Novo Despertar - Mensagem de Ano Novo


A concentração de amor verdadeiro produz bendita claridade na alma.

A luz é substância divina gerada nas fontes superiores do Espírito Eterno.

Feliz de ti, que compreendeste sem tibieza a necessidade de alijar os próprios caprichos para que a Vontade do Senhor te favorecesse o santuário da consciência.

A mente que atira para fora de si o obscuro e pesado material dos interesses menos dignos prepara-se valorosamente para o celeste sinal da irradiação espontânea.

As preocupações indesejáveis passaram.

Principiaste a renunciar com sinceridade ao “homem velho” e a “criatura nova em Cristo se vai formando em teu coração.

Bendita seja a tua esperança!

Não te esqueças de que o amor dá sempre, principalmente de si mesmo, de suas próprias forças e alegrias.

Por agora, os raios de tua boa-vontade brilharão nas horas culminantes da fé, pelo concentração de poderes espirituais na prece; todavia, à medida que te recolhas ao exercício legítimo do amor cristão, em demonstrações genuínas de entendimento do Evangelho sentido, vivido e aplicado, controlarás tua capacidade irradiante, segundo os ditames da própria alma!

Ama sem paixão, espera sem angústia, trabalha sem expectativa de recompensa, serve a todos sem perguntar, aprende as lições da vida sem revolta, humilha-te sem ruído ante os desígnios superiores, renuncia aos teus próprios desejos, sem lágrimas tempestuosas, e a vontade justa e compassiva do Pai iluminar-te-á constantemente o coração fraterno e o caminho redentor!

Ora, vigia, movimenta-te no esforço digno e sê feliz, meu amigo! A tua luz crescerá com a dilatação de teu devotamento ao Bem Infinito.


Irmão Jacob
(In: Voltei - Francisco Cândido Xavier)


* * *

A todos os amigos do blog Espírita na Net,

Que o novo ano seja repleto de oportunidades de recomeço, aprendizado, esperança, fé e que possamos compreender que o futuro está em nossas mãos e que todos nós podemos contribuir com a paz no mundo, começando dentro de nós mesmos. Vamos escolher a harmonia, a felicidade, o puro, o belo, confiar em nosso potencial, enfrentar os nossos medos, ter fé numa força maior, que nos orienta e ilumina, e seguir os nossos caminhos com muita humildade e confiança.

Espero poder contar com a companhia de todos por mais um ano e que possamos juntos aprender e crescer cada vez mais.

Obrigada pelo carinho, que Jesus nos ilumine e oriente sempre.

Um Feliz 2010!


Refletindo sobre a oração...



Em uma pequena vila ao pé de uma montanha houve um período prolongado de seca e calor que acabou com as plantações e com o gado, deixando a todos na miséria e passando fome.

Quando a situação já estava insuportável, o líder religioso da aldeia chamou a todos e comunicou:

- Amanhã pela manhã, quando ainda não estiver tão calor, vamos todos subir até o topo da montanha e lá faremos orações para que Deus nos mande chuva. Estando mais perto Dele, acredito que Ele nos ouvirá, verá o sacrifício que estamos fazendo e nos atenderá.

No dia seguinte se reuniram ao pé da montanha, conforme combinado. Porém, antes de iniciar a subida, o líder reparou que um garoto de oito anos estava com chapéu, capa de chuva e galochas, suando desesperadamente naquele calor. Bravo, ele repreendeu o garoto:

- Filho! O que você está fazendo? Você vai morrer de calor, vestido assim.

E o garoto, tranquilamente, virou-se para o homem e disse:

- Nós não vamos pedir chuva para Deus?… Então, precisamos estar preparados!...

* * *

Muitas vezes oramos, mas não cremos que Deus nos concederá o que Lhe pedimos. Ou achamos que não o merecemos, ou pensamos que somos insignificantes demais e o Pai tem coisas mais importantes a fazer do que cuidar de cada um de nós.

Então, quero lhe dizer que não basta orar. É preciso orar com o coração e fé. É preciso confiar em Deus e entregar a Ele as suas preocupações.

Você costuma orar? Como são suas orações? Pense um pouco sobre isso.


(Por Roberto Shinyashiki)


* * *

A oração é o compromisso da criatura com o Criador, compromisso de testemunho e esforço, de dedicação aos superiores desígnios. Toda prece, entre nós, deve significar, acima de tudo, fidelidade do coração”.

(André Luiz – Livro 'Os Mensageiros' – Psicografia Chico Xavier)



Abençoemos a luta




Meus amigos, abençoemos a luta.


O facão da poda aumenta a produção das árvores.


O bisturi determina a extinção da enfermidade.


A ostra importunada reage, fabricando a pérola.


Aos estorcegões da dificuldade, encontra o espírito valiosa transformação.


O trabalho é grão no celeiro.


O repouso é ferrugem na enxada.


A pedra recolhida serve à construção.


O espinho desinfetado cura tumores.


O suor é pão que alimenta.


A ociosidade é estagnação que corrompe.


A inércia é paz dos cadáveres.


A ferida em bom combate chama-se mérito.


A exigência é débito de amanhã.


A humildade é crédito de hoje.


Privilégio é responsabilidade.


Dever comum é acesso à própria emancipação.


Lágrima é limpeza interior.


Fel é medicamento que remedeia.


Todo progresso é expansão.


Toda expansão é crescimento.


Todo crescimento é esforço.


Todo esforço é sacrifício.


Todo sacrifício é dor.


Toda dor é renovação.


Meus amigos, os olhos foram situados pela Sabedoria Divina na elevada dianteira do corpo.


Saibamos contemplar o horizonte à frente.


Olvidemos as sombras de ontem.


Somos diariamente procurados pelas criaturas, situações e coisas que procuramos.


Busquemos, desse modo, a lição divina, a fim de que sejamos beneficiados pela Divina Lição.


Que o Senhor nos abençoe.


Emmanuel

08 de Abril de 1954


* * *


Do livro “Instruções Psicofônicas”

Por diversos espíritos

Médium (psicofonia): Francisco Cândido Xavier

Editora FEB


ALEGRIA DO NATAL



Agradeço, Jesus,
A bênção do Natal que nos renova e aquece
Em vibrações de paz aos júbilos da prece,
Que te louvam, dos Céus ao pó que forra o chão!...
Agradeço a mensagem que te exalta,
Reacendendo o Sol da Nova Era
Nos cânticos da fé viva e sincera
Que nos refaz e eleva o coração.

Agradeço as palavras em teu nome,
Naqueles que conheço ou desconheço,
Que me falam de ti com bondade sem preço,
Conservando-me em ti, seja em que verbo for,
E as afeições queridas que me trazem,
Por teu ensinamento que me alcança,
A sublime presença da esperança
Ante a força do amor.

Agradeço o conforto
De tudo o que recebo em forma de ternura,
Na mais singela flor que me procura
Ou na prece de alguém
E as generosas mãos que me auxiliam
A repartir migalhas de consolo,
Seja um simples lençol ou um simples bolo
Para a festa do bem.

Agradeço a saudade
Dos entes que deixei noutros campos do mundo,
Que me deram contigo o dom profundo
De aprender a servir, de entender e de orar,
Os afetos que o tempo me resguarda
Sob fulgurações que revejo à distância,
Induzindo-me a ver-te entre os brincos da infância
Nas promessas do lar!...

Por tudo em que o Natal se revela e se expande
A envolver-nos em notas de alegria
Que o teu devotamento nos envia
Em carícias de luz,
Pelo trabalho que nos ofereces,
Perante a fé maior que hoje nos invade,
Para a edificação da Nova Humanidade,
Sê louvado, Jesus!...

Maria Dolores
(In: Os Dois Maiores Amores - Francisco Cândido Xavier)


Ponderação...




Diante do mal quantas vezes!...


Censuramos o próximo...


Desertamos do testemunho da paciência...


Criticamos sem pensar...


Abandonamos companheiros infelizes à própria sorte...


Esquecemos a solidariedade...


Fugimos ao dever de servir...


Abraçamos o azedume...


Queixamo-nos uns dos outros...


Perdemos tempo em lamentações...


Deixamos o campo das próprias obrigações...


Avinagramos o coração...


Desmandamo-nos na conduta...


Agravamos problemas...


Aumentamos o próprios débitos...


Complicamos situações...


Esquecemos a prece...


Desacreditamos a fraternidade...


E, às vezes, olvidamos até mesmo a fé viva em Deus...


Entretanto a fórmula da vitória sobre o mal ainda e sempre é aquela senha de Jesus:

AMAI-VOS UNS AOS OUTROS COMO EU VOS AMEI!!...


Bezerra de Menezes

(Do livro “Visão Nova” - Francisco Cândido Xavier)


Natal em nós



Eis que vos trago uma Boa Nova de grande alegria: na cidade de David acaba de vos nascer, hoje, o Salvador, que é Cristo, Senhor... Glória a Deus nas alturas, paz na Terra aos homens de boa vontade.”


Assim foi anunciado, aos pastores de Belém, por um Mensageiro celeste, o grande acontecimento.


Nas palavras “
vos nascer” está toda a importância do Natal. Jesus nasceu para cada um em particular. Não se trata de um fato histórico, de caráter geral. É um acontecimento que, particularmente, diz respeito a cada um.


Realmente, a obra do Nazareno só tem eficácia quando individualizada.


A redenção, que é obra de educação, tem de partir da parte para o todo. Do indivíduo para a coletividade.


Enquanto esperamos que o ambiente se modifique não haverá mudanças. Cada um de nós deve realizar a sua modificação.


Depende somente de nós.


O Natal, desta forma, é aquele que se concretizará em nós, com a nossa vontade e colaboração.


O estábulo e a manjedoura da cidade de David não devem servir somente para composições poéticas ou literárias.


Devemos entendê-los como símbolos de virtudes, sem as quais nada conseguiremos, no que diz respeito ao nosso aperfeiçoamento.


O Espírito encarnado na Terra não progride ao acaso. Mas sim pelo influxo das energias próprias, orientadas por Aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida.


Assim, toda a magia do Natal está em cada um receber e concentrar em si esse advento.


Jesus é uma realidade. Ele é a Verdade, a Justiça e o Amor.


Onde estes elementos estiverem presentes, Ele aí estará.


Jesus não é o fundador de nenhum credo ou seita. Ele é o revelador da Lei Eterna, o expoente máximo da verdade, da vontade de Deus.


Jesus é a Luz do Mundo. Assim como o sol não ilumina somente um hemisfério, mas sim toda a Terra, assim o Divino Pastor apascenta com igual carinho todas as ovelhas do Seu redil.


O Espírito do Cristo vela sobre as Índias, a China e o Japão, como sobre a Europa e a América.


Não importa que O desconheçam quanto à denominação. Ele inspira aos homens a revelação divina, o evangelho do amor.


Aqui Lhe dão um nome, ali um outro título.


O que importa é que Ele é o mediador de Deus para os homens, e intérprete da Sua Lei.


Onde reside o Espírito do Cristo, aí há liberdade. Jesus jamais obrigou ninguém a crer desta ou daquela forma.


Sábio educador, sabia falar ao íntimo da criatura, despertar as energias latentes que ali dormiam.


Esta a Sua obra: de educação. Porque educar é pôr em ação, é agitar os poderes anímicos, dirigindo-os ao bem e ao belo, ao justo e ao verdadeiro.


Este é o ideal de perfeição pelo qual anseia a alma prisioneira da carne.


Jesus nasceu há mais de vinte séculos...


Mas o Seu natalício, como tudo o que Dele provém, reveste-se de perpetuidade.


O Natal do Divino Enviado é um fato que se repete todos os dias. Foi de ontem, é de hoje, será de amanhã e de sempre.


Os que ainda não sentiram em seu interior a influência do Espírito do Cristo, ignoram que Ele nasceu.


Só se sabe das coisas de Jesus por experiência própria. Só após Ele haver nascido na palha humilde do nosso coração é que chegamos a entendê-Lo,assimilando em Espírito e Verdade os Seus ensinos.


* * *

Neste Natal lhe desejamos muita paz. Em nome do Celeste Menino, o abraçamos.


Jesus lhe abençoe a vida e lhe confira redobradas oportunidades de servir no bem.


Que Sua mensagem de amor lhe penetre a alma em profundidade e que juntos possamos, em nome Dele, espalhar sementes de bondade, pela terra árida e sofrida dos que não crêem, porque ainda não O conhecem.


Feliz Natal!


(Redação do Momento Espírita com base no cap. 4 do livro “Na seara do mestre”, de Vinícius, ed. Feb.)


Mensagem aos caravaneiros



Meus amigos, muita paz.

Jesus é o centro divino da verdade e do amor, em torno do qual gravitamos e progredimos.

Por se guardarem leais em torno d’Ele, unidos, não só nas plataformas verbalísticas, mas também na fraternidade real e no espírito de sacrifício, os cristãos da epopéia evangélica inicial, sofreram, lutaram e amaram, durante trezentos anos, esperando a renovação do mundo.

Hoje, o espetáculo é diferente. Não mais tronos de tirania na governança dos povos, e não mais os circos de lama e sangue, exigindo a renúncia extrema nas angústias da sombra e da morte, mas, prevalecem dentro de nós, as forças escuras da perturbação e da desordem, reclamando o exercício de toda a nossa capacidade de trabalho restaurador do mundo de nós mesmos.

Há uma terra diferente, aguardando-nos os corações e as mãos na restauração da Vida. E o Espiritismo Cristão, pelos espiritistas, é a Luz que deve resplandecer para os tempos novos.

Daí, o imperativo de nossa unificação nos alicerces do serviço. Claro que a sintonia absoluta de todas as interpretações doutrinárias num foco único de visão e realização, é impraticável e, por agora, impossível. Cada criatura contempla a natureza e o horizonte do ângulo em que se coloca. O semeador do vale não verá o mesmo jogo de luz no Céu, suscetível de ser identificado pelo observador do firmamento situado no monte.

Que os trabalhadores do bem sejam honrados na posição digna em que se colocam. O jovem é irmão do mais velho, e aquele que ampara o alienado, é companheiro do missionário que escreve um texto consolador.

A Doutrina Redentora dos Espíritos é um edifício divino na Terra, e o servidor que traça paisagem simbólica e sublime no altar mais íntimo desse domicílio sagrado de fé, não pode ironizar o cooperador que empunha a picareta, nas bases da casa para sustentar-lhe a higiene, a segurança e a beleza, muitas vezes, com suor e lágrimas.

Cultuemos, acima de tudo, a solidariedade legítima. Nossa união, portanto, há de começar na luz da boa vontade.

Guardemos boa vontade uns para com outros, aprendendo e servindo com o Senhor, e felicitando aos companheiros que se confiaram à tarefa sublime da confraternização, usando o próprio esforço.

Rogo ao Divino Mestre nos fortaleça e ajude a todos nós.


Emmanuel

(Mensagem recebida por intermédio de Francisco Cândido Xavier, em sessão no Centro Espírita Luís Gonzaga, em Pedro Leopoldo, em 11 de dezembro de 1950, e destinada aos caravaneiros presentes.)



Ressonâncias do Natal


Na paisagem fria e sem melhor acolhimento, a única hospedaria à disposição era a gruta modesta onde se guardavam os animais.

Não havia outro lugar que O pudesse receber.

O mundo, repleto de problemas e de vidas inquietas, preocupava-se com os poderosos do momento e reservava distinções apenas para os que se refestelavam no luxo, bem como no prazer.

Aos simples e desataviados sempre se dedicavam a indiferença, o desrespeito, fechando-lhes as portas, dificultando-lhes os passos.

Mas hoje, tudo permanece quase que da mesma forma.

Não obstante, durante aquela noite de céu transparente e estrelado, entre os animais domésticos, em uma pequena baia, usada como berço acolhedor, nasceu Jesus, que transformou a estrebaria num cenário de luzes inapagáveis que prosseguem projetando claridade na noite demorada dos séculos, em quase dois mil anos...

Inaugurando a era da humildade e da renúncia, Jesus elegeu a simplicidade, a fim de ensinar engrandecimento íntimo como condição única para a felicidade real.

O Seu reino, que então se instalou naquela noite de harmonias cósmicas, permanece ensejando oportunidades de redenção a todos quantos se resolvam abrigar nas suas dependências.

E o Seu nascimento modesto continua produzindo ressonâncias históricas, antes jamais previstas.

Homens e mulheres, que tomaram contato com Sua notícia e mensagem, transformaram-se, mudando-se-lhes o roteiro de vida e o comportamento, convertendo-se, a partir de então, em luzeiros que apontam rumos felizes para a Humanidade.

* * *

Guerreiros triunfadores passaram pelo mundo desde aquela época, inumeráveis.

Governantes poderosos estabeleceram reinos e impérios, que pareciam preparados para a eternidade, e ruíram dolorosamente.

Artistas e técnicos, de rara beleza e profundo conhecimento, criaram formas e aparelhagens sofisticadas para tornarem a Terra melhor, e desapareceram.

Ditadores indomáveis e aristocratas incomuns surgiram no proscênio terrestre, envergando posição, orgulho e superioridade, que o túmulo silenciou.

...Estiveram, por algum tempo, deixando suas pegadas fortes, que tornaram alguns odiados, outros rechaçados e sob o desprezo das gerações posteriores.

Jesus, porém, foi diferente.

Incompreendido, o Cantor do Amor aceitou a cruz, para não anuir com o crime, e abraçou a morte para não se mancomunar com os mortos.

Por isso, ressurgiu, em triunfo e grandeza, permanecendo o Ser mais perfeito que jamais esteve na Terra, como modelo que Deus nos ofereceu para Guia.


* * *

Quando a Humanidade experimenta dores superlativas, quando a miséria sócio-econômica assassina milhões de vidas que estertoram ao abandono; quando enfermidades cruéis demonstram a fragilidade orgânica das criaturas; quando a violência enlouquece e mata; quando os tóxicos arruinam largas faixas da juventude mundial, ao lado de outros males que atestam a falência do materialismo, ressurge a figura impoluta de Jesus, convidando à reflexão, ao amor e à paz, enquanto as ressonâncias do Seu Natal falam em silêncio: Ele, que tem salvo vidas incontáveis, pede para que tentes fazer algo, amando e libertando do erro pelo menos uma pessoa.

Lembrando-te d'Ele, na noite de Natal, reparte bondade, insculpe-O no coração e na mente, a fim de que jamais te separes d'Ele.


Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis

Da obra: 'Momentos Enriquecedores' - Divaldo Pereira Franco


Sensações Humanas



Pergunta – Como devemos conceituar o sonho?

Emmanuel - Na maioria das vezes, o sonho constitui atividade reflexa das situações psicológicas do homem no mecanismo das lutas de cada dia; quando as forças orgânicas dormitam em repouso indispensável.

Em determinadas circunstâncias, contudo, como nos fenômenos premonitórios, ou nos de sonambulismo, em que a alma encarnada alcança elevada porcentagem de desprendimento parcial, o sonho representa a liberdade relativa do espírito prisioneiro da Terra, quando, então, se poderá verificar a comunicação inter vivos, e, quanto possível, as visões proféticas, fatos esses sempre organizados pelos mentores espirituais de elevada hierarquia, obedecendo a fins superiores, e quando o encarnado em temporária liberdade pode receber a palavra e a influência diretas de seus amigos e orientadores do plano invisível.


Pergunta – A vocação é uma lembrança das existências passadas?

Emmanuel - A vocação é o impulso natural oriundo da repetição de análogas experiências, através de muitas vidas. Suas características, nas disposições infantis, são o testemunho mais eloquente da verdade reencarnacionista.


Pergunta – A loucura é sempre uma prova?

Emmanuel - O desequilíbrio mental é sempre uma provação difícil e dolorosa. Essa realidade, contudo, podendo representar o resgate de uma dívida do pretérito escabroso e desconhecido pode, igualmente, constituir uma resultante da imprevidência de hoje, no presente que passa, fazendo necessária, acima de todas as exortações, aquela que recomenda a oração e a vigilância.


Pergunta – A alucinação é fenômeno do cérebro ou do espírito?

Emmanuel - A alucinação é sempre um fenômeno intrinsecamente espiritual, mas pode nascer de perturbações estritamente orgânicas, que se façam reflexas no aparelho sensorial, viciando o instrumento dos sentidos, por onde o espírito se manifesta.


Pergunta – Os bons ou maus pensamentos do ser encarnado afetam a organização psíquica de seus irmãos na Terra, aos quais sejam dirigidos?

Emmanuel - Os corações que oram e vigiam, realmente, de acordo com as lições evangélicas, constroem a sua própria fortaleza, para todos os movimentos de defesa espontânea.

Os bons pensamentos produzem sempre o máximo bem sobre aqueles que representam os seus objetivos, por se enquadrarem na essência da Lei Única, que é o Amor em todas as suas divinas manifestações; os de natureza inferior podem afetar o seu objeto, em identidade de circunstâncias, quando a criatura se faz credora desses choques dolorosos, na justiça das compensações.

Sobre todos os feitos dessa natureza, todavia, prevalece a Providência Divina, que opera a execução de seus desígnios de equidade, com misericórdia e sabedoria.


Da obra “O Consolador” (Parte I)

Pelo Espírito Emmanuel

Psicografia de Francisco Cândido Xavier



Permanente Natal



Ele nasceu em uma estrebaria, oculto aos olhos dos poderosos de Sua época.

Teve Seu nascimento anunciado aos simples, que traziam os corações preparados para O receber.

A orquestra dos céus se fez presente e a ópera dos mensageiros celestiais O anunciou a quem tivesse ouvidos de ouvir.

Jesus! Ninguém que O igualasse.

Alto e belo, chamava a atenção por onde transitasse. Os trigais se dobravam à Sua passagem e os ventos iam à frente, anunciando-Lhe a chegada.

Por onde passou, deixou indelével o Seu perfume. Não conduzia guerreiros, nem serviçais pomposos.

A voz do povo O anunciava e Seus cantos chegavam aos ouvidos de todos, mesmo daqueles que pretendiam se fazerem surdos.

Sua mensagem atingia os corações e, como hábil agricultor, semeou a esperança e a fé nos terrenos mais áridos.

Rei das estrelas e Governador do Mundo, fez-Se simples e evidenciou à saciedade a importância das coisas pequenas, dos serviços humildes.

Ele próprio serviu na carpintaria, modelando formas na madeira. E, mais tarde, servindo-Se de uma toalha e água, lavou os pés dos Seus apóstolos.

Tomou de um grão de mostarda e o fez símbolo da fé que move montanhas.

Utilizou-Se da água pura, jorrada das fontes cristalinas, para falar da água que sacia a sede para todo o sempre.

Tomou do pão e o multiplicou, simbolizando a doação da fraternidade que atende o irmão onde esteja, e com ele reparte o pouco que tem.

Falou de tesouros ocultos e de moedas perdidas. Recordou das profissões menos lembradas e as utilizou como exemplo, Ele mesmo denominando-Se o Bom Pastor, que conhece as Suas ovelhas.

Ninguém jamais O superou na poesia, na profundidade do ensino, na doce entonação da voz, cantando o poema das bem-aventuranças, no palco sublime da natureza.

Simples, mostrava Sua sabedoria em cada detalhe, exemplificando que os grandes não necessitam de ninguém que os adjetive, senão sua própria condição.

Conviveu com os pobres, os deserdados, os considerados párias da sociedade, tanto quanto visitou e privou da amizade de senhores amoedados e de poder.

Sempre nobre, porém simples e humilde.

Agora, que o Natal canta alegrias aos corações, mais do que nunca, se pode ouvir-Lhe a voz doce, convidando ao amor.

E, por isso mesmo, as criaturas se movimentam de forma mais intensa e se doam. São brindes, presentes, alimentos e agasalhos.

É o próprio ser que esquece de si e se doa. Doa as horas do seu dia. Com um sorriso nos lábios, abre os braços e agasalha o outro no próprio coração.

Depõem-se as armas. Silenciam-se os combates. Faz-se paz nos campos de batalha da intimidade e do Mundo.

Tudo porque o aniversário Dele se aproxima. E, embora ainda infantis na arte de amar, todos podemos sentir que Ele se faz mais presente, porque abrimos o nosso cofre do sentimento e Lhe permitimos penetrar.

São dias de felicidade os que vivemos no Natal. Tudo em nome de um Homem e de Sua mensagem.

Ah, Jesus! Como seria bom se, de uma vez para sempre, todos pudéssemos Te entender e fazer Natal permanente em nossas vidas.


Redação do Momento Espírita


Privações Voluntárias




Privações Voluntárias - Mortificações


Pergunta - As privações voluntárias, com vistas a uma expiação igualmente voluntária, têm algum mérito aos olhos de Deus?


Resposta dos Espíritos - Fazei o bem aos outros e tereis maior mérito.


Pergunta - Há privações voluntárias que sejam meritórias?


Resposta dos Espíritos - Sim, a privação dos prazeres inúteis, porque liberta o homem da matéria e eleva sua alma. O meritório é resistir à tentação que vos convida aos excessos e ao gozo das coisas inúteis; é retirar do necessário para dar aos que não têm o bastante. Se a privação nada mais for que um fingimento, será apenas uma zombaria.


Pergunta - A vida de mortificação ascética tem sido praticada desde toda a Antiguidade e nos diferentes povos; é ela meritória sob algum ponto de vista?


Resposta dos Espíritos - Perguntai a quem ela aproveita e tereis a resposta. Se não serve senão ao que a pratica e o impede de fazer o bem, é egoísta, qualquer que seja o pretexto sob o qual se disfarce. Submeter-se a privações no trabalho pelos outros é a verdadeira mortificação, de acordo com a caridade cristã.


Do “Livro dos Espíritos” – Allan Kardec (Livro Terceiro – As Leis Morais – Cap. 5 – Lei de Conservação / Item V – Privações Voluntárias / Mortificações)


* * *


Vida de Isolamento - Voto de Silêncio


Pergunta - O que pensar dos homens que vivem em reclusão absoluta para fugirem ao contato pernicioso do mundo?


Resposta dos Espíritos - Duplo egoísmo.


Pergunta - Mas se esse retraimento tiver por fim uma expiação, com a imposição de penosa renúncia, não é meritório?


Resposta dos Espíritos - Fazer maior soma de bem do que de mal, essa é a melhor expiação. Com esse retraimento, evitando o mal, o homem cai em outro, pois esquece a lei de amor e caridade.


Pergunta - Que pensar dos que fogem do mundo para se devotarem ao amparo dos infelizes?


Resposta dos Espíritos - Esses se elevam, rebaixando-se. Têm o duplo mérito de se colocarem acima dos prazeres materiais e de fazerem o bem pelo cumprimento da lei do trabalho.


Pergunta - E os que procuram no retiro a tranquilidade necessária a certos trabalhos?


Resposta dos Espíritos - Esse não é o retiro absoluto do egoísta; eles não se isolam da sociedade, pois trabalham para ela.


Pergunta - Que pensar do voto de silêncio prescrito por algumas seitas desde a mais remota Antiguidade?


Resposta dos Espíritos - Perguntai antes se a palavra é faculdade natural e por que Deus a concedeu. Deus condena abuso e não o uso das faculdades por ele concedidas. Não obstante, o silêncio é útil porque no silêncio te recolhes; teu espírito se torna mais livre e pode então entrar em comunicação conosco. Mas o voto de silêncio é uma tolice. Sem dúvida, os que consideram essas privações voluntárias como atos de virtude, têm boa intenção, mas se enganam por não compreenderem suficientemente as verdadeiras leis de Deus.


Comentário de Kardec - O voto de silêncio absoluto, da mesma maneira que o voto de isolamento, priva o homem das relações sociais que lhe podem fornecer as ocasiões de fazer o bem e de cumprir a lei do progresso.


Do “Livro dos Espíritos” – Allan Kardec (Livro Terceiro – As Leis Morais – Cap. 7 – Lei de Sociedade / Item II – Vida de Isolamento / Voto de Silêncio)


* * *


Como conseguiremos ajudar a Humanidade, simplesmente orando? Companheiros admiráveis organizam pousos solitários, desfiguram-se, atormentam-se e crêem auxiliar, por esse modo, a obra de redenção humana.

Mas se devêssemos procurar a tranquilidade própria, a fim de servir ao Criador, por que motivo teria Jesus vindo até nós, partilhando conosco o pão da vida?

Em que luta condecorar-se-á o soldado que desiste do combate? Em que país haverá colheita valiosa para o lavrador que nada mais faz que contemplar a terra, a pretexto de amá-la? Como semear o trigo, sem contato com o solo?

Como plantar o bem, entre as criaturas, sem suportar o assédio da miséria e da ignorância? Não podemos admitir salvação sem a intimidade daquele que salva com aquele que se encontra desviado ou perdido.


Edição de texto retirado do livro “Ave, Cristo!” – Autoria Espiritual de Emmanuel / Psicografia de Francisco Cândido Xavier