Sobre a Infância


O espírito – viajante da Eternidade – adormece no berço para acordar na sementeira, tanto quanto adormece no túmulo para acordar na colheita.


E o homem que amadurece na experiência terrena suspira por encontrar além da morte, braços amigos que o sustentem na grande romagem para a Divina Luz.


Todavia, cada criatura desperta, depois da morte, na região para a qual dirigiu os próprios passos.


Há quem reabra os olhos na paisagem reconfortante do amor e da alegria, consoante a alegria e ao amor que plantou na leira humana, mas também há quem se reconquiste em pleno espinheiro de aflição e sofrimento, segundo a aflição e o sofrimento que espalhou na própria estrada.


Por isso mesmo, é possível observar na própria Terra, a lei de correspondência, pela qual cada um responde pelas próprias obras.


Cada espírito renasce na posição que merece, de acordo com as dívidas ou aquisições a que se ajusta.


Há quem nasça no ódio com que intoxicou o próprio destino, como há quem retoma o corpo com as mesmas feridas que, ontem, estampou na própria alma.


Daí, o impositivo de entendermos na infância, não a estação de irresponsabilidade festiva, mas a hora favorável de abençoada preparação do futuro.


Receberemos, amanhã, na alma confiada às nossas mãos, aquilo que hoje lhe oferecemos.


Nossos filhos no mundo são consciências que gravitam em torno de nossa vida refletindo, agora ou mais tarde, o nosso devotamento ou a nossa deserção.


Não vale iludir a criança com a fantasia do dinheiro ou do privilégio; anestesiando-a na leviandade.


O lar é, antes de tudo, a escola do caráter e, somente quando os responsáveis por ele se entregarem, felizes, ao sacrifício próprio, para a vitória do amor, é que a vida na Terra será realmente de paz e trabalho, crescimento e progresso, porque o homem encontrará na criança as bases justas do programa da redenção.


Por: Emmanuel

Do livro: “Vida em Vida”

Médium: Francisco Cândido Xavier


Feridas e Cicatrizes da Infância




Tem sido estabelecido através da cultura dos tempos, que a infância é o período mais feliz da existência humana, exatamente pela falta de discernimento da criança, e em razão das suas aspirações que não passam de desejos do desconhecido, de necessidades imediatas, de ignorância da realidade.


Os seus divertimentos são legítimos, porque a eles se entrega em totalidade, sem qualquer esforço, graças à imaginação criadora que a transporta para esse mundo subjacente do crer naquilo que lhe parece. Não estando a personalidade ainda formada, não há dissociação entre o que tem existência real e aquilo que somente se fundamenta na experiência mental.


A criança atravessa esse período psicologicamente feliz, sem o saber, com as exceções compreensíveis de casos especiais, porque tampouco sabe o que é a felicidade. Só mais tarde, na idade adulta é que, recordando os anos infantis, constata o seu valor e pode ter dimensão dos acontecimentos e prazeres.


Como a criança não sabe o que é felicidade, facilmente identifica-a no divertimento, aquilo que a agrada e a distrai, os jogos que lhe povoam a imaginação.


É na infância que se fixam em profundidade os acontecimentos, aliás, desde antes, na vida intra-uterina, quando o ser faz-se participante do futuro grupo familiar no qual renascerá. As impressões de aceitação como de rejeição se lhe insculpirão em profundidade, abençoando-o com o amor e a segurança ou dilacerando-lhe o sistema emocional, que passará a sofrer os efeitos inconscientes da animosidade de que foi objeto.


Da mesma forma, os acontecimentos à sua volta, direcionados ou não à sua pessoa, exercerão preponderante influência na formação da sua personalidade, tornando-a jovial, extrovertida ou conflitada, depressiva, insegura, em razão do ambiente que lhe plasmou o comportamento.


Essas marcas acompanhá-la-ão até a idade adulta, definindo-lhe a maneira de viver. Tornam-se feridas, quando de natureza perturbadora, que mesmo ao serem cicatrizadas, deixam sinais que somente uma terapia muito cuidadosa consegue anular.


Por sua vez, o Espírito, em processo de reencarnação, acompanha mui facilmente os lances que precedem à futura experiência, e porque podendo movimentar-se com relativa liberdade antes do mergulho total no arquipélago celular, compreende as dificuldades que terá de enfrentar mais tarde, ao sentir-se desde então indesejado, maltratado, combatido.


Certamente, essa ocorrência tem lugar com aqueles que se vêem impelidos ao renascimento para reparar pesados compromissos infelizes, retornando ao seio das suas anteriores vítimas que agora os rechaçam, o que é injustificável.


A bênção de um filho constitui significativa conquista do ser humano, que se deve utilizar do ensejo para crescer e desenvolver os sentimentos superiores da abnegação e do amor.


As reações vibratórias que podem produzir os Espíritos antipáticos na fase perinatal, produzem, não raro, mal-estar. Não obstante, a ternura e a cordialidade fraternal substituem as ondas perturbadoras por outras de natureza saudável, preparando os futuros pais para o processo de aprimoramento e de educação do descendente.


Na raiz de muitos conflitos e desequilíbrios juvenis, adultos, e até mesmo ressumando na velhice, as distonias tiveram origem — efeito de causa transata —no período da gestação, posteriormente na infância, quando a figura da mãe dominadora e castradora, assim como do pai negligente, indiferente ou violento, frustrou os anseios de liberdade e de felicidade do ser.


Todos nascem para ser livres e felizes. No entanto, pessoas emocionalmente enfermas, ante o próprio fracasso, transferem para os filhos aquilo que gostariam de conseguir, suas culpas e incapacidades, quando não descarregam todo o insucesso ou insegurança naqueles que vivem sob sua dependência.


Esse infeliz recurso fere o cerne da criança, que se faz pusilânime, a fim de sobreviver, ou leva-a a refugiar-se no ensimesmamento, na melancolia, sentindo-se vazia de afeto e objetivo de vida. Com o tempo, essas feridas purulam, impelindo a atitudes exóticas, a comportamentos instáveis, às fugas para o fumo, a droga, o álcool ou as diversões violentas, mediante as quais extravasam o ressentimento acumulado, ou mergulham no anestésico perigoso da depressão com altos reflexos na conduta sexual, incompleta, insatisfeita, alienadora...


A sociedade terá que atender à infância através de mecanismos próprios, preenchendo os espaços deixados pela ausência do amor na família, na educação escolar, na convivência do grupo, nas oportunidades de desenvolvimento e de auto-afirmação de cada qual. Para tal mister, torna-se necessário o equilíbrio do adulto, do educador formal, que pode funcionar como psicoterapeuta, orientando melhor o aprendiz e reencaminhando-o para a compreensão dos valores existenciais e das finalidades da vida.


Inveja, mágoa, ciúme, instabilidade, ódio, pusilanimidade e outros hediondos sentimentos que afligem as crianças maltratadas, carentes, abandonadas, mesmo nas casas onde moram, desde que não são lares verdadeiros, constituem os mecanismos de reação de todos quantos se sentem infelizes, mesmo que inconscientemente.


A compreensão dos direitos alheios e dos próprios deveres, o contributo da fraternidade, a segurança afetiva, a harmonia interior, a compaixão, a lealdade, se instalarão no ser, cicatrizando as feridas, à medida que o meio ambiente se transforme para melhor e o afeto dos outros, sincero quão desinteressado, substitua a indiferença habitual.


Qualquer ferida emocional cicatrizada pode reabrir-se de um para outro momento, porquanto não erradicada a causa desencadeadora, os tecidos psicológicos estarão muito frágeis, rompendo-se com facilidade, pela falta de resistência aos impactos enfrentados.


A questão da felicidade, por isso mesmo, é muito relativa. Se a felicidade são os divertimentos, ou é o prazer, ei-la de fácil aquisição. No entanto, se está radicada na plenitude, muito complexa é a engrenagem que a aciona.


De certo modo, ela somente se expressa em totalidade, quando o artista conclui a obra a que se entrega, o santo ao ministério de amor a que se devota, o cientista realiza a pesquisa exitosa, o pensador atinge com a sua mensagem o mundo que o aguarda, o cidadão comum se sente em paz consigo mesmo... O dar-se, a que se refere o Evangelho, certamente é a melhor metodologia para alcançar-se essa ventura que harmoniza e plenifica.


Toda vez, portanto, que alguém sinta incompletude, insegurança, seja visitado pelos sentimentos inquietadores da insegurança, do medo, da raiva e da inveja injustificáveis, exceção feita aos estados patológicos profundos, as feridas da infância estão ainda abertas ou reabrindo-se, e necessitando com urgência de cicatrização.



Do livro “Amor, Imbatível Amor”

Pelo Espírito 'Joanna de Ângelis'

Psicografia Divaldo Pereira Franco



Infância, Família e Educação



O período infantil é o mais importante para a tarefa educativa?


Emmanuel: O período infantil é o mais sério e o mais propício à assimilação dos princípios educativos.


Até os sete anos, o Espírito ainda se encontra em fase de adaptação para a nova existência que lhe compete no mundo. Nessa idade, ainda não existe uma integração perfeita entre ele e a matéria orgânica. Suas recordações do plano espiritual são, por isso, mais vivas, tornando-se mais suscetível de renovar o caráter e a estabelecer novo caminho, na consolidação dos princípios de responsabilidade, se encontrar nos pais legítimos representantes do colégio familiar.


Eis por que o lar é tão importante para a edificação do homem, e por que tão profunda é a missão da mulher perante as leis divinas.


Passada a época infantil, credora de toda vigilância e carinho por parte das energias paternais, os processos de educação moral, que formam o caráter, tornam-se mais difíceis com a integração do Espírito em seu mundo orgânico material, e , atingida a maioridade, se a educação não se houver feito no lar, então, só o processo violento das provas rudes, no mundo, pode renovar o pensamento e a concepção das criaturas, porquanto a alma reencarnada terá retomado todo o seu patrimônio nocivo do pretérito e reincidirá nas mesmas quedas, se lhe faltou a luz interior dos sagrados princípios educativos.


Qual a melhor escola de preparação das almas reencarnadas, na Terra?


Emmanuel: A melhor escola ainda é o lar, onde a criatura deve receber as bases do sentimento e do caráter.


Os estabelecimentos de ensino, propriamente do mundo, podem instruir, mas só o instituto da família pode educar. É por essa razão que a universidade poderá fazer o cidadão, mas somente o lar pode edificar o homem.


Na sua grandiosa tarefa de cristianização, essa é a profunda finalidade do Espiritismo evangélico, no sentido de iluminar a consciência da criatura, a fim de que o lar se refaça e novo ciclo de progresso espiritual se traduza, entre os homens, em lares cristãos, para a nova era da Humanidade.


É justa a fundação de institutos para a educação sexual?


Emmanuel: Quando os professores do mundo estiverem plenamente despreocupados das tabelas administrativas, dos auxílios oficiais, da classificação de salários, das situações de evidência no magistério, das promoções, etc., para sentirem nos discípulos os filhos reais do seu coração, serão acertados cogitar-se da fundação de educandários dessa natureza, porquanto haverá muito amor dentro das almas, assegurando o êxito das iniciativas.


Os professores do mundo, todavia, considerando o quadro legítimo das exceções, ainda não passam de servidores do Estado, angustiados na concorrência do profissionalismo. Na sagrada missão de ensinar, eles instruem o intelecto, mas, de um modo geral, ainda não sabem iluminar o coração dos discípulos, por necessitados da própria iluminação.


Examinada a questão desse modo, e atendendo às circunstâncias das posições evolutivas, consideramos que os pais são os mestres da educação sexual de seus filhos, indicados naturalmente para essa tarefa, até que o orbe possua, por toda parte, as verdadeiras escolas de Jesus, onde a mulher, em qualquer estado civil, se integre na divina missão da maternidade espiritual de seus pequenos tutelados e onde o homem, convocado ao labor educativo, se transforme num centro de paternal amor e amoroso respeito para com os seus discípulos.


Como renovar os processos de educação para a melhoria do mundo?


Emmanuel: As escolas instrutivas do planeta poderão renovar sempre os seus métodos pedagógicos, com esses ou aqueles processos novos, de conformidade com a psicologia infantil, mas a escola educativa do lar só possui uma fonte de renovação que é o Evangelho, e um só modelo de mestre, que é a personalidade excelsa do Cristo.


Os pais espiritistas devem ministrar a educação doutrinária a seus filhos ou podem deixar de fazê-lo invocando as razões de que, em matéria de religião, apreciam mais a plena liberdade dos filhos?


Emmanuel: O período infantil, em sua primeira fase, é o mais importante para todas as bases educativas, e os pais espiritistas cristãos não podem esquecer seus deveres de orientação aos filhos, nas grandes revelações da vida. Em nenhuma hipótese, essa primeira etapa das lutas terrestres deve ser encarada com indiferença.


O pretexto de que a criança deve desenvolver-se com a máxima noção de liberdade pode dar ensejo a graves perigos. Já se disse, no mundo, que o menino livre é a semente do celerado. A própria reencarnação não constitui, em si mesma, restrição considerável à independência absoluta da alma necessitada de expiação e corretivo?


Além disso, os pais espiritistas devem compreender que qualquer indiferença nesse particular pode conduzir a criança aos prejuízos religiosos de outrem, ao apego do convencionalismo, e à ausência de amor à verdade.


Deve nutrir-se o coração infantil com a crença, com a bondade, com a esperança e com a fé em Deus. Agir contrariamente a essas normas é abrir para o faltoso de ontem a mesma porta larga para os excessos de toda sorte, que conduzem ao aniquilamento e ao crime.


Os pais espiritistas devem compreender essa característica de suas obrigações sagradas, entendendo que o lar não se fez para a contemplação egoística da espécie, mas, sim, para santuário onde, por vezes, se exige a renúncia e o sacrifício de uma existência inteira.



Do livro “O Consolador” - Pelo Espírito Emmanuel - Psicografia Chico Xavier (Primeira Parte – Item 5 – Questões 109 a 113)


Os Órfãos

Meus irmãos, amai os órfãos!


Se soubésseis quanto é triste estar só e abandonado, sobretudo quando criança!


Deus permite que existam órfãos, para nos animar a lhes servirmos de pais.


Que divina caridade, a de ajudar uma pobre criaturinha abandonada, livrá-la da fome e do frio, orientar sua alma, para que ela não se perca no vício!

Quem estende a mão a uma criança abandonada é agradável a Deus, porque demonstra compreender e praticar a sua lei.


Lembrai-vos também de que, frequentemente, a criança que agora socorreis vos foi cara numa encarnação anterior, e se o pudésseis recordar, o que fazeis já não seria caridade, mas o cumprimento de um dever.


Assim, portanto, meus amigos, todo sofredor é vosso irmão e tem direito à vossa caridade.


Não a essa caridade que magoa o coração, não a essa esmola que queima a mão que a recebe, pois os vossos óbolos são frequentemente muito amargos! Quantas vezes eles seriam recusados, se a doença e a privação não os esperassem no casebre!


Dai com ternura, juntando ao benefício material o mais precioso de todos: uma boa palavra, uma carícia, um sorriso amigo. Evitai esse ar protetoral, que revolve a lâmina no coração que sangra, e pensai que, ao fazer o bem, trabalhais para vós e para os vossos.


Um Espírito Protetor

Paris, 1860


Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec

(Cap. XIII – Que a mão esquerda não saiba o que faz a direita)


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Os laços de sangue não estabelecem necessariamente os laços espirituais. O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito. Os verdadeiros laços de família não são, portanto, os da consanguinidade, mas os da simpatia e da comunhão de pensamentos, que unem os Espíritos, antes, durante e após a encarnação.”


- CLIQUE AQUI e leia o texto completo: “Parentesco Corporal e Espiritual” -


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Esta postagem faz parte da blogagem coletiva

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Mediunidade nas Crianças



Não é aconselhável estimular a prática da mediunidade na criança. Isto porque o organismo da criança não está completamente desenvolvido, seus órgãos, sobretudo o sistema nervoso; estão em fase de maturação. Além do mais, a criança talvez não possua discernimento necessário para evitar as influências dos maus Espíritos.


Kardec, perguntando aos Espíritos orientadores da Codificação sobre se haveria inconveniente em desenvolver-se a mediunidade nas crianças, obteve de um deles a seguinte resposta: “(...) Certamente e sustento mesmo que é muito perigoso, pois que esses organismos débeis e delicados sofreriam por essa forma grandes abalos, e as respectivas imaginações excessiva sobre-excitação. Assim, os pais prudentes devem afastá-las dessas idéias, ou, quando nada, não lhes falar do assunto, senão do ponto de vista das conseqüências morais.” (01 )


No exame do assunto, há que se observar o problema do desenvolvimento sob duplo sentido, físico e mental. Há crianças bem desenvolvidas fisicamente, mas de recursos mentais e intelectuais deficientes. Existem crianças fisicamente pouco desenvolvidas, porém mental e intelectualmente bem dotadas. Em ambos os casos a prudência aconselha seja evitado, junto à criança, o trabalho mediúnico.


Desenvolver a mediunidade, ou seja, educá-la, significa colocar-nos em relação e dependência magnética, mental e moral com entidades dos mais variados tipos evolutivos.


O frágil organismo infantil e sua inexperiência podem sofrer os efeitos de uma aproximação obsidiante.


A imaginação da criança é, sobremodo, excitável, o que pode ocasionar conseqüências perigosas sob o ponto de vista do equilíbrio, da estabilidade espiritual.


São negativos todos os aspectos do desenvolvimento mediúnico das crianças.


O Codificador, missionário escolhido, estava certo ao desaconselhar tal proceder.


Há recursos de amparo às crianças que revelam mediunidade:


- Prece em seu favor e dos Espíritos que delas tentam acercar-se;


- Passes ministrados por companheiros responsáveis;


- Freqüência às aulas espíritas de Evangelho, a fim de que possam, a pouco e pouco, ir assimilando noções doutrinárias compatibilizadas com sua idade.(05)


Devemos considerar, porém, que há crianças cuja mediunidade ocorre naturalmente, sem causar-lhes transtornos. Estas crianças são médiuns naturais e, “(...) quando numa criança a faculdade se mostra espontânea, é que está na sua natureza e que a sua constituição se presta a isso. O mesmo não acontece quando é provocada e sobre-excitada. (...) a criança, que tem visões, geralmente não se impressiona com estas, que lhe parecem coisa naturalíssima, a que dá muito pouca atenção e quase sempre esquece. (...)(02)


Para o início da prática mediúnica “Não há idade precisa, tudo dependendo inteiramente do desenvolvimento físico e, ainda mais, do desenvolvimento moral. Há crianças de doze anos a quem tal coisa afetará menos do que a algumas pessoas já feitas. Falo da mediunidade, em geral; porém, a de efeitos físicos é mais fatigante para o corpo; a da escrita tem outro inconveniente, derivado da inexperiência da criança, dado o caso de ela querer entregar-se a sós ao exercício da sua faculdade e fazer disso um brinquedo.” (03)


A prática do Espiritismo (...) demanda muito tato, para a inutilização das tramas dos Espíritos enganadores. Se estes iludem a homens feitos, claro é que a infância e a juventude mais expostas se acham a ser vítimas deles. Sabe-se, além disso, que o recolhimento é uma condição sem a qual não se pode lidar com Espíritos sérios. As evocações feitas estouvadamente e por gracejo constituem verdadeira profanação, que facilita o acesso aos Espíritos zombeteiros, ou malfazejos. Ora, não se podendo esperar de uma criança a gravidade necessária a semelhante ato, muito de temer é que ela faça disso um brinquedo, se ficar entregue a si mesma. Ainda nas condições mais favoráveis, é de desejar que uma criança dotada de faculdade mediúnica não a exercite, senão sob a vigilância de pessoas experientes, que lhe ensinem, pelo exemplo, o respeito devido às almas dos que viveram no mundo. Por aí se vê que a questão de idade está subordinada às circunstâncias, assim de temperamento, como de caráter. (...)(04)


Fontes de Consulta


(01) KARDEC, Allan. Dos Incovenientes e Perigos da Mediunidade. In. ‘O Livro dos Médiuns’. Trad. De Guillon Ribeiro. 61. Ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1995. Item 221 (subitem 6º pág. 265).


(02). Item 221 (subitem 7º). Pág.265.


(03) Item 221 (subitem 8º). Pág. 266.


(04) Item 222. Pág. 266.


(05) PERALVA Martins. Mediunidade nas crianças. In. ‘Mediunidade e Evolução’. 7.ed. 7.ed. Rio [de janeiro]:FEB. 1995. Pág. 137.


- Retirado do site www.lardefreiluiz.org.br


Contra a pedofilia, em defesa da inocência...




Hoje é dia de BLOGAGEM COLETIVA. O tema desta vez é PEDOFILIA e foi proposto pela LUMA. Gostei muito do tema e acho bem pertinente para ser divulgado e discutido através da blogosfera, já que, hoje em dia, grande parte dos crimes relacionados a este assunto ocorre com o auxílio dessa poderosa ferramenta que se tornou a INTERNET.


A pedofilia é uma perversão sexual, caracterizada pela opção sexual preferencial por crianças e adolescentes, de forma compulsiva e obsessiva. O pedófilo é uma pessoa aparentemente normal e muitas vezes bem inserida na sociedade, daí o fato da pedofilia ser uma patologia muito freqüente em todas os níveis sociais e econômicos, portanto, não é rara a presença de pedófilos nas escolas, praças, igrejas, consultórios médicos, enfim, em todos os lugares onde ele, o pedófilo, possa encontrar crianças e adolescentes. Em muitos casos o pedófilo pode ser alguém da própria família. O pedófilo é, acima de tudo, um doente, que necessita de tratamento, mas que torna-se muito perigoso, já que pode cometer crimes (não só o abuso sexual em si, mas outros igualmente graves, incluindo até o homicídio) contra as crianças, por isso deve ser combatido.


Sobre o período de infância a Doutrina Espírita nos esclarece que este é um estado de suma importância para o Espírito reencarnante, que está em trânsito, a caminho de sua pureza e perfeição, conforme nos afirma a questão 383 do “Livro dos Espíritos”:


Pergunta: Qual, para este, a utilidade de passar pelo estado de infância?


Resposta: “Encarnado, com o objetivo de se aperfeiçoar, o Espírito, durante esse período, é mais acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento, para o que devem contribuir os incumbidos de educá-lo.”


Em relação às crianças, entendemos, portanto, que os responsáveis por educá-las somos todos nós, já que precisamos dar os exemplos a serem seguidos por elas quando estiverem em condição de responderem por si próprias. Estando, portanto, mais acessíveis às impressões que recebem, provavelmente estarão definitivamente marcadas por qualquer tipo de violência cometida contra elas, o que lhes trarão sérios prejuízos no futuro, nesta e em outras encarnações.


A Doutrina Espírita procura não condenar ninguém, recomendando sempre que tenhamos com todos o máximo de respeito, consideração e carinho, inclusive para com as pessoas desequilibradas sexualmente, uma vez que elas constituem espíritos que atravessam um momento difícil (até mesmo tormentoso) em que necessitam promover a sua edificação moral, através de uma conduta sexual equilibrada. Ocorre que, não é lícito a ninguém, seja hetero ou homossexual, determinados abusos, tais como a pedofilia, que vem a ser uma prática criminosa, por envolver criaturas inocentes e indefesas, constituindo assim um ato de extrema violência, que por isso mesmo, deve ser combatido.


O Espiritismo, portanto, não condena ninguém pelas escolhas que qualquer pessoa faça em sua vida, apenas nos alerta a respeito da Lei de Ação e Reação, segundo a qual recebemos de volta os efeitos de nossa própria conduta, conforme asseverou JESUS, quando afirmou: “A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória”. Mas, como para tudo na vida precisamos ter bom-senso, não podemos, de maneira alguma, ser coniventes com determinadas atitudes, pois assim estaríamos igualando-nos aos criminosos. O pedófilo, na minha opinião, deve ser considerado um doente e por isso, merece tratamento, não só médico, mas quem sabe também espiritual, já que, além do próprio distúrbio do qual é portador, muitas vezes ele pode estar acompanhado de espíritos obsessores. O que não podemos é de forma alguma tolerar esse tipo de comportamento abusivo.


Neste caso específico, portanto, cabe a todos nós orientarmos e protegermos as crianças em relação aos perigos e estarmos sempre atentos a qualquer comportamento estranho. E não devemos deixar de denunciar quando suspeitarmos de algo. Afinal, uma coisa é ser compreensivo com as faltas alheias, outra coisa é ser conivente e permissivo com determinados crimes...





PERANTE A CRIANÇA


“Deixai vir a mim os meninos, e não os impeçais, porque deles é o reino de Deus.” Jesus (LUCAS, 18:16.)


Ver no coração infantil o esboço da geração próxima, procurando ampará-lo em todas as direções.


Orientação da infância, profilaxia do futuro.


Solidarizar-se com os movimentos que digam respeito à assistência à criança, melhorando métodos e ampliando tarefas.


Educar os pequeninos é sublimar a Humanidade.


Colaborar decididamente na recuperação das crianças desajustadas e enfermas, pugnando pela diminuição da mortalidade infantil.


Na meninice corpórea, o Espírito encontra ensejo de renovar as bases da própria vida.


Os pais espíritas podem e devem matricular os filhos nas escolas de moral espírita cristã, para que os companheiros recém-encarnados possam iniciar com segurança a nova experiência terrena.


Os pais respondem espiritualmente como cicerones dos que ressurgem no educandário da carne.


Distribuir incessantemente as obras infantis da literatura espírita, de autores encarnados e desencarnados, colaborando de modo efetivo na implantação essencial da Verdade Eterna.


O livro edificante vacina a mente infantil contra o mal.


Observar quando se deve ou não conduzir as crianças a reuniões doutrinárias.


A ordem significa artigo de lei para toda idade.


Eximir-se de prometer, às crianças que estudam, quaisquer prêmios ou dádivas como recompensa ou (falso) estímulo pelo êxito que venham a atingir no aproveitamento escolar, para não viciar-lhes a mente.


A noção de responsabilidade nos deveres mínimos é o ponto de partida para o cumprimento das grandes obrigações.


Não permitir que as crianças participem de reuniões ou festas que lhes conspurquem os sentimentos, e, em nenhuma oportunidade, oferecer-lhes presentes suscetíveis de incentivar-lhes qualquer atitude agressiva ou belicosa, tanto em brinquedos quanto em publicações.


A criança sofre de maneira profunda a influência do meio.


Furtar-se de incrementar o desenvolvimento de faculdades mediúnicas em crianças, nem lhes permitir a presença em atividades de assistência a desencarnados, ainda mesmo quando elas apresentem perturbações de origem mediúnica, circunstância esta em que devem receber auxílio através da oração e do passe magnético.


Somente pouco a pouco o Espírito se vai inteirando das realidades da encarnação.


Em toda a divulgação, certame ou empreendimento doutrinário, não esquecer a posição singular da educação da infância na Seara do Espiritismo, criando seções e programas dedicados à criança em particular.


Sem boa semente, não há boa colheita.




André luiz

“Conduta Espírita” – Psicografia: Waldo Vieira – Editora FEB