O Espiritismo, já o dissemos, não dogmatiza; não é uma seita nem uma ortodoxia. É uma filosofia viva, patente a todos os espíritos livres, e que progride por evolução. Não faz imposições de ordem alguma; propõe, e o que propõe apóia-se em fatos de experiência e provas morais; não exclui nenhuma das outras crenças, mas se eleva acima delas e abraça-as numa fórmula mais vasta, numa expressão mais elevada e extensa da verdade.
As Inteligências superiores abrem-nos o caminho, revelam-nos os princípios eternos, que cada um de nós adota e assimila, na medida da sua compreensão, consoante o grau de desenvolvimento atingido pelas faculdades de cada um na sucessão das suas vidas.
O que o Espiritismo mais toma a peito é evitar as funestas conseqüências da ortodoxia.
A sua revelação é uma exposição livre e sincera de doutrinas, que nada têm de imutáveis, mas que constituem um novo estádio no caminho da Verdade Eterna e Infinita. Cada um tem o direito de analisar-lhe os princípios, que apenas são sancionados pela consciência e pela razão. Mas, adotando-os, deve cada um conformar com eles a sua vida e cumprir as obrigações que deles derivam. Quem a eles se esquiva não pode ser considerado como adepto verdadeiro.
Léon Denis em "O Problema do Ser, Do Destino e da Dor"