Não olvides que a civilização começa no esforço educativo de cada um.
Não podes, em verdade, fazer calar a maledicência, a derramar-se em chuva de lodo, mas podes silenciar a maldade em ti mesmo, abstendo-se de contribuir na extensão da crueldade.
Não te será possível vencer, a sós, a dominação da ignorância, contudo, aqui e ali, podes prestar uma informação valiosa e útil aos que desejam realmente aprender.
Não conseguirás corrigir de maneira total a influenciação da penúria, no entanto, podes estender as mãos e dividir com os necessitados o alimento de cada dia.
Não podes, efetivamente, curar todos os enfermos da estrada, mas é possível auxiliar ao companheiro doente com a gota de remédio ou com a palavra amiga.
Ninguém por si só retificará esse ou aquele atormentado setor do mundo, entretanto, ninguém está impedido de algo fazer no cultivo da fraternidade.
Não te impressionem os espetáculos de perturbação e sofrimento ainda reinantes na Terra e nem te confies ao julgamento apressado dos outros. Faze o bem que puderes.
Lembremo-nos de que o homem e a multidão recolhem indefectivelmente aquilo que semeiam...
Recordemos, porém, que em nós mesmos uma nova humanidade e uma nova era indubitavelmente podem começar.
Cogitemos de nossa própria melhoria para que a vida melhore.
Reajustemo-nos para que a nossa paisagem social se reajuste.
E, guardando em nós mesmos a vigilância construtiva na preservação da luz e do bem, estejamos convencidos de que o Senhor fará o resto, em favor do mundo, porque toda vitória espiritual para a imortalidade é obra de amor e de educação.
Emmanuel
(In: ‘Viajor’ - Francisco Cândido Xavier)