Se aspiras, efetivamente, a colaborar na construção do Reino Divino sobre a Terra, não solenizes o mal, para que o bem germine e se estenda ao grande campo da vida.
*
Ante as pedras da incompreensão, não renuncies ao arado sacrificial da tolerância, para que os calhaus da cruelda de se convertam em alicerces da edificação espiritual a que te empenhas.
*
Nos espinheiros da perseguição gratuita, não te afastes da paciência, a fim de que os ingredientes da prova, pouco a pouco, se façam adubo da plantação de valores imperecíveis da alma a que te dedicas.
*
Não interpretes ninguém por inimigo.
Quando os adversários não se nos revelam por instrutores, são enfermos necessitados de amparo e entendimento.
*
Em toda parte, seremos defrontados por aqueles que realmente não nos conhecem e que, em nos julgando pelas impressões superficiais ou pelos pareceres de oitiva, se transformam em instrumentos de nossas dificuldades.
*
Aparecem, por vezes, na posição de companheiros que nos reclamam demonstrações de heroísmo ou de santidade que eles mesmos ainda não possuem; ou na forma de censores que nos reprovam a presença e o trabalho sem cogitar do objetivo de nossas manifestações.
*
Recebamo-los todos com serenidade e amor, e continuemos a tarefa da boa vontade, na certeza de que o tempo falará por nós, hoje, amanhã e sempre.
*
Toda a vez que o mal te procure, veste a couraça do bem e auxilia-o a renovar-se em experiência edificante.
*
Não recalcitres.
*
Imagina se Jesus tivesse adotado a reação da dignidade ferida!
O apelo à justiça teria apagado o esplendor da Boa Nova; no entanto, o silêncio e o sacrifício do Mestre Divino, ainda hoje, como ontem e qual ocorrerá no futuro, suscita o aprendizado e a sublimação da Humanidade inteira.
Emmanuel
Do livro “Mediunidade e Sintonia” – Francisco Cândido Xavier