Perda e suspensão da mediunidade



A faculdade mediúnica pode sofrer perdas e suspensões, na maioria, passageiras, qualquer que seja o tipo de mediunidade de que o médium seja portador. Isso acontece porque a produção mediúnica ocorre através do concurso simpático dos Espíritos: sem eles nada pode o médium; a faculdade continua a existir, em essência, mas os Espíritos não podem ou não querem utilizar-se daquele instrumento mediúnico.


Entendendo a mediunidade como um meio que Deus oferece aos homens, de reforma moral e consequente progresso espiritual, os bons Espíritos afastam-se dos médiuns por vários motivos. Relataremos alguns:


A) Quando o médium se serve da faculdade mediúnica para atender a coisas frívolas ou com propósitos ambiciosos e desvirtuados.


Como coisas frívolas entendemos, por exemplo, a prática da
buena dicha ou dos ledores da sorte. Infelizmente, este desvirtuamento da verdadeira prática mediúnica existe em larga escala e, mais cedo ou mais tarde, tais médiuns terão que prestar contas ao Senhor da aplicação feita dos talentos recebidos.


Os chamados profissionais da mediunidade, não se agastam em receber pagamentos, quer sob a forma de dinheiro, presentes, favores, privilégios ou até mesmo dependência afetiva ou emocional. Recordemos aqui as palavras do Espírito
Manoel Philomeno de Miranda (In: Profissionalismo na mediunidade – Livro Seara do Bem):


(...) o médium, habituando-se aos negócios e interesses de baixo teor vibratório, embrutece-se, desarmoniza-se.(...) A mediunidade com Jesus liberta, edifica e promove moralmente o homem, enquanto que, com o mundo, aturde, escraviza e obsidia a criatura. (...)


B) Quando o médium não aproveita as instruções nem os conselhos que os protetores espirituais propiciam.


O Espírito protetor aconselha sempre para o bem, sugerindo bons pensamentos ou amparando nas aflições o seu tutelado, mas, em situação alguma, desrespeita o livre-arbítrio de quem quer que seja. “(...) Afasta-se, quando vê que seus conselhos são inúteis e que mais forte é no seu protegido a decisão de submeter-se à influência dos Espíritos inferiores. Mas, não o abandona completamente e sempre se faz ouvir. É então o homem quem tapa os ouvidos. O protetor volta desde que este o chame. (...)” (Livro dos Espíritos – Questão 495).


C) Quando a interrupção demonstra uma prova de benevolência do Espírito protetor para com o médium.


Nesta situação, há três aspectos a considerar: primeiro, quando o Espírito amigo e protetor quer provar que a comunicação mediúnica não depende do médium, e que, assim, este não se deve vangloriar ou envaidecer. Segundo, quando o médium está debilitado fisicamente e precisa de repouso. Finalmente, em terceiro lugar, a mediunidade pode ser suspensa, temporariamente, quando se fizer necessário pôr à prova a paciência e a perseverança do médium ou lhe dar tempo para meditar nas instruções recebidas dos Espíritos.


Em situações destas, o médium deve buscar na resignação e na prece os recursos para retomar a prática normal da mediunidade.


(...) Os atributos medianímicos são como os talentos do Evangelho. Se o patrimônio divino é desviado de seus fins, o mau servo torna-se indigno da confiança do Senhor da seara da verdade e do amor. Multiplicados no bem, os talentos mediúnicos crescerão para Jesus sob as bênçãos divinas; todavia, se sofrem o insulto do egoísmo, do orgulho, da vaidade, da exploração inferior, podem deixar o intermediário do invisível entre as sombras pesadas do estacionamento, nas mais dolorosas perspectivas de expiação, em vista do acréscimo de seus débitos irrefletidos.” (O Consolador – Questão 389 – Emmanuel / Chico Xavier).


Fonte: Site Lar de Frei Luiz (Estudos Espíritas)


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Sugestões de Leitura (Livros):


O Livro dos Médiuns – Allan Lardec

O Livro dos Espíritos – Allan Kardec

Seara dos Médiuns – Emmanuel / Chico Xavier

O Consolador – Emmanuel / Chico Xavier

Encontro Marcado – Emmanuel / Chico Xavier

Nos Domínios da Mediunidade – André Luiz / Chico Xavier

Depois da Vida – Espíritos Diversos / Divaldo Franco