Conseqüências do Passado



1- Como podemos compreender os resultados de nossas existências anteriores?

Emmanuel - Para compreender os resultados das existências anteriores, baste que o homem observe as próprias tendências, oportunidades, lutas e provas.


2 - Como entender, na essência, as dívidas ou vantagens que trazemos de existências passadas?

Emmanuel - Estudos que efetuamos corretamente, ainda que terminados há longo tempo, asseguram-nos títulos profissionais respeitáveis. Faltas praticadas deixam azeda sucata de dores na consciência, pedindo reparação. Se plantarmos preciosa árvore, desde muito, é natural venhamos a surpreendê-la, carregada de utilidades e frutos para os outros e para nós. Se nos empenhamos num débito, é justo suportemos a preocupação de pagar.


3 - Quais as relações entre o presente, o passado e o futuro?

Emmanuel - Todos estamos no presente, com o ensejo de construir o futuro, mas envolvidos nas conseqüências do passado que nos é próprio. Isso porque tudo aquilo que a criatura semeie, isso mesmo colherá.


4 - Qual a situação moral da alma no túmulo e no berço?

Emmanuel - No túmulo, a alma, ainda vinculada ao crescimento evolutivo, entra na posse das alegrias e das dores que amontoou sobre a própria cabeça; no berço, acorda e retoma o arado da experiência, nos créditos que lhe cabe desenvolver e nos débitos que está compelida a resgatar.


5 - Em síntese, onde permanece, espiritualmente, a criatura reencarnada?

Emmanuel - Cada criatura reencarnada permanece nas derivantes de tudo o que fez consigo e com o próximo.


6 - Qual a explicação lógica das enfermidades congênitas?

Emmanuel - Os grandes delitos operam na alma; estados indefiníveis de angústia e choque, daí nascendo a explicação lógica das enfermidades congênitas, às vezes inabordáveis a qualquer tratamento.


7 - O que ocorre aos suicidas nas vidas ulteriores?

Emmanuel - Suicidas que estouraram o crânio ou que se entregaram a enforcamento, depois de prolongados suplícios, nas regiões purgatórias, freqüentemente, após diversos tentames frustrados de renascimento, readquirem o corpo de carne, mas, transportam nele as deficiências do corpo espiritual, cuja harmonia desajustaram. Nessa fase, exibem cérebros retardados ou moléstias nervosas obscuras.


8 - E os protagonistas de tragédias passionais?

Emmanuel - Protagonistas de tragédias passionais, violentas e obscuras, criminosos de guerra, aproveitadores de lutas civis, que manejam a desordem para acobertar interesses escusos; exploradores do sofrimento humano, caluniadores, empreiteiros do aborto e da devassidão e malfeitores outros, que a justiça do mundo não conseguiu cadastrar, voltam à reencarnação em tribulações compatíveis com os débitos que assumiram e, muitas vezes, junto das próprias vítimas, sob o mesmo teto, marcados por idênticos laços consangüíneos, tolerando-se mutuamente, até a solução dos enigmas que criaram contra si mesmos, atento ao reequilíbrio de que se vêem necessitados, ou sofrem a pena do resgate preciso em desastres dolorosos, integrando os quadros inquietantes dos acidentes em que se desdobra o resgate do Espírito reencarnado, seja nos transes individuais ou nas provações coletivas.


9 - E aos cúmplices de erros e enganos?

Emmanuel - As grandes dificuldades não caem exclusivamente sob os suicidas e homicidas comuns. Quantos se fizeram instrumentos diretos ou indiretos das resoluções infelizes que adotaram são impelidos a recebê-los nos próprios braços, ofertando-lhes o recinto doméstico por oficina de regeneração.


10 - O que ocorre àqueles que provocaram o suicídio de alguém?

Emmanuel - Se levianamente provocamos o suicídio de alguém, é possível que tenhamos esse mesmo alguém, muito em breve, na condição de um filho-problema ou de um familiar padecente; requisitando-nos auxílio, na medida das responsabilidades que assumimos na falência a que se arrojou.


11 - Que acontece aos que impelem o próximo à falência moral?

Emmanuel - Se instilamos viciação e criminalidade em companheiros do caminho, asfixiando-lhes as melhores esperanças na desencarnação prematura, é certo que se corporificarão, de novo, na Terra, ao nosso lado, a fim de que lhes prestamos concurso imprescindível à reeducação, na pauta dos compromissos a que nos enredamos, ao precipitá-los nos enganos terríveis de que buscam desvencilhar-se, abatidos e desditosos. Nas mesmas circunstâncias carreamos em nós, enraizadas nas forças profundas da mente, os bens ou os males que cultivamos.


12 - E o que ocorre aos desencarnados que malbarataram os tesouros da emoção e da idéia?

Emmanuel - Quando desencarnados, não fugimos à lei de causa e efeito. Se malbaratamos os tesouros das emoções e dos pensamentos na Terra, deambulamos nas esferas espirituais por doentes da alma, que a perturbação ensandece, fadados a reaparecer no plano carnal com as enfermidades conseqüentes, a se entranharem nos tecidos orgânicos, que nos compõem a vestimenta física.


13 - E àqueles que se entregam aos desequilíbrios do sexo?

Emmanuel - Nessas condições, o porvir esboça-se, nebuloso, apontando-nos graves lições de refazimento e resgate. Se abraçamos desequilíbrios de sexo, agravados com padecimentos alheios por nossa conta, agüentamos inibições genésicas, muitas vezes, com o cansaço precoce e a distrofia muscular, a epilepsia ou o câncer de permeio.


14 - E àqueles que perpetram crimes?

Emmanuel - Se perpetramos crimes na pessoa dos nossos semelhantes, eis-nos à frente de mutilações dolorosas.


15 - E àqueles que se entregam às extravagâncias da mesa?

Emmanuel - Se nos entregamos à extravagância da mesa, arcamos com ulcerações e gastralgias que persistem tanto tempo quanto se nos perdurem as alterações do veículo espiritual.


16 - E àqueles que se afeiçoam ao alcoolismo?

Emmanuel - Se nos afeiçoamos ao alcoolismo ou ao abuso de entorpecentes, somos induzidos à loucura ou à idiotia seja onde for.


17 - E àqueles que se empenham em delitos de maledicência e calúnia?

Emmanuel - Se nos empenhamos em delitos de maledicência e calúnia, atravessamos vastos períodos de surdez ou mudez, precedidas ou seguidas por distonias correlatas.


18 - As conseqüências de nossos erros se verificam apenas na forma de doenças comuns?

Emmanuel - Não. Além disso, é preciso contar com as probabilidades da obsessão, porquanto, cada vez que ofendemos aos que nos partilham a marcha, atraímos, em prejuízo próprio, as vibrações de revolta ou desespero daqueles que se categorizam por vítimas de nossas ações impensadas.


19 - Qual deve ser a nossa atitude perante as provas da vida?

Emmanuel - Diante das provas inquietantes que se demoram conosco, aprendamos a refletir, para auxiliar, melhorar, amparar e servir aqueles que nos cercam.


20 - Qual a lição que as horas nos ensinam?

Emmanuel - Meditemos a simples lição das horas. Comumente, durante a noite, o homem repousa e dorme; em sobrevindo a manhã, desperta e levanta-se com os bens ou com os males que haja procurado para si mesmo, no transcurso da véspera. Assim, a vida e a morte, na lei da reencarnação que rege o destino.



EMMANUEL

(Do livro “Leis Do Amor”, Francisco Cândido Xavier E Waldo Vieira)


Ave, Cristo!




Hoje, como outrora, na organização social em decadência, Jesus avança no mundo, restaurando a esperança e a fraternidade, para que o santuário do amor seja reconstituído em seus legítimos fundamentos.


Por mais se desenfreie a tormenta, Cristo pacifica.



Por mais negreje a sombra, Cristo ilumina.



Por mais se desmande a força, Cristo reina.



A obra do Senhor, porém, roga recursos na concretização da paz, pede combustível para a luz e reclama boa vontade na orientação para o bem.



A idéia divina requisita braços humanos.



A bênção do Céu exige recipientes na Terra.



O Espiritismo, que atualmente revive o apostolado redentor do Evangelho, em suas tarefas de reconstrução, clama por almas valorosas no sacrifício de si mesmas para estender-se, vitorioso.



Há chamamentos do Senhor em toda a parte.



Enquanto a perturbação se alastra, envolvente, e enquanto a ignorância e o egoísmo conluiados erguem trincheiras de incompreensão e discórdia entre os homens, quebram-se as fronteiras do Além, para que as vozes inolvidáveis dos vivos da eternidade se expressem, consoladoras e convincentes, proclamando a imortalidade soberana e a necessidade do Divino Escultor em nossos corações, a fim de que possamos atingir a nossa fulgurante destinação na vida imperecível.



Que o exemplo dos filhos do Evangelho, nos tempos pós-apostólicos, nos inspire hoje a simplicidade e o trabalho, a confiança e o amor, com que sabiam abdicar de si próprios, em serviço do Divino Mestre!



Que saibamos, quanto eles, transformar espinhos em flores e pedras em pães, nas tarefas que o Alto depositou em nossas mãos!...



Hoje, como ontem, Jesus prescinde das nossas guerrilhas de palavras, das nossas tempestades de opinião, do nosso fanatismo sectário e do nosso exibicionismo nas obras de casca sedutora e miolo enfermiço.



O Excelso Benfeitor, acima de tudo, espera de nossa vida o coração, o caráter, a conduta, a atitude, o exemplo e o serviço pessoal incessante, únicos recursos com que poderemos garantir a eficiência de nossa cooperação, em companhia dele, na edificação do Reino de Deus.



Suplicando-lhe, assim, nos ampare o ideal renovador, nos caminhos de árdua ascensão que nos cabe trilhar, repetimos com os nossos veneráveis instrutores dos primeiros séculos da Boa Nova:



— Ave, Cristo! Os que aspiram à glória de servir em teu nome te glorificam e saúdam!



EMMANUEL

Pedro Leopoldo, 18 de abril de 1953

Edição de texto retirado do prefácio do livro “Ave, Cristo!” – Autoria Espiritual de Emmanuel / Psicografia de Francisco Cândido Xavier


Eutanásia



Um homem agoniza, presa de cruéis sofrimentos. Sabe-se que o seu estado é sem esperanças. É permitido poupar-lhe alguns instantes de agonia, abreviando-lhe o fim?


Mas quem vos daria o direito de prejulgar os desígnios de Deus? Não pode Ele conduzir um homem até a beira da sepultura, para, em seguida, retirá-lo, com o fim de fazê-lo examinar-se a si mesmo e modificar-lhe os pensamentos? A que extremos tenha chegado um moribundo, ninguém pode dizer com certeza que soou a sua hora final. A ciência, por acaso, nunca se enganou nas suas previsões?


Bem sei que há casos que se podem considerar, com razão, como desesperados. Mas se não há nenhuma esperança possível de um retorno definitivo à vida e à saúde, não há também inúmeros exemplos de que, no momento do último suspiro, o doente se reanima e recobra suas faculdades por alguns instantes? Pois bem: essa hora de graça que lhe é concedida, pode ser para ele da maior importância, pois ignorais as reflexões que o seu Espírito poderia ter feito nas convulsões da agonia, e quantos tormentos podem ser poupados por um súbito clarão de arrependimento.


O materialista, que só vê o corpo, não levando em conta a existência da alma, não pode compreender essas coisas. Mas o espírita, que sabe o que se passa além-túmulo, conhece o valor do último pensamento. Aliviai os últimos sofrimentos o mais que puderdes, mas guardai-vos de abreviar a vida, mesmo que seja apenas um minuto, porque esse minuto pode poupar muitas lágrimas no futuro.


SÃO LUIS

Paris, 1860



Texto retirado do “Evangelho Segundo o Espiritismo” – Allan Kardec (Cap. V – Bem Aventurados os Aflitos)

Serve e Caminha



Possivelmente, trazes o coração preso a difícil processo de angústia...


Sofreste, talvez, o menosprezo das criaturas que mais amas.


Perdeste o lar que te assegurava a razão de viver.


Caíste em armadilhas de treva que ainda te encarceram em amargura.


Preparaste erros que te lançam em transitória desvalia.


Ludibriaram-te os sentimentos com desrespeito que nunca esperaste.


Carregas a conta de débitos que despenderás muito tempo a resgatar.


Experimentaste prejuízos que te parecem fogo no pensamento.


Passaste por injúrias que te dilapidaram a alma.


Conheceste a preterição em serviço e suportas o travo da humilhação.


Padeces enfermidade que os próprios companheiros te declaram irreversível.


Choras entes queridos, cuja existência, no Plano Físico, a morte encerrou, largando-te ao nevoeiro das lágrimas...


Seja qual for a tribulação que te flagela o campo mental, ergue-te em espírito, confia na Divina Providência, serve e caminha.


Em teu próprio lugar de trabalho, se prossegues doando à vida o melhor de ti mesmo, guarda a certeza de que todos os teus problemas serão solucionados e dissolvidos, nos arquivos do tempo, pela Onipresente Misericórdia de Deus.




EMMANUEL
(Do livro "Linha Duzentos", Francisco Cândido Xavier)


Lições de Preto Velho...



Cenário: reunião mediúnica num Centro Espírita. A reunião na sua fase teórica desenrola-se sob a explanação do Evangelho Segundo o Espiritismo. Os membros da seleta assistência ouvem a lição atentamente. Sobre a mesa, a água a ser fluidificada e o Evangelho aberto na lição nona do capítulo dez: "O Argueiro e a trave no olho".


Dr. Anestor, o dirigente dos trabalhos, tecia as últimas considerações a respeito da lição daquela noite. O ambiente estava impregnado das fortes impressões deixadas pelas palavras do Mestre:


Por que vês tu o argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu?”.


Findos os esclarecimentos, apagaram-se as luzes principais, para que se desse abertura à comunicação dos Espíritos.


Um dos presentes fez a prece e deu-se início às manifestações mediúnicas. Pequenas mensagens, de consolo e de apoio, foram dadas aos presentes. Quando se abriu o espaço destinado à comunicação das entidades não habituais e para os Espíritos necessitados, ocorreu o inesperado: a médium Letícia, moça de educação esmerada, traços delicados, de quase trinta anos de idade, dez dos quais dedicados à educação da mediunidade, sentiu profundo arrepio percorrendo-lhe o corpo. Nunca, nas suas experiências de intercâmbio, tinha sentido coisa parecida. Tomada por uma sacudidela incontrolável, suspirou profundamente e, de forma instantânea, foi "dominada" por um Espírito. Letícia nunca tinha visto tal coisa: estava consciente, mas seus pensamentos mantinham-se sob o controle da entidade, que tinha completo domínio da sua psiquê.


O dirigente, como sempre fez nos seus vinte e tantos anos de prática espírita, deu-lhe as boas vindas, em nome de Jesus:


- “Seja bem vindo, irmão, nesta Casa de Caridade” - disse-lhe Dr. Anestor.


O Espírito respondeu:


- “Zi-boa noite, zi-fio. Suncê me dá licença pra eu me aproximá de seus trabaios, fio?”.


- “Claro, meu companheiro, nosso Centro Espírita está aberto a todos os que desejam progredir”. - respondeu o diretor dos trabalhos.


Os presentes perceberam que a entidade comunicante era um preto-velho, Espírito que habitualmente comunica-se em terreiros de Umbanda. A entidade comunicante continuou:


- “Vós mecê não tem aí uma cachaçinha pra eu bebê, Zi-Fio?”.


- “Não, não temos” - disse-lhe Dr. Anestor. “Você precisa se libertar destes costumes que traz de terreiros, o de beber bebidas alcoólicas. O Espírito precisa evoluir”. - continuou o dirigente.


- “Vós mecê não tem aí um pito? Tô com vontade de pitá um cigarrinho, Zi-fio”.


- “Ora, irmão, você deve deixar o hábito adquirido nas sessões de Umbanda, se queres progredir. Que benefícios traria isso a você?”


O preto-velho respondeu:


- “Zi-preto véio gostou muito de suas falas, mas suncê e mais alguns dos que aqui estão, não faz uso do cigarro lá fora, Zi-fio? Suncê mesmo, não toma suas bebidinhas nos fins de sumana? Vós mecê pode me explicá a diferença que tem o seu Espírito que bebe whisky, no fim de sumana, do meu Espírito que quer beber aqui? Ou explicá prá mim, a diferença do cigarrinho que suncê queima na rua, daquele que eu quero pitá aqui dentro?”


O dirigente não pôde explicar, mas ainda tentou arriscar:


- “Ora, meu irmão, nós estamos num templo espírita e é preciso respeitar o trabalho de Jesus.”


O Espírito do preto-velho retrucou, agora já não mais falando como caipira:


- “Caro dirigente, na Escola Espiritual da qual faço parte, temos aprendido que o verdadeiro templo não se constitui nas quatro paredes a que chamais Centro Espírita. Para nós, estudiosos da alma, o verdadeiro templo é o templo do Espírito, e é ele que não deve ser profanado com o uso do álcool e fumo, como vem sendo feito pelos senhores. O exemplo que tens dado à sociedade, perante estranhos e mesmo seus familiares, não tem sido dos melhores. O hábito, mesmo social, de beber e fumar deve ser combatido por todos os que trabalham na Terra em nome do Cristo. A lição do próprio comportamento é que é fundamental na vida de quem quer ensinar.”


Houve profundo silêncio diante de argumentos tão seguros. Pouco depois, o Espírito continuou:


- “Desculpem a visita que fiz hoje e o tempo que tomei do seu trabalho. Vou-me embora para o lugar de onde vim, mas antes queria deixar a vocês um conselho: que tomassem cuidado com suas obras, pois, como diria Nosso Senhor, tem gente "coando mosquito e engolindo camelo". Cuidado, irmãos, muito cuidado. Deixo a todos um pouco da paz que vem de Deus, com meus sinceros votos de progresso a todos que militam nesta respeitável Seara.”


Deu uma sacudida na médium, como nas manifestações de Umbanda, e afastou-se para o mundo invisível.


O dirigente ainda quis perguntar-lhe o porquê de falar “daquela forma”.


Não houve resposta. No ar ficou um profundo silêncio, uma fina sensação de paz e uma importante lição: lição para os confrades meditarem.



Autor: José Queid Tufaile

Texto retirado do site Nova Voz



  • Pretos Velhos – Faixa de entidades espirituais que atuam nos trabalhos realizados pelas religiões afro-brasileiras, em especial a Umbanda.


  • Umbanda – Faz parte da cultura espiritual legitimamente brasileira, adaptada dos cultos dos escravos africanos. Não é a mesma coisa que Candomblé. É diferente do Espiritismo, principalmente na sua forma de trabalho (cultos), ainda que possua muitas semelhanças, como o trabalho aliado à Espiritualidade do Bem (Especialmente a chamada “Umbanda Branca”), a crença na reencarnação e na lei de causa e efeito, entre outros. Por isso merece nosso maior respeito e admiração, por ser também uma religião de fé, luz, caridade, esperança e, primordialmente, de amor ao próximo.

O que o Espiritismo faz por você...


Vinte serviços que o Espiritismo faz por você


1. Integra você no conhecimento de sua posição de criatura eterna e responsável, diante da vida.


2. Expõe o sentido real das lições do Cristo e de todos os outros mentores espirituais da Humanidade, nas diversas regiões do Planeta.


3. Suprime-lhe as preocupações originárias do medo da morte, provando que ela não existe.


4. Revela-lhe o princípio da reencarnação, determinado o porquê da dor e das aparentes desigualdades sociais.


5. Confere-lhe forças para suportar as maiores vicissitudes do corpo, mostrando a você que o instrumento físico nos reflete as condições ou necessidades do espírito.


6. Tranqüiliza você com respeito aos desajustes da parentela, esclarecendo que o lar recebe não somente os afetos, mas também os desafetos de existências passadas, para a necessária regeneração.


7. Demonstra-lhe que o seu principal templo para o culto da presença Divina é a consciência.


8. Liberta-lhe a mente de todos os tabus em matéria de crença religiosa.


9. Elimina a maior parte das suas preocupações acerca do futuro além da morte.


10. Dá-lhe o conforto do intercâmbio com os entes queridos, depois de desencarnados.


11. Entrega-lhe o conhecimento da mediunidade.


12. Traça-lhe providências para o combate ou para a cura da obsessão.


13. Concede-lhe o direito à fé raciocinada.


14. Destaca-lhe o imperativo da caridade por dever.


15. Auxilia você a revisar e revalorizar os seus conceitos de trabalho e tempo.


16. Concede-lhe a certeza natural de que, se beneficiamos ou prejudicamos alguém, estamos beneficiando ou prejudicando a nós próprios.


17. Garante-lhe serenidade e paz diante da calúnia ou da crítica.


18. Ensina você a considerar adversários por instrutores.


19. Explica-lhe que, por maiores sejam as suas dificuldades exteriores, intimamente você é livre para melhorar ou agravar a própria situação.


20. Patenteia-lhe que a fé ilumina o caminho, mas ninguém fugirá da lei que manda atribuir a cada qual segundo as obras pessoais.


Essas são vinte das muitas bênçãos que o Espiritismo realiza em nosso favor. Será curioso que cada um de nós pergunte a si mesmo o que estamos nós a fazer por ele.




André Luiz

Mensagem recebida pelo médium Waldo Vieira, em reunião pública da Comunhão Espírita Cristã, na noite de 22/10/65, em Uberaba, Minas. Reproduzida de Limeira Espírita, ano 18, n. 91, setembro 1988, p. 3.).


A Fé Religiosa




No seu aspecto religioso, a fé é a crença nos dogmas particulares que constituem as diferentes religiões, e todas elas têm os seus artigos de fé. Nesse sentido, a fé pode ser racionada ou cega.


A fé cega nada examina, aceitando sem controle o falso e o verdadeiro, e a cada passo se choca com a evidência da razão. Levada ao excesso, produz o fanatismo.


Quando a fé se firma no erro, cedo ou tarde desmorona. Aquela que tem a verdade por base é a única que tem o futuro assegurado, porque nada deve temer do progresso do conhecimento, já que o verdadeiro na obscuridade também o é a plena luz. Cada religião pretende estar na posse exclusiva da verdade, mas preconizar a fé cega sobre uma questão de crença é confessar a impotência para demonstrar que se está com a razão.


Vulgarmente se diz que a fé não se prescreve, o que leva muitas pessoas a alegarem que não são culpadas de não terem fé. Não há dúvida que a fé não pode ser prescrita, ou o que é ainda mais justo: não pode ser imposta. Não, a fé não se prescreve, mas se adquire, e não há ninguém que esteja impedido de possuí-la, mesmo entre os mais refratários. Falamos das verdades espirituais fundamentais, e não desta ou daquela crença particular. Não é a fé que deve procurar essas pessoas, mas elas que devem procurá-la, e se o fizeram com sinceridade a encontrarão.


Podeis estar certos de que aqueles que dizem: “Não queríamos nada melhor do que crer, mas não o podemos fazer”, apenas o dizem com os lábios; e não com o coração, pois ao mesmo tempo em que o dizem, fecham os ouvidos. As provas, entretanto, abundam ao seu redor. Por que, pois, se recusam a ver? Nuns, é a indiferença; noutros, o medo de serem forçados a mudar de hábitos; e na maior parte, o orgulho que se recusa a reconhecer um poder superior, porque teria de inclinar-se diante dele.


Para algumas pessoas, a fé parece de alguma forma inata: basta uma faísca para desenvolvê-la. Essa facilidade para assimilar as verdades espíritas é sinal evidente de progresso anterior. Para outras, ao contrário, é com dificuldade que elas são assimiladas, sinal também evidente de uma natureza em atraso. As primeiras já creram e compreenderam, e trazem, ao renascer, a intuição do que sabiam. Sua educação já foi realizada. As segundas ainda têm tudo para aprender: sua educação está por fazer. Mas ela se fará, e se não puder terminar nesta existência, terminará numa outra.


A resistência do incrédulo, convenhamos, quase sempre se deve menos a ele do que à maneira pela qual lhe apresentam as coisas. A fé necessita de uma base, e essa base é a perfeita compreensão daquilo em que se deve crer. Para crer, não basta ver, é necessário, sobretudo, compreender.


A fé cega não é mais deste século*. É precisamente o dogma da fé cega que hoje em dia produz o maior número de incrédulos. Porque ela quer impor-se, exigindo a abdicação de uma das mais preciosas prerrogativas do homem: a que se constitui do raciocínio e do livre-arbítrio. É contra essa fé, sobretudo, que se levanta o incrédulo, o que mostra a verdade de que a fé não se impõe. Não admitindo provas, ela deixa no espírito um vazio, de que nasce a dúvida.


A fé raciocinada, que se apóia nos fatos e na lógica, não deixa nenhuma obscuridade: crê-se, porque se tem a certeza, e só se está certo quando se compreendeu. Eis porque ela não se dobra: porque só é inabalável a fé que pode enfrentar a razão face a face, em todas as épocas da Humanidade.



* Kardec referia-se ao século passado, de maneira que a sua afirmação é hoje ainda mais adequada. (Nota do Tradutor)




Texto retirado do “Evangelho Segundo o Espiritismo” – Allan Kardec (Cap. XIX – A Fé Que Transporta Montanhas) – Tradução: Herculano Pires / Editora EME.


Humanidade Real



“... Eis o Homem!” – Pilatos. (João, capítulo 19, versículo 5.)




Apresentando o Cristo à multidão, Pilatos não designava um triunfador terrestre...


- Nem banquete, nem púrpura.

- Nem aplauso, nem flores.

- Jesus achava-se diante da morte.


Terminava uma semana de terríveis flagelações...


- Traído, não se rebelara.

- Preso, exercera a paciência.

- Humilhado, não se entregou a revides.

- Esquecido, não se confiou à revolta.

- Escarnecido, desculpara.

- Açoitado, olvidou a ofensa.

- Injustiçado, não se defendeu.

- Sentenciado ao martírio, soube perdoar.

- Crucificado, voltaria à convivência dos mesmos discípulos e beneficiários que o haviam abandonado, para soerguer-lhes a esperança...


Mas, exibindo-o, diante do povo, Pilatos não afirma: — “Eis o condenado, eis a vítima!”


Diz simplesmente: — “Eis O Homem!”


Aparentemente vencido, o Mestre surgia em plena grandeza espiritual, revelando o mais alto padrão de dignidade humana.


Rememorando, pois, semelhante passagem, recordemos que somente nas linhas morais do Cristo é que atingiremos a Humanidade Real...



EMMANUEL
(Fonte Viva, 127, FCXavier, FEB)


Visão Espírita da Páscoa



Eis-nos, uma vez mais, às vésperas de mais uma Páscoa. Nosso pensamento e nossa emoção, ambos cristãos, manifestam nossa sensibilidade psíquica. Deixando de lado o apelo comercial da data, e o caráter de festividade familiar, a exemplo do Natal, nossa atenção e consciência espíritas requerem uma explicação plausível do significado da data e de sua representação perante o contexto filosófico-científico-moral da Doutrina Espírita.


Deve-se comemorar a Páscoa? Que tipo de celebração, evento ou homenagem é permitida nas instituições espíritas? Como o Espiritismo visualiza o acontecimento da paixão, crucificação, morte e ressurreição de Jesus? Em linhas gerais, as instituições espíritas não celebram a Páscoa, nem programam situações específicas para “marcar” a data, como fazem as demais religiões ou filosofias “cristãs”. Todavia, o sentimento de religiosidade que é particular de cada ser-Espírito, é, pela Doutrina Espírita, respeitado, de modo que qualquer manifestação pessoal ou, mesmo, coletiva, acerca da Páscoa não é proibida, nem desaconselhada.


O certo é que a figura de Jesus assume posição privilegiada no contexto espírita, dizendo-se, inclusive, que a moral de Jesus serve de base para a moral do Espiritismo. Assim, como as pessoas, via de regra, são lembradas, em nossa cultura, pelo que fizeram e reverenciadas nas datas principais de sua existência corpórea (nascimento e morte), é absolutamente comum e verdadeiro lembrarmo-nos das pessoas que nos são caras ou importantes nestas datas. Não há, francamente, nenhum mal nisso. Mas, como o Espiritismo não tem dogmas, sacramentos, rituais ou liturgias, a forma de encarar a Páscoa (ou a Natividade) de Jesus, assume uma conotação bastante peculiar. Antes de mencionarmos a significação espírita da Páscoa, faz-se necessário buscar, no tempo, na História da Humanidade, as referências ao acontecimento.


A Páscoa, primeiramente, não é, de maneira inicial, relacionada ao martírio e sacrifício de Jesus. Veja-se, por exemplo, no Evangelho de Lucas (cap. 22, versículos 15 e 16), a menção, do próprio Cristo, ao evento: “Tenho desejado ansiosamente comer convosco esta Páscoa, antes da minha paixão. Porque vos declaro que não tornarei a comer, até que ela se cumpra no Reino de Deus.” Evidente, aí, a referência de que a Páscoa já era uma “comemoração”, na época de Jesus, uma festa cultural e, portanto, o que fez a Igreja foi “aproveitar-se” do sentido da festa, para adaptá-la, dando-lhe um novo significado, associando-o à “imolação” de Jesus, no pós-julgamento, na execução da sentença de Pilatos.


Historicamente, a Páscoa é a junção de duas festividades muito antigas, comuns entre os povos primitivos, e alimentada pelos judeus, à época de Jesus. Fala-se do “pesah”, uma dança cultural, representando a vida dos povos nômades, numa fase em que a vinculação à terra (com a noção de propriedade) ainda não era flagrante. Também estava associada à “festa dos ázimos”, uma homenagem que os agricultores sedentários faziam às divindades, em razão do início da época da colheita do trigo, agradecendo aos Céus, pela fartura da produção agrícola, da qual saciavam a fome de suas famílias, e propiciavam as trocas nos mercados da época. Ambas eram comemoradas no mês de abril (nisan) e, a partir do evento bíblico denominado “êxodo” (fuga do povo hebreu do Egito), em torno de 1441 a.C., passaram a ser reverenciadas juntas. É esta a Páscoa que o Cristo desejou comemorar junto dos seus mais caros, por ocasião da última ceia. Logo após a celebração, foram todos para o Getsêmani, onde os discípulos invigilantes adormeceram, tendo sido aí o palco do beijo da traição e da prisão do Nazareno.


Mas há outros elementos “evangélicos” que marcam a Páscoa. Isto porque as vinculações religiosas apontam para a quinta e a sexta-feira santas, o sábado de aleluia e o domingo de páscoa. Os primeiros relacionam-se ao “martírio”, ao sofrimento de Jesus – tão bem retratado no filme hollywoodiano “A Paixão de Cristo”, segundo Mel Gibson –, e os últimos, à ressurreição e a ascensão de Jesus.


No que concerne à ressurreição, podemos dizer que a interpretação tradicional aponta para a possibilidade da mantença da estrutura corporal do Cristo, no post-mortem, situação totalmente rechaçada pela ciência, em virtude do apodrecimento e deterioração do envoltório físico. As Igrejas cristãs insistem na hipótese do Cristo ter “subido aos Céus” em corpo e alma, e fará o mesmo em relação a todos os “eleitos” no chamado “juízo final”. Isto é, pessoas que morreram, pelos séculos afora, cujos corpos já foram decompostos e reaproveitados pela terra, ressurgirão, perfeitos, reconstituindo as estruturas orgânicas, do dia do julgamento, onde o Cristo separará justos e ímpios.


A lógica e o bom-senso espíritas abominam tal teoria, pela impossibilidade física e pela injustiça moral. Afinal, com a lei dos renascimentos, estabelece-se um critério mais justo para aferir a “competência” ou a “qualificação” de todos os Espíritos. Com “tantas oportunidades quanto sejam necessárias”, no “nascer de novo”, é possível a todos progredirem.


Mas, como explicar então as “aparições” de Jesus, nos quarenta dias póstumos, mencionadas pelos religiosos na alusão à Páscoa? A fenomenologia espírita (mediúnica) aponta para as manifestações psíquicas descritas como mediunidades. Em algumas ocasiões, como a conversa com Maria de Magdala, que havia ido até o sepulcro para depositar algumas flores e orar, perguntando a Jesus – como se fosse o jardineiro – após ver a lápide removida, “para onde levaram o corpo do Raboni”, podemos estar diante da “materialização”, isto é, a utilização de fluido ectoplásmico – de seres encarnados – para possibilitar que o Espírito seja visto (por todos). Igual circunstância se dá, também, no colóquio de Tomé com os demais discípulos, que já haviam “visto” Jesus, de que ele só acreditaria, se “colocasse as mãos nas chagas do Cristo”. E isto, em verdade, pelos relatos bíblicos, acontece. Noutras situações, estamos diante de uma outra manifestação psíquica conhecida, a mediunidade de vidência, quando, pelo uso de faculdades mediúnicas, alguém pode ver os Espíritos.


A Páscoa, em verdade, pela interpretação das religiões e seitas tradicionais, acha-se envolta num preocupante e negativo contexto de culpa. Afinal, acredita-se que Jesus teria padecido em razão dos “nossos” pecados, numa alusão descabida de que todo o sofrimento de Jesus teria sido realizado para “nos salvar”, dos nossos próprios erros, ou dos erros cometidos por nossos ancestrais, em especial, os “bíblicos” Adão e Eva, no Paraíso. A presença do “cordeiro imolado”, que cumpre as profecias do Antigo Testamento, quanto à perseguição e violência contra o “filho de Deus”, está flagrantemente aposta em todas as igrejas, nos crucifixos e nos quadros que relatam – em cores vivas – as fases da via sacra.


Esta tradição judaico-cristã da “culpa” é a grande diferença entre a Páscoa tradicional e a Páscoa espírita, se é que esta última existe. Em verdade, nós espíritas devemos reconhecer a data da Páscoa como a grande – e última – lição de Jesus, que vence as iniqüidades, que retorna triunfante, que prossegue sua cátedra pedagógica, para asseverar que “permaneceria eternamente conosco”, na direção bussolar de nossos passos, doravante.


Nestes dias de festas materiais e/ou lembranças do sofrimento do Rabi, possamos nós encarar a Páscoa como o momento de transformação, a vera evocação de liberdade, pois, uma vez despojado do envoltório corporal, pôde Jesus retornar ao Plano Espiritual para, de lá, continuar “coordenando” o processo depurativo de nosso orbe.


Longe da remissão da celebração de uma festa pastoral ou agrícola, ou da libertação de um povo oprimido, ou da ressurreição de Jesus, possa ela ser encarada por nós, espíritas, como a vitória real da vida sobre a morte, pela certeza da imortalidade e da reencarnação, porque a vida, em essência, só pode ser conceituada como o amor, calcado nos grandes exemplos da própria existência de Jesus, de amor ao próximo e de valorização da própria vida.


Nesta Páscoa, assim, quando estiveres junto aos teus mais caros, lembra-te de reverenciar os belos exemplos de Jesus, que O imortalizam e que nos guiam para, um dia, também estarmos na condição experimentada por Ele, qual seja a de “sermos deuses”, “fazendo brilhar a nossa luz”. Comemore, então, meu amigo, uma “outra” Páscoa. A sua Páscoa, a da sua transformação, rumo a uma vida plena.



Por Marcelo Henrique

Texto presente nos sites Terra Espiritual e FEAL.


Palavras de Krishna...



Amigos, não estranhem, mas hoje gostaria de compartilhar com vocês algumas palavras de Krishna, ditas há cerca de 3.500 anos, sobre morte e espírito, em favor da tranqüilidade consciencial e certeza íntima das criaturas.

Palavras que certamente serviram de base para inúmeras crenças espiritualistas e reencarnacionistas posteriores, e que concordam com o que Jesus afirmou, anos depois, e que o Espiritismo veio confirmar também!... Sem dúvida servem para nossa reflexão...

Abraços fraternos a todos! ;)



“O verdadeiro Ser vive sempre. Assim como a alma incorporada experimenta infância, maturidade e velhice dentro do mesmo corpo, assim passa também de corpo a corpo — sabem os iluminados e não se entristecem.


Quando os sentidos estão identificados com objetos sensórios, experimentam sensações de calor e de frio, de prazer e de sofrimento — estas coisas vêm e vão; são temporárias por sua própria natureza. Suporta-as com paciência!


Mas quem permanece sereno e imperturbável no meio de prazer e sofrimento, somente esse é que atinge imortalidade.



Compreende como certo, que indestrutível é aquilo que permeia o Universo todo; ninguém pode destruir o que é imperecível, a Realidade.


Perecíveis são os corpos, esses templos do espírito — eterna, indestrutível, infinita é a alma que neles habita.


Quem pensa que é a alma, o Eu, que mata, ou o Eu que morre, não conhece a Verdade. O Eu não pode matar nem morrer.


O Eu nunca nasceu nem jamais morrerá. E uma vez que existe, nunca deixará de existir. Sem nascimento, sem morte, imutável, eterno — sempre ele mesmo é o Eu, a alma. Não é destruído com a destruição do corpo (material).


Quem sabe que a alma de tudo é indestrutível e eterna, sem nascimento nem morte, sabe que a essência não pode morrer, ainda que as formas pereçam.


Assim como o homem se despoja de uma roupa gasta e veste roupa nova, assim também a alma incorporada se despoja de corpos gastos e veste corpos novos.


Armas não ferem o Eu, fogo não queima, águas não molham, ventos não o ressecam.


O Eu não pode ser ferido nem queimado; não pode ser molhado nem ressecado — ele é imortal; não se move nem é movido, e permeia todas as coisas — o Eu é eterno.


Inevitável é a morte para os que nascem; todo o morrer é um nascer — pelo que, não deves entristecer-te por causa do inevitável.”



Krishna (Bhagavad Gita*, Capítulo 2)

* O Bhagavad Gita é o livro onde estão registradas as lições de Krishna. É um dos livros que compõem o épico sagrado MAHA-BHARATA.



"As pessoas fazem campeonato de mestres, ficam discutindo quem é o melhor, em vez de aplicar o ensinamento deles, ou fazer 1 milésimo do que pregavam e exemplificavam." Wagner Borges



A figura que ilustra o post representa Krishna de mãos dadas com Jesus Cristo.

Pluralidade dos Mundos Habitados



Pergunta: Todos os globos que circulam no espaço são habitados?


Resposta dos Espíritos: Sim e o homem terreno está bem longe de ser, como acredita, o primeiro em inteligência, bondade e perfeição. Há, entretanto, homens que se julgam espíritos fortes e imaginam que só este pequeno globo tem o privilégio de ser habitado por seres racionais. Orgulho e vaidade! Crêem que Deus criou o Universo somente para eles.


Comentário de Kardec: Deus povoou os mundos de seres vivos, e todos concorrem para o objetivo final da Providência. Acreditar que os seres vivos estejam limitados apenas ao ponto que habitamos no Universo seria pôr em dúvida a sabedoria de Deus, que nada fez de inútil e deve ter destinado esses mundos a um fim mais sério do que o de alegrar os nossos olhos. Nada, aliás, nem na posição, no volume ou na constituição física da Terra, pode razoavelmente levar-nos à suposição de que tenha o privilégio de ser habitada, com exclusão de tantos milhares de mundos semelhantes.


Pergunta: A constituição física dos diferentes globos é a mesma?


Resposta dos Espíritos: Não; eles absolutamente não se assemelham.


Pergunta: A constituição física dos mundos não sendo a mesma para todos, os seres que os habitam terão organização diferente?


Resposta dos Espíritos: Sem dúvida, como entre vós os peixes são feitos para viver na água e os pássaros, no ar.


Comentário de Kardec: As condições de existência dos seres nos diferentes mundos devem ser apropriadas ao meio em que têm de viver. Se nunca tivéssemos visto peixes, não compreenderíamos como alguns seres pudessem viver na água. O mesmo acontece com outros mundos, que sem dúvida contêm elementos para nós desconhecidos.



Retirado do “Livro dos Espíritos” – Allan Kardec (1ª Parte – As Causas Primárias – Cap. 3 – Criação – Pluralidade dos Mundos – Questões 55, 56 e 57)


Perda de Pessoas Amadas e Mortes Prematuras



Quando a morte vem ceifar em vossas famílias, levando sem consideração os jovens em lugar dos velhos, dizeis freqüentemente: “Deus não é justo, pois sacrifica o que está forte e com o futuro pela frente, para conservar os que já viveram longos anos, carregados de decepções: leva os que são úteis e deixa os que não servem para nada mais; fere um coração de mãe, privando-o da inocente criatura que era toda a sua alegria”.


Criaturas humanas, é nisto que tendes necessidades de vos elevar, para compreender que o bem está muitas vezes onde pensais ver a cega fatalidade. Por que medir a justiça divina pela medida da vossa? Podeis pensar que o Senhor dos Mundos queira, por um simples capricho, infligir-vos penas cruéis? Nada se faz sem uma finalidade inteligente, e tudo o que acontece tem a sua razão de ser. Se perscrutásseis melhor todas as dores que vos atingem, sempre encontraria nela a razão divina, razão regeneradora, e vossos miseráveis interesses representariam uma consideração secundária, que relegaríeis ao último plano.


Acreditai no que vos digo: a morte é preferível, mesmo numa encarnação de vinte anos, a esses desregramentos vergonhosos que desolam as famílias respeitáveis, ferem um coração de mãe, e fazem branquear antes do tempo os cabelos dos pais. A morte prematura é quase sempre um grande benefício que Deus concede ao que se vai, sendo assim preservado das misérias da vida, ou das seduções que poderiam arrastá-lo à perdição. Aquele que morre na flor da idade não é uma vítima da fatalidade, pois Deus julga que não lhe será útil permanecer maior tempo na Terra.


É uma terrível desgraça, dizeis, que uma vida tão cheia de esperanças seja cortada tão cedo! Mas de que esperanças quereis falar? Das esperanças da Terra onde aquele que se foi poderia brilhar, fazer sua carreira e sua fortuna? Sempre essa visão estreita, que não consegue elevar-se acima da matéria! Sabeis qual teria sido a sorte dessa vida tão cheia de esperanças, segundo entendeis? Quem vos diz que ela não poderia estar carregada de amarguras? Considerais como nada as esperanças da vida futura, preferindo as da vida efêmera que arrastais pela Terra? Pensais, então, que mais vale um lugar entre os homens que entre os Espíritos bem-aventurados?


Regozijai-vos em vez de chorar, quando apraz a Deus retirar um de seus filhos deste vale de misérias. Não é egoísmo desejar que ele fique, para sofrer convosco? Ah! Essa dor se concebe entre os que não têm fé e que vêem na morte a separação eterna. Mas vós, espíritas, sabeis que a alma vive melhor quando livre de seu invólucro corporal. Mães, vós sabeis que vossos filhos bem-aventurados estão perto de vós: sim, eles estão bem perto; seus corpos fluídicos vos envolvem, seus pensamentos vos protegem, vossa lembrança os inebria de contentamento; mas também as vossas dores sem razão os afligem, porque revela uma falta de fé e constituem uma revolta contra a vontade de Deus.


Vós que compreendeis a vida espiritual, escutai as pulsações de vosso coração, chamando esses entes queridos. E se pedirdes a Deus para os abençoar, sentireis em vós mesmas a consolação poderosa que faz secarem as lágrimas, e essas aspirações sedutoras, que vos mostram o futuro prometido pelo soberano Senhor.


SANSÃO
Antigo membro da Sociedade Espírita de Paris, 1863



Texto retirado do “Evangelho Segundo o Espiritismo” – Cap. V (Bem Aventurados os Aflitos)


Doação de Medula



Queridos amigos,


Atendendo a um apelo urgente da amiga Cris Fetter (blog Tô Doida), assim como a Du (blog Norte), junto-me a essa corrente solidária na divulgação do blog da Paola, uma enfermeira da Bahia que luta para ajudar Luis Flavio, um menino com Leucemia Mielóide. Entrem no blog da Paola e conheçam esta comovente história:


Conheçam:



Blog da Paola – Luis Flavio, o início de uma luta...



Aproveito esse espaço e peço a todos que puderem para que divulguem este caso em seus blogs, ou através de e-mails. Luis Flavio (e tantas outras crianças e adultos na mesma situação) está precisando de ajuda. Fale para seus amigos, para seus familiares, enfim, vamos dar um pouco do nosso tempo e ajudar quem necessita. Vamos exercer nossa solidariedade.


É importante que todos conheçam a importância de doar. Sangue ou medula óssea. São procedimentos rápidos e simples para quem doa e, para quem recebe, significa uma nova chance de vida!... Pensem nisso!...


Saiba mais sobre leucemia no site da ABRALE – Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia


Cliquem nos links e vejam as seguintes informações, retiradas do site do INCA (Instituto Nacional de Câncer):


Perguntas e Respostas sobre Transplante de Medula Óssea



Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME)


CLIQUE AQUI e veja, no site da ANVISA, os sites, e-mails, endereços e telefones dos Hemocentros em todo o Brasil.




“Na verdade vos digo, que quantas vezes vós fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim é que o fizestes.” JESUS (Mateus, XXV:31-46) – Evangelho Segundo o Espiritismo (Cap. XV – Fora da Caridade não há Salvação)


Cântico de Glória



“Glória a Ti, Senhor do Universo, Criador de todas as maravilhas!...



É por tua sabedoria inacessível que se acendem as constelações nos abismos do Infinito e é por tua bondade que se desenvolve a erva tenra na crosta escura da Terra!...



Por tua grandeza inapreciável e por tua justiça misericordiosa, abre o Tempo os seus ilimitados tesouros para as almas!...



Por teu amor, sacrossanto e sublime, florescem todos os risos e todas as lágrimas no coração das criaturas!...



Abençoa, Senhor do Universo, as sagradas esperanças deste Reino. Jesus é para nós o teu Verbo de amor, de paz, de caridade e beleza!... Fortalece as nossas aspirações de cooperar em sua Seara Santa!...



Multiplica as nossas energias e faze chover sobre nós o fogo sagrado da fé, para espalharmos na Terra as divinas sementes do amor de teu Filho!...



Basta uma gota do orvalho divino de tua misericórdia para que se purifiquem todos os corações, mergulhados no lodo dos crimes e das impenitências terrestres, e basta um raio só do teu poder para que todos os Espíritos se convertam ao bem supremo!...



E agora, ó Jesus, Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo, recebe as nossas súplicas ardentes e fervorosas!...”



Retirado do livro: “Há Dois Mil Anos” – Emmanuel / Chico Xavier


O Espiritismo e seus Princípios (Parte 3)



Princípios Básicos do Espiritismo – Continuação



Fé Raciocinada


Para podermos crer na verdade, antes de mais nada, precisamos compreender aquilo em que devemos crer. A crença sem raciocínio não passa de uma crença cega, de uma crendice ou mesmo de uma superstição. Antes de aceitarmos algo como verdade, devemos analisá-lo bem. O mal de muita gente é acreditar facilmente em tudo que lhe dizem, sem cuidadoso exame.


“Fé inabalável é aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da humanidade”. (Allan Kardec)



Lei da Evolução


Cada um de nós é um espírito encarnado a caminho de Deus. A vida na Terra é sempre uma oportunidade de reajustamento no caminho do bem. A escolha nos pertence. Logo, as conseqüências boas ou más são resultado de nossas próprias decisões. É a lei da “ação e reação”, das causas e conseqüências. Se, agora, estamos sofrendo, podemos concluir que a causa do sofrimento advém de erros anteriores. Se, portanto, fizermos o mal, cedo ou tarde, sofreremos a sua conseqüência. “A cada um segundo as suas obras” – disse Jesus. Isso explica a razão de tanto sofrimento no mundo.


Por isso, um caminha mais depressa que o outro, como os diferentes alunos de uma mesma classe escolar. Quanto melhor nossa conduta, mais depressa nos libertaremos dos sofrimentos, encurtando o caminho da evolução.


Não há céu nem inferno, conforme pintam as religiões tradicionais. Existem, sim, estados de alma que podem ser descritos como celestiais ou infernais. Não existem também anjos ou demônios, mas apenas espíritos superiores e espíritos inferiores, que também estão a caminho da perfeição – os bons se tornando melhores e os maus se regenerando. Deus não quer que nenhum de seus filhos se perca, e a Vontade de Deus, a Suprema Vontade, é a Lei.


Se a sorte do ser humano fosse inapelavelmente selada após a morte, todos estaríamos perdidos, visto termos sido muito mais maus do que bons e quase ninguém, hoje em dia, mereceria ir para o céu de bem-aventuranças, onde só caberiam os puros.


Por outro lado, uma vida, por mais longa que seja, não é suficiente para nos esclarecer a respeito dos planos de Deus. Muitos não têm sequer como garantir a própria sobrevivência e muito menos ainda oportunidade de uma boa educação. Muitos nunca foram orientados para o bem. Outros, morrem cedo demais, antes mesmo de se esclarecerem sobre o melhor caminho a seguir.


Para medirmos o quanto de absurdo existe na idéia do céu e o inferno, como penas eternas, basta que formulemos as seguintes perguntas:


  • “Como é que Deus, sendo o Supremo saber, sabendo inclusive o nosso futuro, criaria um filho, sabendo que ele iria para o inferno para toda a eternidade? Que Deus seria esse? Onde a sua bondade e sua misericórdia?”
  • “E, como ficaria no céu uma mãe amorosa, sabendo que seu filho querido está ardendo no fogo do inferno?”


A Lei Moral


Portanto, ninguém está perdido. Cada qual tem a oportunidade que merece. Se um pai humano, que é imperfeito e mal, não é capaz de condenar eternamente um filho, por pior que seja, quanto mais Deus, que é o Pai Misericordioso e Perfeito, que faz chover sobre os bons e os maus, que faz com que a luz ilumine os justo e injustos, indistintamente.


Disse o Cristo: - “Ninguém poderá ver o Reino dos Céus se não nascer de novo”. Referia-se ao nascimento do corpo e ao renascimento moral das criaturas, isto é, ao nascimento pela “água e pelo espírito”. Daí sabermos que a vida é sempre uma nova oportunidade de reconciliação com os ideais superiores do bem e da verdade.


Seguir o exemplo vivo de Jesus deve ser o ideal de todo cristão sincero.


Não adianta você dizer que pertence a esta ou àquela religião.. Não adianta permanecer orando o tempo todo. O importante é a pratica, é a vida de todos os dias, porque, como disse Tiago: “A FÉ SEM OBRAS É MORTA”. E por falar em fé, veja como está sua vida!


- Como você vem tratando seus familiares: seu pai, sua mãe, seus irmãos, seu esposo ou sua esposa, seus filhos?


- Como você trata as pessoas estranhas?


- Como você se conduz no trabalho, na escola, no clube, na via pública em relação às outras pessoas com quem convive?


- Como você reage a uma ofensa? a um gesto de agressão? A uma calúnia? A uma ingratidão? A uma decepção na vida?


- Como você reage a um problema familiar? À perda de um ente querido? A uma doença incurável?


- E o que você vem fazendo em favor dos outros?


Amai-vos uns aos outros” – recomendou Jesus.


E não há outra maneira de amar, se não formos caridosos. Caridade é ser benevolente, paciente, tolerante, humilde. É fazer para os outros o que desejamos que nos façam. Como não queremos que nos façam o mal, mas todo o bem possível, assim também devemos agir para com eles: familiares, parentes, amigos, estranhos e até inimigos.


A obrigação do cristão é ser um trabalhador do bem, dando sua parte, por pequena que seja, na luta por um mundo melhor.


Podemos fazer tudo isso, cuidando melhor de nossas atitudes, vigiando nosso comportamento diário, sendo mais atenciosos e gentis, vendo, nos outros, mais suas qualidades, e finalmente, sendo mais exigentes para conosco mesmos.


Ajudar o pobre, socorrer o desesperado, assistir ao doente, orientar o desajustado, levar palavras de conforto e esperança ao aflito, divulgar e viver os ensinamentos de Jesus, tudo isso constitui as bases do verdadeiro amor por ele ensinado e exemplificado, há quase 2.000 anos.


Seguindo as pegadas de Jesus, pelo amor vivo que manifestou no mundo, Allan Kardec proclama:



“FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO”




Fonte: http://www.joannadeangelis.org.br/