Meus amigos, muita paz.
Jesus é o centro divino da verdade e do amor, em torno do qual gravitamos e progredimos.
Por se guardarem leais em torno d’Ele, unidos, não só nas plataformas verbalísticas, mas também na fraternidade real e no espírito de sacrifício, os cristãos da epopéia evangélica inicial, sofreram, lutaram e amaram, durante trezentos anos, esperando a renovação do mundo.
Hoje, o espetáculo é diferente. Não mais tronos de tirania na governança dos povos, e não mais os circos de lama e sangue, exigindo a renúncia extrema nas angústias da sombra e da morte, mas, prevalecem dentro de nós, as forças escuras da perturbação e da desordem, reclamando o exercício de toda a nossa capacidade de trabalho restaurador do mundo de nós mesmos.
Há uma terra diferente, aguardando-nos os corações e as mãos na restauração da Vida. E o Espiritismo Cristão, pelos espiritistas, é a Luz que deve resplandecer para os tempos novos.
Daí, o imperativo de nossa unificação nos alicerces do serviço. Claro que a sintonia absoluta de todas as interpretações doutrinárias num foco único de visão e realização, é impraticável e, por agora, impossível. Cada criatura contempla a natureza e o horizonte do ângulo em que se coloca. O semeador do vale não verá o mesmo jogo de luz no Céu, suscetível de ser identificado pelo observador do firmamento situado no monte.
Que os trabalhadores do bem sejam honrados na posição digna em que se colocam. O jovem é irmão do mais velho, e aquele que ampara o alienado, é companheiro do missionário que escreve um texto consolador.
A Doutrina Redentora dos Espíritos é um edifício divino na Terra, e o servidor que traça paisagem simbólica e sublime no altar mais íntimo desse domicílio sagrado de fé, não pode ironizar o cooperador que empunha a picareta, nas bases da casa para sustentar-lhe a higiene, a segurança e a beleza, muitas vezes, com suor e lágrimas.
Cultuemos, acima de tudo, a solidariedade legítima. Nossa união, portanto, há de começar na luz da boa vontade.
Guardemos boa vontade uns para com outros, aprendendo e servindo com o Senhor, e felicitando aos companheiros que se confiaram à tarefa sublime da confraternização, usando o próprio esforço.
Rogo ao Divino Mestre nos fortaleça e ajude a todos nós.
Emmanuel
(Mensagem recebida por intermédio de Francisco Cândido Xavier, em sessão no Centro Espírita Luís Gonzaga, em Pedro Leopoldo, em 11 de dezembro de 1950, e destinada aos caravaneiros presentes.)