Paciência



Virtude que escasseia, a paciência é de relevante importância para os cometimentos expressivos a que te propões.


Sem ela, a irritação comanda os feixes nervosos, e de desequilíbrios imprevisíveis irrompem na máquina física, comprometendo toda e qualquer realização.


Não se considerando os casos de desarmonia procedente de matrizes patológicas, todo homem pode e deve cultivar a paciência.


E mesmo quando acoimado por enfermidades que o afetam no equilíbrio emocional, através de contínuos esforços consegue resignação ante a dor, que é uma das mais expressivas manifestações da paciência.


Mediante exercícios regulares de reflexão e contenção dos impulsos da personalidade inferior, plasmarás condicionamentos íntimos, que imprimem calma e equilíbrio, culminando em harmonia interior, geradora da paciência.


Indubitavelmente, realização tal não se lobriga num só passo, sob impulso momentâneo.


Surge o embrião, molécula a molécula.


Constrói-se a máquina, peça a peça.


Realiza-se a obra, tarefa a tarefa.


Da mesma forma, nos empreendimentos morais, só através da perseverança, num programa feliz de segura urdidura, realizarás os misteres a que te propões.


A paciência, assim conseguida, conferirá salutares recursos para o enobrecimento espiritual daquele que a cultiva.


Conseqüência do cansaço, do marasmo, da rotina, a irritabilidade significa sinal vermelho na tarefa que executas.


Indispensável vigiar-lhe o surgimento.


Sutil, explode, de quando em quando, repetindo-se o clima de irascibilidade, que toma as paisagens da ação, estabelecendo nefanda presença, contumaz e enfermiça.


A paciência, a contrário, resiste às más circunstâncias e às tediosas ocorrências.


É confiante, gentil, otimista, sem que deixe de ser responsável, séria, recatada.


Suporta vicissitudes com galhardia e não esmorece quando os resultados demoram a expressar-se.


Espera com coragem e não desfalece.


Dessa forma, policia as reações íntimas e observa como te encontras.


Caso te sintas portador da constante mau-humor, estás necessitando do auxílio da paciência, a fim de refundires o ânimo, renovares conceitos e atividades, orando, com a sede de quem, urgentemente, precisa da água da paz.


Não te deixes amargar pela revolta interior ou esmagar pela irritabilidade.


Recorre à paciência, sempre e em qualquer situação, e ela te ajudará a servir, amar e aguardar amanhã o que hoje se te afigure improvável ou irreversível...


A paciência é, também, irmã da fé, porquanto, todo aquele que crê, espera e confia tranqüilamente.



Joanna de Ângelis

In: ‘Celeiro de Bênçãos’ - Divaldo P. Franco