Obsessão e Auxílio



A obsessão se caracteriza pela ação de entidades espirituais inferiores sobre o psiquismo humano.

Kardec distinguiu, em suas pesquisas, três graus do processo obsessivo: obsessão simples, subjugação e fascinação. No primeiro grau a infestação espiritual atinge a mente causando perturbações mentais; no segundo grau amplia-se aos centros da afetividade e da vontade, afetando os sentimentos e o sistema psicomotor, levando o obsedado a atitudes e gestos estranhos e tiques nervosos; no terceiro grau afeta a própria consciência da vítima, desencadeando processos alucinatórios.


As causas da obsessão decorrem de vários fatores, dos quais os mais frequentes são: problemas reencarnatórios, tendências viciosas, egoísmo excessivo, ambições desmedidas, aversão a certas pessoas, ódio, sentimentos de vingança, futilidade, vaidade exagerada, apego ao dinheiro e assim por diante. Essas disposições da criatura atraem espíritos afins que a envolvem e são aceitos por ela como companheiros invisíveis. Os Espíritos obsessores não são os únicos culpados da obsessão. Geralmente o maior culpado é a vítima.


Na Antiguidade a obsessão era tratada com violência. As práticas do exorcismo, até hoje vigentes no Judaísmo e no Catolicismo, destinam-se a afastar o demônio de maneira agressiva e violenta. No Espiritismo o método empregado é o da persuasão progressiva do obsessor e do obsedado. É o que se chama de doutrinação, ou seja, esclarecimento de ambos à luz da Doutrina Espírita. Não se usa nenhum ingrediente especial. Emprega-se apenas a prece e a conversação persuasiva. Esclarecido o obsedado, atinge-se o obsessor, que ficam, por assim dizer, vacinados contra novas ocorrências obsessivas.


O tratamento mediúnico não segue uma regra única. Varia de acordo com a natureza dos casos e as condições psicológicas específicas dos pacientes. Todo tratamento mediúnico deve ser gratuito, segundo a prescrição de Kardec, pois depende estritamente do auxílio espiritual. Os Espíritos não cobram por seus serviços e não gostam que cobrem por eles. Os que não compreendem isso, deixando-se levar pela ganância, acabam fatalmente subjugados pelos Espíritos inferiores. Como assinalava Kardec, o desprendimento dos interesses terrenos é a primeira condição do interesse dos Espíritos superiores pelo nosso esforço em favor do próximo.


Do livro “Obsessão, o passe, a doutrinação”

J. Herculano Pires

Ed. Paidéia





Você e a Reencarnação




A reencarnação é o retorno da alma à Terra, repetidas vezes, no corpo humano. Somente essa doutrina explica a aparentes injustiças da vida. É a verdade eterna.


Na sucessão dos nascimentos, o homem adquire experiência e conhecimento acerca de si mesmo e do seu destino. Pela reencarnação aprende-se que “o homem colhe aquilo que semeia”.


Toda vida é eterna. A lei da justiça é infalível. Não há um pensamento, uma palavra ou uma ação que não tenha o seu eco. Para possuir, dê. Você tem de saber disso. O homem cria as causas e a lei cármica ajusta os efeitos. Você tem liberdade de escolher entre o bem e o mal.


Portanto, o melhor esforço está no aperfeiçoamento próprio. É isso que importa, afinal de contas? A instrução é o tesouro da alma. Mas, que aproveita ao homem possuir um tesouro e não usá-lo em boas ações?


O desenvolvimento da nossa acuidade espiritual faz brilhar a luz dentro de nós. Não basta ao homem espiritualizar-se. Ele deve aplicar e demonstrar a sua espiritualização. Viver é dar.


Deus enviou-nos, a cada um de nós, para ser um trabalhador do Seu Reino. O fruto da cultura é semeado em obras para a generosidade de Deus no mundo. De outro lado, o conhecimento é como a semente; a que cai no coração aberto, produz o fruto da perfeição.


Se a nossa fé em Deus for suprema, Deus retribui na mesma medida.


A justiça o exige e, assim, o entendemos. Destinamo-nos à felicidade aqui ou além se, acima de tudo, proporcionarmos felicidade ao nosso semelhante.


Essa é a lei de causa e efeito – renascimento.


De que serve o conhecimento inativo?


Dê amor à Humanidade e Você receberá amor, em todas as suas manifestações.


Todo ser humano é rodeado de oportunidades sem fim e de infinitas possibilidades. A lei cármica retribui a você do modo como você a recebe.


Procure conhecer-se e praticar as boas ações sempre.


Experimente.


Ernest O’Brien
(Nova Iorque, N.I., E.U.A, 14, Julho, 1965.)
Mensagens Recebidas em Língua Inglesa, tradução de Hermínio Corrêa de Miranda

(Do livro "Entre Irmãos de Outras Terras", Emmanuel, Francisco C. Xavier e Waldo Vieira)

Enterrado vivo - A pena de talião


Antônio B., escritor de estimadíssimo merecimento, que exercera com distinção e integridade muitos cargos públicos na Lombardia, pelo ano de 1850 caiu aparentemente morto, de um ataque cataléptico.


Como algumas vezes sucede em tais casos, a sua morte foi considerada real, concorrendo ainda mais para o engano os vestígios da decomposição assinalados no corpo.


Quinze dias depois do enterro, uma circunstância fortuita determinou a exumação, a pedido da família. Tratava-se de um medalhão por acaso esquecido no caixão. Qual não foi, porém, o espanto dos assistentes quando, ao abrir este, notaram que o corpo havia mudado de posição, voltando-se de bruços e - coisa horrível - que uma das mãos havia sido comida em parte pelo defunto.


Ficou então patente que o infeliz Antônio B. fora enterrado vivo, e deveria ter sucumbido sob a ação do desespero e da fome.


Evocado na Sociedade de Paris, em agosto de 1861, a pedido de parentes, deu as seguintes explicações:


1. Evocação.

R. Que quereis?


2. A pedido de um vosso parente, nós vos evocamos com prazer e seremos felizes se quiserdes responder-nos.

R. Sim, desejo fazê-lo.


3. Lembrai-vos dos incidentes da vossa morte?

R. Ah! Certamente que me lembro; mas por que avivar essa lembrança do castigo?


4. Efetivamente fostes enterrado por descuido?

R. Assim deveria ser, visto revestir-se a morte aparente de todos os caracteres da morte real: eu estava quase exangue. (1) Não se deve, porém, imputar a ninguém um acontecimento que me estava predestinado desde que nasci.


5. Incomodam-vos estas perguntas? Será mister lhes darmos fim?

R. Não. Podeis continuar.


6. Porque deixastes a reputação de um homem de bem, esperávamos que fôsseis feliz.

R. Eu vos agradeço, pois sei que haveis de interceder por mim. Vou fazer o possível para vos responder, e, se não puder fazê-lo, fá-lo-á um dos vossos Guias por mim.


7. Podeis descrever-nos as vossas sensações daquele momento?

R. Que dolorosa provação sentir-me encerrado entre quatro tábuas, tolhido, absolutamente tolhido! Gritar! Impossível! A voz, por falta de ar, não tinha eco! Ah, que tortura a do infeliz que em vão se esforça para respirar num ambiente limitado! Eu era qual condenado à boca de um forno, abstração feita do calor. A ninguém desejo um fim rematado por semelhantes torturas. Não, não desejo a ninguém um tal fim! Oh! cruel punição de cruel e feroz existência! Não saberia dizer no que então pensava; apenas revendo o passado, vagamente entrevia o futuro.


8. Dissestes: cruel punição de feroz existência... Como se pode conciliar esta afirmativa com a vossa reputação ilibada?

R. Que vale uma existência diante da eternidade?! Certo, procurei ser honesto e bom na minha última encarnação, mas eu aceitara um tal epílogo previamente, isto é, antes de encarnar. Ah!... Por que interrogar-me sobre esse passado doloroso que só eu e os bons Espíritos enviados do Senhor conhecíamos? Mas, visto que assim é preciso, dir-vos-ei que numa existência anterior eu enterrara viva uma mulher - a minha mulher, e por sinal que num fosso! A pena de talião devia ser-me aplicada. Olho por olho, dente por dente.


9. Agradecemos essas respostas e pedimos a Deus vos perdoe o passado, em atenção ao mérito da vossa última encarnação.

R. Voltarei mais tarde, mas, não obstante, o Espírito de Éraste completará esta minha comunicação.


* * *


Instruções do guia do médium:


Por essa comunicação podeis inferir a correlatividade e dependência imediata das vossas existências entre si; as tribulações, as vicissitudes, as dificuldades e dores humanas são sempre as consequências de uma vida anterior, culposa ou mal aproveitada. Devo todavia dizer-vos que desfechos como este de Antônio B. são raros, visto como, se de tal modo terminou uma existência correta, foi por tê-lo solicitado ele próprio, com o objetivo de abreviar a sua erraticidade e atingir mais rápido as esferas superiores. Efetivamente, depois de um período de perturbação e sofrimento moral, inerente à expiação do hediondo crime, ser-lhe-á perdoado este, e ele se alçará a um mundo melhor, onde o espera a vítima que há muito lhe perdoou. Aproveitai este exemplo cruel, queridos espíritas, a fim de suportardes, com paciência, os sofrimentos morais e físicos, todas as pequenas misérias da Terra.


P. Que proveito pode a Humanidade auferir de semelhantes punições?

R. As penas não existem para desenvolver a Humanidade, porém para punição dos que erram. De fato, a Humanidade não pode ter interesse algum no sofrimento de um dos seus membros. Neste caso, a punição foi apropriada à falta. Por que há loucos, idiotas, paralíticos? Por que morrem estes queimados, enquanto que aqueles padecem as torturas de longa agonia entre a vida e a morte? Ah! crede-me; respeitai a soberana vontade e não procureis sondar a razão dos decretos da Providência! Deus é justo e só faz o bem.


Éraste


* * *


Este fato não encerra um ensinamento terrível? A justiça de Deus, às vezes tardia, nem por isso deixa de atingir o culpado, prosseguindo em seu aviso. É altamente moralizador o saber-se que, se grandes culpados acabam pacificamente, na abundância de bens terrenos, nem por isso deixará de soar cedo ou tarde, para eles, a hora da expiação. Penas tais são compreensíveis, não só por estarem mais ou menos ao alcance das nossas vistas, mas também por serem lógicas. Cremos, porque a razão admite. Uma existência honrosa não exclui, portanto, as provações da vida, que são escolhidas e aceitas como complemento de expiação - o restante do pagamento de uma dívida saldada antes de receber o preço do progresso realizado.


Considerando quanto nos séculos passados eram frequentes, mesmo nas classes mais elevadas e esclarecidas, os atos de barbárie que hoje repugnam; quantos assassínios cometidos nesses tempos de menosprezo pela vida de outrem, esmagado o fraco pelos poderosos sem escrúpulos; então compreenderemos que muitos dos nossos contemporâneos têm de expungir máculas passadas, e tampouco nos admiraremos do número considerável de pessoas que sucumbem vitimadas por acidentes isolados ou por catástrofes coletivas.


O despotismo, o fanatismo, a ignorância e os prejuízos da Idade Média e dos séculos que se seguiram, legaram às gerações futuras uma dívida enorme, que ainda não está saldada.


Muitas desgraças nos parecem imerecidas, somente porque apenas vemos o presente.


__________

(1) Privado de circulação do sangue. Descoloração da pele pela privação do sangue.



(Do livro “O Céu e o Inferno” - Allan Kardec / 2ª Parte - Cap. VIII)




Ante o Ofensor


Aquele que nos fere terá assumido, aos nossos olhos, a feição de inimigo terrível, no entanto, o Divino Mestre, que tornamos por guia de nosso pensamento e conduta, determina venhamos a perdoá-lo setenta vezes sete.


Por outro lado as ciências psicológicas da atualidade, absolutamente concordes com Jesus, asseveram que é preciso desinibir o coração de quaisquer ressentimentos e estabelecer o equilíbrio na governança de nossas potências mentais a fim que a tranquilidade se nos expresse na existência em termos de saúde e harmonia.


Como, porém, realizar semelhante feito?


Entendendo-se que a compreensão não é fruto de afirmativas labiais, é forçoso reconhecer que o perdão exige operações profundas nas estruturas da consciência.


Se um problema desse nos aflora ao cotidiano – à nós, os que aspiramos a seguir o Cristo – pensemos primeiramente em nosso opositor na condição de filho de Deus, tanto quanto nós, e situando-nos no lugar dele, imaginemos em como estimaríamos que a Lei de Deus nos tratasse, em circunstâncias análogas.


De imediato observaremos que Deus está em nosso assunto desagradável tanto quanto um pai amoroso e sábio se encontra moralmente na contenda dos filhos.


Então, à luz do sentimento novo que nos brotará do ser, examinaremos espontaneamente até que ponto teremos ditado o comportamento do adversário para conosco.


Muito difícil nos vejamos com alguma parte de culpa nos sucessos indesejáveis de que nos fizemos vítimas, mas ao influxo da Divina Providência, a cujo patrocínio recorremos, ser-nos-á possível recordar os nossos próprios impulsos menos felizes, as sugestões delituosas que teremos lançado a esmo, as pequenas acusações indébitas e as diminutas desconsiderações que perpetramos, às vezes, até impensadamente, sobre o companheiro que não mais resistiu à persistência de nossas provocações, caindo, por fim, na situação de inimigo perante nós outros.


Efetuando o auto-exame, a visão do montante de nossas falhas não mais nos permitirá emitir qualquer censura em prejuízo de alguém.


Muito pelo contrário, proclamaremos, de pronto, no mundo íntimo, a urgente necessidade da Misericórdia Divina para o nosso adversário e para nós.


Então, não mais falaremos no singular, diante daquele que nos fere: – “eu te perdôo” e sim, perante qualquer ofensor com que sejamos defrontados no caminho da vida, diremos sinceramente a Deus em oração: – “Pai de Infinita Bondade, perdoai a nós dois.”


Emmanuel

Do livro “Atenção” - Francisco Cândido Xavier


Os melhores amigos...



Um homem e seu cavalo caminhavam por uma estrada.



Depois de muito caminhar, encontrou seu cão que havia sumido há algum tempo.


Esse homem se deu conta de que ele e seu cavalo haviam morrido num acidente. Ao encontrar o cão entendeu isso. Às vezes os mortos levam tempo para se dar conta de sua nova condição...


A caminhada era muito longa morro acima, o sol era forte e eles ficaram suados e com muita sede. Precisavam desesperadamente de água.


Numa curva do caminho, avistaram um portão maguinífico, todo de mármore, que conduzia a uma praça calçada com blocos de ouro, no centro da qual havia uma fonte de onde jorrava água cristalina.


O caminhante dirigiu-se ao homem que, numa guarita, guardava a entrada.


- Bom dia! - ele disse.


- Bom dia - respondeu o homem.


- Que lugar é este? Tão lindo - ele perguntou.


- Isto aqui é o céu - foi a resposta.


- Que bom que nós chegamos ao céu. Estamos com muita sede - disse o homem.


- O senhor pode entrar e beber água à vontade - disse o guarda, indicando-lhe a fonte.


- Meu cavalo e meu cachorro também estão com sede.


- Lamento muito - disse o guarda - Aqui não se permite a entrada de animais.


O homem ficou muito desapontado, porque sua sede era grande. Mas ele não beberia, deixando seus amigos com sede.


Assim, prosseguiu seu caminho.


Depois de muito caminharem morro acima, com sede e cansaço multiplicados...


Ele chegou a um sítio, cuja entrada era marcada por uma porteira velha semi-aberta. A porteira se abria para um caminho de terra, com árvores dos dois lados que faziam sombra. À sombra de uma das árvores, um homem estava deitado, cabeça coberta com um chapéu, parecia que estava dormindo.


- Bom dia - disse o caminhante.


- Bom dia - disse o homem.


- Estamos com muita sede, eu, meu cavalo e meu cachorro.


- Há uma fonte naquelas pedras - disse o homem - e indicando o lugar: Podem beber à vontade.


O homem, o cavalo e o cachorro foram até a fonte e mataram a sede.


- Muito obrigado - ele disse ao sair.


- Voltem quando quiserem - respondeu o homem.


- À propósito - disse o caminhante - qual é o nome deste lugar?


- Céu - respondeu o homem.


- Céu? Mas o homem na guarita ao lado do portão de mármore disse que lá era o céu!


- Aquilo não é o céu, aquilo é o inferno.


O caminhante ficou perplexo.


- Mas então - disse ele - essa informação falsa deve causar grandes confusões.


- De forma alguma - disse o homem - na verdade, eles nos fazem um grande favor. Porque lá ficam aqueles que são capazes de abandonar seus melhores amigos.


(Autor desconhecido)


* * *


Os animais não votam, mas nós sim!

Nessas eleições analise a possibilidade de votar em quem apóia os animais!

Conheça os políticos de seu Estado que fazem ou já fizeram algo pelos animais clicando na imagem abaixo:


Enquete para o Oscar 2011


O Ministério da Cultura está realizando uma enquete para saber qual filme deve representar o Brasil no Oscar (Melhor Filme Estrangeiro). Vamos votar em um filme espírita?? :)


Em uma iniciativa inédita, o Ministério da Cultura, por meio da Secretaria do Audiovisual, abre, de 08 a 20 de Setembro, a votação pública para a sugestão do filme brasileiro a ser indicado para concorrer ao prêmio de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2011.


A votação feita no site será uma indicação para auxiliar a Comissão na escolha do filme vencedor, portanto, uma votação indicativa, sendo a Comissão de Seleção responsável pela deliberação da indicação do filme nacional a concorrer ao Oscar.


Ao final da votação a pontuação será publicada no site e enviada à Comissão de Seleção oficial (já confirmada com a Academy), composta por representantes do Governo, sociedade civil organizada e especialistas no setor.


O filme escolhido será divulgado no dia 23 de Setembro, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo.


Qual filme brasileiro você gostaria de ver concorrendo ao Oscar 2011?


São vários os filmes inscritos para concorrer à indicação de representação de filme brasileiro no Oscar 2011 de Melhor Filme Estrangeiro. Participe você também, dê sua sugestão!

Até o momento o filme “Nosso Lar” está vencendo a votação, com 64% dos votos, seguido por “Chico Xavier”, com 12%.


Que tal votarmos em um filme com temática espírita? Vamos ajudar a divulgar uma mensagem espiritual, certamente desconhecida por muitos fora do Brasil!


Para participar da votação CLIQUE AQUI.




Imagem: Filme NOSSO LAR




Uma História de Expiação – Parte 2/2



Instruções do guia do médium


Pobrezinho sofredor, definhado, ulceroso e disforme! Nesse asilo de misérias e lágrimas, quantos gemidos exalados! E como era resignado... e como a sua alma lobrigava já então o termo dos sofrimentos, apesar da tenra idade! No além-túmulo, pressentia a recompensa de tantos gemidos abafados, e esperava! E como orava também por aqueles que não tinham resignação no sofrimento, pelos que trocavam preces por blasfêmias!


Foi-lhe lenta a agonia, mas terrível não lhe foi a hora do trespasse; certamente os membros convulsos contorciam-se, oferecendo aos assistentes o espetáculo de um corpo disforme a revoltar-se contra a sorte, nessa lei da carne que a todo o custo quer viver; mas, um anjo bom lhe pairava por sobre o leito mortuário e cicatrizava-lhe o coração. Depois, esse anjo arrebatou nas asas brancas essa alma tão bela a escapar-se de tão horripilante corpo, e foram estas as palavras pronunciadas: “Glória a Vós, Senhor, meu Deus!” E a alma subiu ao Todo-Poderoso, feliz, e exclamou: “Eis-me aqui, Senhor; destes-me por missão exemplificar o sofrimento... terei suportado dignamente a provação?”


Hoje, o Espírito da pobre criança avulta, paira no Espaço, vai do fraco ao humilde, e a todos diz: Esperança e coragem. Livre de todas as impurezas da matéria, ele aí está junto de vós a falar-vos, a dizer-vos não mais com essa voz fraca e lastimosa, porém agora firme: “Todos que me observaram, viram que a criança não murmurava; hauriram nesse exemplo a calma para os seus males e seus corações se tonificaram na suave confiança em Deus, que outro não era o fim da minha curta passagem pela Terra.”

Santo Agostinho


(Do livro “O Céu e o Inferno” - Allan Kardec / 2ª Parte - Cap. VIII)


NOSSO LAR – Nos Cinemas



Vamos todos prestigiar o mais novo filme nacional, que aborda um tema tão especial! (até rimou!rs)


http://www.nossolarofilme.com.br/


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Certamente que numerosos amigos sorrirão ao contacto de determinadas passagens das narrativas. O inabitual, entretanto, causa surpresa em todos os tempos. Quem não sorriria, na Terra, anos atrás, quando se lhe falasse da aviação, da eletricidade, da radiofonia?


A surpresa, a perplexidade e a dúvida são de todos os aprendizes que ainda não passaram pela lição. É mais que natural, é justíssimo. Não comentaríamos, desse modo, qualquer impressão alheia. Todo leitor precisa analisar o que lê.


O Espiritismo ganha expressão numérica. Milhares de criaturas interessam-se pelos seus trabalhos, modalidades, experiências. Nesse campo imenso de novidades, todavia, não deve o homem descurar de si mesmo.


Não basta investigar fenômenos, aderir verbalmente, melhorar a estatística, doutrinar consciências alheias, fazer proselitismo e conquistar favores da opinião, por mais respeitável que seja, no plano físico. É indispensável cogitar do conhecimento de nossos infinitos potenciais, aplicando-os, por nossa vez, nos serviços do bem.


O homem terrestre não é um deserdado. É filho de Deus, em trabalho construtivo, envergando a roupagem da carne; aluno de escola benemérita, onde precisa aprender a elevar-se. A luta humana é a sua oportunidade, a sua ferramenta, o seu livro.


O intercâmbio com o invisível é um movimento sagrado, em função restauradora do Cristianismo puro; que ninguém, todavia, se descuide das necessidades próprias, no lugar que ocupa pela vontade do Senhor.


André Luiz vem contar a você, leitor amigo, que a maior surpresa da morte carnal é a de nos colocar face a face com a própria consciência, onde edificamos o céu, estacionamos no purgatório ou nos precipitamos no abismo infernal; vem lembrar que a Terra é oficina sagrada e que ninguém a menosprezará, sem conhecer o preço do terrível engano a que submeteu o próprio coração.


Guarde a experiência dele no livro d'alma. Ela diz bem alto que não basta à criatura apegar-se à existência humana, mas precisa saber aproveitá-la dignamente; que os passos do cristão, em qualquer escola religiosa, devem dirigir-se verdadeiramente ao Cristo, e que, em nosso campo doutrinário, precisamos, em verdade, do “Espiritismo” e do “Espiritualismo”, mas, muito mais, de “Espiritualidade”.


Emmanuel

Pedro Leopoldo, 3 de outubro de 1943

Trechos do prefácio do livro “Nosso Lar”


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A vida não cessa. A vida é fonte eterna e a morte é o jogo escuro das ilusões.


Uma existência é um ato.

Um corpo - uma veste.

Um século - um dia.

Um serviço - uma experiência.

Um triunfo - uma aquisição.

Uma morte - um sopro renovador.


Quantas experiências, quantos corpos, quantos séculos, quantos serviços, quantos triunfos, quantas mortes necessitamos ainda?”


(André Luiz - Nosso Lar - Chico Chavier)


Leia mais: CLIQUE AQUI




Estreia de NOSSO LAR - O FILME



Amigos, hoje estréia nos cinemas o filme "NOSSO LAR", baseado na obra de André Luiz / Chico Xavier. Vamos todos ao cinema? ;)


Para saber mais sobre o filme, acessem o site oficial clicando no link abaixo:


http://www.nossolarofilme.com.br/


Bom final de semana e que Jesus abençoe a todos!!



Uma História de Expiação – Parte 1/2


Marcel, o menino do nº 4


Havia num hospital de província um menino de 8 a 10 anos, cujo estado era difícil precisar. Designavam-no pelo nº 4. Totalmente contorcido, já pela sua deformidade inata, já pela doença, as pernas se lhe torciam roçando pelo pescoço, num tal estado de magreza, que eram pele sobre ossos. O corpo, uma chaga; os sofrimentos, atrozes. Era oriundo de uma família israelita.


A moléstia dominava aquele organismo, já de oito longos anos, e no entanto demonstrava o enfermo uma inteligência notável, além de candura, paciência e resignação edificantes.


O médico que o assistia, cheio de compaixão pelo pobre um tanto abandonado, visto que seus parentes pouco o visitavam, tomou por ele certo interesse. E achava-lhe um quê de atraente na precocidade intelectual. Assim, não só o tratava com bondade, como lia-lhe quando as ocupações lho permitiam, admirando-se do seu critério na apreciação de coisas a seu ver superiores ao discernimento da sua idade.


Um dia, o menino disse- lhe:


- Doutor, tenha a bondade de me dar ainda uma vez aquelas pílulas ultimamente receitadas.


- Para quê? - Replicou-lhe o médico - Se já te ministrei o suficiente, e maior quantidade pode fazer-te mal?...


- É que eu sofro tanto, que dificilmente posso orar a Deus para que me dê forças, pois não quero incomodar os outros enfermos que aí estão. Essas pílulas fazem-me dormir e, ao menos quando durmo, a ninguém incomodo.


Aqui está quanto basta para demonstrar a grandeza dessa alma encerrada num corpo informe. Onde teria ido essa criança haurir tais sentimentos? Certamente não foi no meio em que se educou; além disso, na idade em que principiou a sofrer, não possuía sequer o raciocínio.


Tais sentimentos eram-lhe inatos; mas então porque se via condenado ao sofrimento, admitindo-se que Deus houvesse concomitantemente criado uma alma assim tão nobre e aquele mísero corpo - instrumento dos suplícios? É preciso negar a bondade de Deus, ou admitir a anterioridade de causa; isto é, a preexistência da alma e a pluralidade das existências.


Os últimos pensamentos desta criança, ao desencarnar, foram para Deus e para o caridoso médico que dela se condoeu. Decorrido algum tempo, foi o seu Espírito evocado na Sociedade de Paris, onde deu a seguinte comunicação (1863):


“A vosso chamado, vim fazer que a minha voz se estenda para além deste círculo, tocando todos os corações. Oxalá seu eco se faça ouvir na solidão, lembrando-lhes que as agonias da Terra têm por premissas as alegrias do céu; que o martírio não é mais do que a casca de um fruto deleitável, dando coragem e resignação.


Essa voz lhes dirá que, sobre o catre da miséria, estão os enviados do Senhor, cuja missão consiste na exemplificação de que não há dor insuperável, desde que tenhamos o auxílio do Onipotente e dos seus bons Espíritos. Essa voz lhes fará ouvir lamentações de mistura com preces, para que lhes compreendam a harmonia piedosa, bem diferente da de coros de lamentações mescladas com blasfêmias.


Um dos vossos bons Espíritos, grande apóstolo do Espiritismo, cedeu-me o seu lugar por esta noite. (1) Por minha vez, também me compete dizer algo sobre o progresso da vossa Doutrina, que deve auxiliar em sua missão os que entre vós encarnam, para aprender a sofrer. O Espiritismo será a pedra de toque; os padecentes terão o exemplo e a palavra, e então as imprecações se transformarão em gritos de alegria e lágrimas de contentamento.”


P. Pelo que afirmais, parece que os vossos sofrimentos não eram expiação de faltas anteriores...

R. Não seriam uma expiação direta, mas asseguro-vos que todo sofrimento tem uma causa justa. Aquele a quem conhecestes tão mísero foi belo, grande, rico e adulado. Eu tivera aduladores e cortesãos, fora fútil e orgulhoso. Anteriormente fui bem culpado; reneguei a Deus, prejudiquei meu semelhante, mas expiei cruelmente, primeiro no mundo espiritual e depois na Terra. Os meus sofrimentos de alguns anos apenas, nesta última encarnação, suportei-os eu anteriormente por toda uma existência que andou pela extrema velhice. Por meu arrependimento reconquistei a graça do Senhor, o qual me confiou muitas missões, inclusive a última, que bem conheceis. E fui eu quem as solicitou, para terminar a minha depuração.


Adeus, amigos; tornarei algumas vezes. A minha missão é de consolar, e não de instruir. Há, porém, aqui muitas pessoas cujas feridas jazem ocultas, e essas terão prazer com a minha presença.

Marcel

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(1) Santo Agostinho, pelo médium com o qual habitualmente se comunica na Sociedade.


(Do livro “O Céu e o Inferno” - Allan Kardec / 2ª Parte - Cap. VIII)