O Espiritismo e seus Princípios (Parte 1)



Por Que Conhecer o Espiritismo?


A maioria das pessoas, vivendo a vida atribulada de hoje, não está interessada nos problemas fundamentais da existência. Antes se preocupa com seus negócios, com seus prazeres, com seus problemas particulares. Acha que questões como “a existência de Deus” e “a imortalidade da alma” são da competência de sacerdotes, de ministros religiosos, de filósofos e teólogos. Quando tudo vai bem em suas vidas, estas pessoas nem se lembram de Deus e, quando lembram, é apenas para fazer uma oração, ir à igreja, como se tais atitudes fossem simples obrigações das quais todos têm que se desincumbir de uma maneira ou de outra. A religião para elas é mera formalidade social, alguma coisa que todas as pessoas devem ter, e nada mais; no máximo, será um desencargo de consciência, para estar bem com Deus. Tanto assim, que muitos nem sequer alimentam com firme convicção daquilo que professam, carregando sérias dúvidas a respeito de Deus e da continuidade da vida após a morte. Quando, porém, tais pessoas são surpreendidas por um grande problema, uma queda financeira desastrosa, a perda de um ente querido, uma doença incurável – fatos que acontecem na vida de todo mundo – não encontram em si mesmas a fé necessária, nem a compreensão para enfrentar o problema com coragem e resignação, caindo, invariavelmente, do desespero.


O conhecimento espírita abre-nos uma visão ampla e racional da vida, explicando-a de maneira convincente e permitindo-nos iniciar uma transformação íntima, aproximando-nos de Deus.


De Que Trata o Espiritismo?


O Espiritismo responde as questões fundamentais de nossa vida, como estas:


- Quem é você?


- Antes de nascer, o que você era?


- Depois da morte, o que você será?


- Por que você está neste mundo?


- Por que umas pessoas sofrem mais que outras?


- Por que alguns nascem ricos e outros pobres?


- Por que alguns cegos, aleijados, débeis mentais, etc., enquanto outros nascem inteligentes e saudáveis?


- Por que Deus permitiria tamanha desigualdade entre seus filhos? Por que há tanta desgraça no mundo e a tristeza supera a alegria?


- De três pessoas que viajam num veículo – por exemplo – após pavoroso desastre, uma perde a vida, outra fica gravemente ferida e a terceira escapa sem ferimentos. Por que sortes tão diferentes? Onde está nisso a justiça de Deus?


- Por que uns, que são maus, sofrem menos que outros, que são bons?


Perguntas como estas a Doutrina Espírita responde, porque tais são as perguntas que todos fazemos para nós mesmos, ao contemplarmos tanta desigualdade e tantos destinos diferentes na vida atribulada de nosso planeta.


O Que é o Espiritismo?


Espiritismo é uma doutrina revelada pelos Espíritos Superiores através de médiuns, e organizada (codificada) por um educador francês, conhecido por Allan Kardec, em 1857. Surgiu, pois, na França, há mais de um século.


- O Espiritismo é ciência, filosofia e religião -


O Espiritismo é Ciência


Dizemos que o Espiritismo é ciência, porque estuda, à luz da razão e dentro de critérios científicos, os fenômenos mediúnicos, isto é, fenômenos provocados pelos espíritos e que não passam de fatos naturais. Não existe o sobrenatural no Espiritismo: todos os fenômenos, mesmo os mais estranhos, têm explicação científica. São, portanto, de ordem natural.


O Espiritismo é Filosofia


O Espiritismo é uma filosofia porque, a partir dos fenômenos espíritas, dá uma interpretação da vida, respondendo questões como “de onde você veio”, “o que faz no mundo”, “para onde vai, após a morte”. Toda doutrina que dá uma interpretação da vida, uma concepção própria do mundo, é uma filosofia.


O Espiritismo é Religião


Dizemos, também, que o Espiritismo é religião, porque ele tem por fim a transformação moral do homem, retomando os ensinamentos de Jesus Cristo, para que sejam aplicados na vida diária de cada pessoa. Revive o Cristianismo na sua verdadeira expressão de amor e caridade.


O sentido da religião espírita


O Espiritismo não é uma religião organizada dentro de uma estrutura clerical. Neste sentido, ele é profundamente diferente das religiões tradicionais. Não tem sacerdotes, nem chefes religiosos. Não têm templos suntuosos. Não adota cerimônias de espécie alguma, como batismo, crisma, “casamentos”, etc. Não têm rituais, nem velas, nem vestes especiais, nem qualquer simbologia. Não adota ornamentação para cultos, nem gestos de reverência, nem sinais cabalísticos, nem benzimentos, nem talismãs, nem defumadores, nem cânticos cerimoniosos (ladainhas, danças ritualísticas, etc.), nem bebida, nem oferendas etc.


O culto espírita é feito no próprio coração. É o culto do sentimento puro, do amor ao semelhante, do trabalho constante em favor do próximo. Somente o pensamento equilibrado no bem nos liga a Deus e somente a prática das boas ações nos fazem seus verdadeiros adoradores. Assim, o Espiritismo procura reviver os ensinamentos de Jesus, na sua simplicidade e sinceridade, sem luxo, sem convencionalismos sociais, sem pompas, sem grandezas, pois, como nos recomendou o mestre de Nazaré, Deus deve ser adorado “em espírito e verdade”.


O Espiritismo é o Consolador prometido por Jesus


Se vós me amais, guardai meus ensinamentos; e eu pedirei ao meu Pai, e ele vos enviará um outro consolador, a fim de que permaneça eternamente convosco: O Espírito de Verdade que o mundo não pode receber, porque não O vê e não O conhece. Mas, quanto a vós, vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós. Mas, o Consolador, que é o Santo Espírito, que meu Pai enviará, em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará relembrar de tudo aquilo que eu vos tenho dito.” (Jesus) – Evangelho de João, capítulo XIV, versículos 15 a 17 e 26.



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