Caminhos do Coração



Multiplicam-se os caminhos do processo evolutivo, especialmente durante a marcha que se faz no invólucro carnal.

Há caminhos atapetados de facilidades, que conduzem a profundos abismos do sentimento.

Apresentam-se caminhos ásperos, coalhadas de pedrouços que ferem, na forma de vícios e derrocadas morais escravizadores.

Abrem-se, atraentes, caminhos de vaidade, levando a situações vexatórias, cujo recuo se torna difícil.


Repontam caminhos de angústia, marcados por desencantos e aflições desnecessárias, que se percorrem com loucura irrefreável.


Desdobram-se caminhos de volúpias culturais, que intoxicam a alma de soberba, exilando-a para as regiões da indiferença pelas dores alheias.

Aparecem caminhos de irresponsabilidade, repletos de soluções fáceis para os problemas gerados ao longo do tempo.


Caminhos e caminhantes!


Existem caminhos de boa aparência, que disfarçam dificuldades de acesso e encobrem feridas graves no percurso.

Caminhos curtos e longos, retos e curvos, de ascensão e descida, estão por toda parte, especialmente no campo moral, aguardando ser escolhidos.


Todos eles conduzem a algum lugar, ou se interrompem, ou não levam a parte alguma... São, apenas, caminhos: começados, interrompidos, concluídos...


Tens o direito de escolher o teu caminho, aquele que deves seguir.

Ao fazê-lo, repassa pela mente os objetivos que persegues, os recursos que se encontram à tua disposição íntima assinalando o estado evolutivo, a fim de teres condição de seguir.

Se possível, opta pelos caminhos do coração.


Eles, certamente, levarão os teus anseios e a tua vida ao
ponto de luz que brilha à frente esperando por ti.


O homem estremunha-se entre os condicionamentos do medo, da ambição, da prepotência e da segurança que raramente discerne com correção.


O medo domina-lhe as paisagens íntimas, impedindo-lhe o crescimento, o avanço, retendo-o em situação lamentável, embora todas as possibilidades que lhe sorriem esperança.


A ambição alucina-o, impulsionando-o para assumir compromissos perturbadores que o intoxicam de vapores venenosos, decorrentes da exagerada ganância.

A prepotência anestesia-lhe os sentimentos, enquanto lhe exacerba as paixões inferiores, tornando-o infeliz, na desenfreada situação a que se entrega.

A liberdade a que aspira, propõe-lhe licenças que se permite sem respeito aos direitos alheios nem observância dos deveres para com o próximo e a vida; destruindo qualquer possibilidade de segurança, que, aliás, é sempre relativa enquanto se transita na este física.

Os caminhos do coração se encontram, porém, enriquecidos da coragem, que se vitaliza com a esperança do bem, da humildade, que reconhece a própria fragilidade, e satisfaz-se com os dons do espírito - ao invés do tresvariado desejo de amealhar coisas de secundária importância - os serviços enobrecedores e a paz, que são a verdadeira segurança em relação às metas a conquistar.

Os caminhos do coração encontram-se iluminados pelo conhecimento da razão, que lhes clareia o leito, facilitando o percurso.

Jesus escolheu os caminhos do coração para acercar-se das criaturas e chamá-las ao reino dos Céus.

Francisco de Assis seguiu-Lhe o exemplo e tornou-se o herói da humildade.

Vicente de Paulo optou pelos mesmos e fez-se o campeão da caridade.

Gandhi redescobriu-os e comoveu o mundo, revelando-se como o apóstolo da não-violência.

Incontáveis criaturas, nos mais diversos períodos da humanidade e mesmo hoje, identificaram esses caminhos do coração e avançam com alegria na direção da plenitude espiritual.

Diante dos variados caminhos que se desdobram convidativos, escolhe os caminhos do coração, qual ovelha mansa, e deixa que o Bom Pastor te conduza ao aprisco pelo qual anelas.



Joanna de Ângelis

Da obra: “Momentos de Felicidade” - Divaldo Pereira Franco - Salvador, BA: LEAL. 1990.

Não Fujas



Quando as sombras da provação se te adensem, ao redor dos passos, permanece firme na confiança em Deus e em ti mesmo, seguindo adiante nas tarefas que abraçaste na seara do bem.


Não existem tribulações infindáveis.


Sobretudo, não te omitas.


Aceita os encargos que as circunstâncias te impõem, buscando cumpri-los com o melhor ao teu alcance.


Não te aflijam dificuldades.


Anota as bênçãos de que dispões.


Conserva-te fiel às próprias obrigações, na certeza de que a Divina Providência te oferecerá os recursos precisos para que qualquer desequilíbrio desapareça.


Desapegue-te de toda idéia do mal.


Abençoa a quantos não raciocinem por teus princípios.


Muitas vezes, os adversários de hoje, se soubermos respeitá-los com sinceridade, estarão possivelmente amanhã na fileira de nossos melhores benfeitores.


Não te lamentes.


O aguaceiro que te incomoda é apoio da natureza para que não te falte o pão indispensável à vida.


Não exijas dos outros qualidades que ainda não possuem.


A árvore nascente aguarda-te a bondade e a tolerância para que te possa ofertar os próprios frutos em tempo certo.


Por mais áspero se te mostrem os obstáculos da estrada, segue adiante.


Se alguém te feriu, desculpa e prossegue à frente.


Não procures na morte provocada o esquecimento que a morte não te pode dar.


Não fujas dos problemas com que a vida te instrui.


A vida, como a fizeres, estará contigo em qualquer parte.


Lembra-te sempre: cada dia nasce de novo amanhecer.



Emmanuel

In: “Atenção” - Francisco Cândido Xavier

A Visão Espírita da Bíblia (Parte 2)



O que falta aos acusadores do Espiritismo é estudo. Se pusessem o seu dogmatismo de lado e estudassem um pouco, haveriam de compreender essas coisas. A Bíblia foi inspirada pelos Espíritos, como mensageiros de Deus, no tocante aos seus livros proféticos, que chamamos de mediúnicos. Os livros históricos e de legislação civil receberam também a colaboração dos Espíritos. A Bíblia, pois, é um livro mediúnico que não pode condenar o Espiritismo, pois estaria condenando a si mesma.


Assim sendo, o Espiritismo tem como base as Escrituras, tem seus fundamentos na Bíblia. Mas é claro que o conceito espírita da Bíblia não pode ser igual ao das religiões que ficaram no passado, apegadas às formas sacramentais de magia, aos ritos materiais e aos cultos exteriores do próprio paganismo. A Bíblia não pode ser, para o espírita esclarecido, a “palavra de Deus”, pois é um livro escrito pelos homens, como todos os outros livros, e é, principalmente, um conjunto de livros em que encontramos de tudo, desde as regras simplórias de higiene dos judeus primitivos até as lendas e tradições do povo hebreu, misturadas às heranças dos egípcios e babilônios. O Espiritismo ensina a encarar a Bíblia como um marco da evolução religiosa na Terra, mas não faz dela um novo bezerro de ouro.


Penso que nós, espíritas, temos o dever de analisar as coisas de maneira serena e compreensiva, pois foi a lição de Kardec e esse é o espírito da nossa doutrina. Sim, porque o Espiritismo não é uma doutrina dogmática, de postulados rígidos, mas uma doutrina evolutiva e amplamente compreensiva, que procura entender a vida em todas as suas manifestações, entendendo, portanto, o processo geral da evolução humana.


Há espíritas que condenam a Psicanálise, o Darwinismo, o Existencialismo, e outras doutrinas científicas e filosóficas, numa atitude fechada de fanáticos religiosos, sem procurarem compreender a razão de ser dessas doutrinas e o que elas representam no imenso esforço do homem para interpretar o mundo e a vida. Há outros que condenam a Bíblia, como há os que condenam os próprios Evangelhos, e ainda os que condenam o Cristianismo, afirmando que o Espiritismo nada tem a ver com ele.


Todas essas atitudes dogmáticas discordam daquilo que chamamos o espírito da doutrina. O Espiritismo não condena: explica. E, explicando, justifica os erros humanos, procurando corrigi-los pela compreensão e não pela coação.


No tocante à Bíblia, é o que podemos ver em Kardec. A Bíblia é para ele um livro de grande importância histórica, pois representa a codificação da I Revelação. A seguir, vêm os Evangelhos, que são a codificação da II Revelação. E depois, como sabemos, O Livro dos Espíritos e as obras que o completam, formando a codificação do Espiritismo. Todo um processo histórico está representado nessa trilogia.


Citemos um trecho esclarecedor de Kardec em A Gênese. Trata-se do número 6 do capítulo quatro: “A Bíblia, evidentemente, encerra fatos que a razão, desenvolvida pela ciência, não poderia hoje aceitar, e outros que parecem estranhos e derivam de costumes que já não são os nossos. Mas, a par disso, haveria parcialidade em se não reconhecer que ela encerra grandes e belas coisas. A alegoria ocupa, ali, considerável espaço, ocultando sob o seu véu sublimes verdades, que se patenteiam, desde que se desça ao âmago do pensamento, pois logo desaparece o absurdo”.


Nada se pode querer de mais claro, mais preciso e mais belo. Kardec revela a mais serena e elevada compreensão da Bíblia, e essa deve ser a nossa compreensão de espíritas em face do grande livro.




José Herculano Pires

No livro “Visão Espírita da Bíblia”

A Visão Espírita da Bíblia (Parte 1)




A Bíblia (que o nome quer dizer simplesmente O Livro) é na verdade uma biblioteca, reunindo os livros diversos da religião hebraica. Representa a codificação da primeira revelação do ciclo do Cristianismo.


Livros escritos por vários autores estão nela colecionados, em número de 42. Foram todos escritos em hebraico e aramaico e traduzidos mais tarde para o latim, por São Jerônimo, na conhecida Vulgata Latina, no século quinto da nossa era. As igrejas católicas e protestantes reuniram a esse livro os Evangelhos de Jesus, dando a estes o nome geral de Novo Testamento.


O Evangelho, como se costuma designar o Novo Testamento, não pertence, de fato, à Bíblia. É outro livro, escrito muito mais tarde, com a reunião dos vários escritos sobre Jesus e seus ensinos. O Evangelho é a codificação da segunda revelação cristã. Traz uma nova mensagem, substituindo o deus-guerreiro da Bíblia pelo deus-amor do Sermão da Montanha. No Espiritismo não devemos confundir esses dois livros, mas devemos reconhecer a linha histórica e profética, a linhagem espiritual que os liga. São, portanto, dois livros distintos.


A expressão “a palavra de Deus” é de origem judaica. Foi naturalmente herdada pelo Cristianismo, que a empregou para o mesmo fim dos judeus: dar autoridade à Igreja. A Bíblia, considerada “a palavra de Deus”, reveste-se de um poder mágico: a sua simples leitura, ou simplesmente a audiência dessa leitura, pode espantar o Demônio de uma pessoa e convertê-la a Deus. Claro que o Espiritismo não aceita nem prega essa velha crendice, mas não a condena. A cada um, segundo suas convicções, desde que haja boa intenção.


O Espiritismo reconhece a ação de Deus na Bíblia, mas não pode admiti-la como “a palavra de Deus”. Na verdade, como ensinou o apóstolo Paulo, foram os mensageiros de Deus, os Espíritos, que guiaram o povo de Israel, através dos médiuns, então chamados profetas. O próprio Moisés era um médium, em constante ligação com Iave ou Jeová, o deus bíblico, violento e irascível, tão diferente do deus-pai do Evangelho.


Devemos respeitar a Bíblia no seu exato valor, mas nunca fazer dela um mito, um novo bezerro de ouro. Deus não ditou nem dita livros aos homens. Somente às religiões dogmáticas, que se apresentam como vias exclusivas de salvação, interessa o velho conceito da Bíblia como palavra de Deus. Primeiro, porque esse conceito impede a investigação livre. Considerada como palavra de Deus, a Bíblia é indiscutível, deve ser aceita literalmente ou de acordo com a “interpretação autorizada da igreja”. Por isso, as igrejas sempre se apresentam como “autoridade única na interpretação da Bíblia”. Segundo, porque essa posição corresponde aos tempos mitológicos, ao pensamento mágico, e não à era de razão em que vivemos.


Há no meio espírita alguns críticos agressivos da Bíblia. São confrades ilustres e estudiosos, que tomam essa posição em face das agressões religiosas à Doutrina, com base nos textos bíblicos. A posição da Doutrina, porém, não é essa, como já vimos em Kardec. As supostas condenações do Espiritismo pela Bíblia decorrem das interpretações sacerdotais. A Bíblia é um dos maiores repositórios de fatos espíritas de toda bibliografia religiosa. E os textos bíblicos estão eivados de passagens tipicamente espíritas.


A Bíblia não condena o Espiritismo. Pelo contrário, a Bíblia confirma o Espiritismo. Basta lembrar o caso de Samuel, atormentado pelo espírito mau, aliviado pela mediunidade de Davi, que usava a música para afastá-lo. Caso típico de mediunidade curadora, constante de Samuel 16:14-23. E o colégio de médiuns que acompanhava Moisés no deserto? E assimpor diante, da primeira à última página da Bíblia.


Mas não pense o leitor que são os espíritas que afirmam a origem mediúnica da Bíblia. Quem afirmou foi o apóstolo Paulo, quando declarou peremptoriamente: “Vós recebestes a lei por ministérios dos anjos”, isto em Atos, 7:53, explicando ainda em Hebreus, 2:2: “Porque a lei foi anunciada pelos anjos”, e confirmando na mesma Epístola, l:14: “Espíritos são administradores, enviados para exercer o ministério”. Antes, em Hebreus, l:7, Paulo, depois de advertir que Deus havia falado de muitas maneiras aos profetas, acrescenta: “Sobre os anjos, diz: o que faz os seus anjos espíritos e os seus ministros chamas de fogo”.


O ministério dos anjos, esse ministério divino, a que o apóstolo Paulo se referiu tantas vezes, é exercido através da mediunidade.


Está claro que os anjos são espíritos, reveladores das leis de Deus aos homens, como afirma o Espiritismo. Paulo vai mais longe, afirmando em Atos 7:30-31, que Deus falou a Moisés através de um anjo na sarça ardente. Veja-se o que ficou dito acima: os anjos são espíritos, ministros de Deus, que o faz chama do fogo, nas aparições mediúnicas.


O reverendo Haraldur Nielson, em seu livro O Espiritismo e a Igreja, ele que foi o tradutor da Bíblia para o islandês, a serviço da Sociedade Bíblica Inglesa, afirma que o Cristo é muitas vezes chamado no Evangelho, no original grego, de pneuma, depois da ressurreição. E pneuma quer dizer espírito. Da mesma maneira, lembra que Paulo, em Hebreus, 12:9, refere-se a Deus como “Deus dos Espíritos”. Lembra ainda que as manifestações dos Espíritos, nas sessões que realizou com o bispo Hallgrimur Svenson em Reikjavik, eram na forma de línguas de fogo. Essas manifestações confirmavam que o anjo da sarça ardente e os fenômenos do Pentecostes foram mediúnicos.


CONTINUA...

Rogativa



Senhor Jesus!


Rogando-te permissão para reverenciar o divino apostolado, nós te louvamos e agradecemos as oportunidades de trabalho, das quais nos enriqueces a existência.


Abençoa-nos, Senhor, com a tua infinita bondade a fim de aprendermos a servir-Te , na pessoa daqueles irmãos nossos da Humanidade, tantas vezes em obstáculos maiores do que os nossos.


Conserva-nos aqui, em teu amor, e ensina-nos a encontrar-Te nas tarefas do bem a que nos designas, para que não nos percamos nas sombras em que, porventura, se nos envolvam os caminhos, nos variados climas terrestres!...


Nas horas felizes, dá-nos a tua inspiração e a tua luz, para que a nossa alegria não se converta em flor estéril, na seara de tuas bênçãos e, nos dias difíceis, sê nosso apoio para que a provação não nos abata ou destrua.


Ajuda-nos a identificar-te a Presença Divina, em cada coração necessitado de socorro ou de amor que nos bata à porta e supre-nos de forças e recursos, na munificência de teu amparo, no desempenho das nossas obrigações.


Quando a incerteza nos visite em ação, coloca, Jesus, por misericórdia, a tua mão em nossas mãos e guia-nos o sentimento, para que o bem se faça, não segundo a nossa visão humana e estreita, e sim de acordo com as disposições sábias e compassivas de tua vontade.


Quando possíveis incompreensões nos impulsionem a qualquer dificuldade de entendimento, guarda-nos em tua paciência e induzi-nos à união e à humildade, auxiliando-nos a saber que a obra de elevação, em que nos Permites cooperar é sempre tua e não nossa.


Fazei-nos reconhecer que a caridade começa invariavelmente de nossas relações mútuas, porquanto, apenas em nos servindo uns aos outros é que conseguiremos irradiar o amor que nos deste para distribuir com os nossos semelhantes.


Senhor, ampara-nos e orienta-nos, para que possamos, um dia, corresponder plenamente ao teu mandato de confiança!...


E, suplicando-Te, mais uma vez, acolher-nos em teu coração misericordioso e augusto, terminamos a nossa rogativa com aquela outra que legaste por Luz Divina, no caminho dos cristãos de todos os séculos.


“Pai Nosso, que estás nos Céus, santificado seja o teu Nome, venha a nós o Vosso Reino, seja feita, oh! Pai, a tua vontade, assim na Terra como nos Céus, o pão nosso de cada dia dá-nos hoje, perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos nossos devedores, não nos deixeis cair em tentação e livra-nos do mal, porque teu são o reino, o poder, a majestade e o glória para sempre!... Assim seja.”


Bezerra de Menezes
Livro: “Bezerra, Chico e Você” - Psicografia de Chico Xavier


“Série Nosso Lar” – André Luiz (3/3)



EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS


Escrito em 1958.

Um livro diferente dos anteriores, visto que não conta uma história de forma romanceada, mas sim através de tópicos, separados por temas.

Em sua primeira parte o autor trata do temas: fluido cósmico, corpo espiritual, evolução e sexo, mediunidade, alma e reencarnação, entre outros. Na segunda parte, através de perguntas e respostas, trata de questões como matrimônio e divórcio, gestação frustrada, determinação do sexo e aborto criminoso, entre outros assuntos extremamente relevantes.

CLIQUE AQUI e leia um trecho do livro, um texto sobre fluidos.



MECANISMOS DA MEDIUNIDADE


Escrito em 1959.

Semelhante ao anterior, este livro apresenta os temas divididos por tópicos, para facilitar o estudo, e no formato de ‘perguntas e respostas’.

Traz, em 26 capítulos, conceitos sobre energia, átomo, onda mental, química nuclear, reflexos condicionados, ideoplastia, psicometria, desdobramento, animismo e obsessão, entre outros.



SEXO E DESTINO


Escrito em 1963.

Aqui o autor espiritual volta ao estilo romanceado, no maior livro da série (em número de páginas). Nele André Luiz mostra-nos os efeitos das experiências sexuais do indivíduo, quando encarnado, para o espírito imortal, em sua vida futura, através da história de jovens e adultos que, movidos pelo amor, pela paixão e pela cobiça, complicam a própria existência de forma trágica.

Apresenta 28 capítulos, divididos em duas partes: a primeira (com 14 capítulos) psicografada por Waldo Vieira e a segunda (também com 14 capítulos) psicografada por Francisco Cândido Xavier.

Excelente leitura. Recomendo a todos, independente de terem lido ou não as outras obras de André Luiz, já que não se trata de continuação de nenhum livro anterior. Além disso, a história é de fácil entendimento para todos.

Já fiz aqui no blog um pequeno comentário a respeito desse livro, CLIQUE AQUI e veja!


Sexo e destino, amor e consciência, liberdade e compromisso, culpa e resgate, lar e reencarnação constituem os temas deste livro, nascido na forja da realidade cotidiana.”

(André Luiz – prefácio de “Sexo e Destino”)


E A VIDA CONTINUA...


Escrito em 1968.

Neste livro André Luiz narra, de forma um pouco diferente da habitual, a encantadora e vibrante trajetória de Ernesto, um homem maduro, e Evelina, jovem e bela mulher.

Em 26 capítulos, traz a história de personagens reais que, desencarnados, recebem o amparo dos amigos espirituais, incentivando a renovação através do estudo e do trabalho, preparando-os para rever sua vida e traçar novas diretrizes.

Um livro leve, recomendo a todos. Pode ser lido por qualquer pessoa, espírita ou não, mesmo sem nunca ter lido qualquer livro de André Luiz, visto que não é a continuação de nenhum anterior e é de fácil entendimento de todos.

Como uma pequena amostra dos ensinamentos contidos neste livro, leiam ESTE POST, com uma bela mensagem sobre o perdão.


Para saber mais (e fazer o download das obras), visite os links:


Instituto André Luiz


Evolução Em Dois Mundos


GEAL - Grupo de Estudos André Luiz


Autores Espíritas Clássicos



A missão de André Luiz é a de revelar os tesouros de que somos herdeiros felizes na Eternidade, riquezas imperecíveis, em cuja posse jamais entraremos sem a indispensável aquisição de Sabedoria e de Amor.

(Emmanuel – Prefácio do livro “No Mundo Maior”)

“Série Nosso Lar” – André Luiz (2/3)




NO MUNDO MAIOR


Escrito em 1947.

Dividido em 20 capítulos, neste livro André Luiz fala sobre a “psiquiatria iluminada”, abordando temas como epilepsia e esquizofrenia, revelando a importância do conhecimento científico, mas ressaltando sempre a supremacia da terapêutica do amor.

Aborda a complexidade da mente humana e suas inclinações, felizes e infelizes. O poder do amor, a mediunidade torturada, sexo, perdas dolorosas, estranhas enfermidades, psicoses afetivas e alienação mental são assuntos nesta obra que ensina que desespero é enfermidade, revolta é ignorância e perversidade é loucura... Neste livro o autor narra ainda um emocionante reencontro...

Este livro contém uma das mais belas orações de toda a série. CLIQUE AQUI e veja.


Enfastiados das repetidas sensações no plano grosseiro da existência, intentais pisar outros domínios. Buscais a novidade, o conforto desconhecido, a solução de torturantes enigmas; todavia, não olvideis que a chama do próprio coração, convertido em santuário de claridade divina, é a única lâmpada capaz de iluminar o mistério espiritual, em nossa marcha pela senda redentora e evolutiva.”

(Trecho de “No Mundo Maior”, Cap. 2)


LIBERTAÇÃO


Escrito em 1949.

Obra forte, na qual André Luiz descreve com riqueza de detalhes as regiões umbralinas e como acontecem os processos obsessivos. Apresenta-nos um interessante personagem, de nome Gregório, um Espírito que atua como um “Grande Juiz”, cruel e implacável, atuando em uma região infernal... Possui um surpreendente e emocionante desfecho, que mostra-nos como o amor sempre vence...

Obra indispensável a todos que trabalham com desobsessão e doutrinação. Também não recomendo para os iniciantes na Doutrina Espírita.

Contém uma bela prece, destinada aos perseguidores. CLIQUE AQUI e veja.

Em seu prefácio Emmanuel nos presenteia com a bela “Lenda Egípcia do Peixinho Vermelho”.


Fora do amor verdadeiro, toda união é temporária e a guerra será sempre o estado natural daqueles que perseveram na posição de indisciplina.”

(Trecho de “Libertação”, Cap. 1)


ENTRE A TERRA E O CÉU


Escrito em 1954.

Neste livro o autor mostra-nos o quão profundas podem ser as origens dos desajustes em família e descreve as lutas cotidianas, comuns a todos nós, buscando sempre o progresso moral.

André Luiz aborda temas como obsessão, casamento, reencarnação, centros de força, anjos da guarda, desequilíbrios da mente, entre outros, e mostra-nos como, através das relações familiares, podemos resgatar antigos débitos, renovando o entendimento e reerguendo-nos moralmente.

É um livro maravilhoso, recomendo a todos, mesmo os que nunca leram outras obras de André Luiz, pois não se trata de uma continuação de nenhum livro anterior e a história é de fácil entendimento para todos.

Conheça neste link (clique aqui) as personagens femininas relatadas nesta bela e comovente história.

Veja nesse post (clique aqui) um pequeno trecho do livro, com uma reflexão sobre as ligações familiares.


Neste livro não somos defrontados por qualquer situação espetaculosa; nem heróis, encarnando virtudes dificilmente acessíveis; nem anjos inabordáveis. Em cada capítulo, encontramos a nós mesmos, com nossos velhos problemas de amor e ódio, simpatia e desafeto, através da cristalização mental em certas fases do caminho, na penumbra de nossos sonhos imprecisos ou na sombra das paixões que, por vezes, nos arrastam a profundos despenhadeiros. Em quase todas as páginas, temos a vida comum das almas que aspiram à vitória sobre si mesmas, valendo-se dos tesouros do tempo, para a aquisição de luz renovadora. Neste livro, somos forçados a contemplar-nos por dentro, no chão de nossas experiências e de nossas possibilidades, para que não nos falhe o equilíbrio à jornada redentora, no rumo do porvir.

(Emmanuel – Prefácio do livro “Entre a Terra e o Céu”)


NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE


Escrito em 1954.

Dividido em 30 capítulos, neste livro são abordados temas como: assimilação de correntes mentais, psicofonia (consciente e sonambúlica), possessão, sonambulismo torturado, desdobramento em serviço, clarividência e clariaudiência, forças viciadas, mandato mediúnico, fascinação, efeitos físicos, mediunidade transviada, entre outros. É uma obra essencial a todos aprendizes espíritas, especialmente aos portadores de faculdades mediúnicas.


Meditando no amanhã da coletividade terrestre, André Luiz organizou estas ligeiras páginas, em torno da mediunidade, compreendendo a importância, cada vez maior, do intercâmbio espiritual entre as criaturas”.

(Trecho do prefácio de “Nos Domínios da Mediunidade”, por Emmanuel)


AÇÃO E REAÇÃO


Escrito em 1957.

Obra dividida em 20 capítulos altamente instrutivos, narra a permanência de três anos de André Luiz e seu companheiro Hilário na “Mansão Paz”, notável escola de reajuste situada nas regiões inferiores da Terra. Apresenta-nos elucidações valiosas acerca dos temas: dor, débito aliviado, lei de causa e efeito, preparativos para a reencarnação, aborto, uso de anticoncepcionais, resgates coletivos e o valor da oração.

O autor mostra-nos que os acontecimentos da atual existência estão vinculados às nossas ações em existências passadas, do mesmo modo que as ações na atualidade condicionarão as ocorrências futuras, de acordo com a Lei de Ação e Reação, à qual todos estamos submetidos.

Considero que o ponto alto do livro está nas suas últimas páginas, em seu final surpreendente, que mostra-nos, mais uma vez, que Deus nunca desampara aqueles que trabalham verdadeiramente em busca da regeneração...


Comove saber que sendo a Providência Divina a Magnanimidade Perfeita, sem limites gerando tesouros de amor para distribuí-los com abundância, em favor de todas as criaturas, é também a Eqüidade Vigilante, na direção e na aplicação dos bens universais.”

(André Luiz, em “Ação e Reação”, Cap. 7)


CONTINUA...

“Série Nosso Lar” - André Luiz (1/3)




Amigos, gostaria de recomendar aqui, a todos os que quiserem aprofundar seus conhecimentos sobre a vida espiritual, a leitura dos livros de André Luiz, notadamente a “Série Nosso Lar”. Trata-se de uma seqüência de livros escritos pelo Espírito André Luiz (pseudônimo utilizado por um espírito que em sua última encarnação foi um médico brasileiro, residente no Rio de Janeiro), através da psicografia de Chico Xavier (em alguns houve parceria com o médium Waldo Vieira). É conhecida como “Série Nosso Lar” ou “A Vida no Mundo Espiritual”. A seguir alguns detalhes e opiniões de uma simples leitora e amante dos livros de André Luiz:



NOSSO LAR


Escrito em 1943.

Primeiro livro da série. É dividido em 50 capítulos e revela a escalada de um espírito (o próprio André Luiz) desde o umbral, região em que foi lançado, logo após o desencarne (lá permanecendo por 8 anos), até seu socorro e a gradativa recuperação na bela e organizada cidade espiritual denominada “Nosso Lar”. Aborda temas como oração, aborto e eutanásia, além de explicar como funciona a vida em uma colônia espiritual.


Guarde a experiência dele no livro d'alma. Ela diz bem alto que não basta a criatura apegar-se à existência humana, mas precisa saber aproveitá-la dignamente; que os passos do cristão, em qualquer escola religiosa, devem dirigir-se verdadeiramente ao Cristo, e que, em nosso campo doutrinário, precisamos, em verdade, do Espiritismo e do Espiritualismo, mas, muito mais, de Espiritualidade.

(Prefácio de “Nosso Lar”, por Emmanuel)




OS MENSAGEIROS


Escrito em 1944.

Considero este livro uma continuação de “Nosso Lar”, por isso indico somente para quem já o tiver lido. Não é uma regra, mas creio que isso facilitará o entendimento.

Neste livro, em 51 capítulos, André Luiz relata suas descobertas e seu novo posicionamento de trabalho na vida espiritual. Apresenta-nos as experiências de vários espíritos que reencarnaram com trabalhos programados, necessários aos seus próprios aprimoramentos. Fala ainda sobre as experiências da vida comum de servidores do Espiritismo, além de mostrar o quanto é difícil o trabalho dos Benfeitores Espirituais, que realizam assistência espiritual aos homens encarnados. Elucida ainda temas como: culto doméstico (Evangelho no Lar), doutrinação, calúnia e pavor da morte.

É uma leitura recomendada a todos os espíritas, especialmente os médiuns, pois seus relatos trazem-nos um alerta quanto ao perigo da invigilância e à necessidade e o benefício da prática do bem, bem como do aprimoramento íntimo, a fim de se evitar o retorno ao Plano Espiritual sem o cumprimento dos compromissos assumidos.

Neste livro encontramos a interessante “Lenda Hindu da Serpente e do Santo”.


Desligando-me dos laços inferiores que me prendiam às atividades terrestres, elevado entendimento felicitou-me o espírito. Semelhante libertação, contudo, não se fizera espontânea. Guardava a certeza de que amigos espirituais, abnegados e poderosos, me haviam a auxiliado a alma pobre e imperfeita, na grande transição.

(André Luiz, em “Os Mensageiros” – Cap. 1)


MISSIONÁRIOS DA LUZ


Escrito em 1945.

Nesse livro, composto de 20 capítulos, André Luiz discorre sobre a continuação do aprendizado na vida espiritual, abordando temas como perispírito, mediunidade e aspectos diversos das manifestações mediúnicas, materialização, sonhos, reencarnação orientada pelos espíritos superiores, obsessão e passes, entre outros.

É um livro complexo e desafiador e creio que seja de difícil compreensão para quem ainda não está familiarizado com os temas espíritas e principalmente à linguagem utilizada por André Luiz, por isso não recomendo para iniciantes.


Se a leitura te assombra, se as afirmativas do Mensageiro te parecem revolucionárias, recorre à oração e agradece ao Senhor o aprendizado, pedindo-lhe te esclareça e ilumine, para que a ilusão não te retenha em suas malhas.”

(Emmanuel - Prefácio de “Missionários da Luz”)



OBREIROS DA VIDA ETERNA


Escrito em 1946.

Em 20 capítulos André Luiz analisa a experiência dos espíritos no plano espiritual, apresentando o trabalho dos obreiros de Jesus Cristo na assistência cristã, lutando contra as trevas e o sofrimento, fornecendo também notícias das zonas de erraticidade que envolvem a crosta terrestre. Descreve ainda um emocionante encontro com Bezerra de Menezes.

O livro mostra que a morte não modifica milagrosamente o homem, que é fruto de si mesmo, no cumprimento das leis divinas, buscando equilíbrio e evolução.

Contém o belo hino “Glória aos Servos Fiéis”.


Cumpre-nos declarar que André Luis procurou fornecer algumas notícias das zonas de erraticidade que envolvem a Crosta do mundo, em todas as direções, comentando os quadros emocionais que se transportam do ambiente obscuro para as esferas imediatas às cogitações e paixões humanas; mais uma vez, esclarece que a morte é campo de sequência, sem ser fonte milagreira, que aqui ou além o homem é fruto de si mesmo e que as leis divinas são eternas organizações de justiça e ordem, equilíbrio e evolução”.

(Emmanuel, no prefácio de “Obreiros da Vida Eterna”)



CONTINUA...



Decisão de Crescer



Há uma permanente luta íntima, quando o homem se resolve por abraçar a vida nobre.


Quais dois exércitos em fúria, no campo mental, surgem constantes confrontos.


Os guerreiros habituais - o egoísmo, o orgulho, a violência, a ambição - tentam superar os novos combatentes - o amor ao próximo, a humildade, a pacificação, a renúncia.


O indivíduo sente-se dividido e angustiado.


Nesse terreno áspero brilha, porém, a luz da inspiração superior que lhe aclara a alma e a estimula a insistir nos propósitos elevados.


Investe na batalha da vida os teus esforços nobres e não desistas.


Cada dia de resistência representa uma vitória até o momento da glória total.


Joanna de Ângelis / Divaldo Franco


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Quase sempre, a amizade de Deus é incompatível com a amizade ao mundo. Levantando-nos para a execução fiel do dever, as noções do mundo se levantam contra nós. Parecemos maus e ingratos. Mas ninguém encontrará fechadas as portas da oportunidade, porque é o Todo-Poderoso quem no-las abre. A ocasião é a mesma para todos, mas os campos devem ser diferentes.”


Do livro “Paulo e Estêvão” – Emmanuel / Chico Xavier



Doutrinando a Fé



ÀS ALMAS ENFRAQUECIDAS


Minhas palavras de hoje são dirigidas aos que ingressam nos estudos espiritistas, tangidos pelos azorragues impiedosos do sofrimento; no auge das suas dores, recorreram ao amparo moral que lhes oferecia a Doutrina e sentiram que as tempestades amainavam... Seus corações reconhecidos voltaram-se então para as coisas espirituais; todavia, os tormentos não desapareceram. Passada uma trégua ligeira, houve recrudescência de prantos amargos.


Experimentando as mesmas torturas, sentem-se vacilantes na fé e baldados do entusiasmo das primeiras horas e é comum ouvirem-se as suas exclamações: “Já não tenho mais fé, já não tenho mais esperanças”... Invencível abatimento invade-lhes os corações tíbios e enfraquecidos na luta, desamparados na sua vontade titubeante e na sua inércia espiritual.


Essas almas não puderam penetrar o espírito da Doutrina, vagando apenas entre as águas das superficialidades.


O QUE É O MODERNO ESPIRITUALISMO


O Moderno Espiritualismo não vem revogar as leis diretoras da evolução coletiva. As suas concepções avançadas representam um surto evolutivo da Humanidade, uma época de mais compreensão dos problemas da vida, sem oferecer talismãs ou artes mágicas, com a pretensão de derrogar os estatutos da Natureza. Desvenda ao homem um fragmento dos véus que encobrem o destino do ser imortal e ensina-lhe que a luta é o veículo do seu progresso e da sua redenção.


Traz consigo o nobre objetivo de enriquecer, com as suas benditas claridades, os homens que as aceitam, longe da vaidade de prometer-lhes fortunas e gozos terrestres, bens temporais que apenas servem para fortificar as raízes do egoísmo em seus corações, agrilhoando-os ao potro das gerações dolorosas.


NECESSIDADE DO ESFORÇO PRÓPRIO


Pergunta-se, às vezes, por que razão não obstam os Espíritos esclarecidos, que em todos os tempos acompanham carinhosamente a marcha dos acontecimentos do orbe, as guerras que dizimam milhões de existências e empobrecem as coletividades, influenciando os diretores de movimentos subversivos nos seus planos de gabinete; inquire-se o porquê das existências amarguradas e aflitas de muitos dos que se dedicam ao Espiritismo, dando-lhes o melhor de suas forças e sempre torturados pelas provas mais amargas e pelos mais acerbos desgostos. Daqui, contemplamos melancolicamente essas almas desesperadas e desiludidas, que nada sabem encontrar além das puerilidades da vida.


Em desencarnando, não entra o Espírito na posse de poderes absolutos. A morte significa apenas uma nova modalidade de existência, que continua, sem milagres e sem saltos.


É necessário encarar-se a situação dos desencarnados com a precisa naturalidade. Não há forças miraculosas para os seres humanos, como não existem igualmente para nós. O livre-arbítrio relativo nunca é ab-rogado em todos nós; em conjunto, somos obrigados, em qualquer plano da vida, a trabalhar pelo nosso adiantamento.


A PRECE


Faz-se preciso que o homem reconheça a necessidade da luta como a do pão cotidiano.


A crença deve ser a bússola, o farol nas obscuridades que o rodeiam na existência passageira, e a prece deve ser cultivada, não para que sejam revogadas as disposições da Lei Divina, mas a fim de que a coragem e a paciência inudem o coração de fortaleza nas lutas ásperas, porém necessárias.


A alma, em se voltando para Deus, não deve ter em mente senão a humildade sincera na aceitação de sua vontade superior.


AOS ENFRAQUECIDOS NA LUTA


Almas enfraquecidas, que tendes, muitas vezes, sentido sobre a fronte o sopro frio da adversidade, que tendes vertido muitos prantos nas jornadas difíceis, em estradas de sofrimentos rudes, buscai na fé os vossos imperecíveis tesouros!


Bem sei a intensidade da vossa angústia e sei de vossa resistência ao desespero. Ânimo e coragem! No fim de todas as dores, abre-se uma aurora de ventura imortal; dos amargores experimentados, das lições recebidas, dos ensinamentos conquistados à custa de insano esforço e de penoso labor, tece a alma sua auréola de eternidade gloriosa; eis que os túmulos se quebram e da paz cheia de cinzas e sombras, dos jazigos, emergem as vozes comovedoras dos mortos. Escutai-as!... elas vos dizem da felicidade do dever cumprido, dos tormentos da consciência nos desvios das obrigações necessárias.


Orai, trabalhai e esperai. Palmilhai todos os caminhos da prova com destemor e serenidade. As lágrimas que dilaceram, as mágoas que pungem, as desilusões que fustigam o coração constituem elementos atenuantes da vossa imperfeição, no tribunal augusto, onde pontifica o mais justo, magnânimo e íntegro dos juízes. Sofrei e confiai, que o silêncio da morte é o ingresso para uma outra vida, onde todas as ações estão contadas e gravadas as menores expressões dos nossos pensamentos.


Amai muito, embora com amargos sacrifícios, porque o amor é a única moeda que assegura a paz e a felicidade no Universo




Emmanuel

Do livro “Emmanuel” - Francisco C. Xavier

Conhecendo a Mediunidade – Parte 2

Mediunidade e Comércio


Por causa da natureza da mediunidade e do envolvimento dos desencarnados, o Espiritismo não recomenda que a atividade mediúnica seja exercida profissionalmente. Pelo contrário, sua utilização deve ser única e exclusivamente para fins humanitários, quando o médium terá oportunidade de doar-se em serviços de caridade, conforme a recomendação de Jesus:dai de graça o que de graça recebeste”. Não se recomenda, por conseguinte, que o médium receba honorários ou qualquer outro pagamento material, mesmo em forma de presentes, a fim de que não seja estimulado a exercer a mediunidade em troca de favores.


Mediunidade e Obsessão


No Espiritismo, damos o nome de obsessão à ação perniciosa de espíritos sobre seres humanos. Qualquer pessoa pode ser obsediada, porque todos estamos sujeitos às influências dos espíritos. Assim, não é só o médium que pode ser obsediado. Não podemos dizer, também, que a mediunidade é que provoca a obsessão; esta tem como causa nossos desvios de comportamento e somente pela mudança de comportamento podemos combatê-la de verdade.


Muita gente, por desconhecimento do assunto, toma por médium todos os obsediados e teimam em “desenvolver suas mediunidades”, o que constitui grave erro. Mesmo entre os obsediados, muito poucos são médiuns. Por isso, quando a pessoa perturbada chega ao centro, apresentando sintomas de mediunidade (visões, audições, sensações estranhas e desagradáveis e outros tipos de percepções) devemos primeiramente ampará-la com espírito cristão, envolvendo também sua família, no tratamento, através do esclarecimento, do passe e da prece. Seria imprudente encaminhá-la nesse momento para a sessão mediúnica. Devemos tentar integrá-la num grupo de prece e serviço e, ao lado da assistência espiritual, recomendar-lhe tratamento médico para garantir-lhe o equilíbrio orgânico, que pode estar comprometido a esta altura. E mais: observá-la cuidadosamente, ouvir e ponderar com os espíritos orientadores dos trabalhos a seu respeito, verificando se os sintomas apresentados na obsessão perduram ou não. A maioria dos obsediados só esporadicamente apresentam esses sintomas, o que significa que não tem mediunidade para serviço. Logo que se vêem livres da obsessão, esses sintomas desaparecem. Contudo, inadvertidamente, muitos se vêem constrangidos a “desenvolver a mediunidade” e, por não serem portadores da faculdade adequada para o mediunato, acabam caindo no animismo e na mistificação.


Damos o nome de
animismo à manifestação de conteúdos mentais do próprio médium, quando em estado de transe, porém, sem a participação de espíritos, ainda que o médium não tenha consciência do que ocorra. Mistificação é a manifestação fraudulenta em que o médium finge estar recebendo mensagem do espírito. Resta considerar que nem todas as pessoas, mesmo apresentando sintomas mediúnicos, estão aptas para o exercício do mediunato. Poucos dirigentes de sessões se dão conta disso. Em “O LIVRO DOS MÉDIUNS” de Allan Kardec, no capitulo referente aos “Inconvenientes e Perigos da Mediunidade”, encontramos uma questão dizendo que “há pessoas às quais é necessário evitar toda causa de excitação” e a essas pessoas o exercício da mediunidade não é recomendável. Nesse grupo estão as pessoas excessivamente nervosas e impressionáveis.


Mediunidade e Estudo


Não se pode entender que um médium desenvolva sua mediunidade sem conhecimento: primeiro, da Doutrina Espírita e, depois, da própria mediunidade. É conhecendo os recursos de que dispõe e a forma como os espíritos atuam sobre ele (e ele sobre os espíritos), que o médium, aos poucos, pode ir adquirindo um domínio crescente sobre sua mediunidade e melhorando a qualidade de seu serviço. Esse conhecimento deve ser adquirido pelo estudo permanente, ao lado da prática, em centro bem orientado, num grupo de pessoas sérias e responsáveis.


Há uma extensa bibliografia para o estudo da mediunidade. Citemos algumas obras: “
O Livro dos Médiuns” e “O Livro dos Espíritos” de Allan Kardec; “Nos Domínios da Mediunidade” e “Mecanismos da Mediunidade” de André Luiz/Francisco Cândido Xavier; “Mediunidade” de Herculano Pires; “Seara dos Médiuns” de Emmanuel/Francisco Cândido Xavier.


Função da Mediunidade


É sempre bom lembrar que a mediunidade pode ser bem ou mal empregada, como qualquer instrumento que é colocado nas mãos do homem. Por isso, o Espiritismo pretende que o médium espírita esteja bem formado moralmente para dar à mediunidade o seu verdadeiro papel na sociedade. Bom médium não é aquele que apenas recebe os espíritos com facilidade ou que só produz fenômenos extraordinários que encantam os sentidos, mas aquele que está consciente de sua responsabilidade perante a coletividade humana e o mundo dos espíritos, aquele que se esforça para servir sempre, não apenas no campo mediúnico, mas em qualquer outro setor de sua atividade, mesmo o profissional. Quem é capaz de se sensibilizar ante a necessidade do próximo, seja essa necessidade de natureza material ou espiritual, quem está pronto a dar de si em favor do outro, este, podemos assegurar, está verdadeiramente apto a trabalhar pelas grandes causas da humanidade.


Finalizando


A par destas informações, você passa a ter uma idéia geral de como o Espiritismo vê e trata a mediunidade. Mas esta simples leitura não lhe dá o conhecimento suficiente para um domínio sobre o assunto. Apenas o encaminha para o estudo. Se você deseja, realmente, conhecê-lo melhor e dirimir suas dúvidas, deve seguir as orientações aqui contidas e começar a estudar pelas obras citadas.



Elaborado por:
Centro Espírita “Caminho de Damasco”
Garça – São Paulo


Retirado do blog O Diário Espírita



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Há médiuns e mediunidade, doutrinadores e doutrina, como existem a enxada e os trabalhadores. Pode a enxada ser excelente, mas, se falta espírito de serviço no cultivador, o ganho da enxada será inevitavelmente a ferrugem.”

(André Luiz – Os Mensageiros – Chico Xavier)

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Conhecendo a Mediunidade – Parte 1


Todos somos médiuns


A palavra
médium foi utilizada, pela primeira vez, por Allan Kardec para designar a pessoa que serve de intermediário na comunicação dos espíritos. Mas, de certa forma, todos nós somos médiuns, porque estamos sujeitos às influencias de espíritos e, de um modo ou de outro, ainda que sem percebermos, podemos pensar, falar e até mesmo agir sob essas influências. Podemos inclusive captar pensamentos ou apresentar sintomas que anunciam suas presenças. A intuição, por exemplo, é um tipo de mediunidade e se manifesta em qualquer pessoa.


Mediunato


No entanto, alguns poucos indivíduos possuem certas predisposições naturais que os colocam em contato mais duradouro com o mundo dos espíritos. Apresentam sintomas tão evidentes e permanentes de mediunidade que, segundo Allan Kardec, eles tem uma tarefa específica como médiuns que precisa ser explorada. A esta tarefa damos o nome de MEDIUNATO e a esses indivíduos chamamos de MÉDIUNS propriamente dito. A mediunidade manifesta-se por variadas formas, levando os médiuns a interpretar os espíritos através da fala (PSICOFONIA), da escrita (PSICOGRAFIA), da audição (AUDIÊNCIA), da visão (VIDÊNCIA), da pintura (PSICOPICTORIOGRAFIA), da intuição, da cura etc.


Mediunidade e Espiritismo


Ao contrário do que muitos pensam, a mediunidade não é propriedade do Espiritismo e, muito menos, foi por ele inventada. Trata-se de uma predisposição natural do ser humano, que existe desde que o homem surgiu na Terra e manifestou-se em todas as épocas, em todos os lugares e em todas as religiões, como ainda hoje acontece. Na Bíblia, como em outros livros religiosos, encontramos fatos mediúnicos. Os espíritos estão por toda parte e não somente no centro espírita. Onde quer que estejam podem manifestar-se de maneiras mais ou menos ostensiva e até de forma que ninguém perceba.


Foi o Espiritismo que deu à mediunidade um tratamento especial, que a estudou de fato, que descobriu-lhe os mecanismos, concluindo tratar-se de valioso recurso para o progresso da humanidade. A própria Doutrina Espírita foi trazida através de médiuns pelos espíritos e essa revelação nos conduziu a alguns pontos básicos e fundamentais para o conhecimento e a utilização da própria mediunidade.


Antes do Espiritismo, a mediunidade era objeto de simples curiosidade e passatempo ou, então, era vista como bruxaria ou arte do demônio. A ignorância e o preconceito contribuíram sempre para isso. Mas a Doutrina Espírita deu-lhe tratamento próprio entendendo que, somente assentada sobre base moral sólida, a mediunidade poderia se constituir em instrumento do bem-estar e do progresso moral da sociedade.


Hoje, podemos ver muitas formas de utilização da mediunidade que não estão de acordo com o princípio morais do Espiritismo. Dizemos, então, que se trata de mediunismo e não de Espiritismo.


Mediunidade e Educação


Apesar de a Doutrina Espírita recomendar certos cuidados na prática mediúnica, nem todos os grupos espíritas os observam. Muitos entendem, erroneamente que, para o individuo ser bom médium basta exercitar sua faculdade de forma a facilitar a comunicação dos espíritos. A pessoa chega ao centro, reclama de seus sintomas estranhos e logo é classificado como médium. Em seguida, é convidado a participar das sessões, sem qualquer conhecimento, sem nenhum preparo para o exercício da tarefa. Ela nem mesmo fica sabendo a que perigo está exposta e o mal que pode causar.


O Espiritismo não aprova tal procedimento. Para que a pessoa possa colocar sua mediunidade a serviço do bem, ou seja, para exercer bem o seu mediunato, é preciso, primeiramente, que seja iniciada nos conhecimentos básicos do Espiritismo, que se inteire de seus princípios morais e que, acima de tudo, se proponha a trabalhar por uma causa elevada, humanitária, começando pela prática do bem. Emmanuel, espírito orientador de Chico Xavier, afirma que evangelizar-se é a primeira necessidade do médium. Somente assim ele se coloca ao alcance dos bons espíritos e pode livrar-se do domínio dos mal intencionados. Portanto a educação espírita do médium é indispensável.


Desenvolver a mediunidade não é simplesmente empregar técnicas que facilitem as comunicações. É bem mais que isso. Porque ninguém educa a mediunidade se não educar-se a si mesmo, se não melhorar o seu comportamento, tanto dentro como fora do centro espírita, e principalmente fora. Se o médium quiser o atendimento dos bons espíritos, terá que fazer por merecê-lo, através de uma conduta que possa, de fato, atraí-los. Do contrário, não o terá.


Essa educação, baseada na visão espírita dos ensinamentos de Jesus, pode ser auxiliada por um grupo de pessoas idôneas que conheçam o Espiritismo, e onde o médium aprenda a conhecer e a dominar a sua mediunidade, testando seus recursos e procurando conhecê-los cada vez mais, pelas observações e críticas de seus companheiros interessados em ajudá-lo. Um médium que não aceita críticas, que se melindra quando alguém faz qualquer observação à sua mediunidade, não está pronto para o mediunato, e terá muito que aprender ainda, antes de pensar em trabalhar nesse campo.


CONTINUA...