Aos quase suicidas





Sim. É a dor fulminante, a dor largamente suportada aquela que se te acumulou no coração, qual represa de fogo e fel, e aquela outra que sempre temeste e que chegou, por fim, à maneira de tempestade, arrasando-te as forças.


São elas, essas agonias indizíveis, para as quais os dicionários humanos não te fornecem palavras adequadas à necessária definição, que, muitas vezes, te fazem desejar a morte, antes do momento em que a morte apareça a cada criatura terrestre, à feição de anjo libertador.


Ainda assim, compreendendo-te os ápices de angústia, em nome de todos aqueles que te amam, aquém das fronteiras de cinza, dos quais te despediste na grande separação, rogamos-te paciência e coragem.


Ergue-te, acima de todos os escombros das próprias ilusões, e contempla os caminhos novos que a Infinita Bondade te reserva.


Se amarguras te azedaram os sonhos, espera pelo tempo cujos filtros não funcionam debalde; se desenganos te buscaram, observa que ensinamentos te trazem; se dificuldades repontaram da estrada, estuda com elas qual a melhor solução aos teus problemas de paz e de segurança; se provações surgiram, atribulando-te as horas, enumera as lições de que se façam portadoras, em teu benefício; se prejuízo te dilapidaram a existência, recorda que o trabalho nunca nos cerra as portas; e se alguém te deixou a alma vazia de afeição, pensa no amor infinito que sustenta o Universo, na certeza de que outras almas te virão ao encontro, abençoando-te o dom de amar e de servir.


Nunca esmoreças, ante as esperanças que te guiam para a vanguarda.


Quando estiveres a ponto de ceder à pior rendição de todas - aquela de recusar o dom da vida - detém-te a refletir em Deus que te criou para a Sabedoria e para o Amor.


E Ele, cujo poder arranca a erva da semente sepultada no chão para a glória solar, te arrebatará igualmente a qualquer transe de sofrimento, a fim de que sobrepaires além de todos os fracassos e de todas as crises do Mundo, de modo a que brilhes e caminhes adiante, aprendendo e trabalhando, servindo e amando, em plenitude de Vida Eterna.



Emmanuel

Extraído da revista “Informação”

Psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier