Distúrbios Sexuais – Parte 1


Ontem foi dia de “blogagem coletiva” e o tema abordado foi “pedofilia”. Bom, a pedofilia, como todos sabem, é uma perversão sexual. Pesquisei bastante e na verdade não achei nada na Doutrina Espírita falando sobre a pedofilia em si, mas ela fala sim, de casos de distúrbios sexuais, no que podemos, sem dúvida, incluir a pedofilia. Hoje, portanto, continuarei abordando aqui este tema, por considerá-lo de extrema importância. Falarei um pouco sobre os distúrbios sexuais sob a perspectiva da Doutrina Espírita, de uma forma mais abrangente. Como o texto ficou muito grande, separei em 3 partes. Espero que gostem.


Espiritualmente falando, todos nós somos seres em busca do equilíbrio. A maior parte de nós traz graves comprometimentos no que diz respeito ao campo sexual. André Luiz, no livro “Sinal Verde” afirma que “psicologicamente, cada pessoa conserva, em matéria de sexo, problemática diferente”.


Ainda André Luiz, no livro “No Mundo Maior”, fala que os enigmas do sexo não se reduzem a meros fatores fisiológicos, e acrescenta ainda, em “Evolução em Dois Mundos”, que a sede real do sexo não se acha no veículo físico, mas sim na entidade espiritual, em sua estrutura complexa.


Vejamos um resumo do que André Luiz nos fala, sobre as “enfermidades do instinto sexual”, no livro “No Mundo Maior”:


As cargas magnéticas do instinto, acumuladas e desbordantes na personalidade, à falta de sólido socorro íntimo para que se canalizem na direção do bem, obliteram as faculdades, ainda vacilantes, do discernimento e, alheia ao bom senso, a criatura lesada em seu equilíbrio sexual costuma entregar-se à rebelião e à loucura em síndromes espirituais de ciúme ou despeito.


Daí nascem as psiconeuroses, os colapsos nervosos, as fobias numerosas, os desvios da libido, a neurose obsessiva, as psicoses e as fixações mentais diversas que originam na ciência de hoje as indagações e os conceitos da psicologia de profundidade, na esfera da Psicanálise, que identifica as enfermidades ou desajustes do instinto sexual sem oferecer-lhes medicação adequada, porque apenas o conhecimento superior, gravado na própria alma, pode opor barreiras à extensão do conflito existente, traçando caminhos novos à energia criadora do sexo, quando em perigoso desequilíbrio.


Inútil é supor que a morte física ofereça solução pacífica aos espíritos em extremo desequilíbrio, que entregam o corpo aos desregramentos passionais. A loucura, em que se debatem, não procede de simples modificações do cérebro: dimana da desassociação dos centros perispiríticos, o que exige longos períodos de reparação.


Assim, à face das torturas genésicas a que se vê relegada, (a criatura) gera aflitivas contas cármicas a lhe vergastarem a alma no espaço e a lhe retardarem o progresso no tempo. Desse modo, por semelhantes rupturas dos sistemas psicossomáticos, harmonizados em permutas de cargas magnéticas afins, no terreno da sexualidade física ou exclusivamente psíquica, é que múltiplos sofrimentos são contraídos por nós todos, no decurso dos séculos, porquanto, se forjamos inquietações e problemas nos outros, com o instinto sexual, é justo que venhamos a solucioná-los em ocasião adequada
”.


Joanna de Ângelis confirma estas informações, no livro “Estudos Espíritas”, onde afirma que o sexo, queira-se ou não, nas suas funções importantes em relação à vida, procede do Espírito, cujo comportamento numa existência grava na próxima (existência) as condições emocionais e estruturais necessárias à evolução moral.


CONTINUA...