Quanto mais...


Abençoai sempre as vossas dificuldades e não as lastimeis, considerando que Deus nos concede sempre o melhor e o melhor tendes obtido constantemente com a possibilidade de serdes mais úteis.


Quanto mais auxiliardes aos outros, mais amplo auxílio recebereis da Vida Mais Alta.


Quanto mais tolerardes os contratempos do mundo, mais amparados sereis nas emergências da vida, em que permaneceis buscando paz e progresso, elevação e luz.


Quanto mais liberdade concederdes aos vossos entes amados, permitindo que eles vivam a existência que escolheram, mais livres estareis para obedecer a Jesus, construindo a vossa própria felicidade.


Quanto mais compreenderdes os que vos partilham os caminhos humanos, mais respeitados vos encontrareis, de vez que, quanto mais doardes do que sois em benefício alheio, mais ampla cobertura de amparo do Senhor assegurará a tranquilidade em vossos passos.


Continuemos buscando Jesus em todos os irmãos da Terra, mas especialmente naqueles que sofrem problemas e dificuldades maiores que os nossos obstáculos, socorrendo e servindo e sempre mais felizes nos encontraremos sob as bênçãos dele, nosso Mestre e Senhor.


Bezerra de Menezes / Francisco Cândido Xavier. In: Caridade


Único Modelo




Filhos, lutai contra os pensamentos infelizes que vos criam hábitos perniciosos.


A viciação mental escraviza o espírito nas ações em que encontra comparsas, visíveis e invisíveis, para que se consumam.


Todo hábito é adquirido. Não acrediteis na força determinante da hereditariedade, como ser capaz de transferir para o corpo o que é responsabilidade da alma.


Não vos acostumeis ao mal, para que o mal não se acostume a vos utilizar como instrumentos de sua propagação no mundo.


O espírito vive na órbita de seus próprios pensamentos e respira na atmosfera de seus anseios mais íntimos.


Que a vossa vida oculta seja como a vida que viveis para que os homens vos vejam.


Não acalenteis ideias enfermiças, porquanto toda ideia ardentemente acalentada tende a concretizar-se.


A dificuldade de se viver com retidão está no fato de não se procurar preencher os espaços vazios da alma com objetivos enobrecedores.


Quem se habitua à escuridão da caverna sente-se enceguecido com a luz que brilha lá fora...


Que a disciplina espiritual, oriunda do cumprimento do dever, vos possibilite a subjugação do corpo.


Os prazeres efêmeros a que aspirais, quando passam, deixam sequelas de longa duração nos mecanismos da alma.


Quantas vezes o remorso, agindo do inconsciente, aniquila o veículo que possibilitou ao espírito os terríveis equívocos cometidos?


Enfermidades de etiologia obscura, tumorações malignas, súbitas alterações cardiovasculares, disfunções de certos órgãos vitais ou queda da resistência imunológica, oportunizando o aparecimento de graves infecções, podem ser desencadeadas por um processo de autofagia moral, em que o ser pretende libertar-se da vestimenta física em que se corrompe, esquecido de que a causa de todos os seus males e aflições reside em sua própria essência.


Filhos, fora do corpo, o espírito prossegue vivendo de acordo com as suas inclinações e tendências. A morte em si não transforma ninguém. Se desejais mudança substancial adotai Jesus como o Único Modelo de vossas vidas!


Por: Bezerra de Menezes

Livro: A Coragem da Fé

Psicografia: Carlos Bacelli



Ser Espírita



Filhos, ser espírita é oportunidade de vivenciar o Evangelho em espírito e verdade.


O seguidor da Doutrina é alguém que caminha sobre o mundo, mais consciente de seus erros que de seus acertos. Por este motivo - pela impossibilidade de conformar os interesses do homem velho com os anseios do homem novo, ele quase sempre deduz que professar a fé espírita não é tarefa fácil.


Toda mudança de hábito, principalmente daquele que lhe esteja mais arraigado, impõe à criatura encarnada sacrifícios inomináveis.


O rompimento com o “eu” é um parto laborioso, em que, não raro, sem experimentar inúmeras recaídas, o espírito não vem à luz...


O importante é que não vos deixeis desalentar. Recordai que, para o trabalho inicial do Evangelho, Jesus requisitou o concurso de doze homens e não de doze anjos.


Talvez o problema maior para os companheiros de ideal que se permitem desanimar, ante as fragilidades morais que evidenciam, seja o fato de suporem ser o que ainda não o são.


Sem dúvida, os que vivem ignorando as próprias necessidades, aparentemente vivem em maior serenidade de quantos delas já tomaram consciência; não olvideis, contudo, que a apiração do melhor é intrínseca à sua natureza - o homem sempre há de querer ser mais...


Na condição, pois, de esclarecidos seguidores da Doutrina Espírita, nunca espereis vos acomodar, desfrutando da paz ilusória dos que não se aprofundam no conhecimento da Verdade que liberta.


Onde estiverdes, estareis sempre inquietos pelo amanhã.


A aflição que Jesus bem-aventurou, é aquela que experimenta quem se põe a caminho e não descansa antes de concluir a jornada.


Filhos, apesar dos percalços externos e de vossos conflitos íntimos, aceitai no Espiritismo a vossa melhor chance de redenção espiritual, e isto desde o começo de vossas experiências reencarnatórias. Valorizai o ensejo bendito e não culpeis a Doutrina pelas vossas mazelas.


Por: Bezerra de Menezes

Livro: A Coragem da Fé

Psicografia: Carlos Bacelli


Ponderação...




Diante do mal quantas vezes!...


Censuramos o próximo...


Desertamos do testemunho da paciência...


Criticamos sem pensar...


Abandonamos companheiros infelizes à própria sorte...


Esquecemos a solidariedade...


Fugimos ao dever de servir...


Abraçamos o azedume...


Queixamo-nos uns dos outros...


Perdemos tempo em lamentações...


Deixamos o campo das próprias obrigações...


Avinagramos o coração...


Desmandamo-nos na conduta...


Agravamos problemas...


Aumentamos o próprios débitos...


Complicamos situações...


Esquecemos a prece...


Desacreditamos a fraternidade...


E, às vezes, olvidamos até mesmo a fé viva em Deus...


Entretanto a fórmula da vitória sobre o mal ainda e sempre é aquela senha de Jesus:

AMAI-VOS UNS AOS OUTROS COMO EU VOS AMEI!!...


Bezerra de Menezes

(Do livro “Visão Nova” - Francisco Cândido Xavier)


Aos espíritas




Aos espíritas cumpre a grande tarefa de viver o amor.


Aos espíritas está destinada a grande tarefa de exemplificar o amor em atos, não em palavras.


Através da ação por intermédio da vivência, porque o mundo está cansado de ouvir, mas necessitado de estímulo que decorre do exemplo daqueles que vivem o que ensinam.


A união dá-nos o sinal de Jesus, fortalecendo os nossos sentimentos e a unificação dos espíritas.


Sejamos as forças morais e doutrinárias para expansão da mensagem libertadora.


Certamente enfrentareis desafios. Tornai-vos pontes que facilitam o acesso de uma para outra margem, neste mundo no qual existem tantos indivíduos que optam pela postura de obstáculos que dificultam o acesso.


Esquecei as vossas divergências e uni-vos nas concordâncias.


Deixai à margem o ego perturbador e assumi a situação de filhos do calvário que contemplam a cruz pensando na ressurreição gloriosa.


Espíritas, filhos da alma, aqui estão conosco dentre muitos, também confraternizando nesta noite que dá início à unificação decorrente da união de almas, os companheiros Carlos Jordão da Silva e Luiz Monteiro de Barros, que tanto lutaram pela edificação da identidade do Bem pelo serviço de amor.


A união multiplica os valores, a separação desarma as defesas e naturalmente vem a desagregação.


Não postergueis o Evangelho de Jesus, diz-nos o Apóstolo dos gentios.


Avante, dai-vos as mãos, uni-vos no amor com Jesus e com Allan Kardec.


Deixai de lado os melindres, para pensardes na felicidade indizível de glória da Doutrina Espírita e não na exaltação de quem quer que seja.


Espíritas, o tempo urge. Amai. Se não puderdes amar, perdoai; se for difícil perdoar, desculpai; e se encontrardes obstáculos para desculpa, tende compaixão, como nosso Pai tem-na em relação a nós todos, ensejando-nos a bênção da reencarnação para reeducarmo-nos, para recuperarmo-nos, para realizarmos a tarefa que ficou interrompida na retaguarda.


Que o Senhor de bênçãos nos abençoe, meus filhos, são os votos do servidor humílimo e paternal de sempre, Bezerra.


Bezerra de Menezes

(Mensagem transmitida pelo Espírito Bezerra de Menezes através de Divaldo Pereira Franco, no final da conferência realizada no Auditório Bezerra de Menezes, da Federação Espírita do Estado de São Paulo, na noite de 18 de abril de 2004, por ocasião da comemoração dos 140 anos do livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo” - 1864/2004)



Rogativa



Senhor Jesus!


Rogando-te permissão para reverenciar o divino apostolado, nós te louvamos e agradecemos as oportunidades de trabalho, das quais nos enriqueces a existência.


Abençoa-nos, Senhor, com a tua infinita bondade a fim de aprendermos a servir-Te , na pessoa daqueles irmãos nossos da Humanidade, tantas vezes em obstáculos maiores do que os nossos.


Conserva-nos aqui, em teu amor, e ensina-nos a encontrar-Te nas tarefas do bem a que nos designas, para que não nos percamos nas sombras em que, porventura, se nos envolvam os caminhos, nos variados climas terrestres!...


Nas horas felizes, dá-nos a tua inspiração e a tua luz, para que a nossa alegria não se converta em flor estéril, na seara de tuas bênçãos e, nos dias difíceis, sê nosso apoio para que a provação não nos abata ou destrua.


Ajuda-nos a identificar-te a Presença Divina, em cada coração necessitado de socorro ou de amor que nos bata à porta e supre-nos de forças e recursos, na munificência de teu amparo, no desempenho das nossas obrigações.


Quando a incerteza nos visite em ação, coloca, Jesus, por misericórdia, a tua mão em nossas mãos e guia-nos o sentimento, para que o bem se faça, não segundo a nossa visão humana e estreita, e sim de acordo com as disposições sábias e compassivas de tua vontade.


Quando possíveis incompreensões nos impulsionem a qualquer dificuldade de entendimento, guarda-nos em tua paciência e induzi-nos à união e à humildade, auxiliando-nos a saber que a obra de elevação, em que nos Permites cooperar é sempre tua e não nossa.


Fazei-nos reconhecer que a caridade começa invariavelmente de nossas relações mútuas, porquanto, apenas em nos servindo uns aos outros é que conseguiremos irradiar o amor que nos deste para distribuir com os nossos semelhantes.


Senhor, ampara-nos e orienta-nos, para que possamos, um dia, corresponder plenamente ao teu mandato de confiança!...


E, suplicando-Te, mais uma vez, acolher-nos em teu coração misericordioso e augusto, terminamos a nossa rogativa com aquela outra que legaste por Luz Divina, no caminho dos cristãos de todos os séculos.


“Pai Nosso, que estás nos Céus, santificado seja o teu Nome, venha a nós o Vosso Reino, seja feita, oh! Pai, a tua vontade, assim na Terra como nos Céus, o pão nosso de cada dia dá-nos hoje, perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos nossos devedores, não nos deixeis cair em tentação e livra-nos do mal, porque teu são o reino, o poder, a majestade e o glória para sempre!... Assim seja.”


Bezerra de Menezes
Livro: “Bezerra, Chico e Você” - Psicografia de Chico Xavier


A Lei de Causa e Efeito



A Lei de Causa e Efeito é conhecida, desde civilizações remotas, sob a designação de Carma.


Nenhum acaso rege os destinos. É a Lei do Carma, Lei de Causa e Efeito ou a Providência Divina, que tudo coordena, ajusta e opera, intervindo tanto nos fenômenos sutis do mundo microscópico, como na vastidão incomensurável do macrocosmo. Ela tem, por objetivo único, dirigir o aperfeiçoamento incessante de todas as coisas e seres que compõem a harmonia da Criação.


O Carma constitui, portanto, a Lei de Causa e Efeito, com o seu saldo credor ou devedor para com o Espírito. As regras inflexíveis de que “a semeadura é livre, mas a colheita obrigatória”, e de que “a cada um será dado conforme as suas obras”, não abrem exceções a quem quer que seja, mas ajustam as criaturas à disciplina coletiva, tão necessária ao equilíbrio e harmonia da Humanidade.


O principal meio de modificar o nosso Carma para melhor reside no controle dos nossos pensamentos, palavras e ações, pois, à medida que nos melhorarmos, reduziremos ou modificaremos os débitos do passado e criaremos um novo Carma para o futuro.



Bibliografia:


Livro dos Espíritos, Allan Kardec, Parte 2ª, Cap. VI.

O Céu e o Inferno, Allan Kardec, 1ª Parte, Cap. VII.

A Gênese, Allan Kardec, Cap. XV, item 15.

O que é o Espiritismo, Allan Kardec, Cap. II, itens 100 a 103.



* * *



A Lei de Causa e Efeito deveria ser estudada, espiritualmente, pelos homens, com o máximo esmero, meditando todos sobre ela o bastante para se forrarem ao seu gládio severo e inevitável, que desfere represálias impressionantes, porém, justas, criteriosas e sábias, as quais representam a reação da Natureza, ou da Criação, contra a desarmonia estabelecida em suas diretrizes pela própria criatura.


Os homens, no entanto, jamais se aplicam a essa nobre investigação que lhes evitaria desgraças, apoucamentos e ignomínias que, absolutamente, não estariam no seu roteiro, se eles, mais comedidos nas ações diárias, não os criassem para si mesmos, com atitudes verificadas a cada passo na sociedade como dentro do lar.


Oh! Quão severa e temível é a lei que rege os destinos da Criação! Os homens terrenos precisam ser avisados destas impressionantes verdades, a fim de que melhor se conduzam durante as obrigatórias travessias das existências.


Leitor! Ama e respeita a Doutrina do Consolador prometido por Jesus! Zela, prudentemente, pela Revelação, que ela te concede, das Verdades eternas! Difunde-a com clareza e dedicação, porque somente ela, com os ensinamentos das leis que dirigem os destinos humanos, corrigirá tais desarmonias existentes no seio das sociedades terrenas.




Adolfo Bezerra de Menezes

No livro: ‘Dramas da Obsessão’ – Psicografia: Yvone do Amaral Pereira


Bezerra de Menezes, o Filme



Estréia essa semana, sexta-feira, dia 29 de Agosto de 2008, nos cinemas do Brasil, um filme que conta a vida de um ícone do Espiritismo brasileiro: Bezerra de Menezes.


Uma realização da Estação da Luz e parceiros, o filme apresenta-nos Adolfo Bezerra de Menezes, um homem que teve sua trajetória marcada pelo amor e pela caridade.


Trata-se de um exemplo de um ser humano que fez da sua vida, em todos os sentidos, um meio de servir ao próximo e à sua pátria, seja como o político devotado às causas humanitárias, como o médico dedicado, conhecido por jamais negar socorro a quem batesse à sua porta, ou ainda como adepto do Espiritismo e um dos responsáveis pela fundação da Federação Espírita Brasileira.


Ainda hoje podemos contar com a presença constante desse iluminado Espírito que, do plano espiritual, nos orienta e auxilia com suas mensagens confortadoras e o incessante trabalho voltado para o bem.


Para saber mais sobre Bezerra de Menezes, CLIQUE AQUI.


Para saber mais sobre o filme, CLIQUE AQUI.



O médico verdadeiro não tem o direito de acabar a refeição, de escolher a hora, de inquirir se é longe ou perto. O que não atende por estar com visitas, por ter trabalhado muito e achar-se fatigado, ou por ser alta noite, mau o caminho ou tempo, ficar longe, ou no morro; o que, sobretudo, pede um carro a quem não tem como pagar a receita, ou diz a quem chora à porta que procure outro – esse não é médico, é negociante de medicina, que trabalha para recolher capital e juros os gastos da formatura. Esse é um desgraçado, que manda, para outro, o anjo da caridade que lhe veio fazer uma visita e lhe trazia a única espórtula que podia saciar a sede de riqueza do seu espírito, a única que jamais se perderá nos vaivens da vida. Bezerra de Menezes




Assista ao trailer do filme!

Histórias do Chico...




Em seu livro “Mediunidade”, Divaldo Franco conta que Chico Xavier, além da tradicional sopa distribuída na casa espírita de que participava, tinha o hábito de realizar visitas a famílias necessitadas, sem horário definido e fazendo-o, por vezes, mesmo à noite.


O médium, ainda em Pedro Leopoldo, costumava visitar pessoas que ficavam embaixo de uma velha ponte, numa estrada abandonada. Iam ele, sua irmã Luiza e mais duas ou três pessoas muito pobres de sua comunidade. E, na medida que eles aumentavam a freqüência de visitas, os necessitados foram se avolumando, e mal conseguiam alimentos suficientes para o grupo. Afinal, as doações eram custeadas com seus próprios salários.


O esposo de Luíza, que era fiscal da prefeitura, recolhia na xepa das feiras-livres legumes e outros alimentos, e que eram doados para distribuir anonimamente, nos sábados, à noite, aos necessitados da ponte.


Um dia, porém, o pequeno grupo não tinha absolutamente nada. Decidiu-se, então, não irem, pois aquela gente estava com fome e nada teriam para oferecer. E eles próprios estavam vivendo com extremas dificuldades.


Foi quando apareceu-lhe o espírito do Dr. Bezerra de Menezes, que sugeriu colocassem algumas garrafas com água, que seria magnetizada para ser distribuída, havendo, ao menos, alguma coisa para dar.


Feito isto, o líquido teria adquirido um suave perfume, e então o Chico tomou as moringas e, com suas amigas, após a reunião convencional do sábado, dirigiram-se à ponte.


Quando lá chegaram encontraram umas 200 pessoas, entre crianças, adultos, enfermos em geral, pessoas com graves problemas espirituais, necessitados.


“Lá vem o Chico”, gritou alguém, enquanto o médium, constrangido e angustiado, pretendeu explicar a ocorrência.


Levantou-se e falou: “Meus irmãos, hoje nós não temos nada”, e narrou a dificuldade. As pessoas ficaram logo ofendidas, tomando atitudes de desrespeito e ele começou a chorar. Neste momento, uma das assistidas levantou-se e disse: “Alto lá! Este homem e estas mulheres vêm sempre aqui nos ajudar e hoje, que eles não têm nada para nos dar, vamos nós dar-lhes alguma coisa. Vamos dar-lhes a nossa alegria, vamos cantar, vamos agradecer”!


Neste momento, apareceu um caminhão carregado e o motorista procurava por Chico Xavier. Quando ele atendeu, o motorista perguntou se ele se lembrava de um certo Dr. Fulano de Tal? Chico recordava-se de um senhor de boa posição financeira, morador de São Paulo, que um ano antes estivera em Pedro Leopoldo e lhe contara o drama de vivia.


Seu filho falecera e o desespero atormentava o casal. Durante a reunião, o jovem veio trazido pelo Dr. Bezerra de Menezes e escreveu uma consoladora mensagem. Ambos ficaram muito gratos e garantiram que haveriam de retribuir a ajuda.


Foi quando o motorista lhe narrou: “Estou trazendo este caminhão de alimentos mandado pelo Dr. Fulano de Tal, que me deu o endereço do Centro onde deveria entregar a carga, mas tive um problema na estrada e atrasei; quando cheguei, estava tudo fechado”.


“Olhei para os lados - prosseguiu o motorista - e apareceu-me um senhor de idade com barbas brancas, e perguntou o que eu desejava. Disse que estava procurando Chico Xavier e ele me falou que, debaixo de uma ponte caída, estaria seu grupo. Este homem insistiu, ainda, para que dissesse ao Sr. que foi ele quem o orientou”.


“E qual o seu nome?”, perguntou o médium.


“Bezerra de Menezes”, respondeu o motorista.


Suas amigas ficaram espantadas, mas Chico limitou-se a dizer: “É um velho amigo”...


Retirado do blog Partida e Chegada

Suicídio e Obsessão



O suicídio, como ninguém mais ignora, constitui para o Espírito, que a ele se aventurou em tão adversa hora, um estado complexo de semiloucura, situação crítica e lamentável de descontrole mental, forçando estudos e exames especiais dentro da própria Revelação Espírita. Entretanto, existem nele certos traços gerais, que convêm examinados ainda uma vez:


Os suicídios que tiveram por causa a obsessão de um Espírito perverso, sobre o encarnado, apresentam certa parcela de atenuantes para a vítima e agravantes para o algoz.


Existem suicidas que se viram sugestionados a cometerem o ato terrível, através do sono de cada noite, por uma pressão obsessora do seu desafeto espiritual, desafeto que poderá ser também um espírito encarnado, e à qual não se puderam furtar, tal o paciente que, recebendo do seu magnetizador uma ordem durante o transe sonambúlico, cumpre-a exatamente dentro do prazo determinado por este, mesmo quando se passaram já muitos meses depois da experiência.


Outros existem que não querem absolutamente morrer, não desejam o suicídio; que relutam mesmo contra a idéia por que se vêem atormentados e se horrorizam ao compreender que algo desconhecido
os arrasta para o abismo, abismo esse que temem e ante o qual se apavoram. Apesar disso, sucumbem, precipitam-se nele, uma vez que, deseducados da luz das verdades eternas, desconhecedores do verdadeiro móvel da vida humana, como da natureza espiritual do homem, não lograram forças nem elementos com que se libertarem do jugo mental terrível e malfazejo, cujo acesso permitiram.


Eles vêem junto a si antes de efetivado o ato, com impressionante segurança, tais se materializados fossem diante dos seus olhos corporais, os quadros mentais que o obsessor fornece através da telepatia ou da sugestão: — um receptáculo de veneno ou substância corrosiva; um revólver engatilhado, que misteriosa mão sustém, oferecendo-lho; uma queda de grande altura, onde eles próprios se vêem despenhando; um veículo em movimento, sob o qual se deverá arrojar etc.


Sofrem assim, por vezes, durante meses consecutivos, sem ânimo para confidenciarem com amigos, uma agonia moral extenuante e arrasadora, uma angústia deprimente e inconsolável, que lhes agravam os males que já os infelicitavam, angústia que nenhum vocábulo humano será eficiente para bem traduzir.


Notemos, todavia, que tratamos tão somente da obsessão simples,
ou seja, daquela que é ignorada por todos, até mesmo pelo obsidiado, da que se não revela ostensivamente, objetivando alteração das faculdades mentais, mas que, sutilmente, ocultamente, através de sugestões lentas, sistemáticas, solapa as forças morais da vítima, tornando-a, por assim dizer, incapaz de reações salvadoras.


Pouco a pouco, sob tão doentia pressão magnética, uma tristeza suprema e avassalador desânimo comprometem as energias do assediado. Aterrador alarme desorienta-o, todos os fatos da vida, mesmo os mais vulgares, se lhe apresentam ao raciocínio contaminados pela infiltração obsessora, dramáticos, maus, irremediáveis! Esquece-se ele de tudo, até mesmo do seu Criador, ao qual, em verdade, jamais considerou, mas em cujo amor encontraria proteção e forças para resistir à tentação. E somente se preocupa com o meio pelo qual se furtará aos males que o afligem. Então sucumbe sem apelação, curva-se à vontade que conseguiu dominar a sua vontade, servindo-se da sua fraqueza de homem despreocupado das razões da Vida e ignorante de si mesmo, que da existência só conheceu, muitas vezes, a feição meramente animal.


Daí se concluirá, então, da necessidade de os homens procurarem conhecer a si mesmos, isto é, que possuem nos recessos da personalidade um sexto-sentido, um dom natural
capaz de permitir tais desastres, se se conservar ignorado, e se eles próprios, os seus portadores, preferirem viver alheios às causas sérias e elevadas, que lhes permitiriam a harmonização com estados psíquicos superiores, que de tudo isso os eximiriam, uma vez que o obsidiado possuirá, forçosamente, para que se torne obsidiado, os ditos dons mediúnicos, tal como toda a Humanidade os possui.


Ora, o suicídio, assim efetuado, transformou-se antes num assassínio gravíssimo, contornado de agravantes, cometido pelo obsessor, que responderá pela crueldade exercida, perante a justiça do Criador Supremo.


Quanto ao obsidiado, sua responsabilidade certamente foi profunda, em razão de haver permitido acesso às arremetidas inferiores, por se conservar igualmente inferior, não desejando o próprio progresso com a renovação dos próprios valores morais à procura do ser espiritual e divino existente em si, não tentando reações de ordem moral e mental para dignamente se equilibrar nos deveres impostos pela existência.


Responderá, portanto, pela fraqueza e a descrença que testemunhou, enfrentando, após o suicídio, momentos críticos, decepcionantes, da vida do Além, e retornando à Terra para, em existência nova, terminar a que fora interrompida pela fragilidade demonstrada ao entregar-se às mãos do algoz, sem tentar defender-se com as devidas diligências, ou reações.



Adolfo Bezerra de Menezes

No livro: ‘Dramas da Obsessão’ – Psicografia de: Yvone do Amaral Pereira


O Ambiente do Centro Espírita



As vibrações disseminadas pelos ambientes de um Centro Espírita, pelos cuidados dos seus tutelares invisíveis; os fluidos úteis necessários aos variados quão delicados trabalhos que ali se devem processar, desde a cura de enfermos até a conversão de entidades desencarnadas sofredoras e à fé mesmo a oratória inspirada pelos instrutores espirituais, são elementos essenciais, mesmo indispensáveis a certa série de exposições movidas pelos obreiros da imortalidade a serviço da Terceira Revelação.


Essas vibrações, esses fluidos especializados, muito sutis e sensíveis, hão de conservar-se imaculados, portando, intactas, as virtudes que lhe são naturais e indispensáveis ao desenrolar dos trabalhos, porque, assim não sendo, se mesclarão de impurezas prejudiciais aos mesmos trabalhos, por anularem as suas profundas possibilidades.


Daí porque a Espiritualidade esclarecida recomenda, aos adeptos da Grande Doutrina, o máximo respeito nas assembléias espíritas, onde jamais deverão penetrar a frivolidade e a inconseqüência, a maledicência e a intriga, o mercantilismo, o ruído e as atitudes menos graves, visto que estas são manifestações inferiores do caráter e da inconseqüência humana, cujo magnetismo, para tais assembléias e, portanto, para a agremiação que tais coisas permite, atrairá bandos de entidades hostis e malfeitoras do invisível, que virão a influir nos trabalhos posteriores, a tal ponto que poderão adulterá-los ou impossibilitá-los, uma vez que tais ambientes se tornarão incompatíveis com a Espiritualidade iluminada e benfazeja.


Um Centro Espírita onde as vibrações dos seus freqüentadores, encarnados ou desencarnados, irradiem de mentes respeitosas, de corações fervorosos, de aspirações elevadas; onde a palavra emitida jamais se desloque para futilidades e depreciações; onde, em vez do gargalhar divertido, se pratique a prece; em vez do estrépito de aclamações e louvores indébitos se emitam forças telepáticas à procura de inspirações felizes; e ainda onde, em vez de cerimônias ou passatempos mundanos, cogite o adepto da comunhão mental com os seus mortos amados ou os seus guias espirituais, um Centro assim, fiel observador dos dispositivos recomendados de início pelos organizadores da filosofia espírita, será detento da confiança da Espiritualidade esclarecida, a qual o levará à dependência de organizações modelares do Espaço, realizando-se então, em seus recintos, sublimes empreendimentos, que honrarão os seus dirigentes dos dois planos da Vida.


Somente esses, portanto, serão registrados no Além-Túmulo como casas beneficentes, ou templos do Amor e da Fraternidade, abalizados para as melindrosas experiências espíritas, porque os demais, ou seja, aqueles que se desviam para normas ou práticas extravagantes ou inapropriadas, serão, no Espaço, considerados meros clubes onde se aglomeram aprendizes do Espiritismo em horas de lazer.




Bezerra de Menezes

(Do Livro “Dramas da Obsessão” – Psicografado por Ivone A. Pereira)


Bezerra e Chico nas telas do cinema brasileiro




Desde Ghost, O sexto sentido e Reencarnação, espectadores do mundo todo puderam ver e conhecer temas reconhecidamente espíritas nas telas dos cinemas. Bons ou ruins, tais filmes ajudaram a dar cidadania a certos assuntos. No Brasil, o país mais espírita do mundo, chegou a hora de ver transpostas para as telas de cinema não apenas as temáticas espíritas, mas a própria Doutrina Espírita, retratada na vida exemplar de personagens de sua história, ou em livros de seu vasto catálogo.


No final do ano estréia “Bezerra de Menezes, o médico dos pobres”, dirigido por Glauber Filho e Joe Pimentel. O ator Carlos Vereza “incorpora” essa importante e venerável figura do Espiritismo no Brasil, que nasceu em 1831 no Ceará e desencarnou em 1900, no Rio de Janeiro. Bezerra teve uma atuação essencial para a organização do movimento espírita nascente. Porém, é nos inúmeros casos de ajuda e solidariedade que se reconhece a impressionante superioridade desse espírito missionário. O filme teve sua pré-estréia durante a 5ª Mostra de Cinema Transcendental, em Fortaleza.


Mais dois filmes poderão ser aguardados pelos espíritas e simpatizantes de todo o Brasil. O primeiro será “As vidas de Chico Xavier”, filme baseado na biografia escrita por Marcel Souto Maior, que vendeu mais de 250 mil exemplares da trilogia que escreveu sobre o médium. Marcel participa do projeto como consultor. A estréia do filme está previsto para fevereiro de 2008. A direção está a cargo de Cláudio Torres, que teve seu trabalho muito elogiado no filme “Redentor”.


O terceiro filme com “roteiro espírita” também está sendo idealizado por Glauber Paiva Filho, que escolheu retratar o livro “Entre a Terra e o Céu”, de autoria do espírito André Luiz, psicografado por Chico Xavier.


“Entre a Terra e o Céu” é o oitavo livro da série André Luiz, o repórter do mundo espiritual que veio demonstrar como é a vida nos mundos invísíveis. Seu primeiro relato, “Nosso Lar”, é um dos livros espíritas mais lidos, mas foi tratado – e ainda é, por vários – como ficção. Mas André Luiz, que muitos espíritas insistem em descobrir sua identidade em nomes famosos da história brasileira, é um ser comum que redescobriu o mundo espiritual e compartilhou seu aprendizado conosco em seus 16 livros. Neste oitavo livro, o passado de um grupo de pessoas é revelado para que se possa entender porque elas se encontram juntas hoje, e quais suas tarefas para o futuro. A história que Glauber Filho vai retratar é, na verdade, a história de cada um de nós, que temos no passado a determinação do nosso presente, e no agora a origem do nosso futuro.


Aguardemos, portanto, que entre os registros da sétima arte, tão utilizada para a retratação de sentimentos e situações negativas, apareça a nobre mensagem das verdades espirituais.



DA REDAÇÃO

PALAVRA ESPÍRITA > OUTUBRO DE 2007 > CINEMA