O Desencarne de Chico Xavier (Parte 1/2)




Olá amigos!


Há 6 anos, no dia 30 de Junho de 2002, nosso querido Chico Xavier retornava ao Plano Espiritual. Relembrando esta data, trago para vocês uma breve descrição do que ocorreu ‘do outro lado da vida’ (paralelamente ao velório no plano físico): uma merecida recepção a esse maravilhoso médium, que tanto fez pela Doutrina Espírita e por todos nós... Que todos nós possamos aproveitar para refletir...


(
Esta descrição foi realizada pelo Espírito Inácio Ferreira, e está presente no livro “Na Próxima Dimensão”, psicografado pelo médium Carlos Alberto Baccelli.)



*** *** ***



(...) No Mundo Espiritual, nosso irmão Lilito Chaves veio ao nosso encontro e anunciou o que, desde algum tem­po, aguardávamos com expectativa: a desencarnação do médium Francisco Cândido Xavier, o nosso estimado Chico. O acontecimento nos impunha rápidas mudan­ças de planos, impro­visamos uma excursão à Crosta para saudar aquele que, após cumprir com êxito a sua missão, retornava à Pátria de origem.


Assim, sem maiores delongas, Odilon, Paulino e eu, juntando-nos a uma plêiade de companheiros uberabenses desencarnados, rumamos para Uberaba no começo da noite daquele domingo, dia 30 de junho.


A caminho, impressionava-nos o número de grupos espirituais, procedentes de localidades diversas, do Brasil e do Exterior, que se movimentavam com a mesma finalidade.


Todos estávamos profundamente emocionados e, mais comovidos ficamos quando, esta­cionando nas vizinhanças do “Grupo Espírita da Pre­ce”, onde estava sendo realizado o velório, com o corpo exposto à visitação pública, observamos uma faixa de luz resplandecente, que, pairando sobre a humilde casa de trabalho do médium, a ligava às Esferas Superiores, às quais não tínhamos acesso.


Conversando conosco, Odilon observou:


— Embora, evidentemente, já desligado do corpo, nosso Chico, em espírito, ainda não se ausentou da at­mosfera terrestre; os Benfeitores Espirituais que, duran­te 75 anos, com ele serviram à Causa do Evangelho, estarão, com certeza, à espera de ordens superiores para conduzi-lo a Região Mais Alta... De nossa parte, permaneçamos em oração, buscando reter conosco as lições deste raro momento.


Aproximando-nos quanto possível, notamos a for­mação de duas filas imensas, constituídas de irmãos en­carnados e desencarnados, que reverenciavam o companheiro recém-liberto do jugo opressor da matéria: eram espíritos, no corpo e fora dele, extremamente gratos a tudo que haviam recebido de suas mãos, a vida inteira dedicadas à Caridade, nas mais fiel vivência do “amai­-vos uns aos outros”. Mães e pais que, por ele haviam sido consolados em suas dores; filhos e filhas que pude­ram reatar o diálogo com os genitores saudosos, escre­vendo-lhes comoventes páginas do Outro Lado da Vida; famílias desvalidas com as quais repartira o pão; doen­tes que confortara agonizantes em seus leitos; religiosos de todas as crenças que, respeitosos, lhe agradeciam o esforço sobre-humano em prol da fé na imortalidade da alma...


Não registramos nas imediações, é bom que se diga, um só espírito que ousasse se aproximar com intenções infelizes. Os pensamentos de gratidão e as preces que lhe eram endereçadas, formavam um halo de luz protetor que tudo iluminava num raio de cinco quilômetros; po­rém essa luz amarelo-brilhante contrastava com a faixa de luz azulínea que se perdia entre as estrelas no firmamento.


A cena era grandiosa demais para ser descrita e desafiaria a inspiração do mais exímio gênio da pintura que tentasse retratá-la. Uma música suave, cujos acor­des eu desconhecia, ecoava entre nós, sem que pudés­semos identificar de onde provinha, como se invisível coral de vozes infantis, volitando no espaço, tivesse sido treinado para aquela hora.


Espíritos mais simples que passavam rente comen­tavam:


— “Este é um dos últimos... Não sabemos quando a Terra será beneficiada novamente por um espírito de tal envergadura”; “Este, de fato, procurava viver o que pregava” “Quem nos valerá agora?”; “Durante muitos anos, ele matou a fome da minha família... “Lembro-me de que, certa vez, desesperado, com a idéia de suicí­dio na cabeça, eu o procurei e a minha vida mudou”; “Os seus livros me inspiraram a ser o que fui, livrando-me de uma existência medíocre”; “Quando minha avó morreu, foi ele quem pagou seu enterro, pois, à época, éramos totalmente desprovidos de recursos”; “Fundei minha casa espírita sob a orientação de Chico Xavier, que recebeu para mim uma mensagem de incentivo e de apoio”; “Comigo, foi diferente: eu estava doente, de­senganado pela Medicina, ele me receitou um remédio de Homeopatia e fiquei bom”...


Os caravaneiros não cessavam de chegar, todos portando flâmulas e faixas com dizeres luminosos; creio sinceramente que,
em nosso Plano, jamais houve uma recepção semelhante a um espírito que tivesse deixado o corpo, após finda a sua tarefa no mundo; com exceção do Cristo e de um ou outro luminar da Espiritualidade, ninguém houvera feito jus ao aparato espiritual que se organizara em torno do desenlace de Chico Xavier.


Com dificuldade, logrando adentrar o recinto do “Grupo Espírita da Prece”, reparamos que uma comis­são de nobres espíritos, dispostos em semicírculo, todos trajando vestes luminescentes, permanecia, quanto nós mesmos, em expectativa. Odilon sussurrou-me ao ouvi­do:


— Inácio, estas são as entidades que trabalharam com ele na chamada “Coleção de André Luiz”; são os Mentores das obras que o nosso André reportou para o mundo, no desdobramento do Pentateuco Kardeciano: Clarêncio, Aniceto, Calderaro, Áulus e tantos outros...


E aqueles que estão imediatamente atrás? — inda­guei.


— São alguns representantes da família do mé­dium e amigos fiéis de longa data.


— E onde estão Emmanuel, nosso Dr. Bezerra de Menezes e Eurípedes Barsanulfo? Porventura, ainda não chegaram?...


— Devem estar — respondeu — cuidando da organi­zação...


Ao lado do seu corpo inerte, nosso Chico, segundo a visão que tive, me parecia uma criança ressonando, tranqüila, no colo de um anjo transfigurado em mulher, fazendo-me recordar, de imediato, a imagem de “Pietà”, a famosa escultura de Michelangelo.


— Quem é ela? — perguntei.


— Trata-se de D. Cidália, a sua segunda mãe...


— E D. Maria João de Deus?...


— Ao que estou informado — esclareceu Odilon —, encontra-se reencarnada no seio da própria família.


— E seu pai, o Sr. João Cândido?


— Está em processo de reencarnação, seguindo os passos da primeira esposa.


Adiantando-se, nosso Lilito indagou:


— Odilon, na sua opinião, por que o Chico está parecendo uma criança?


— Ele necessita se refazer, pois o seu desgaste, como não ignoramos, foi muito grande, mormente nos últimos anos da vida física; nosso Chico carece de se desligar completamente...


— Perderá, no entanto, a consciência de si?


— É evidente que não. O seu verdadeiro despertar acontecerá gradativamente, à medida em que se recupe­re da luta sem tréguas que travou... Aliás, a Espiritualidade Superior, nos últimos três anos, vinha trabalhando para que a sua transição ocorresse sem traumas, tanto para a imensa família espírita, que o venera, quanto para ele próprio.


Inúmeras caravanas e representações continuavam chegando, formando extensas filas, que se postavam paralelas às filas organizadas pelos nossos irmãos encar­nados, a comparecerem ao velório para render a Chico Xavier merecidas homenagens.


Dezenas e dezenas de jovens formavam grupos especiais que vinham recebê-lo no limiar da Nova Vida, gratos por ter sido ele o seu instrumento de consolo aos familiares na Terra, quando se viram compelidos à desencarnação...


A tarefa de Chico Xavier — explicou Odilon, emocionado — não tem fronteiras; raras vezes, a Espiritualidade conseguiu tamanho êxito no campo do intercâmbio mediúnico... No entanto a força que o sus­tentava nas dificuldades vinha de Cima, pois, caso con­trário, teria sucumbido às pressões daqueles que, encar­nados e desencarnados, se opõem ao Evangelho. Chico, por assim dizer, ocultou-se espiritualmente em um cor­po franzino e deu início ao seu trabalho, sem que praticamente ninguém lhe desse crédito; quando as trevas o perceberam, já havia atravessado a faixa dos vinte de idade e em franco labor, tendo pronto o “Parnaso de Além-Túmulo”, a obra inicial de sua profícua e excelen­te atividade psicográfica...


Estávamos todos profundamente emocionados. A multidão, dos Dois Lados da Vida, não parava de cres­cer e, assim como no Plano Físico os policiais cuida­vam da organização, na Dimensão Espiritual em que nos situávamos, Entidades diversas haviam sido encar­regadas de disciplinar a intensa movimentação, sem que nenhum de nós se sentisse encorajado a reclamar qual­quer privilégio com o propósito de uma maior aproxi­mação. Quase todos nos conservávamos em atitude de profundo silêncio e de reverência.


Os grupos de espíritos que haviam, ao longo de seus 75 anos de labor, trabalhado com o médium, com exceção, evidentemente, daqueles que já haviam reencarnado, se faziam representar pelos seus maiores expoentes no campo da Poesia e da Literatura.


Próxi­mas a Cidália, em cujos braços Chico Xavier descansava, à espera de que o cortejo fúnebre partisse conduzin­do os seus restos mortais, notei a presença de algumas entidades femininas que eu não soube identificar.


— Quem são? — perguntei a Odilon, que era um dos poucos dentre nós com plena liberdade de movi­mentar-se.


— Aquelas quatro primeiras, são as nossas irmãs Meimei, Maria Dolores, Scheilla e Auta de Souza; as demais são corações maternos agradecidos que, em uma ou outra oportunidade, se expressaram pela mediunidade psicográfica do nosso Chico.


— Quem estará na coordenação do evento? — in­sisti, ansioso por maiores esclarecimentos.


— O Dr. Bezerra de Menezes e Emmanuel, asses­sorados diretamente por José Xavier — respondeu.


— José Xavier?...


— Sim, o irmão do médium, que está conduzindo um grupo de espíritos amigos de Pedro Leopoldo e re­gião; quando Chico se transferiu para a cidade de Uberaba, em 1959, os seus vínculos afetivos com a sua terra natal não se desfizeram; os espíritas que constituí­ram o Centro Espírita “Luiz Gonzaga” sempre se senti­ram membros de uma única família.


— E aquele casal mais próximo que, de quando a quando, dialoga com Cidália?


— José Hermínio e D. Carmem Perácio; foram eles que iniciaram Chíco Xavier no conhecimento da Doutrina Espírita, doando-lhe exemplares de “O Livro dos Espíritos” e de “O Evangelho Segundo o Espiritis­mo”...


Pude perceber, com clareza, que os filamentos perispirituais que uniam o espírito recém-desencarnado ao corpo enrijecido, se enfraqueciam gradualmente; sem dúvida, o médium, assim que se lhe cerraram os olhos físicos, desprendeu-se da forma material, no entanto, devido à necessidade de permanecer durante 48 horas exposto à visitação pública, conforme era seu desejo, exigia que o corpo, de certa forma, continuasse a rece­ber suplementos de princípio vital, evitando-se os cons­trangimentos da cadaverização. Embora aconchegado aos braços daquela que havia sido na Terra a sua segun­da mãe e grande benfeitora, o espírito Chico guardava relativa consciência de tudo...


As expectativas de quase todos, porém, se concen­travam sobre aquela faixa de luz azulínea, a qual, à medida que se abeirava a hora do sepultamento, se in­tensificava; tínhamos a impressão de que aquele cami­nho iluminado era a passagem para uma Dimensão Des­conhecida, para a qual, com certeza, Chico Xavier ha­veria de ser conduzido.



CONTINUA...


Diante da Paz



Entendendo-se a paciência, à maneira de ciência da paz, não procures a paz, à distância, de vez que ela reside em ti mesmo.


A paz, no entanto, baseia-se na lei da troca que mantém o equilíbrio do Universo, através do binômio “dar e receber”.


Semeia a paz, a fim de que a recolhas.


Quando te não seja possível providenciar a segurança do ambiente fustigado de inquietação, mentaliza a paz por intermédio da palavra e do pensamento.


Ante os enfermos, cala os assuntos suscetíveis de criar agitação e oferece-lhes a tranqüilidade, relacionando temas capazes de garanti-la; entretanto, se o verbo não te for facultado, envia idéias de reconforto e encorajamento aos doentes, diligenciando proteger-lhes as forças mentais, ameaçadas de desgoverno.


Surpreendendo a discórdia, permanece com a verdade e aclara o caminho, mas emite pensamentos de paz, no rumo dos irmãos em contenda; e, se podes falar, pronuncia a frase edificante que consiga ajudar a extinguir os focos de perturbação ou desequilíbrio.


Renteando com alguma criatura menos feliz, por maiores sejam os motivos que a tornem pouco simpática, rememora os vínculos de fraternidade que nos unem fundamentalmente uns aos outros e procura ampará-la mentalmente, abençoando-lhe a presença com silenciosas mensagens de amor e renovação.


Se recebes notícias acerca das aflições e provas de alguém, endereça a esse alguém pensamentos de compreensão e consolo que lhe favoreçam o reajuste.


Conversando, acalma os que te ouvem.


Escrevendo, articula imagens de otimismo e confiança, serenidade e alegria.


Lembrando amigos ou inimigos, envia-lhes votos de êxito nas tarefas e compromissos que abracem.


Seja a quem seja, auxilia como e quanto puderes, a fim de que todos os que se comunicam contigo permaneçam e paz e alegria.


Cada consciência, na Excelsa Criação de Deus, é núcleo de vida independente na Vida Imperecível.


Reflete na importância de tua própria imortalidade e recorda, onde estejas, que a paz de teu ambiente começa invariavelmente de ti.



Emmanuel

In: ‘Rumo Certo’ – Francisco Cândido Xavier


-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-

“Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz!...” - São Francisco de Assis

-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-


Na Romagem do Mundo




Na romagem do mundo, não te algemes à ilusão.


Tudo na vida se renova.


A erva de hoje, amanhã será tronco robusto.


*


A água da fonte humilde que te afaga os pés agora, confundida depois no rio imenso, é suscetível de afogar-te.


*


A lâmina que afias é capaz de ferir-te.


*


O perigo que não corrijes ameaça-te o caminho.


*


O companheiro que hoje concorda contigo, em certos aspectos da luta humana, provavelmente, mais tarde, será opositor dos teus pontos de vista, noutros ângulos da jornada terrestre.


*


A juventude dirige-se para a madureza.


O vinho, em muitas circunstâncias, converte-se em vinagre.


*


A flor sublime, por vezes, faz-se o ninho de vermes destruidores.


*


Certamente, ninguém conseguirá viver em alegria, entre o pessimismo e a indecisão.


*


A confiança é a filha da fé.


Mas nossa fé precisa respirar sempre mais alto, no clima de valores imutáveis do espírito.


*


Faze do bem o tema central da própria vida.


*


Nem desespero, nem violência.


Auxilia e passa adiante, plantando a fraternidade que ilumina e consola.


E, sem prender os outros nas teias da própria dominação, a fim de que os outros não te prendam, nos círculos acanhados do egoísmo que lhe és próprio, seguirás para a frente, ao encontro do Amor Divino, em cuja grandeza brilha a Luz da Felicidade Imortal.



Meimei
(In: Servidores no Além - Francisco Cândido Xavier)


Dicas de Filmes



Amigos, aproveitando a proximidade do final de semana, gostaria de indicar dois maravilhosos filmes, que tive a oportunidade de assistir recentemente, graças às amigas Carol e Jeanne. São filmes que abordam temas espíritas, muito interessantes para serem estudados. Além disso, os dois apresentam belas histórias de amor, coragem e perdão. Valem a pena, sem dúvida! Abraços a todos!!!



Amor Além da Vida (What Dreams May Come)



Esse filme mostra a trajetória de Chris e Annie, um casal que vive uma vida feliz, até perder seus 2 filhos em um acidente de carro. Após esse acontecimento, Annie entra em depressão. Ela está quase se recuperando, quando Chris também morre em outro acidente. A partir deste ponto o filme se passa nos dois planos (material e espiritual). No plano espiritual, Chris encontra Albert, que o ajuda a se ambientar na espiritualidade e ambos acompanham o sofrimento de Annie, no plano físico. Ela acaba cometendo o suicídio, então eles passam a se empenhar para ajudá-la, na região trevosa à qual ela acaba indo parar. O desenrolar da história e o reencontro da família no plano espiritual é surpreendente e emocionante.


O filme mostra vários fundamentos da doutrina espírita, tais como:


  • Continuação da vida após a morte do corpo físico.
  • Influenciação dos espíritos sobre as pessoas encarnadas.
  • A lei de causa e efeito e as conseqüências do suicídio.
  • O poder do pensamento e a capacidade, no plano espiritual, de plasmar objetos com a força da mente (manipulação do fluido cósmico).
  • Os diferentes planos e a divisão de trabalho no mundo espiritual.
  • Plasticidade do perispírito - capacidade do ser espiritual de mudar a sua aparência.
  • Psicografia.
  • Reencarnação.

Acho que ele possui algumas falhas no conteúdo espírita, mas apesar disso, é um ótimo filme, que merece ser visto e estudado por todos. Além disso, possui uma fotografia belíssima e a história de amor e coragem que apresenta é emocionante.



Minha Vida na Outra Vida (Yesterday’s Children)


O mais interessante desse filme, sem dúvida, é o fato dele ser baseado em fatos reais! Certamente é uma prova, para os mais céticos, de que a reencarnação é uma realidade!


Este filme conta a história de Jenny, uma mulher que convivia diariamente com visões e sonhos, onde via-se sempre em outra época e lugar, como uma jovem mãe, vivendo em uma pequena casa de campo e sofrendo com conflitos domésticos.


Intrigada com os acontecimentos, que se repetiam desde a sua infância, Jenny acaba descobrindo que tudo isso poderia ser não apenas sonhos, mas sim lembranças de sua outra encarnação, quando foi Mary, uma mulher irlandesa que viveu na década de 30. As visões e sonhos levam-na a pesquisar. Então, ela sai em busca de seus filhos da vida passada. Tem início uma jornada emocionante, de amor e perdão.


É um lindo filme, que traz toda a lógica da reencarnação de uma maneira muito clara, simples e objetiva. E faz pensar.


Este filme foi baseado nos relatos presentes no livro autobiográfico de Jenny Cockell, que no Brasil está sendo editado pela FEB. Vale a pena conferir também!



Clique no livro e saiba mais sobre ele!



Saiba mais e veja fotos dos personagens reais dessa história >> CLIQUE AQUI!


Assista ao filme pela Internet (não necessita fazer download) >> CLIQUE AQUI!


Fé, Esperança, Consolações (Parte 2/2)


(Parte 2 - A Doutrina dos Espíritos)


A filosofia dos Espíritos vem oferecer-nos uma fé racional e, por isso mesmo, robusta. O conhecimento do mundo invisível, a confiança numa lei superior de justiça e progresso imprime a essa fé um duplo caráter de calma e segurança.


Efetivamente, que poderemos temer, quando sabemos que a alma é imortal e quando, após os cuidados e consumições da vida, além da noite sombria em que tudo parece afundar-se, vemos despontar a suave claridade dos dias infindáveis?


Essencializados da idéia de que esta vida não é mais que um instante no conjunto da existência integral, suportaremos, com paciência, os males inevitáveis que ela engendra. A perspectiva dos tempos que se nos abrem dar-nos-á o poder de dominar as mesquinharias presentes e de nos colocarmos acima dos vaivéns da fortuna. Assim, sentir-nos-emos mais livres e mais bem armados para a luta.


O espírita conhece e compreende a causa de seus males; sabe que todo sofrimento é legítimo e aceita-o sem murmurar; sabe que a morte nada aniquila, que os nossos sentimentos perduram na vida de além-túmulo e que todos os que se amaram na Terra tornam a encontrar-se, libertos de todas as misérias, longe desta lutuosa morada; conhece que só há separação para os maus.


Dessas crenças resultam-lhe consolações que os indiferentes e os cépticos ignoram. Se, de uma extremidade a outra do mundo, todas as almas comungassem nessa fé poderosa, assistiríamos à maior transformação moral que a História jamais registrou.


Mas essa fé, poucos ainda a possuem, O Espírito de Verdade tem falado à Terra, mas insignificante número o tem ouvido atentamente. Entre os filhos dos homens, não são os poderosos os que o escutam, e, sim, os humildes, os pequenos, os deserdados, todos os que têm sede de esperança. Os grandes e os afortunados têm rejeitado os seus ensinos, como há dezenove séculos repeliram o próprio Cristo. Os membros do clero e as associações sábias coligaram-se contra esse “desmancha-prazeres”, que vinha comprometer os interesses, o repouso e derruir-lhes as afirmações. Poucos homens têm a coragem de se desdizerem e de confessarem que se enganaram. O orgulho escraviza-os totalmente! Preferem combater toda a vida esta verdade ameaçadora que vai arrasar suas obras efêmeras.


Outros, muito secretamente, reconhecem a beleza, a magnitude desta doutrina, mas se atemorizam ante suas exigências morais. Agarrados aos prazeres, almejando viver a seu gosto, indiferentes à existência futura, afastam de seus pensamentos tudo quanto poderia induzi-los a repudiar hábitos que, embora reconheçam como perniciosos, não deixam de ser afagados. Que amargas decepções irão colher por causa dessas loucas evasivas!


A nossa sociedade, absorvida completamente pelas especulações, pouco se preocupa com o ensino moral. Inúmeras opiniões contraditórias chocam-se; no meio desse confuso turbilhão da vida, o homem poucas vezes se detém para refletir.


Mas todo ânimo sincero, que procura a fé e a verdade, há de encontrá-la na revelação nova. Um influxo celeste estender-se-á sobre ele a fim de guiá-lo para esse sol nascente, que um dia Iluminará a Humanidade Inteira.


Léon Denis

(Livro: ‘Depois da Morte’ - Quinta Parte / Cap. 44.)

Fé, Esperança, Consolações (Parte 1/2)


(Parte 1 – Fé Cega X Fé Raciocinada)


A fé é a confiança da criatura em seus destinos, é o sentimento que a eleva à infinita Potestade, é a certeza de estar no caminho que vai ter à verdade.


A fé cega é como farol cujo vermelho clarão não pode traspassar o nevoeiro; a fé esclarecida é foco elétrico que ilumina com brilhante luz a estrada a percorrer.


Ninguém adquire essa fé sem ter passado pelas tribulações da dúvida, sem ter padecido as angústias que embaraçam o caminho dos investigadores.


Muitos param em esmorecida indecisão e flutuam longo tempo entre opostas correntezas. Feliz quem crê, sabe, vê e caminha firme. A fé então é profunda, inabalável, e habilita-o a superar os maiores obstáculos. Foi neste sentido que se disse que a fé transporta montanhas, pois, como tais, podem ser consideradas as dificuldades que os inovadores encontram no seu caminho, ou seja, as paixões, a ignorância, os preconceitos e o interesse material.


Geralmente se considera a fé como mera crença em certos dogmas religiosos, aceitos sem exame. Mas a verdadeira fé está na convicção que nos anima e nos arrebata para os ideais elevados. Há a fé em si próprio, em uma obra material qualquer, a fé política, a fé na pátria. Para o artista, para o pensador, a fé é o sentimento do ideal, é a visão do sublime fanal aceso pela mão divina nos alcantis eternos, a fim de guiar a Humanidade ao Bem e à Verdade.


É cega a fé religiosa que anula a razão e se submete ao juízo dos outros, que aceita um corpo de doutrina verdadeiro ou falso, e dele se torna totalmente cativa. Na sua Impaciência e nos seus excessos, a fé cega recorre facilmente à perfídia, à subjugação, conduzindo ao fanatismo.


Ainda sob este aspecto, é a fé um poderoso incentivo, pois tem ensinado os homens a se humilharem e a sofrerem. Pervertida pelo espírito de domínio, tem sido a causa de muitos crimes, mas, em suas conseqüências funestas, também deixa transparecer suas grandes vantagens.


Ora, se a fé cega pôde produzir tais efeitos, que não realizará a fé esclarecida pela razão, a fé que julga, discerne e compreende? Certos teólogos exortam-nos a desprezar a razão, a renegá-la, a rebatê-la. Deveremos por isso repudiá-la, mesmo quando ela nos mostra o bem e o belo? Esses teólogos alegam os erros em que a razão caiu e parecem, lamentavelmente, esquecer que foi a razão que descobriu esses erros e ajudou-nos a corrigi-los.


A razão é uma faculdade superior, destinada a esclarecer-nos sobre todas as coisas. Como todas as outras faculdades, desenvolve-se e engrandece pelo exercício. A razão humana é um reflexo da Razão eterna. É Deus em nós, disse São Paulo. Desconhecer-lhe o valor e a utilidade é menosprezar a natureza humana, é ultrajar a própria Divindade.


Querer substituir a razão pela fé é ignorar que ambas são solidárias e inseparáveis, que se consolidam e vivificam uma à outra.


A união de ambas abre ao pensamento um campo mais vasto: harmoniza as nossas faculdades e traz-nos a paz interna.


A fé é mãe dos nobres sentimentos e dos grandes feitos. O homem profundamente firme e convicto é Imperturbável diante do perigo, do mesmo modo que nas tribulações. Superior às lisonjas, às seduções, às ameaças, ao bramir das paixões, ele ouve uma voz ressoar nas profundezas da sua consciência, instigando-o à luta, encorajando-o nos momentos perigosos.


Para produzir tais resultados, necessita a fé repousar na base sólida que lhe oferecem o livre exame e a liberdade de pensamento.


Em vez de dogmas e mistérios, cumpre-lhe reconhecer tão-somente princípios decorrentes da observação direta, do estudo das leis naturais.


Tal é o caráter da fé espírita.


CONTINUA...

Missão do Homem Inteligente na Terra



Não vos orgulheis por aquilo que sabeis, porque esse saber tem limites bem estreitos, no mundo que habitais. Mesmo supondo que sejais uma das sumidades desse globo, não tendes nenhuma razão para vos envaidecer.

Se Deus, nos seus desígnios, vos fez nascer num meio onde pudestes desenvolver a vossa inteligência, foi por querer que a usásseis em benefício de todos. Porque é uma missão que Ele vos dá, pondo em vossas mãos o instrumento com o qual podeis desenvolver, ao vosso redor, as inteligências retardatárias e conduzi-las a Deus.


A natureza do instrumento não indica o uso que dele se deve fazer? A enxada que o jardineiro põe nas mãos do seu ajudante não indica que ele deve cavar? E o que diríeis se o trabalhador, em vez de trabalhar, erguesse a enxada para ferir o seu senhor? Direis que isso é horroroso, e que ele deve ser expulso.


Pois bem, não se passa o mesmo com aquele que se serve da sua inteligência para destruir, entre os seus irmãos, a idéia da Providência? Não ergue contra o seu Senhor a enxada que lhe foi dada para preparar o terreno? Terá ele direito ao salário prometido, ou merece, pelo contrário, ser expulso do jardim? Pois o será, não o duvideis, e arrastará existências miseráveis e cheias de humilhação, até que se curve diante daquele a quem tudo deve.


A inteligência é rica em méritos para o futuro, mas com a condição de ser bem empregada. Se todos os homens bem dotados se servissem dela segundo os desígnios de Deus, a tarefa dos Espíritos seria fácil, ao fazerem progredir a humanidade.


Muitos, infelizmente, a transformaram em instrumento de orgulho e de perdição para si mesmos. O homem abusa de sua inteligência, como de todas as suas faculdades, mas não lhe faltam lições, advertindo-o de que uma poderosa mão pode retirar-lhe o que ela mesma lhe deu.


Ferdinando, Espírito Protetor

Bordeaux, 1862



Texto retirado do ‘Evangelho Segundo o Espiritismo’

Cap. VII (Bem Aventurados os Pobres de Espírito)


O Roteiro de Luz e de Amor




A vinda do Cristo ao cenáculo obscuro do planeta, trazendo a mensagem luminosa da verdade e do amor, assinalara o período da maioridade espiritual da Humanidade.


Essa maioridade implicava direitos que, por sua vez, se fariam acompanhar do agravo de responsabilidades e deveres para a solução de grandes problemas educativos do coração.


Se ao homem físico rasgavam-se os mais amplos horizontes nos domínios do progresso material, os Evangelhos vinham trazer ao homem espiritual um roteiro de novas atividades, educando-o convenientemente para as suas arrojadas conquistas de ciência e de liberdade, com vistas ao porvir.


Cumpre-nos reconhecer nos Evangelhos uma luz maravilhosa e divina, que o escoar incessante dos séculos só tem podido avivar e reacender. É que eles guardam a súmula de todos os compêndios de paz e de verdade para a vida dos homens, constituindo o roteiro de luz e de amor, através do qual todas as almas podem ascender às luminosas montanhas da sabedoria dos Céus.


A grandeza da doutrina não reside na circunstância de o Evangelho ser de Marcos ou de Mateus, de Lucas ou de João; está na beleza imortal que se irradia de suas lições divinas, atravessando as idades e atraindo os corações.


Não há vantagem nas longas discussões quanto à autenticidade de uma carta de Inácio de Antioquia ou de Paulo de Tarso, quando o raciocínio absoluto não possui elementos para a prova concludente e necessária.


A opinião geral rodopiará em torno do crítico mais eminente, segundo as convenções. Todavia, a autoridade literária não poderá apresentar a equação matemática do assunto.


É que, portas adentro do coração, só a essência deve prevalecer para as almas e, em se tratando das conquistas sublimadas da fé, a intuição tem de marchar à frente da razão, preludiando generosos e definitivos conhecimentos.


Lembrando a influência do Divino Mestre em todos os corações sofredores da Terra, recordemos o episódio do monge de Manilha, que, acusado de tramar a liberdade de sua pátria contra o jugo dos espanhóis, é condenado à morte e conduzido ao cadafalso.


No instante do suplício, soluça desesperadamente o mísero condenado:


- “Como, pois, será possível que eu morra assim inocente? Onde está a justiça? Que fiz eu para merecer tão horrendo suplício?


Mas um companheiro corre ao seu encontro e murmura-lhe aos ouvidos:


- “Jesus também era inocente!...


Passa, então, pelos olhos da vítima, um clarão de misteriosa beleza. Secam-se as lágrimas e a serenidade lhe volta ao semblante macerado, e, quando o carrasco lhe pede perdão, antes de apertar o parafuso sinistro, ei-lo que responde resignado:


- “Meu filho, não só te perdôo como ainda te peço cumpras o teu dever.



Emmanuel

Edição de textos retirados do livro: “A Caminho da Luz” – Psicografia de Chico Xavier


Feliz Coração



Alma fraterna, escuta:
Se podes atender,
Mesmo imperfeitamente,
À tarefa que a vida te confia,
Rende graças a Deus!...


Se alguma alfinetada te aguilhoa,
Se alguma prova sobrevém,
Auxilia, perdoa
E prossegue no rumo
Que o caminho te aponte para o bem...


Lembra: quantos irmãos, ainda hoje,
Clamam desesperados,
Sob a luta sombria
Dos que se entregam à revolta,
Enceguecidos pela rebeldia!...


Quantos jazem no leito,
Situando na morte a última esperança...
Quantos caem, aos gritos do remorso,
Na delinqüência que os arrasa...


Quantos choram, em vão,
As horas que perderam!...
Recorda tanta gente,
Em pranto, junto a nós,
E nem pela fração de um só momento,
Não te queixes de mágoa ou sofrimento...


Ergue-te de ti mesmo
E busquemos agir
Para estender o bem ao nosso alcance.


Se podes trabalhar
Não fales de amargor,
Desengano, tristeza ou cicatriz,
Porque, servindo aos outros por amor,
Já tens, por Dom de Deus, coração feliz.



Meimei

No Livro: ‘Deus Aguarda’ – Francisco Cândido Xavier



* * * --- * * * --- * * * --- * * * --- * * * --- * * * --- * * * ---



Essa mensagem vai especialmente para uma amiga que está fazendo aniversário hoje!


NANA, Parabéns pelo seu dia! Tudo de bom para vc! Que Deus te abençoe e que vc esteja sempre com o coração feliz! =)



Ajuda-te e o Céu te Ajudará



“Pedi, e dar-se-vos-á, buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque todo o que pede, recebe; e o que busca, acha; e a quem bate, abrir-se-á. Ou qual de vós, porventura, é o homem que, se seu filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, porventura, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma serpente? Pois se vós outros, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos Céus, dará boas dádivas aos que lhas pedirem.” Jesus (Mateus, VII: 7-11).



Segundo o modo de ver terreno, a máxima: Buscai e achareis, é semelhante a esta outra: Ajuda-te e o céu te ajudará.


Segundo a compreensão moral, essas palavras de Jesus significam o seguinte: Pedi a luz que deve clarear o vosso caminho, e ela vos será dada; pedi a força de resistir ao mal, e a tereis; pedi a assistência dos Bons Espíritos, e eles virão ajudar-vos e, como o anjo de Tobias, vos servirão de guias; pedi bons conselhos, e jamais vos serão recusados; batei à nossa porta, e ela vos será aberta; mas pedi sinceramente, com fé, fervor e confiança; apresentai-vos com humildade e não com arrogância, sem o que sereis abandonados às vossas próprias forças, e as próprias quedas que sofrerdes constituirão a punição do vosso orgulho.


É esse o sentindo destas palavras do Cristo: Buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á.



Fonte: ‘O Evangelho Segundo o Espiritismo’ – Allan Kardec (Cap. XXV – Buscai e Achareis)

Tempos da Ignorância




“... Muito se pedirá àquele a quem se tiver muito dado, e se fará prestar maiores contas àqueles a quem se tiver confiado mais coisas.”


“... Somos nós, pois, também cegos? Jesus lhes respondeu: Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas agora dizeis que vedes e é por
isso que vosso pecado permanece em vós.”


(Capítulo 18, itens 10 e 11 - “O Evangelho Segundo o Espiritismo” / Allan Kardec)



Lucas relata em Atos dos Apóstolos a seguinte orientação de Paulo de Tarso: “Deus não leva em conta os tempos da ignorância(1). Em outras oportunidades, confirmou também que “muito se pedirá àquele que muito recebeu(2), quer dizer, o agravamento das faltas é proporcional ao conhecimento que se possui.


Compreendemos, dessa forma, que somos todos nós protegidos pela nossa “ignorância”, pois somente seremos avaliados pela Divina Providência, de conformidade com as possibilidades do “saber” e “sentir”, isto é, segundo a nossa maneira de ver a nós próprios e o mundo que nos rodeia.


As leis espirituais que dirigem a vida são sábias e justas e adaptam-se particularmente a cada criatura, levando em conta suas individualidades.


O eminente psicólogo e pedagogo suíço Jean Piaget, responsável pela teoria de que o desenvolvimento das crianças propicia seu aprendizado, dizia que elas são diferentes entre si, que cada uma tem seu jeito de crescer e de se realizar como indivíduo, e que todos poderíamos ajudá-las nesse crescimento, porém nunca impondo formas generalizadas e semelhantes.


Piaget ensinava que cada criança pensa e interpreta o mundo com seu peculiar pensamento e com suas possibilidades orgânicas e mentais, quase sempre heterogêneas.


Encontramos no mundo atual modernos métodos pedagógicos que seguem esse raciocínio, levando em conta que cada indivíduo, para assimilar sua realidade de vida, é portador de um processo psicológico de aprendizagem próprio. Cada um percebe de forma dissemelhante os estímulos da Vida, decodifica-os e em seguida os reelabora, formando assim sua própria individualidade.


Por outro lado, encontramos também na reencarnação a guarida desses métodos de ensino, pois ela se baseia na multiplicidade de experiências ocorridas nos diversos avatares por onde a alma percorre seus caminhos vivenciais, como um ser individual.


As diversidades do nosso tempo de criação, nossas heranças reencarnatórias, experiências emocionais e mentais, ambientes sociais onde ocorrem essas mesmas experiências, estruturas sexuais, masculinas ou femininas, e motivações várias desenvolvidas na atualidade particularizam os seres humanos com vocações, tendências, interesses, grau de raciocínio e discernimento “sui generis”.


Relativos e não generalizados devem ser os modos de ver as coisas e as pessoas. O próprio direito penal classifica e pune os crimes dentro dos padrões do “intencional” ou “doloso”, “passional” ou “ocasional”. Por que o Poder Inteligente que nos rege iria julgar-nos sem levar em conta nosso “tempo da ignorância” e nossa relatividade?


Como educar ou avaliar genericamente, usando o mesmo critério, crianças que receberam uma educação cheia de energia e vida, ensinadas a questionar e criar; a ter curiosidade e admiração pela natureza; e outras que só vivenciaram discussões, agressões e comportamentos medíocres por entre odores de bebidas alcoólicas e nicotina, sem uma visão saudável de Deus; ao contrário, temerosa, distorcida, adquirida através da crença de um ser ameaçador e temperamental?


O Amor de Deus programou-nos simples inicialmente para permitir que nos desenvolvêssemos, de forma gradativa, até atingir maiores plenitudes e totalidades.


Temos, pois, que seguir essa programação da Natureza, ou seja, caminhar dentro desse projeto estabelecido pelas leis universais para atingirmos a nossa integração como seres espirituais.


Esse processo evolucional nos mostra que podemos estar um pouco atrás, ou adiante, das criaturas, embora cada uma delas tenha suas características próprias e certas de acordo com sua idade astral. Nesse decurso evolutivo, todos nós passamos por fases de egoísmo e orgulho até atingirmos mais tarde as grandes virtudes da alma.


Consideremos, portanto, que não seremos censurados por estar nessas fases “primitivas”, porque o que chamamos de “defeito” ou “inferioridade” seja, talvez, a passagem por esses ciclos iniciantes onde estagiamos. Lembremos que essas “fases” ou “ciclos” não foram criados por nós, mas pelos desígnios de Deus, que regem a Natureza como um todo.


Coisas inadequadas que vemos em outras pessoas podem ser naturais nelas, ou mesmo do “tempo da sua ignorância”, e representam características próprias de sua etapa evolucional na estrada por onde todos transitamos, alguns mais avançados e outros na retaguarda.


A vida moderna nos deu raciocínio e reflexão, maturação intelectual e um desenrolar de novas descobertas, ensinando-nos formulações racionais surpreendentes para que melhor pudéssemos compreender os métodos de evolução e progresso em nós mesmos e no Universo.


Não somos responsáveis por aquilo que não sabemos, não sofreremos um castigo por atos ou atitudes que ignoramos. Talvez essas idéias de punição, alienatórias, sejam os frutos da incapacidade de nossa reflexão sobre a Bondade Divina.


O que chamamos de “sofrimento” é simplesmente “resultado” de nossa falta de habilidade para desenvolver as coisas corretamente, pois na vida não existem “prêmios” nem “castigos”, somente as conseqüências dos nossos atos.


Vale, porém, considerar que, à medida que nossa consciência se expande e maior lucidez se faz em nossa mente, maiores serão nossos compromissos perante a existência. “Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas agora dizeis que vedes e é por isso que vosso pecado permanece em vós(3).


Podemos pretextar ignorância, mas se tivermos consciência de nossos feitos isso sempre será levado em conta.


Avaliemos atentamente: os tesouros da alma que já integramos nos obrigarão a prestar maiores ou menores contas perante a Vida Maior.



(1) Atos 17:30.

(2) Lucas 12:48.

(3) João 9:41.



Hammed

No Livro: “Renovando Atitudes” (Cap. 3) – Psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto


Convite à Humildade



Os que são incapazes de consegui-la identificam-na como fraqueza.


Os pessimistas que chafurdam no poço do orgulho ferido e não se dispôem à luta, detestam-na, porque se sentem incapazes de possuí-la.


Os derrotistas utilizam-se da subestima para denegri-la.


Os fracos, falsamente investidos de força, falselam-lhe o significado, deturpando-lhe a soberana realidade.


Porque muitos não lograram vivê-la e derraparam em plenos exercícios, desconsideram-na.


Ela, no entanto, fulgura e prossegue.


Sustenta no cansaço, acalenta nas dores, robustece na luta, encoraja no insucesso, levanta na queda... Louva a dor que corrige, abençoa a dificuldade que ensina, agradece a soledade que exercita a reflexão, ampara o trabalho que disciplina e é reconhecida a todos, inclusive aos que passam por maus, por ensinarem, embora inconscientemente, o valor dos bons e a excelência do bem.


Chega e dulcifica a amargura, balsamizando qualquer ferida exposta, mesmo em chaga repelente.


Identifica-se pela meiguice, e, sutil, agrada, oferecendo plenitude, quando tudo conspira contra a paz de que se faz instrumento.


Escudo dos verdadeiros heróis, tem sido a coroa dos mártires, o sinal dos santos e a característica dos sábios.


Com ela o homem adquire grandeza interior, e considerando a majestade da Criação, como membro atuante da vida, que é, eleva-se e, assim, eleva a humanidade inteira.


Conquistá-la, ao fim das pelejas exaustivas, é lograr paz.


No diálogo entre Jesus e Pilatos, esteve presente no silêncio do Amigo Divino e ausente no enganado fâmub de César...


Seu nome é humildade.




Joanna de Ângelis

Livro: ‘Convites da Vida’ – Divaldo Franco


Sentimentos



Quais as características de uma boa ação?


Emmanuel - A boa ação é sempre aquela que visa ao bem de outrem e de quantos lhe cercam o esforço na vida.


Nesse problema, o critério do bem geral deve ser a essência de qualquer atitude. A melhor ação pode, às vezes, padecer a incompreensão alheia, no instante em que é exteriorizada, mas será sempre vitoriosa, a qualquer tempo, pelo benefício prestado ao indivíduo ou à coletividade.


Como devemos entender a simpatia e a antipatia?


Emmanuel - A simpatia ou a antipatia têm as suas raízes profundas no espírito, na sutilíssima entrosagem dos fluidos peculiares a cada um e, quase sempre, de modo geral, atestam uma renovação de sensações experimentadas pela criatura, desde o pretérito delituoso, em iguais circunstâncias.


Devemos, porém, considerar que toda antipatia, aparentemente a mais justa, deve morrer para dar lugar à simpatia que edifica o coração para o trabalho construtivo e legítimo da fraternidade.



Poderemos obter uma definição da amizade?


Emmanuel - Na gradação dos sentimentos humanos, a amizade sincera é bem o oásis de repouso para o caminheiro da vida, na sua jornada de aperfeiçoamento.


Nos trâmites da Terra, a amizade leal é a mais formosa modalidade do amor fraterno, que santifica os impulsos do coração nas lutas mais dolorosas e inquietantes da existência.


Quem sabe ser amigo verdadeiro é, sempre, o emissário da ventura e da paz, alistando-se nas fileiras dos discípulos de Jesus, pela iluminação natural do espírito que, conquistando as mais vastas simpatias entre os encarnados e as entidades bondosas do Invisível, sabe irradiar por toda parte as vibrações dos sentimentos purificadores.


Ter amizade é ter coração que ama e esclarece, que compreende e perdoa, nas horas mais amargas da vida.



Como entender o sentimento da cólera nos trâmites da vida humana?


Emmanuel - A cólera não resolve os problemas evolutivos e nada mais significa que um traço de recordação dos primórdios da vida humana em suas expressões mais grosseiras.


A energia serena edifica sempre, na construção dos sentimentos purificadores; mas a cólera impulsiva, nos seus movimentos atrabiliários, é um vinho envenenado de cuja embriaguez a alma desperta sempre com o coração tocado de amargosos ressaibos.



O remorso é uma punição?


Emmanuel - O remorso é a força que prepara o arrependimento, como este é a energia que precede o esforço regenerador. Choque espiritual nas suas características profundas, o remorso é o interstício para a luz, através do qual recebe o homem a cooperação indireta de seus amigos do Invisível, a fim de retificar seus desvios e renovar seus valores morais, na jornada para Deus.


Como se interpreta o ciúme no plano espiritual?


Emmanuel - O ciúme, propriamente considerado nas suas expressões de escândalo e de violência, é um indício de atraso moral ou de estacionamento no egoísmo, dolorosa situação que o homem somente vencerá a golpes de muito esforço, na oração e na vigilância, de modo a enriquecer o seu íntimo com a luz do amor universal, começando pela piedade para com todos os que sofrem e erram, guardando também a disposição sadia para cooperar na elevação de cada um.


Só a compreensão da vida, colocando-nos na situação de quem sofre, a fim de iluminarmos o raciocínio para a análise serena dos acontecimentos, poderá aniquiliar o ciúme no coração, de modo a cerrar-se a porta ao perigo, pela qual toda alma pode atirar-se a terríveis tentações, com largos reflexos nos dias do futuro.


A mentira retarda o desenvolvimento do espírito?


Emmanuel - Mentira não é ato de guardar a verdade para o momento oportuno, porquanto essa atitude mental se justifica na própria lição do Senhor, que recomendava aos discípulos não atirarem a esmo a semente bendita dos seus ensinos de amor.


A mentira é a ação capciosa que visa ao proveito imediato de si mesmo, em detrimento dos interesses alheios em sua feição legítima e sagrada; e essa atitude mental da criatura é das que mais humilham a personalidade humana, retardando, por todos os modos, a evolução divina do Espírito.


Como devemos efetuar nossa auto-educação, esclarecida pela luz do Evangelho, nos problemas das atrações sexuais, cujas tendências egoístas tantas vezes nos levam a atitudes antifraternais?


Emmanuel - Não devemos esquecer que o amor sexual deve ser entendido como o impulso da vida que conduz o homem às grandes realizações do amor divino, através da progressividade de sua espiritualização no devotamento e no sacrifício.


Toda vez que experimentardes disposições antifraternais em seu círculo, isso significa que preponderam em vossa organização psíquica as recordações prejudiciais, tendentes ao estacionamento na marcha evolutiva.


É aí que urge o esforço da auto-educação, porquanto toda criatura necessita resolver o problema da renovação de seus próprios valores.


Haveis de observar que Deus não extermina as paixões dos homens, mas fá-las evoluir, convertendo-as pela dor em sagrados patrimônios da alma, competindo às criaturas dominar o coração, guias os impulsos, orientar as tendências, na evolução sublime dos seus sentimentos.


Examinando-se, ainda, o elevado coeficiente de viciação do amor sexual, que os homens criaram para os seus destinos, somos obrigados a ponderar que, se muitos contraem débitos penosos, entre os excessos da fortuna, da inteligência e do poder, outros o fazem pelo sexo, abusando de um dos mais sagrados pontos de referência de sua vida.


É por esse motivo que observamos, muitas vezes, almas numerosas aprendendo, entre as angústias sexuais do mundo, a renúncia e o sacrifício, em marcha para as mais puras aquisições do amor divino.


Depreende-se, pois, que, em vez da educação sexual pela satisfação dos instintos, é imprescindível que os homens eduquem sua alma para a compreensão sagrada do sexo.


– A indiferença nas manifestações de sensibilidade afetiva, dentro dos processos de evolução da vida na Terra, nas horas de dor e alegria, é atitude justificável como medida de vigilância espiritual?


Emmanuel - A indiferença que se traduz por cristalização dos sentimentos é sempre perigosa para a vida da alma; todavia, existem atitudes no domínio da exteriorização emocional, que se justificam pela nobreza de suas expressões educativas.



A emotividade deve ser disciplinada?


Emmanuel - Qualquer expressão emotiva deve ser disciplinada pela fé, porquanto a sua expansão livre, na base das incompreensões do mundo, pode fazer-se acompanhar de graves conseqüências.



Retirado do livro “O Consolador” (Segunda Parte – Filosofia / II – Sentimento) – Pelo Espírito Emmanuel / Psicografado por Chico Xavier