Invictus


Amigos, hoje quero compartilhar algo com vocês que não é propriamente espírita, mas que considero muito bonito e inspirador, por isso creio que mereça ser divulgado. Trata-se do poema britânico “Invictus”, de William Ernest Henley. Aproveito para dar uma dica de filme também...


O filme


Esse final de semana fui assistir o novo filme do sempre ótimo Clint Eastwood: Invictus. É um filme baseado no livro “Conquistando o Inimigo”, do jornalista britânico John Carlin. Mostra rapidamente o período em que Nelson Mandela (interpretado maravilhosamente por Morgan Freeman) sai da prisão em 1990 e torna-se presidente em 1994 e fixa em uma passagem ocorrida em 1995, quando, em uma tentativa de diminuir a segregação racial na África do Sul, o rugby foi utilizado por Mandela para tentar amenizar o enorme fosso entre negros e brancos, fomentado por quase 40 anos. Mandela quis aproximar brancos e negros através do jogo, fazendo com que os negros torcessem por seu próprio time na copa do mundo (Springboks, seleção sul-africana de rugby e até então símbolo da supremacia branca, por isso mesmo hostilizado pelos negros). O jogador François Pienaar (Matt Damon), como capitão do time, foi o principal parceiro de Mandela nessa empreitada. É essa a história que o filme conta. Um ótimo exemplo que Madiba (como Mandela é chamado por seus conterrâneos - nome que recebeu no clã negro do qual é oriundo) nos deixou, mostrando que, para reerguer uma nação das cinzas do separatismo, não é necessário apenas populismo, mas sim muita estratégia, inteligência, sensibilidade e, principalmente, humanidade.


O poema

O poema britânico “Invictus” foi escrito em 1875 por William Ernest Henley e apresenta palavras fortes. Um século depois de escrito, tornou-se o companheiro mais constante de um histórico prisioneiro inocente: Nelson Mandela, que, aprisionado em Robben Island (por quase 30 anos), cumprindo pena de trabalhos forçados, lia e relia o texto de Henley para manter a esperança e a sanidade. O poema é citado algumas vezes no filme. Abaixo, enfim, o poema inspirador:


Invictus

William Ernest Henley


Out of the night that covers me,
Black as the Pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.

In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds, and shall find, me unafraid.

It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate;
I am the captain of my soul.


Invictus

(Tradução: André Masini)


Do fundo desta noite que persiste
A me envolver em breu - eterno e espesso,
A qualquer deus - se algum acaso existe,
Por mi’alma insubjugável agradeço.

Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei - e ainda trago
Minha cabeça - embora em sangue - ereta.

Além deste oceano de lamúria,
Somente o Horror das trevas se divisa;
Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta, nem me martiriza.

Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o capitão de minha alma.


* * *

Bom, espero que tenham gostado do post e do poema, fica aqui mais uma dica de filme (e livro) para todos. Uma ótima oportunidade de conhecer um pedaço da história de Nelson Mandela e da África do Sul. :)


Vejam o trailer CLIQUE AQUI.

* * *

Mandela - O exemplo


Esse ano (em fevereiro) comemora-se 20 anos da libertação de Nelson Mandela, bacharel em direito, famoso por lutar contra o Apartheid (regime de segregação racial, que negava aos negros direitos políticos, sociais e econômicos). Após sua libertação, Mandela foi o primeiro presidente eleito da África do Sul, que governou de 1994 a 1999. Prêmio Nobel da paz em 1993 (dividido com Frederik de Klerk), Mandela atualmente está com 91 anos e encontra-se afastado da vida pública, mas sempre é bom conhcecer um pouco mais sobre a sua história e aprender com seu exemplo de vida (simplicidade, força, coragem, não-violência, humanismo, perdão).


Conheçam a Fundação Nelson Mandela – CLIQUE AQUI.