MEDIUNIDADE


MEDIUNIDADE

O QUE É

Mediunidade é a faculdade humana, pela qual se estabelecem as relações entre homens e espíritos.

A mediunidade é uma facudade natural, inerente a todo ser humano, por isso não é privilégio de ninguém, em diferentes graus todos a possuímos.

A mediunidade é, pois, a faculdade natural que permite sentir e transmitir a influência dos Espíritos, ensejando o intercâmbio, a comunicação, entre o mundo físico e espiritual.

A mediunidade é uma sintonia entre os encarnados e os desencarnados, permitindo uma percepção de pensamentos, vontades, sentimentos de um ser desencarnado

FINALIDADE

A mediunidade é, antes de tudo, uma oportunidade de servir, benção de Deus, que faculta manter o contato com a vida espiritual.

Graças ao intercâmbio podemos ter aqui, não apenas a certeza da sobrevivência da vida após a morte, mas também o equilíbrio para resgatarmos com proficiência os débitos adquiridos nas encarnações anteriores

É graças à Mediunidade que o homem tem a antevisão do seu futuro espiritual, e, ao mesmo tempo, o relato daqueles que o precederam na viagem de volta à Erraticidade, trazendo-lhe informes de segurança, diretrizes de equilíbrio e a oportunidade de refazer o caminho pelas lições que ele absorve do contato mantido com os desencarnados.

Assim, a Mediunidade tem uma finalidade de alta importância, porque é graças a ela que o homem se conscientiza das suas responsabilidades de Espírito imortal.

QUEM POSSUI

A mediunidade sendo inerente ao ser humano pode aparecer em qualquer pessoa, independente da doutrina religiosa que abrace, história revela grandes médiuns em todas as épocas e em todos os credos.

A mediunidade, não depende de lugar, idade, sexo, condição social, moral ou filiação religiosa.


MEDIUNIDADE - PROCESSO CÍCLICO


Geralmente seu desenvolvimento é cíclico, ou seja, processa-se por etapas sucessivas, em forma de espiral.

PRIMEIRO CICLO - 0 a 12 ANOS

As crianças a possuem, por assim dizer, à flor da pele, mas resguardada pela influência benéfica e controladora dos espíritos protetores, que as religiões chamam de anjos da guarda.

Nessa fase infantil as manifestações mediúnicas são mais de caráter anímico; a criança projeta a sua ama nas coisas e nos seres que a rodeiam, recebem as intuições orientadoras dos seus protetores, às vezes vêem e denunciam a presença de espíritos e não raro transmitem avisos e recados dos espíritos aos familiares, de maneira positiva e indireta.

Quando passam dos sete ou oito anos integram-se melhor no condicionamento da vida terrena, desligando-se progressivamente das relações espirituais e dando mais importância às relações humanas.

O espírito se ajusta no seu escafandro para enfrentar os problemas do mundo. Fecha-se o primeiro ciclo mediúnico, para a seguir abrir-se o segundo.


NÃO É ACONSELHÁVEL DESENVOLVER MEDIUNIDADE NAS CRIANÇAS

Não é aconselhável o exercício da mediunidade em crianças, porque:

1. O organismo, débil e em formação, pode sofrer grandes abalos;

2. A imaginação está em grande atividade e pode sofrer sobreexcitação;

3. Não tem discernimento suficiente para lidar com os espíritos.

Às vezes, as manifestações mediúnicas que a criança apresenta são por causa das perturbações no ambiente do lar. Neste caso, o recomendável é atendê-la com passes, para eliminar as manifestações, e se orientar o comportamento dos familiares adultos, para que as tensões espirituais não mais reflitam na criança.

Se a manifestação mediúnica na criança for espontânea e equilibrada, aceitar com naturalidade os fenômenos mas sem estimulá-los nem querer colocar a criança em verdadeiro trabalho mediúnico.

Convém, entretanto, encaminhá-la para a evangelização e conhecimento doutrinário adequado à sua idade, a fim de que, no futuro, esteja preparada para entender sua faculdade e empregá-la bem.

SEGUNDO CICLO - 13 a 18 ANOS

É geralmente na adolescência, a partir dos doze ou treze anos, que se inicia o segundo ciclo.

No primeiro ciclo só se deve intervir no processo mediúnico com preces e passes, para abrandar as excitações naturais da criança.

Na adolescência o seu corpo já amadureceu o suficiente para que as manifestações mediúnicas se tornem mais intensas e positivas. É tempo de encaminhá-la com informações mais precisas sobre o problema mediúnico.

Não se deve tentar o seu desenvolvimento em sessões. O passe, a prece, as reuniões para estudo doutrinário são os meios de auxiliar o processo sem forçá-lo, dando-lhe a orientação necessária.

A adolescência é a hora das atividades lúdicas, dos jogos, e esportes, do estudo e aquisição dos conhecimentos em gerais, da integração mais completa na realidade terrena.

Não se dever forçá-los, mas estimulá-los no tocante aos ensinos espirituais. Sua mente se abre para o contato mais profundo e constante com a vida do mundo.

Os exemplos dos familiares influem mais em suas opções do que os ensinos e as exortações orais.

TERCEIRO CICLO - APÓS OS 18 ANOS

O terceiro ciclo ocorre geralmente na passagem da adolescência para a juventude, entre dezoito e vinte e cinco anos. É o tempo, nessa fase, dos estudos sérios.

Na questão da mediunidade, se até esta fase não se definiu devidamente não se deve ter preocupações. Há processos que demoram até a proximidade dos 30 anos, da maturidade corporal, para a verdadeira eclosão da mediunidade.

QUESTÃO 459 DO LIVRO DOS ESPÍRITOS

Influem os espíritos em nossos pensamentos e atos?

R. Muito mais do que imaginais. influem a tal ponto que de ordinário, são eles que vos dirigem.

Os espíritos exercem tamanha influência sobre os nossos pensamentos e atos que amiúde somos por eles dirigidos.

A IDÉIA DA AÇÃO DOS ESPÍRITOS NÃO NASCEU COM O ESPIRITISMO

Sempre existiu, desde as épocas mais remotas da vida humana na Terra.


TODAS AS RELIGIÕES PREGAM SOB A AÇÃO DOS ESPÍRITOS

Todas as religiões pregam sob a ação dos espíritos, de uma forma direta ou indireta, mas nenhuma nega completamente estas intervenções e inclusive criaram dogmas e cerimônias relativas a elas, tais como:

PROMESSAS - Significa pedir alguma forma de ajuda para um espírito em troca de um sacrifício.

EXORCISMO - Significa cerimônia religiosa para afastar o demônio ou espíritos maus.

EXPULSÃO DO DEMÔNIO - Significa fazer sair, por castigo ou com violência do lugar onde esta o demônio ou espírito mau.


A AÇÃO MEDIÚNICA NÃO ESTÁ LIMITADA ÀS SESSÕES MEDIÚNICAS

Vivemos mediunicamente, entre dois mundos e em relação permanente com entidades espirituais.

Isto se dá porque os espíritos povoam os mesmos espaços em que vivemos, acompanham-nos em nossas atividades e ocupações, vão conosco aos lugares que frequentamos, seguindo-nos ou evitando-nos, conforme os atraímos ou repelimos."

Estamos cercados por espíritos, e a sua influência oculta sobre os nossos pensamentos e atos se faz sentir pelo grau de afinidade que mantivermos com eles.

Inúmeros Espíritos benfeitores também se comunicam conosco por via inspirativa ou intuitiva todas as vezes que, em nossa vida social, nos dispomos a ser úteis aos nossos irmãos.

Quantas vezes um conselho sensato e oportuno que damos sob a intuição de um benfeitor espiritual consegue mudar o rumo de uma vida e até, em certos casos, salvar ou evitar que uma família inteira seja precipitada no abismo de uma desgraça?

O amor verdadeiro e desinteressado não requer lugares nem horas especiais para ser praticado, pois o nosso mundo, com o sofrimento da humanidade torturada, é, igualmente, um vasto campo de serviço redentor.


A MEDIUNIDADE É COISA SÉRIA

Não julguemos que a mediunidade nos foi concedida para simples passatempo ou para satisfação de nossos caprichos.

A mediunidade é coisa séria e com ela devemos suavizar os sofrimentos alheios.

- Ao desenvolvermos a mediunidade, lembremo-nos de que ela é dada como um arrimo para mais facilmente, conseguirmos a Perfeição;

- Para mais suavemente, liquidarmos os pesados débitos que contraímos em existência passadas;

- Para servirmos de guia a irmãos que se encontram mais atrasados.


O APARECIMENTO DA MEDIUNIDADE

Os sinais mais comuns do aparecimento da mediunidade são os seguintes:

- cérebro perturbado;

- sensação de peso na cabeça e nos ombro;

- nervosismo: ficamos irritados por motivos sem importância;

- desassossego;

- insônia;

- arrepios, como se percebêssemos passar por nós alguma coisa fria;

- sensação de cansaço geral;

- calor como se estivéssemos encostados em algo quente;

- falta de ânimo para o trabalho;

- profunda tristeza ou excessiva alegria sem sabermos por que.


O QUE DEVE FAZER O MÉDIUM NESTES MOMENTOS DE ALTERAÇÕES EMOCIONAIS?

Todo médium iniciante, para evitar inconvenientes na prática mediúnica, deve primeiramente dedicar-se ao indispensável estudo prévio da teoria e jamais considerar-se dispensado de qualquer instrução, pois poderá ser vítima de mil ciladas que os Espíritos mentirosos preparam para explorar-lhe a presunção.

Após o conhecimento teórico, procurar desdobrar a percepção psíquica, sem qualquer receio.

Na orientação do desenvolvimento mediúnico é importante que procuremos as instruções realmente espíritas, para evitarmos dissabores e percalços.

É aconselhável o desenvolvimento mediúnico em grupos especialmente formados para isto, pois pessoas bem orientadas que se reunam com uma intenção comum, formam um ambiente coletivo favorável ao intercâmbio.

É aconselhável que o médium jamais abuse da mediunidade, empregando-a para a satisfação da curiosidade.


A MEDIUNIDADE É UM ARRIMO

A mediunidade nos é dada como arrimo para mais facilmente conseguirmos a perfeição, para liquidarmos os débitos que contraímos em existências passadas.

A mediunidade no entanto, quando não é orientada para os caminhos do bom senso, pode turvar a vida e ser instrumento de perturbação geral.

O médium não pode exercer suas faculdades sem o clima de harmonia que a disciplina imprime no seu caráter.


MEDIUNIDADE - COMO DESENVOLVER

Desenvolve-se naturalmente nas pessoas de maior sensibilidade para a captação mental e sensorial de coisas e fatos do mundo espiritual que nos cerca e nos afeta com as suas vibrações psíquicas e afetivas.

Da mesma forma que a inteligência e as demais faculdades humanas, a Mediunidade se desenvolve no processo de relação.

Para o desenvolvimento da mediunidade, somente devem ser encaminhadas as pessoas que estejam saudáveis, equilibradas, e doutrinariamente esclarecidas e conscientizadas.

Quando a mediunidade aflorou sem esse preparo prévio do médium, é preciso orientá-lo, para que os fenômenos se disciplinem e ele empregue acertadamente sua faculdade.

Não se deve colocar em trabalho mediúnico quem apresente perturbações ou quem tenha desconhecimento sobre o assunto.

Primeiro, é preciso ajudar a pessoa a se equlibrar psiquicamente, através de passes, vibrações e esclarecimentos doutrinários.

O DESENVOLVIMENTO DA MEDIUNIDADE

Desenvolver a mediunidade é aprender a usá-la.

Para que sejamos bem sucedidos, cultivemos as seguintes virtudes: a paciência, a perseverança, a boa vontade, a humildade, e a sinceridade.

- A mediunidade não se desenvolve de um dia para o outro;

- Para isso tenhamos muita paciência.

- Sem perseverança nada se alcança. O desenvolvimento exige que sejamos persistentes.

- Ter boa vontade é comparecermos alegres e cheios de satisfação às sessões.

- A humildade é a virtude pela qual reconhecemos que tudo vem de Deus.

- Se faltarmos com a sinceridade no desempenho de nossas funções mediúnicas, cedo ou tarde sofreremos decepções.


DISCIPLINAÇÃO DA MEDIUNIDADE

Os problemas mediúnicos consistem, portanto, simplesmente na disciplinação das relações espírito-corpo.

É o que chamamos de educação mediúnica. Na proporção em que o médium aprende, como espírito, a controlar a sua liberdade e a selecionar as suas relações espirituais, sua mediunidade se aprimora e se torna segura.

Assim o bom médium é aquele que se mantém o seu equilíbrio psicofísico e procede na vida de maneira a criar para si mesmo um ambiente espiritual de moralidade, amor e respeito pelo próximo.

A dificuldade maior está em se fazer o médium compreender que, para tanto, não precisa tornar-se santo, mas apenas um homem de bem.

O médium dever ser espontâneo, natural, uma criatura normal, que não tem motivos para se julgar superior aos outros.


NECESSIDADE DO ADESTRAMENTO MEDIÚNICO

Ninguém nasce sem um plano de vida.

Ninguém jamais escolhe ser mau.

Todos pedimos o máximo, mas a providência divina nos cobra o mínimo, e depois que encarnamos começamos a se queixar, imaginemos se viessemos com tudo o que tínhamos pedido.

Quando no plano espiritual, temos uma visão mais ampla de todas as nossas existências.

Quando encarnamos lembramos somente do suficiente para esta existência.


ENSINAMENTOS

Ensinamentos é que não faltam em todas as circunstâncias de manifestações da vida.

A faculdade mediunidade em harmonia pode fazer grandes coisas.

A educação mediúnica pode começar no simples modo de falar aos outros, transmitindo brandura e alegria, amor e caridade, em todos os atos da vida


HIGIENE MENTAL

Cultivemos bons pensamentos.

Os bons pensamentos trazem as boas palavras e presidem aos bons atos.

Sejamos amigos do estudo e da boa leitura. Sejamos moderados.

Cultivemos a oração.

A oração diária é poderoso fortificante espiritual e um benéfico exercício de higiene mental.


Texto retirado do curso “MEDIUNIDADE SEM PRECONCEITO”, Elaborado por Edvaldo Kulcheski. Para acessá-lo entre no link: http://www.rjeonline.com/rje/msp/index.htm



Livros recomendados sobre este tema:

- Livro dos Médiuns / Allan Kardec

- Nos Domínios da Mediunidade / André Luiz - Chico Xavier

- Mecanismos da Mediunidade / André Luiz - Chico Xavier

- Estudos Espíritas / Joanna de Angelis - Divaldo P. Franco

- A Casa do Escritor / Patrícia - Vera Lúcia M. de Carvalho