse gênero de experiências.


8 - As companhias têm influência na obsessão?

Emmanuel - Assevera o Cristo: “Busca e acharás”. Encontraremos, sim, os companheiros que buscamos, seja para o bem ou para o mal.


9 - O que recebemos dos outros?

Emmanuel - Assimilamos dos outros o que damos de nós.


10 - Quais as conseqüências para quem se detém em qualquer aspecto do mal?

Emmanuel - Deter-nos, em qualquer aspecto do mal, é aumentar-lhe a influência, sobre nós e sobre os outros.


11 - Qual a relação entre os nossos pontos vulneráveis e o retorno do mal que praticamos?

Emmanuel - Compreendendo-se que cada um de nós possui pontos vulneráveis, no estado evolutivo deficitário em que ainda nos encontramos, toda vez que o mal se nos associe a essa ou àquela idéia, teremos o mal de volta a nós mesmos, agravando-se doenças e fraquezas, obsessões e paixões.


EMMANUEL


Obras:

“O Consolador” - Francisco Cândido Xavier

“Leis Do Amor” - Francisco Cândido Xavier & Waldo Vieira



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“Todas as coisas são precedidas pela mente, guiadas pela mente e criadas pela mente.” Budha

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Obsessão (Parte 1 de 3)




- PARASITISMO DA ALMA -



1 - Como iniciou-se a obsessão e o vampirismo na sociedade humana?


André Luiz - Encontramos os circuitos de obsessão e de vampirismo entre encarnados e desencarnados, desde as eras recuadas em que o espírito humano, iluminado pela razão, foi chamado pelos princípios da Lei Divina a renunciar ao egoísmo e à crueldade, à ignorância e ao crime.


Rebelando-se, no entanto, em grande maioria, contra as sagradas convocações, e livres para escolher o próprio caminho, as criaturas humanas desencarnadas, em alto número, começaram a oprimir os companheiros da retaguarda, disputando afeições e riquezas que ficavam na carne, ou tentando empreitadas de vingança e delinqüência, quando sofriam o processo liberatório da desencarnação em circunstâncias delituosas.


As vítimas de homicídio, e violência, brutalidade manifesta ou perseguição disfarçada, fora do vaso físico, entram na faixa mental dos ofensores, conhecendo-lhes a enormidade das faltas ocultas, e, ao invés do perdão, com que se exonerariam da cadeia de trevas, empenham-se em vinditas atrozes, retribuindo golpe a golpe e mal por mal.


Outros desencarnados, exigindo que Deus lhes providencie solução aos caprichos pueris e proclamando-se inabilitados para o resgate do preço devido à evolução que lhes é necessária, tornam-se madraços e gozadores, e, alegando a suposta impossibilidade de a Sabedoria Divina dirimir os padecimentos dos homens, pelos próprios homens criados, fogem, acovardados e preguiçosos, aos deveres e serviços que lhes competem.



2 - Qual a terapêutica para o parasitismo da alma, ou obsessão?


André Luiz - Importa observar que todos os sofrimentos e corrigendas a que nos referimos estão conjugados para as consciências encarnadas ou não, dentro da lei de ação e reação que a cada um confere hoje o equilíbrio ou o desequilíbrio, por suas obras de ontem, reconhecendo-se também que assim como existem medidas terapêuticas contra o parasitismo no mundo orgânico, qualquer criatura encontra, na aplicação viva do bem, eficiente remédio contra o parasitismo da alma.


Não bastará, porém, a palavra que ajude e a oração que ilumina. O hospedeiro de influências inquietantes que, por suas aflições na existência carnal, pode avaliar da qualidade e extensão das próprias dívidas, precisará do próprio exemplo, no serviço do amor puro aos semelhantes, com educação e sublimação de si mesmo, porque só o exemplo é suficientemente forte para renovar e reajustar.


A ação do bem genuíno, com a quebra voluntária de nossos sentimentos inferiores, produz vigorosos fatores de transformação sobre aqueles que nos observam, notadamente naqueles que se nos agregam à existência, influenciando-nos a atmosfera espiritual, de vez que as nossas demonstrações de fraternidade inspiram nos outros pensamentos edificantes e amigos que, em circuitos sucessivos ou contínuas ondulações de energia renovados, modificam nos desafetos mais acirrados qualquer disposição hostil a nosso respeito.


Ninguém necessita, portanto, aguardar reencarnações futuras, entretecidas de dor e lágrimas, em ligações expiatórias, para diligenciar a paz com os inimigos trazidos do pretérito, porque, pelo devotamento ao próximo e pela humildade realmente praticada e sentida, é possível valorizar nossa frase e santificar nossa prece, atraindo simpatias valiosas, com intervenções providenciais, em nosso favor.


É que, em nos reparando transfigurados para o melhor, os nossos adversários igualmente se desarmam para o mal, compreendendo, por fim, que só o bem será, perante Deus, o nosso caminho de liberdade e vida.


ANDRÉ LUIZ

(Livro “Evolução em Dois Mundos” - Chico Xavier/Waldo Vieira)


Momento de Oração...




Senhor!... enquanto o tempo se renova
Nos vastos horizontes deste dia,
Aspiro a ser, onde me colocares,
A lembrança da paz e da alegria.


Ante a explosão de amor com que envolves o mundo,
Deixa que eu seja um raio de esperança
A todo coração desalentado
Que procura encontrar-se e ainda não te alcança.


Que eu tenha os próprios braços no socorro
À penúria de todos os matizes.
Entretanto, Senhor, faze de mim também a palavra de fé
Levantando na estrada os tristes e infelizes.


Converte-me a visão em caridade,
Dá-me o dom de servir sem perguntar a quem,
Conserva-me na escola do dever,
Faze de minhas mãos artífices do bem.


Ampara-me, Senhor, para que me transforme,
Na seara da vida e seja com quem for,
Num singelo canteiro de trabalho
A bendizer-te a luz e a florir-se de amor!...




Maria Dolores
(“Mãos Marcadas” - Francisco Cândido Xavier)


Lembranças Úteis


Não viva pedindo orientação espiritual, indefinidamente. Se você já possui duas semanas de conhecimento cristão, sabe, à saciedade, o que fazer.

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Não gaste suas energias, tentando consertar os outros de qualquer modo. Quando consertamos a nós mesmos, reconhecemos que o mundo está administrado pela Sabedoria Divina e que a obrigação de cooperar invariavelmente para o bem é nosso dever primordial.

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Não acuse os Espíritos desencarnados sofredores, pelos seus fracassos na luta. Repare o ritmo da própria vida, examine a receita e a despesa, suas ações e reações, seus modos e atitudes, seus compromissos e determinações, e reconhecerá que você tem a situação que procura e colhe exatamente o que semeia.

*

Não recorra sistematicamente aos amigos espirituais, quanto a comezinhos deveres que lhe competem no caminho comum. Eles são igualmente ocupados, enfrentam problemas maiores que os seus, detêm responsabilidades mais graves e imediatas e você, nas lutas vulgares da Terra, não teria coragem de pedir ao professor generoso e benevolente que desempenhasse funções de ama-seca.

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Não espere a morte para solucionar as questões da vida, nem alegue enfermidade ou velhice para desistir de aprender, porque estamos excessivamente distantes do Céu. A sepultura não é uma cigana, cheia de promessas miraculosas, e sim uma porta mais larga de acesso à nossa própria consciência.



André Luiz

Agenda Cristã - Francisco Cândido Xavier


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Conforto espiritual não é como o pão do mundo, que passa, mecanicamente, de mão em mão, para saciar a fome do corpo, mas, sim, como o Sol, que é o mesmo para todos, penetrando, porém, somente nos lugares onde não se haja feito um reduto fechado para as sombras.Emmanuel

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Ninguém sofre em vão...


Se há males, nesta vida, de que o homem é a própria causa, há também outros que, pelo menos em aparência, são estranhos à sua vontade e parecem golpeá-lo por fatalidade. Assim, por exemplo, as doenças de nascença: as deformidades, a idiotia etc.


Os que nascem nessas condições, nada fizeram, seguramente, nesta vida, para merecer uma sorte triste, sem possibilidade de compensação, e que eles não puderam evitar, sendo impotentes para modificá-las. Que dizer, por fim, das crianças que morrem em tenra idade e só conheceram da vida o sofrimento?


Em virtude do axioma de que todo efeito tem uma causa, essas misérias são efeitos que devem ter a sua causa, e desde que se admita a existência de um Deus justo, essa causa deve ser justa. Ora, a causa sendo sempre anterior ao efeito, e desde que não se encontra na vida atual, é que pertence a uma existência precedente. Se não fizemos o mal nesta vida, é que o fizemos em outra. O homem não é, portanto, punido sempre, ou completamente punido, na sua existência presente, mas jamais escapa às conseqüências de suas faltas.


Os sofrimentos produzidos por causas anteriores são sempre, como os decorrentes de causas atuais, uma conseqüência natural da própria falta cometida. O homem sofre aquilo que fez os outros sofrerem. Se ele foi duro e desumano, poderá ser, por sua vez, tratado com dureza e desumanidade; se foi orgulhoso, poderá nascer numa condição humilhante; se foi avarento, egoísta, ou se empregou mal a sua fortuna, poderá ver-se privado do necessário; se foi mau filho, poderá sofrer com os próprios filhos; e assim por diante.


É dessa maneira que se explicam, pela pluralidade das existências e pelo destino da Terra, como mundo expiatório que é, as anomalias da distribuição da felicidade e da desgraça, entre os bons e os maus neste mundo.


Texto retirado do “Evangelho Segundo o Espiritismo” – Allan Kardec – Cap. V (Bem Aventurados os Aflitos – Causas Anteriores da Aflições)


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Dívida e resgate


Uma das cunhadas do Chico Xavier teve um filho ‘anormal’. Braços e pernas atrofiados. Os olhos, cobertos por uma espessa névoa, mantinham-no mergulhado na mais completa escuridão. Inspirava medo às pessoas que o viam. Era tão deformado que a mãe ao vê-lo teve um choque e foi internada num hospital de doentes mentais.


O Chico ficou sozinho com o sobrinho.


Cuidar dele não era fácil. Medicá-lo, banhá-lo e aplicar-lhe um clister diariamente. O menino não deglutia e para alimentá-lo, Chico tinha que formar uma pequena bola com a comida, colocar em sua garganta e empurrar com o dedo.


Isto, durante onze anos aproximadamente.


Quando o sobrinho piorava, Chico rezava muito para que ele não desencarnasse. Já o amava como um filho.


Um dia o Espírito Emmanuel lhe disse:


— Ele só vai desencarnar quando o pulmão começar a desenvolver e não encontrar espaço. Aí, então, qualquer resfriado pode se transformar numa pneumonia e ele partirá.


Quando estava próximo dos doze anos, foi acometido de uma forte gripe e começou a definhar.


Na hora do desencarne, seus olhos voltaram a enxergar. Ele olhou para o Chico e procurou traduzir toda a sua gratidão naquele olhar.


Emmanuel, presente, explicou:


— Graças a Deus. É a primeira vez, depois de cento e cinqüenta anos, que seus olhos voltam para a Luz. As suas dívidas do passado foram aniquiladas. Louvado seja Jesus.


Extraído do livro “Chico, de Francisco”, de Adelino da Silveira


Livres, mas Responsáveis



A quem nos pergunte se a criatura humana é livre, responderemos afirmativamente.


Acrescentemos, porém, que o homem é livre, mas responsável, e pode realizar o que deseje, mas estará ligado inevitavelmente ao fruto de suas próprias ações.


Para esclarecer o assunto, tanto quanto possível, examinemos, em resumo, alguns dos setores de sementeira e colheita ou, melhor, de livre-arbítrio e destino em que o espírito encarnado transita no mundo.



POSSE - O homem é livre para reter quaisquer posses que as legislações terrestres lhe facultem, de acordo com a sua diligência na ação ou seu direito transitório, e será considerado mordomo respeitável pelas forças superiores da vida se as utiliza a benefício de todos, mas, se abusa delas, criando a penúria dos semelhantes, de modo a favorecer os próprios excessos, encontrará nas conseqüências disso a fieira das provações com que aprenderá a acender em si mesmo a luz da abnegação.


NEGÓCIO - O homem é livre para efetuar as transações que lhe apraza e granjeará o título de benfeitor, se procura comerciar com real proveito de clientela que lhe é própria, mas, se arrasa a economia dos outros com o fim de auferir lucros desnecessários, com prejuízo evidente do próximo, encontrará nas conseqüências disso a fieira de provações com que aprenderá a acender em si mesmo a luz da retidão.


ESTUDO - O homem é livre para ler e escrever, ensinar ou estudar tudo o que quiser e conquistará a posição de sábio se mobiliza os recursos culturais em auxílio daqueles que lhe partilham a romagem terrestre; mas, se coloca os valores da inteligência em apoio do mal, deteriorando a existência dos companheiros da Humanidade com o objetivo de acentuar o próprio orgulho, encontrará nas conseqüências disso a fieira de provações com que aprenderá a acender em si mesmo a luz do discernimento.


TRABALHO - O homem é livre para abraçar as tarefas a que se afeiçoe e será honorificado por seareiro do progresso se contribui na construção da felicidade geral; mas se malversa o dom de empreender e agir, esposando atividades perturbadoras e infelizes para gratificar os seus interesses menos dignos, encontrará nas conseqüências disso a fieira de provações com que aprenderá a acender em si mesmo a luz do serviço aos semelhantes.


SEXO - O homem é livre para dar às suas energias e impulsos sexuais a direção que prefira e será estimado por veículo de bênçãos quando os emprega na proteção sadia do lar, na formação da família, seja na paternidade ou na maternidade com o dever cumprido, ou, ainda, na sustentação das obras de arte e cultura, benemerência e elevação do espírito; mas, se para lisonjear os próprios sentidos transforma os recursos genésicos em dor e desequilíbrio, angústia ou desesperação para os semelhantes, pela injúria aos sentimentos alheios ou pela deslealdade e desrespeito nos compromissos e ajustes afetivos, depois de havê-los proposto ou aceitado, encontrará nas conseqüências disso a fieira de provações com que aprenderá a acender em si mesmo a luz do amor puro.


O homem é livre até mesmo para receber ou recusar a existência, mas recolherá invariavelmente os bens ou os males que decorram de sua atitude, perante as concessões da Bondade Divina.


Todos somos livres para desejar, escolher, fazer e obter, mas todos somos também constrangidos a entrar nos resultados de nossas próprias obras.


Cabe à Doutrina Espírita explicar que os princípios da Justiça Eterna, em todo o Universo, não funcionam simplesmente à base de paraísos e infernos, castigos e privilégios de ordem exterior, mas, acima de tudo, através do instituto da reencarnação, em nós, conosco, junto de nós e por nós.


Foi por isso que Jesus, compreendendo que não existe direito sem obrigação e nem equilíbrio sem consciência tranqüila, nos afirmou claramente: "Conhecereis a verdade e a verdade vos fará livres".


EMMANUEL

(Do livro "Encontro Marcado" – Chico Xavier)



Imagem na janela: "Secret Beauty" de Down Pitre (Formatação: Lori)


Reação Pacífica


Estes são dias de desequilíbrio.
O medo galvaniza os homens.
A onda dos crimes cresce a cada hora.


No entanto, a agressividade e a violência que dominam as preocupações do mundo hodierno, a par das causas de natureza extrínseca, têm, no próprio homem, o caldo de cultura em que se desenvolvem, assustadoramente.


Enquanto os especialistas dos diversos ramos do conhecimento tentam deter os efeitos da violência, que irrompe, voluptuosa, em toda parte, mergulhando o pensamento nos fatores causais sócio-econômicos, sócio-políticos, sócio-culturais, psicológicos e de outras ordens, o egoísmo é a grande geratriz dos males que afligem a Terra...


Em conseqüência, o Evangelho de Jesus vivido pelo Espiritismo, em espírito e verdade, é o anticorpo de urgência para a calamidade virulenta que ameaça as estruturas sociais da atualidade.


***

Não somes ao volume dos desequilíbrios vigentes as reações negativas que traduzam desassossegos internos.

Estabelece as diretrizes de paz interior, a esforço de prece e sacrifício, de modo a poderes minimizar a problemática afligente.

Evita o comentário pernicioso e não difundas a informação malsã.

Apaga o fogo da ira com a água da resignação.

Asserena as ansiedades pessoais, impedindo-te o desespero.

O servidor do Cristo está, na Terra, para o excelente mister de produzir a harmonia entre todos.

Agredido, não ataca; acossado, não investe contra, porfia; sofrendo, não promove a revolta, vence-a.

Estância de paz, torna-se veículo do otimismo, contribuindo valiosamente para a mudança da paisagem em agonia da atualidade.


***

Harmoniza-te em Jesus e esparze esperança, constituindo-te fortaleza contra o mal, lição viva de confiança, lentamente transformando o meio onde te encontras situado, de modo a vencer pela resistência pacífica a onda de provações necessárias para a Humanidade neste momento de transição histórica.


***

O egoísmo é o inimigo poderoso contra o qual todos devem voltar-se com disposição de ânimo e decisão.

Insculpindo n’alma as bênçãos da caridade, serão superados todos os fatores perturbantes que afetam o homem, e a violência como a agressividade serão banidas da Terra em definitivo.

Entrega-te, portanto, a Jesus e nele confia, “não fazendo ao teu próximo, o que não desejares que ele te faça”.


Joanna de Ângelis
(Alerta - Divaldo P. Franco)

Espiritismo - 151 Anos



Para as coisas novas necessitamos de palavras novas, pois assim o exige a clareza de linguagem, para evitarmos a confusão inerente aos múltiplos sentidos dos próprios vocábulos.


As palavras espiritual, espiritualista, espiritualismo têm uma significação bem definida. Dar-lhes outra, para aplicá-las à Doutrina dos Espíritos, seria multiplicar as causas já tão numerosas da anfibologia.


Com efeito, o espiritualismo é o oposto do materialismo. Quem quer que acredite haver em si mesmo alguma coisa além da matéria é espiritualista. Mas não se segue daí que creia na existência dos Espíritos ou em suas comunicações com o mundo visível.


Em lugar das palavras espiritual e espiritualismo, empregaremos, para designar a crença a qual nos referimos, os termos espírita e espiritismo, nas quais a forma lembra a origem e o sentido radical e que por isso mesmo têm a vantagem de ser perfeitamente inteligíveis, deixando para o vocábulo espiritualismo a sua significação própria.


Diremos, portanto, que a Doutrina Espírita ou o Espiritismo tem por princípio as relações do mundo material com os Espíritos ou seres do mundo invisível. Os adeptos do Espiritismo serão os espíritas, ou, se quiserem, os espiritistas.


Como especialidade O Livro dos Espíritos contém a Doutrina Espírita; como generalidade liga-se ao Espiritualismo, do qual apresenta uma das fases. Essa a razão por que traz no cabeçalho do seu título as palavras: Filosofia Espiritualista.


Allan Kardec

Livro dos Espíritos (Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita)


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Livro dos Espíritos – Filosofia Espiritualista


Livro que traz os princípios da Doutrina Espírita: Sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da Humanidade – segundo os ensinamentos dados por Espíritos superiores, com o concurso de diversos médiuns – recebidos e coordenados por Allan Kardec.


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No dia 18 de abril de 1857, o professor Hippolyte Léon Denizard Rivail, educador, autor de livros didáticos e adepto de rigoroso método de investigação científica, mais conhecido pelo pseudônimo de Allan Kardec, lançou ‘O Livro dos Espíritos’ editado por E. Dentu, Libraire, na própria Livraria Dentu, na Galérie D’Orléans, 13, no Palais Royal, em Paris.

Estava, portanto, a partir dessa data, lançada oficialmente a Doutrina Espírita (ou Doutrina dos Espíritos).

Que no ano de 2008, onde se comemoram os 151 anos do Espiritismo, possam os Espíritos do Senhor, encarnados e desencarnados, que trabalharam na Codificação com coragem, abnegação e determinação, receberem as nossas vibrações de gratidão e reconhecimento.

E que todos nós, de nossa parte, nos dias atuais, possamos honrar o trabalho dos pioneiros, através do nosso próprio esforço.

Que Deus abençoe a todos.


"Não Julgues Teu Irmão"


Amigo,


Examina o trabalho que desempenhas.


Analisa a própria conduta.


Observa os atos que te definem.


Vigia as palavras que proferes.


Aprimora os pensamentos que emites.


Pondera as responsabilidades que recebeste.


Aperfeiçoa os próprios sentimentos.


Relaciona as faltas em que, porventura, incorreste.


Arrola os pontos fracos da própria personalidade.


Inventaria os débitos em que te inseriste.


Sê o investigador de ti mesmo, o defensor do próprio coração, o guarda de tua mente.


Mas, se não deténs contigo a função do juiz, chamado à cura das chagas sociais, não julgues o irmão do caminho, porque não existem dois problemas, absolutamente iguais, e cada espírito possui um campo de manifestações particulares.


Cada criatura tem o seu drama, a sua aflição, a sua dificuldade e a sua dor.


Antes de julgar, busca entender o próximo e compadece-te, para que a tua palavra seja uma luz de fraternidade no incentivo do bem.


E, acima de tudo, lembra-te de que amanhã, outros olhos pousarão sobre ti, assim como agora a tua visão se demora sobre os outros.


Então, serás julgado pelos teus julgamentos e medido, segundo as medidas que aplicas aos que te seguem.


ANDRÉ LUIZ
(De “Comandos do Amor”, de Francisco Cândido Xavier)

Jesus, Kardec e Nós



Se Jesus considerasse a si mesmo puro demais, a ponto de não tolerar o contato das fraquezas humanas; se acreditasse que tudo deve correr por conta de Deus; se nos admitisse irremediavelmente perdidos na rebeldia e na delinqüência; se condicionasse o desempenho do seu apostolado ao apoio dos homens mais cultos; se aguardasse encosto dinheiroso e valimento político a fim de realizar a sua obra ou se recuasse, diante do sacrifício, decerto não conheceríamos a luz do Evangelho, que nos descerra o caminho à emancipação espiritual.



Se Allan Kardec superestimasse a elevada posição que lhe era devida na aristocracia da inteligência, colocando honras e títulos merecidos acima das próprias convicções; se permanecesse na expectativa da adesão de personalidades ilustres à mensagem de que se fazia portador; se esperasse cobertura financeira para atirar-se à tarefa; se avaliasse as suas dificuldades de educador, com escasso tempo para esposar compromissos diferentes do magistério ou se retrocedesse, perante as calúnias e injúrias que lhe inçaram a estrada, não teríamos a codificação da Doutrina Espírita, que complementa o Evangelho, integrando-nos na responsabilidade de viver.



Refletindo em Jesus e Kardec, ficamos sem compreender a nossa inconseqüência, quando nos declaramos demasiadamente virtuosos, ocupados, instruídos, tímidos, incapazes ou desiludidos para atender às obrigações que nos cabem na Doutrina Espírita. Isso porque se eles – o Mestre e o Apóstolo da renovação humana – passaram entre os homens, sofrendo dilacerações e exemplificando o bem, por amor à verdade, quando nós – consciências endividadas – fugimos de aprender e servir, em proveito próprio, indiscutivelmente, estaremos sem perceber, sob a hipnose da obsessão oculta, carregando equilíbrio por fora e loucura por dentro.



Emmanuel

Fonte: XAVIER, Francisco C.; VIEIRA Waldo. “Opinião espírita”. Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz. 5. ed. Uberaba (MG): CEC, 1982. Cap. 4, p. 29-30.


Pena de Morte



Pergunta
- A pena de morte desaparecerá um dia da legislação humana?


Resposta dos Espíritos - A pena de morte desaparecerá incontestavelmente e sua supressão assinalará um progresso da Humanidade. Quando os homens forem mais esclarecidos, a pena de morte será completamente abolida da Terra. Os homens não terão mais necessidade de serem julgados pelos homens. Falo de uma época que ainda está muito longe de vós.


Comentário de Kardec:
O progresso social ainda deixa muito a desejar, mas seríamos injustos para com a sociedade moderna se não víssemos um progresso nas restrições impostas á pena de morte entre os povos mais adiantados, e à natureza dos crimes aos quais se limita a sua aplicação. Se compararmos as garantias de que ajusta se esforça para cercar hoje o acusado, a humanidade com que o trata, mesmo quando reconhecidamente culpado, com o que se praticava em tempos que não vão muito longe, não poderemos deixar de reconhecer a via progressiva pela qual a Humanidade avança.


Pergunta
- A lei de conservação dá ao homem o direito de preservar a sua própria vida. Não aplica ele esse direito quando elimina da sociedade um membro perigoso?


Resposta dos Espíritos
- Há outros meios de se preservar do perigo, sem matar. É necessário, aliás, abrir e não fechar ao criminoso a porta do arrependimento.


Pergunta - Se a pena de morte pode ser banida das sociedades civilizadas, não foi uma necessidade em tempos menos adiantados?


Resposta dos Espíritos - Necessidade não é o termo. O homem sempre julga uma coisa necessária quando não encontra nada melhor. Mas, à medida que se esclarece, vai compreendendo melhor o que é justo ou injusto e repudia os excessos cometidos nos tempos de ignorância, em nome da justiça.


Pergunta - A restrição dos casos em que se aplica a pena de morte é um indício do progresso da civilização?


Resposta dos Espíritos - Podes duvidar disso? Não se revolta o teu Espírito lendo os relatos dos morticínios humanos que antigamente se faziam em nome da justiça e freqüentemente em honra à Divindade; das torturas a que se submetia o condenado e mesmo o acusado, para lhe arrancar, a peso do sofrimento, a confissão de um crime que ele muitas vezes não havia cometido? Pois bem, se tivesses vivido naqueles tempos, acharias tudo natural, e talvez, como juiz, tivesses feito outro tanto. É assim que o que parece justo numa época parece bárbaro em outra. Somente as leis divinas são eternas. As leis humanas modificam-se com o progresso. E se modificarão ainda, até que sejam colocadas em harmonia com as leis divinas.*


Pergunta - Jesus disse: “Quem matar pela espada perecerá pela espada”. Essas palavras não representam a consagração da pena de talião? E a morte imposta ao assassino não é a aplicação dessa pena?


Resposta dos Espíritos - Tomai cuidado! Estais equivocados quanto a estas palavras, como sobre muitas outras. A pena de talião é a justiça de Deus; é ele quem a aplica. Todos vós sofreis a cada instante essa pena, porque sois punidos naquilo em pecais, nesta vida ou numa outra. Aquele que fez sofrer o seu semelhante estará numa situação em que sofrerá o mesmo. Este o sentido das palavras de Jesus. Pois não vos disse também: “Perdoai aos vossos inimigos”? E não vos ensinou a pedir a Deus que perdoe as vossas ofensas da maneira que perdoastes, ou seja, na mesma proporção em que houverdes perdoado? Compreendei bem isso.


Pergunta - Que pensar da pena de morte imposta em nome de Deus?


Resposta dos Espíritos - Isso equivale a tomar o lugar de Deus na prática da justiça. Os que agem assim revelam quanto estão longe de compreender a Deus e quanto têm ainda a expiar. É um crime aplicar a pena de morte em nome de Deus; e os que a fazem são responsáveis por esses assassinatos.


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* Definição perfeita da concepção espírita da moral. Os princípios verdadeiros de moral são de natureza eterna e o costumes dos povos se modificam através da evolução, em direção daqueles princípios. A Sociologia materialista, tratando apenas dos costumes, criou o falso conceito da relatividade da moral, já em declínio, entrando, no pensamento moderno. O homem intui cada vez de maneira mais clara as leis divinas da moral, na proporção em que progride. Os seus costumes se depuram e a sua moral se harmoniza com essas leis superiores. (Nota do Tradutor)


Retirado do “Livro dos Espíritos” – Allan Kardec – Ttradução de José Herculano Pires (Livro Terceiro – As Leis Morais – Cap. 6 – Lei de Destruição / Item VII – Pena de Morte)



Chico Xavier fala sobre Pena de Morte (Programa Pinga Fogo)


O Espírita na Multidão


O espírita cristão, porque busca realmente compreender Jesus e raciocinar no Evangelho, é alguém sob regime de fiscalização permanente. Daí procedem as múltiplas contradições nas criticas que recebe.

Habitualmente, se é generoso, a multidão em torno dirá dele: é perdulário.



Se economiza: é avarento.



Se mantém a disciplina: é ditador.



Se não observa condições e horários: é irresponsável.


Se diligencia renovar as normas conhecidas: é revolucionário.



Se conserva os padrões de hábito: é inerte.


Se usa franqueza: é descaridoso.


Se contemporiza: é hipócrita.


Se brinca: é irreverente.


Se chora: é obsesso.


Se comunicativo: é estouvado.


Se discreto: é orgulhoso.


Se estuda intensivamente: é afetado.


Se estuda menos: é ignorante.


Se colabora com afinco na assistência social: é santarrão.


Se coopera menos na beneficência de ordem material: é preguiçoso.


Se revela ardente fervor nas convicções: é fanático.


Se analisa, como é necessário, as instruções em andamento: é um céptico.


Se trabalha com grande número de pessoas: é demagogo.


Se trabalha em ambiente restrito: é insociável.


Efetivamente, a multidão é nossa família e nada justificaria qualquer propósito de nos distanciarmos dela, a pretexto de superioridade individual.



Somos claramente chamados a servi-la.



Com ela e por ela, é que também nos despojaremos das imperfeições que nos marcam a vida.



Ainda assim, conquanto amando-a e abençoando-a, não nos seria lícito esquecer que ela própria, um dia preferiu Barrabás a Jesus, em lamentável engano.



Atentos a isso, onde estiveres e como estiveres, coloca-te acima das opiniões humanas, e serve a Jesus servindo à multidão, ofertando à seara do bem o que fores e o que tiveres de melhor.



Emmanuel

Livro: “Paz e renovação”. Médium: Francisco Cândido Xavier


Redenção



Pergunta: Para que nos purifiquemos, será suficiente acomodar-nos à tristeza e a soledade, por que nos reclamem serviço demasiado à felicidade dos outros?

Emmanuel - Quase sempre exigimos o máximo dos outros na construção da nossa felicidade, sem lhes darmos de nós o máximo na preservação da própria segurança. Entretanto, em apoio de nosso burilamento, urge sustentar atividades e encargos de sacrifício.


Pergunta: Ainda para isso será suficiente que padeçamos o assédio da injúria?

Emmanuel - Caluniam-nos freqüentemente, no entanto, só pelo fato de sermos apontados pelo dedo da injúria, isso não adianta ao aperfeiçoamento espiritual. Impreterível usar compaixão e bondade, à frente daqueles que nos perseguem.


Pergunta: Para que obtenhamos quitação, ante o pretérito culposo, bastará experimentar agruras e provações no reduto doméstico, de ânimo sistematicamente recolhido à rixa e ao mau humor?

Emmanuel - Em muitas circunstâncias, o lar é o cárcere dos nossos sonhos, contudo, é útil recordar que vastas fileiras de criaturas se encontram na mesma situação, agravando padecimentos e lutas pelo abandono das responsabilidades que lhes competem. A regeneração pela qual ansiamos espera por nossa felicidade aos compromissos assumidos, com a nossa disposição de arquivar planos de ventura para quando a Divina Sabedoria nos proclame a libertação.


Pergunta: A fim de que nos aperfeiçoamos, chegará viver sempre sob inquietações aflitivas?

Emmanuel - Vergamo-nos sob o fardo de inquietações opressivas, mas, para que essas inquietações nos sirvam ao reajuste da alma, cabe-nos a obrigação de transformá-las em testemunhos de fé e serviço ao próximo.


Pergunta: Em favor do aprimoramento próprio, será suficiente arrepender-nos dos erros e faltas cometidas?

Emmanuel - Convém notar que o reconhecimento dos próprios erros, perpetrados nesse ou naquele setor da existência, é o primeiro passo da reabilitação, mas, esse começo é empreendimento nulo se não resolvemos corrigir-nos com humildade e paciência, na execução dos deveres que a vida nos recomenda.


Pergunta: Bastará apenas sofrer para que resgatemos os compromissos adquiridos nas existências passadas?

Emmanuel - Se temos o coração aberto em feridas profundas, isso não basta; é preciso transubstanciar as próprias dores em esperanças e ensinamentos.


Pergunta: Basta apenas chorar para realizarmos o expurgo do coração?

Emmanuel - Às vezes, trazemos o semblante lavado de lágrimas, no entanto, o desespero e a inconformação desmancham-se igualmente em pranto amargo; para expurgar o mundo íntimo é mister valermo-nos da provação como recurso de trabalho, para converter a tribulação em alegria e a dificuldade em lição.


Pergunta: Basta apenas bendizer as mãos que nos ferem?

Emmanuel - Bendigamos as mãos que nos ferem. Imperioso, porém, nos dediquemos a fazer algo a fim de que se renovem para o entendimento e para a prática do bem, sob a inspiração dos bons exemplos que lhes pudermos ofertar.


Pergunta: Basta apenas acreditar na verdade, sofrendo o escárnio dos que a recusam?

Emmanuel - Dizemos a verdade e, não raro, riem de nós muitas vezes, só porque isso aconteça, julgam-nos dispensados de trabalhar pela expansão de novas luzes, quando a verdade reclama continuísmo de abnegação para que triunfe a benefício de todos.


Pergunta: Basta apenas recolher pedras de ingratidão?

Emmanuel - Recolher pedras de ingratidão por pétalas de carinho é heroísmo de muitos. Multidões respiram nesse câmbio, estranho de padecimentos morais, preferindo acomodar-se à hipnose da queixa. A ingratidão é sempre resultado da ignorância e para que a ingratidão alheia produza bênçãos redentoras em nós, é necessário prosseguir plantando entendimento e fraternidade na terra seca da incompreensão, de que muitos outros já desertaram.


Pergunta: É lícito contarmos com o auxílio dos Espíritos Superiores grandes missionários da evolução moral na Terra para que nos apóiem no trabalho da própria regeneração?

Emmanuel - Sim, vezes inúmeras, costumamos refletir nas grandes façanhas dos Espíritos valorosos que transformaram a Terra... Acolheram-se à filosofia e criaram novas formas de pensamento; abraçaram a ciência e exalçaram o progresso; elevaram-se na cultura e engrandeceram a arte; agigantaram-se no trabalho e aperfeiçoaram a vida; entretanto, reencarnaram-se entre os homens, lavrando o solo, mecanizando atividades, burilando palavras, renovando costumes, aprimorando leis, desbravando caminhos... Todos eles, cada qual a seu modo, entregaram-nos as chaves da evolução, melhorando a vida por fora. No íntimo, porém, seja nas horas tranqüilas da existência ou nas crises de aflição que nos supliciem a alma, é forçoso lembrar que a redenção verdadeira nasce dentro de nós.


Pergunta: Quando redimiremos espiritualmente a nós mesmos?

Emmanuel - Redimiremos a nós mesmos, quando compreendermos, conscientemente, ao preço do próprio raciocínio, que todos os sofrimentos decorrem das leis de amor que governam a vida. Para isso, é indispensável entendamos que todos vivemos subordinados ao princípio inelutável da reencarnação e que nos reencarnaremos, na Terra ou em outros mundos, tantas vezes quantas se fizeram necessárias, para que se nos edifique o aperfeiçoamento espiritual, seja diante dos imperativos da evolução, que nos traçam inevitáveis labores educativos, ou à frente dos encargos expiatórios que nos apontam graves tarefas de recapitulação e corrigenda, para o expurgo da consciência culpada.


EMMANUEL

(Dos livros “Plantão De Respostas” e “Leis do Amor” – Chico Xavier)